Uma canção de Sakura e Tomoyo: beijos e despedidas escrita por Braunjakga


Capítulo 19
A hora mais escura (Parte II)




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I

 

Hikaru foi a primeira a atacar. Deu uma, duas, três espadadas no bastão dele, mas ele não cedeu. Syaoran veio rasgando com a espada na horizontal, mas ele se defendeu. Kero foi o próximo. O leão soltou uma rajada de fogo contra Cláudio, usando a boca como um lança chamas.

Uma bola de fogo envolveu o homem, terminando por subir numa espiral. Cláudio ainda estava bem. Parecia que tinha criado uma espécie de barreira mágica com a arma que tinha nas mãos. Um círculo mágico preto apareceu debaixo de seus pés no momento do ataque. Era o momento da reação.

O mago negro rodopiou no ar e deu uma estocada em Syaoran. O chinês se defendeu como pode com a espada. Hikaru foi ajudá-lo. Kero soprou um jato de chamas na agente e os poderes mágicos de fogo dela aumentaram. Um brilho laranja envolveu sua espada e sua lâmina queimava como uma fogueira. Só de fazer cortes no ar com ela, uma rajada vermelha de calor atingiu Cláudio, impedindo que ele avançasse contra Syaoran ainda mais.

Os três voltaram a se trombar de novo. Hikaru de um lado, Syaoran de outro e Cláudio no centro. O mago negro rodopiava o bastão com uma agilidade que espantava. Sakura tentava se encaixar no meio daquele combate, sem muito sucesso.

— Kero-chan, me dá uma dica, que carta que eu uso? – A cardcaptor estava insegura. Um brilho veio do fundo dos olhos do guardião e ele respondeu:

— Por que você não tenta a carta espada? – Ele correu apressado e soltou outra rajada de fogo contra Cláudio, dessa vez com mais força. 

Uma espiral de fogo envolveu novamente aquele mago, se dissipando logo em seguida. Uma esfera negra que emitia raios apareceu nas mãos de Cláudio, assim que o turbilhão desapareceu. Aquilo estava apontando para Sakura. Ele dispararia aquilo contra ela a qualquer momento.

— Sakura! – Kero gritou. O guardião correu e lançou um jato de fogo concentrado contra a magia. A esfera foi mais forte, atravessou o jato de Kero e pegou o leão de surpresa. Ele caiu nocauteado na hora. Foi como se tivesse levado um soco na cara.

— Kero-chan! – Sakura gritou. – Espada! – Ela levantou o báculo e ele se transformou na carta espada, dessa vez, a carta estava um pouco diferente; estava muito mais leve. Seu punho e guarda-mão eram feitos todo de plumas. Parecia que não dava para segurar a arma, mas Sakura viu que ainda conseguia manejá-la com facilidade. Precisava ajudar o guardião.

Ela correu e bateu com a cara numa parede invisível. Um círculo mágico estava sobre os pés de Cláudio e envolvia todo mundo dentro dele, inclusive Hikaru e Syaoran. Eles logo perceberam que estavam dentro de uma armadilha, por isso a Cardcaptor não conseguiu ajudar os companheiros.

— Sakura! – disse Syaoran, olhando para a agente. – Ela não consegue entrar, Hikaru! 

— Então vamos tratar de criar uma abertura!

Os dois partiram com tudo contra o homem. Cláudio não se intimidou. