O que és para mim, Sirius Black escrita por Nicoles2


Capítulo 6
Starlight




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Kathlynn entrou na sala comunal.

— por que você ficou em detenção dessa vez? – perguntou Lilian.

— você ficou em detenção? – surpreendeu-se James. – Sem a gente?

Lilian o encarou com sobrancelhas arqueadas.

— er… por que você ficou em detenção, Clark?

Kathlynn riu.

— completei a transformação da Umbridge em uma sapa, apenas.

James riu, mas depois cobriu com uma tosse. Lilian balançou a cabeça.

— Kate, sei que a Umbridge…

— te chamou de sangue-ruim. – completou Kathlynn. – Da próxima vez será pior.

— ela te chamou disso?! – James quase gritou. – Eu vou…

— James! – chamou Lilian. – Não foi… – ela se interrompeu, tinha o chamado pelo nome. – nada demais. – continuou tentando parecer indiferente.

James sorriu.

— qualquer um que te ofenda terá problemas comigo, ruivinha.

Lilian reprimiu um sorriso. Kathlynn riu.

— bem, Pontas, você terá que esperar uma semana. – atravessou a sala. – Ou você pode enfrentar um sapo feio e gordo.

Subiu as escadas para os dormitórios e jogou-se em sua cama. Ficou cantarolando “Bohemian Rhapsody” e procurou o livro de Feitiços entre as cobertas.

Kathlynn cansou da leitura depois de meia hora, então foi para o banheiro tomar banho. Quando saiu da banheira e se secou viu que esquecera as roupas.

— cabeça de trasgo. – xingou-se e se enrolou na toalha.

Saiu do banheiro e gritou.

— AH MINHA MORGANA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?!

 Sirius fez uma careta.

— uau, por que ficou tão brava?

Kathlynn não acreditou que ele teve a cara de pau de perguntar.

— OLHE O MEU ESTADO, SEU IDIOTA!

Sirius deu um sorriso maldoso.

— não está mal, mas essa toalha não combina com sua cor.

Kathlynn quis pular no pescoço dele, mas podia acabar soltando a toalha, e isso seria terrível.

— primeiro vou me trocar, depois te mato. – decidiu. – Me dê… – aí parou para pensar. Não ia pedir que Sirius lhe desse suas roupas íntimas.

Sirius riu divertido.

— por que está vermelha?

Kathlynn se inflamou.

— olha Black, cale a boca e saia do meu quarto.

Sirius ergueu as mãos em rendição e levantou.

— tá bem, te espero ali fora. – abriu a porta.

— e por quê? – perguntou Kathlynn, ainda irritada, mas curiosa.

— vamos juntos para a detenção. – saiu e fechou a porta.

Kathlynn segurou um sorriso e pegou suas roupas. Entrou no banheiro e encarou-se no espelho. Tentou não se arrumar muito, afinal só ia para a detenção.

Ah merda, será que pareço estar arrumada? Questionou-se. Prendeu os cabelos e saiu.

— vamos? – perguntou Sirius, parado no batente da porta.

Kathlynn assentiu e desceram.

— por que você ficou em detenção? – perguntou Sirius.

— nada demais. – respondeu baixo. – E você?

Ele deu um sorriso torto.

— nada demais. – olhou-a.

Kathlynn deu uma leve balançada de cabeça e deu um sorrisinho.

— Kate, que horas você vem? – Lilian ergueu os olhos do tabuleiro de xadrez para ela. Franziu as sobrancelhas. – Vão juntos?

— ele também vai cumprir detenção. – respondeu.

James soltou uma risadinha para as peças, como se tivesse obtido a vitória em seus pensamentos.

Kathlynn deu um sorriso provocativo.

— ora, Lily, o que estão apostando?

Lilian ficou vermelha.

— um encontro, se eu vencer. – respondeu James.

— eu vou ganhar, okay? – disse na defensiva.

Sirius gargalhou. 

— aposto no Pontas.

Kathlynn ficou quieta um pouco sobre o olhar de Lilian.

— aposto na Lily. – disse. Depois completou baixinho: – Mas torço pelo James.

Sirius pareceu ter ouvido, pois um pequeno sorriso surgiu nos lábios.

— vamos.

— tchau.

Os dois saíram.

— o que vamos ter que fazer? – perguntou Kathlynn para Filch.

