Getaway Car escrita por AnaLu


Capítulo 10
Capítulo 10 – Um dia estressante com um final feliz


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Mais um capítulo! Mesmo que atrasado...
Espero que gostem! Boa leitura



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Capítulo 10 – Um dia estressante com um final feliz

Respiro fundo e apoio minha cabeça na mesa a minha frente. Hoje estava sendo um dia difícil e ainda nem era meio dia. Eu estava finalizando uma coluna na redação e, tudo que poderia dar errado deu: o computador travou, derramei café em mim mesma, esqueci de salvar a cópia editada e tudo o mais. Se não me conhecesse diria até que era nervosismo diante a um tal encontro marcado.

Resolvi que o melhor seria dar uma pausa em meu trabalho, aproveitando que já tinha uma coluna adiantada. Abri um site de notícias na internet e comecei a passar pelas matérias, gostava de fazer isso, pois sempre me acalmava e inspirava um pouco.

Após alguns minutos lendo me pego presa em umas das manchetes. “Incêndio na 25th com a 10ª choca Manhattan”. Abro a matéria descobrindo que o acidente ocorreu após um aparente defeito na instalação elétrica de um edifício comercial dessa região, algo que rapidamente se alastrou e assustou a todos, uma vez que sua localização não é muito afastada do local das antigas Torres Gêmeas. “O departamento de polícia ainda investiga para saber se houve alguma intenção terrorista no ato que até o momento registra 34 feridos e 3 mortos”. Céus! Será possível? Aparentemente o fogo estava controlado e todos os atingidos encaminhados para os hospitais.

Rapidamente corri meus olhos pela lista de vítimas do acidente, respirando aliviada ao não reconhecer ninguém. Passei então para outros sites de busca e notícias, querendo entender mais sobre.

Até que de repente percebo o quão idiota era o que eu estava fazendo... se eu estava tão preocupada assim eu poderia muito bem apenas... ligar. Não? Isso deveria ser o certo a fazer. Olhei para meu celular em cima da mesa e passei a morder a parte fofa do meu polegar, ansiosa. Será que eu deveria? Não... melhor não... estaria na lista e não está, não é?

Meu turbilhão de pensamentos foi interrompido pelo celular que começou a tocar. Eu institivamente congelei. Ele continuou a tocar, respirei fundo, e o atendi.

— Alô? – Minha voz saiu trêmula.   

— Bella! Hey! Que bom que atendeu! – Era Alice. Suspirei aliviada. – Eu tenho um trabalho para você! E dessa vez, eu juro, não tem nada relacionado a minha família ou interesses pessoais nem nada do tipo.

— Alice, oi. Er... tudo bem, mas o que seria? – Pergunto ainda meio confusa dentro dos meus pensamentos.

— Você conhece a Mônica? Ela é a filha do nosso prefeito... ela vai se casar esse fim de semana, vai ser gigante! Eu estou a ajudando a organizar tudo e ela, obviamente, quer uma matéria sobre! E ainda, fez questão que fosse você que a escrevesse!

— Uau, Alice, isso parece ótimo! Adoraria escrever – Sorri para o telefone, me distraindo com sua empolgação.

— Ótimo! Nos encontre então em 10 minutos no Olávio’s para almoçarmos e conversarmos sobre tudo! – Ela disse e em seguida desligou. Eu não imaginava que ela poderia ficar ainda mais empolgada que o normal, mas aparentemente, ela podia.

Coloquei o telefone de volta na mesa e voltei a encarar a tela a minha frente. O nome dele não está na lista, está tudo bem Bella. Tentei me tranquilizar. É claro que está tudo bem. Respirei fundo mais uma vez e desliguei o computador. Recolhi minhas coisas e fui até a sala de Jasper avisá-lo sobre a matéria.

— Ah sim, Bella, pode ir sem problemas! – Ele sorriu desviando os olhos de sua tela para olhar para mim. – A Alice também me ligou agora para avisar, acho que você se sairá muito bem. – Ele sorriu.

— Obrigada pela confiança, chefe! – Sorri orgulhosa, mas logo esse sorriso morreu ao notar a expressão divertida no rosto de Jasper. – Ninguém mais da Gazeta queria fazer esse trabalho, não é?

Ele sorriu dando de ombros.

— Você compara a Alice a um furacão... perto da Mônica ela é uma brisa. – disse divertido.

— Oh céus!

— Mas você vai se sair bem, de verdade. – Ele disse e dessa vez eu não respondi, apenas sorri fraco e deixei o escritório, ainda ouvindo sua rizada. Não pode ser tão ruim assim. Pensei comigo mesma ao sair da Gazeta.

***

Doce ilusão a minha. Poderia ser ruim e estava sendo. Ou talvez eu só esteja estressada demais para encarar esse trabalho com mais leveza. Realmente, a filha do prefeito era muito empolgada..., mas mais que isso, ela era extremamente perfeccionista.

— Hmmmm, é bom, não posso negar. – Ela dizia ao colocar mais um pedaço de bolo na boca. Enquanto eu, Alice e Edna (dona da confeitaria) a encarávamos. – Gosto do sabor dos morangos junto do creme do recheio. – Ela completou concentrada na comida que ainda mastigava. Edna sorriu um pouco aliviada, já era o sétimo bolo que a noiva provava. – Mas sinto falta do champagne...

— Oh, sinto muito querida... podemos tentar mudar a receita, acrescentar um pouco mais, talvez... – Edna começou a tagarelar, mas foi interrompida por Alice.

— Mônica... você já encomendou mais de 100 garrafas de champagne para a festa, tem certeza de que quer enfiar mais no bolo? – Alice dizia com sutiliza e simpatia invejáveis. Ela estava sendo maravilhosa em todo esse processo.

— Você tem razão! – Mônica sorriu após pensar um pouco. – Edna! Traga o de chocolate novamente! – A dona da confeitaria suspirou e foi novamente buscar o bolo que, segundo a noiva, não tinha chocolate o suficiente. Aproveitei a taça de espumante que estava a minha frente e dei mais um gole, eu certamente não servia para essas coisas. Eu imaginava que deveria ser assim, mas não fazia ideia de o quão exaustivo poderia ser, não é à toa que fiz questão de ficar longe desse tipo de organização enquanto minha mãe insistia em dizer que era o momento mais especial na vida de uma mulher.

— Você anotou? – Mônica disse de repente me tirando dos meus pensamentos. – A quantidade de champagne encomendados, as pessoas adoram saber essas coisas – ela disse sorrindo e Alice a acompanhou, apesar de eu notar seus olhos revirarem um pouco quando a noiva não estava vendo.

— Ah sim, está anotado – sorri. – Mas Mônica, eu queria aproveitar e talvez te perguntar algumas coisas, sobre você, sobre o noivo... acho que seria interessante colocar na matéria onde vocês se conheceram, o que planejam para o futuro, o que admiram um no outro... essas coisas, sabe?

— Bom... eu não sei se isso agradaria tanto o público... não é muito interessante ou extraordinário – Ela disse abaixando um pouco a cabeça. – Mas pode inventar algo bem estilo conto de fadas, eu confio em você! – ela sorriu dando mais uma garfada no bolo de chocolate. – É, será esse! Definitivamente, até porque Peter ama chocolate.

Essa foi a primeira vez no dia que eu a ouvi falar sobre o seu noivo. Eu não sou uma pessoa super romântica, que ama ouvir histórias de amores indestrutíveis e épicos. Na verdade, o que mais me fascina é encontrar amor nas pequenas coisas, nos gestos, no cotidiano. Eu acredito que toda história de amor deve ser contada, por mais estranha ou comum possa parecer, mesmo as que não dão certo.

E eu passei a tarde inteira achando que aquela mulher estava apaixonada por sua festa e não seu casamento, até eu ouvir esse comentário simples e perceber que nem sempre a verdade está aparente. Mas isso pode ser só uma impressão equivocada minha.

— Eles se conheceram na escola – Alice quebrou o silêncio, - Mônica e Peter. Com direito a coroação de rei e rainha do baile e tudo o mais.

— É... foi meio que isso – a noiva comentou sem graça. – A verdade é que eu não me lembro quando o conheci... por isso disse para você inventar algo, faz tanto tempo já... ele meio que sempre esteve ali. Não é algo de contos de fada ou amor à primeira vista nem nada... só aconteceu.

— Ah, eu acho isso lindo! – Alice suspirou encantada.

Nesse momento eu me perdi da conversa das duas e entrei em um transe de pensamentos. Muitas memórias se passavam em minha cabeça... “ele meio que sempre esteve ali... só aconteceu”.

Flashback on

— Ah qual é, Bells ... nem foi tão forte assim. – O menino todo encapotado de roupa dizia enquanto procurava sua amiga. – Eu juro que tentei fazer pequena! Sério, aparece! – Ele agora corria pelo parque, levemente desesperado. – Já não tem graça nenhuma isso de você se esconder.

