O que és para mim, Sirius Black escrita por Nicoles2
Kathlynn entrou na sala comunal.
— por que você ficou em detenção dessa vez? – perguntou Lilian.
— você ficou em detenção? – surpreendeu-se James. – Sem a gente?
Lilian o encarou com sobrancelhas arqueadas.
— er… por que você ficou em detenção, Clark?
Kathlynn riu.
— completei a transformação da Umbridge em uma sapa, apenas.
James riu, mas depois cobriu com uma tosse. Lilian balançou a cabeça.
— Kate, sei que a Umbridge…
— te chamou de sangue-ruim. – completou Kathlynn. – Da próxima vez será pior.
— ela te chamou disso?! – James quase gritou. – Eu vou…
— James! – chamou Lilian. – Não foi… – ela se interrompeu, tinha o chamado pelo nome. – nada demais. – continuou tentando parecer indiferente.
James sorriu.
— qualquer um que te ofenda terá problemas comigo, ruivinha.
Lilian reprimiu um sorriso. Kathlynn riu.
— bem, Pontas, você terá que esperar uma semana. – atravessou a sala. – Ou você pode enfrentar um sapo feio e gordo.
Subiu as escadas para os dormitórios e jogou-se em sua cama. Ficou cantarolando “Bohemian Rhapsody” e procurou o livro de Feitiços entre as cobertas.
Kathlynn cansou da leitura depois de meia hora, então foi para o banheiro tomar banho. Quando saiu da banheira e se secou viu que esquecera as roupas.
— cabeça de trasgo. – xingou-se e se enrolou na toalha.
Saiu do banheiro e gritou.
— AH MINHA MORGANA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?!
Sirius fez uma careta.
— uau, por que ficou tão brava?
Kathlynn não acreditou que ele teve a cara de pau de perguntar.
— OLHE O MEU ESTADO, SEU IDIOTA!
Sirius deu um sorriso maldoso.
— não está mal, mas essa toalha não combina com sua cor.
Kathlynn quis pular no pescoço dele, mas podia acabar soltando a toalha, e isso seria terrível.
— primeiro vou me trocar, depois te mato. – decidiu. – Me dê… – aí parou para pensar. Não ia pedir que Sirius lhe desse suas roupas íntimas.
Sirius riu divertido.
— por que está vermelha?
Kathlynn se inflamou.
— olha Black, cale a boca e saia do meu quarto.
Sirius ergueu as mãos em rendição e levantou.
— tá bem, te espero ali fora. – abriu a porta.
— e por quê? – perguntou Kathlynn, ainda irritada, mas curiosa.
— vamos juntos para a detenção. – saiu e fechou a porta.
Kathlynn segurou um sorriso e pegou suas roupas. Entrou no banheiro e encarou-se no espelho. Tentou não se arrumar muito, afinal só ia para a detenção.
Ah merda, será que pareço estar arrumada? Questionou-se. Prendeu os cabelos e saiu.
— vamos? – perguntou Sirius, parado no batente da porta.
Kathlynn assentiu e desceram.
— por que você ficou em detenção? – perguntou Sirius.
— nada demais. – respondeu baixo. – E você?
Ele deu um sorriso torto.
— nada demais. – olhou-a.
Kathlynn deu uma leve balançada de cabeça e deu um sorrisinho.
— Kate, que horas você vem? – Lilian ergueu os olhos do tabuleiro de xadrez para ela. Franziu as sobrancelhas. – Vão juntos?
— ele também vai cumprir detenção. – respondeu.
James soltou uma risadinha para as peças, como se tivesse obtido a vitória em seus pensamentos.
Kathlynn deu um sorriso provocativo.
— ora, Lily, o que estão apostando?
Lilian ficou vermelha.
— um encontro, se eu vencer. – respondeu James.
— eu vou ganhar, okay? – disse na defensiva.
Sirius gargalhou.
— aposto no Pontas.
Kathlynn ficou quieta um pouco sobre o olhar de Lilian.
— aposto na Lily. – disse. Depois completou baixinho: – Mas torço pelo James.
Sirius pareceu ter ouvido, pois um pequeno sorriso surgiu nos lábios.
— vamos.
— tchau.
Os dois saíram.
— o que vamos ter que fazer? – perguntou Kathlynn para Filch.
O zelador a olhou com desdém.
— encontrem tudo nessa lista. – entregou a ela um pergaminho com vários itens e saiu.
Kathlynn leu e bufou.
— ótimo, uma caça de tesouros. – rangeu os dentes e entregou o pergaminho a Sirius. – vamos levar a noite toda.
Sirius riu.
— não a noite toda. – disse. Kathlynn olhou-o cética. – É serio. Fui eu que escondi, então sei onde tudo está.
Kathlynn ficou indecisa entre dar um abraço ou estapeá-lo, então manteve-se a uma distancia segura de si mesma.
— okay, então vamos.
Depois de mais ou menos uma hora terminaram de recolher quase todos os itens, faltando apenas um. Foram para a Torre de Astronomia.
— então, onde está? – perguntou Kathlynn.
Os olhos de Sirius brilharam.
— vem. – pegou o pulso dela e a levou para a sacada. Subiu no balaustre e ergueu Kathlynn para junto dele. – Temos que escalar um pouco.
Kathlynn gargalhou.
— você está brincando, né? – encarou os olhos prateados do garoto e viu que era sério. – Se nós cairmos daqui, a gente morre, Sirius.
Ele deu seu sorriso torto típico.
— eu sei. – disse. – Mas não vamos cair.
Kathlynn apertou os olhos um pouco, depois suspirou.
— tá.
Os dois começaram a subir. Demoraram um pouco – Kathlynn quase caiu três vezes –, mas acabaram no telhado, com uma vista maravilhosa dos terrenos de Hogwarts, e do castelo em si.
As colinas, a floresta, a lua refletida no lago, as estrelas brilhando sem nenhuma nuvem as cobrindo… Era a paisagem mais linda que Kathlynn já vira.
Olhou para Sirius sentado ao seu lado e perdeu um pouco o ar, o coração disparou. Estava lindo, como sempre, mas banhado pela luz da lua, com o reflexo das estrelas em seus olhos prateados, Kathlynn não pode evitar uma pequena agonia por não tê-lo.
— o que acha? – perguntou ele.
Kathlynn limpou a garganta.
— er… um lugar estranho para guardar um livro. – disse.
Sirius riu.
— você está certa, não está aqui.
Kathlynn desviou um pouco os olhos.
— por que estamos aqui, então?
— apenas para que você visse. – ele ergueu a mão e tocou o rosto da garota. – Você gostou?
Kathlynn pegou a mão de Sirius e a afastou.
— quantas você trouxe aqui? – sua voz saiu calma.
Sirius sorriu.
— você acha que mais alguém subiria aqui? – riu. – Você é louca, não esqueça.
Kathlynn segurou uma risada.
— obrigada. – disse meio em dúvida.
Sirius abraçou sua cintura e inclinou-se um pouco para ela.
— não sei por que, Kate, mas eu gosto de você.
Kathlynn não conseguiu sustentar o olhar de Sirius, então olhou para a bela paisagem a frente. Embora seu coração disparasse alegremente, ela não conseguia sentir que aquilo era real.
— Sirius… isso não é verdade.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— por que não seria? – perguntou.
Kathlynn comprimiu os lábios.
— porque não consigo acreditar. – disse. Balançou a cabeça levemente. – Melhor a gente descer.
Kathlynn tirou a mão de Sirius de sua cintura e apoiou-se em seu braço para se erguer. A telha em que se apoiou desprendeu-se e ela escorregou.
— Sirius! – gritou ela. Ele segurou seu braço e puxou para cima de novo, em segurança. – O-obrigada.
Eles estavam próximos novamente. A respiração descompassada de Kathlynn não era mais pelo susto.
— Merlin…
Sirius a interrompeu com um beijo, que ela tentou recusar, mas definitivamente não pôde.
Kathlynn cerrou os olhos quando se afastaram.
— por que você faz isso? – perguntou com irritação, tristeza e decepção marcados na voz.
Kathlynn se afastou mais uma vez, mas agora com mais cuidado, e começou a descer. Sirius a seguiu.
— Kate… – ela saiu correndo quando alcançaram a sala de Astronomia.
Kathlynn queria sentir que tudo aquilo a fazia especial, que o momento a fazia especial, mas só se sentiu mais uma.
— sou tão estúpida. – se dizia enquanto voltava para a Torre da Grifinória.
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