O zelador a olhou com desdém.

— encontrem tudo nessa lista. – entregou a ela um pergaminho com vários itens e saiu.  

Kathlynn leu e bufou.

— ótimo, uma caça de tesouros. – rangeu os dentes e entregou o pergaminho a Sirius. – vamos levar a noite toda.

Sirius riu.

— não a noite toda. – disse. Kathlynn olhou-o cética. – É serio. Fui eu que escondi, então sei onde tudo está.

Kathlynn ficou indecisa entre dar um abraço ou estapeá-lo, então manteve-se a uma distancia segura de si mesma.

— okay, então vamos.

Depois de mais ou menos uma hora terminaram de recolher quase todos os itens, faltando apenas um. Foram para a Torre de Astronomia.  

— então, onde está? – perguntou Kathlynn.

Os olhos de Sirius brilharam.

— vem. – pegou o pulso dela e a levou para a sacada. Subiu no balaustre e ergueu Kathlynn para junto dele. – Temos que escalar um pouco.

Kathlynn gargalhou.

— você está brincando, né? – encarou os olhos prateados do garoto e viu que era sério. – Se nós cairmos daqui, a gente morre, Sirius.

Ele deu seu sorriso torto típico.

— eu sei. – disse. – Mas não vamos cair.

Kathlynn apertou os olhos um pouco, depois suspirou.

— tá.

Os dois começaram a subir. Demoraram um pouco – Kathlynn quase caiu três vezes –, mas acabaram no telhado, com uma vista maravilhosa dos terrenos de Hogwarts, e do castelo em si.

As colinas, a floresta, a lua refletida no lago, as estrelas brilhando sem nenhuma nuvem as cobrindo… Era a paisagem mais linda que Kathlynn já vira.

Olhou para Sirius sentado ao seu lado e perdeu um pouco o ar, o coração disparou. Estava lindo, como sempre, mas banhado pela luz da lua, com o reflexo das estrelas em seus olhos prateados, Kathlynn não pode evitar uma pequena agonia por não tê-lo. 

— o que acha? – perguntou ele.

Kathlynn limpou a garganta.

— er… um lugar estranho para guardar um livro. – disse.

Sirius riu.

— você está certa, não está aqui.

Kathlynn desviou um pouco os olhos.

— por que estamos aqui, então?

— apenas para que você visse. – ele ergueu a mão e tocou o rosto da garota. – Você gostou?

Kathlynn pegou a mão de Sirius e a afastou.

— quantas você trouxe aqui? – sua voz saiu calma.

Sirius sorriu.

— você acha que mais alguém subiria aqui? – riu. – Você é louca, não esqueça.

Kathlynn segurou uma risada.

— obrigada. – disse meio em dúvida.

Sirius abraçou sua cintura e inclinou-se um pouco para ela.

— não sei por que, Kate, mas eu gosto de você.

Kathlynn não conseguiu sustentar o olhar de Sirius, então olhou para a bela paisagem a frente. Embora seu coração disparasse alegremente, ela não conseguia sentir que aquilo era real.

— Sirius… isso não é verdade.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— por que não seria? – perguntou.

Kathlynn comprimiu os lábios.

— porque não consigo acreditar. – disse. Balançou a cabeça levemente. – Melhor a gente descer.

Kathlynn tirou a mão de Sirius de sua cintura e apoiou-se em seu braço para se erguer. A telha em que se apoiou desprendeu-se e ela escorregou.

— Sirius! – gritou ela. Ele segurou seu braço e puxou para cima de novo, em segurança. – O-obrigada.

Eles estavam próximos novamente. A respiração descompassada de Kathlynn não era mais pelo susto.

— Merlin…

Sirius a interrompeu com um beijo, que ela tentou recusar, mas definitivamente não pôde.

Kathlynn cerrou os olhos quando se afastaram.

— por que você faz isso? – perguntou com irritação, tristeza e decepção marcados na voz.

Kathlynn se afastou mais uma vez, mas agora com mais cuidado, e começou a descer. Sirius a seguiu.

— Kate… – ela saiu correndo quando alcançaram a sala de Astronomia.

Kathlynn queria sentir que tudo aquilo a fazia especial, que o momento a fazia especial, mas só se sentiu mais uma.

— sou tão estúpida. – se dizia enquanto voltava para a Torre da Grifinória.


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