E então, nesse instante o garoto é atingido por uma bola de neve nas costas. Ele se vira e uma garotinha de cabelos e olhos cor de chocolate, vestindo uma jaqueta rosa pink está rindo descontroladamente.

— Há! Te peguei, Jake!

Flashback off

 

— Bella? Bella? – Alice a chamava – Hey, você está ai?

— Desculpa, Ally, eu me distrai – sorri sem graça. – Onde está a Mônica? – perguntei notando a falta dela na mesa.

— Ela está conversando com a Edna sobre a possibilidade de misturar o bolo de chocolate com o de morango – Alice respondeu apontando para as duas no balcão. E em seguida perguntou. – Você está bem mesmo? Parece meio estranha...

— Estou sim, de verdade, não se preocupe – sorri a tranquilizando. – Mas e então... o que ainda temos pela frente? – Perguntei e ela abriu sua agenda fazendo mistério, até responder

— Prova final do vestido!

— Oh Deus... será intenso. – sorri nervosa.

— Eu acho que não, sabe, ouvi dizer que a estilista é muito boa em lidar com noivas indecisas – me respondeu dando uma piscadela.

 

Devo dizer, a Alice realmente soube lidar perfeitamente com toda a indecisão da noiva. Acredito que o fato de o vestido já estar sendo feito há meses ajudou, mas ela conhecia sua cliente muito bem e facilmente ia a conduzindo para uma decisão. E o resultado estava ficando incrível a Alice realmente tinha muito talento.

Eu não parei muito para pensar no flashback que tive na confeitaria e nem na notícia de hoje cedo, mas esses fatos claramente estavam mexendo comigo. Talvez seja saudade de casa, afinal já estou há quase um mês longe, depois de quebrar qualquer contato com qualquer pessoa de lá.

Mas tudo o que eu estava evitando pensar durante a tarde, veio de uma vez enquanto eu dirigia de volta para a pousada. Minha cabeça estava pesada e a milhão, subi direto para o meu quarto sonhando com um banho relaxante.

Por mais que eu odiasse isso... eu sabia exatamente o que me faria relaxar e acalmar meus pensamentos. Então assim que entrei em meu quarto, sentei-me na beirada da cama e tirei o meu celular da bolsa já discando um número conhecido.

A ligação tocou duas vezes até que uma voz grossa atendeu. Aquele som me era tão familiar que eu quase podia sentir o seu cheiro, ou mesmo o imaginar sentado em sua mesa, com as sobrancelhas franzidas, deixando o charuto de lado para atender o telefone antigo que ele fazia questão de manter, porque, segundo ele, combinava perfeitamente com o seu bigode.

A voz pergunta se há alguém na linha e eu respiro aliviada. Ele atendeu, ele está em casa, ele está bem. E com esse sentimento, eu reúno todas minhas forças e desligo o telefone deixando-o ao meu lado na cama.

Entretanto meu alívio dura pouco, pois logo é tomado pelo arrependimento de ter ligado. Meu número poderia ser facilmente rastreado e mais facilmente ainda ele poderia me encontrar aqui. Eu nem consigo imaginar o que ele diria ao me ver assim, nessa minha nova vida.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular. Eu congelei por um momento, até olhar para a tela e ver o nome do Edward nela. Droga, droga, droga, o encontro! Era hoje, e eu esqueci, grande merda.

— Alô? – atendi com a voz trêmula.

— Bella! Hey, como vai? – ele respondeu com muito bom humor, o que só me fez sentir pior de ter esquecido. – Escuta, eu já cheguei aqui na Sue... ela me disse que você subiu rápido e aparentemente preocupada, está tudo bem?

— Está sim, Edward ... – respondi me odiando a cada palavra. – Eu tive um dia estressante com o trabalho e acabei esquecendo do nosso encontro... me desculpa – disse e pude sentir sua animação quebrando do outro lado. E num ímpeto eu soube que não poderia perder a melhor coisa que estava me acontecendo nesses últimos dias. -  Mas assim, se você não se importar de esperar um pouco, eu juro que em 10 minutos estou pronta! – disse tentando soar animada.

— Olha Bella, se não der não tem problema... sei como é ter um dia estressante e ...- eu não aguentei e o interrompi.

— Edward! Meus 10 minutos estão rodando, não posso perdê-los aqui – disse e pude ouvir uma risada fraca do outro lado, então completei séria – Depois do dia de hoje, tudo o que eu mais preciso é sair e me divertir. Te vejo em 9 minutos e 28 segundos. – Disse olhando para meu relógio de pulso e desliguei o telefone sem esperar sua resposta.

Meu arrumei rapidamente e não muito tempo depois estava dentro do carro de Edward. Ele começou a dirigir para fora da cidade e eu espontaneamente franzi as sobrancelhas.

— Achei que seria interessante te levar para conhecer Port Angeles hoje – ele sorriu. – Não é muito longe, uma hora daqui mais ou menos.

— É onde você trabalha, né? – Perguntei curiosa.

— Sim, é uma cidade bem legal e um pouco maior que Forks... o que é bom, pois passaremos despercebidos. – ele sorriu de lado.

— Ahh agora eu entendi... teríamos muita plateia no cinema de Forks?

— E como... seria até provável que saíssemos no jornal – ele disse divertido e eu o acompanhei.

— Deve ser difícil namorar na cidade então... – joguei o comentário no ar, claramente curiosa. – Você já teve muitos problemas em relação a isso? – arrisquei perguntar, ele continuava com um semblante divertido.

— Ah, acho que um pouco durante a escola, mas nada era muito sério naquela época. E então eu saí para a faculdade...

— Hmmm então eu sou seu primeiro caso sério na cidade? – brinquei.

— Então somos algo sério? – ele trucou. E eu fiquei vermelha de vergonha por ter sido pega, então decidi continuar brincando.

— Ah, você sabe como é... o Dog já está bem apegado a minha presença em suas passeadas.

— Ah, mas é claro, foi amor ao primeiro sanduíche roubado. – Ri com seu comentário. Isso é algo que eu gosto muito nele, a forma divertida que ele sempre entra nas minhas brincadeiras.

O resto do caminho foi tranquilo, chegar na cidade foi um choque, pois, realmente, era bem mais movimentada que Forks e La Push. Edward estacionou em frente a um cinema de rua e eu de cara adorei, parecia bem mais intimistas do que os que eu estava acostumada em New York.

Optamos por um filme de comédia qualquer, pegamos nossas pipocas e entramos na sala, um pouco antes do filme começar.

— Faz um bom tempo que não vou ao cinema... – tentei puxar assunto.

— Ah sim, eu também, mas sempre achei uma boa opção para primeiro encontro, tira um pouco a pressão de não deixar o assunto morrer. – ele respondeu e em seguida levou um pouco de pipoca a boca.

— Isso é verdade... mas acho que já estamos em um terceiro encontro, não? – sorri para ele, me inclinando em seguida para pegar um pouco de sua pipoca. Esse ato nos deixou com os rostos bem próximos.

Pude perceber ele engolindo em seco com a proximidade, ao mesmo tempo em que umedecia os lábios. Eu já havia percebido para onde isso nos levaria e não me afastei, porém, no momento que nossos lábios roçaram de leve, a sala do cinema ficou escura indicando o início do filme e acabamos nos afastando no susto.

  Não tivemos mais momentos como esse durante o filme, até porque a comédia não era muito propícia para montar o clima. Entretanto, passamos o longa inteiro com nossos ombros e braços colados sobre o braço da poltrona entre nós.

Eu gostei bastante dessa sensação, foi algo tão natural, estar tão perto assim. E era bom sentir o calor de sua pele grudada na minha. Eventualmente ríamos juntos, ou um de nós fazia um comentário baixo sobre o filme no ouvido do outro. Eu me surpreendi com a intimidade que aparentávamos ter, e como estávamos confortáveis na presença do outro. Se estive estressada em algum momento desse dia, já não me lembrava mais.

— E então, com fome? – ele perguntou quando saímos do cinema, eu respondi concordando com a cabeça. – Legal! Eu não consegui fazer nenhuma reserva... mas podemos ir em um restaurante italiano muito bom por aqui ou então um francês na rua de baixo que... – ele tagarelava nervoso.

— Edward, relaxa, não precisamos de tudo isso – sorri tocando seu braço. – Você vem aqui todo dia... qual é o seu lugar favorito? – ele sorri sem graça e eu continuo. – Estou aqui para conhecer mais sobre você... nada mais justo do que comermos no seu lugar favorito.

Após um pouco de relutância ele concordou e nós fomos caminhando até um food truck que havia na beira do píer. Sentei-me em uma das mesas de plástico do local, enquanto Edward foi buscar nossas pizzas e batata.

— Você certou em cheio, porque eu amo pizza! – Disse maravilhada enquanto atacava meu pedaço com mais uma mordida.

— Só você mesmo... – ele sorria balançando a cabeça e então parando para me olhar - ... consegue continuar linda mesmo devorando esse pedaço com as mãos.

Eu fiquei extremamente sem graça com o seu elogio e tentei sorrir, mas ainda estava com a boca cheia, então acabei fazendo uma careta desengonçada que o fez sorrir ainda mais.

— É disso que eu estou falando, baby! – Ele brincou rindo em seguida.

Terminamos de comer conversando amenidades, e então decidimos caminhar um pouco pelo píer... aproveitando a lua cheia que iluminava a água. Após determinado momento Edward passou a segurar minha mão e foi como se nada mais existisse além de nós dois e aquela vista.

— Espero que esse fim de dia tenha lhe compensado o dia estressante... – ele quebrou o silêncio.

— Nossa, sim, obrigada por isso Edward – sorri o olhando de lado. – Eu adoro sua irmã, mas foi intenso acompanhá-la hoje.

— Ah é mesmo... ela está organizando o casamento de Mônica e Peter. Eu imagino a loucura que deve ser, por isso que ela anda tão sumida.

— Eu brinco, mas ela estava sendo ótima, eu mal aguentei uma tarde daquilo, imagina organizar tudo...

— Realmente, eu nem consigo imaginar. Mas você não tem vontade... de casar dessa forma? – Ele perguntou me pegando de surpresa.

— Festão? Deus que me livre! – respondi amarga, mas logo sorri para disfarçar. – Mas eu estava pensando aqui...

— Ah não Bella, você já vai me pedir em casamento no primeiro encontro? – ele perguntou divertido colocando sua mão livre no peito, fingindo espanto.

— Claro que não, besta – ri e soltei nossas mãos para o empurrar de leve para o lado – Estava pensando que bem que você poderia ser meu date para amenizar a tortura, não acha?

— Hmmmm interessante, mas terei que checar minha agenda. – Ele respondeu nos fazendo ficar um de frente para o outro. – Eu adoraria – ele sorriu colando nossas testas por um segundo e se afastando em seguida, agora suas mãos entrelaçavam as minhas duas.

— Isso caracteriza o que então, nosso segundo encontro? Ou seria o quarto? – perguntei divertida encarando seu olhar.

— Eu acho que é melhor pararmos de contar – ele respondeu mais sério, novamente se aproximando, mas dessa vez colando nossos lábios.

Esse segundo beijo conseguiu ser ainda melhor que o primeiro, nossos lábios se encontraram como velhos conhecidos e cada movimento me fazia querer me agarrar mais contra seu corpo. Emendamos um beijo no outro, nos guiando pelo desejo e conforto que aquele momento trazia.

Como da outra vez, Edward segurava minha cintura com firmeza, quase como se soubesse o quão bambas minhas pernas estavam. Nos separamos depois de um tempo, mas ele ainda me enlaçava firmemente, eu aproveitei então para entrelaçar minhas mãos em sua nuca enquanto retribuía o sorriso que ele estampava para mim.

Nossos olhares se encontraram e eu constatei algo que eu já sabia... eu entrei em um caminho sem volta e extremamente perigoso. Mas ao mesmo tempo, acho que nunca estive tão certa de minhas escolhas.

Passeamos mais pelo píer, como dois adolescentes, trocamos mais beijos, entrelaçamos nossas mãos, observamos a paisagem e, inclusive, em determinado momento Edward tirou o celular do bolso e tirou fotos minhas “sob o luar”. Era impressionante o quão bom ele era em todas essas coisas.

Voltamos para o carro, pois já começava a ficar tarde. Chegando na pousada eu me despedi prometendo encontrar ele e o Dog na manhã seguinte e, mais uma vez, o agradecendo por ter melhorado o meu dia.

Sue já havia se recolhido e então eu tirei minhas botas para subir as escadas sem fazer barulho. Ri pensando em o quão leve eu me sentia, era como ter 17 anos de novo. Entrei no quarto e me preparei para dormir lembrando de tudo que havia acontecido naquele dia.

Até que lembrei de algo específico e em um ímpeto levantei da cama indo até minha bolsa. Peguei meu celular e arranquei o chip, jogando-o em seguida na privada e apertando a descarga.

— Só para garantir – disse para mim mesma. Amanhã eu arranjaria outro. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Esse é sem dúvidas um dos meus capítulos favoritos! Tivemos Beward, tivemos mais pistas do passado da Bella.... o que acham que está por vir? Comentem!!

Muito obrigada aos que continuam por aqui, prometo tentar não demorar muito!

AnaLu



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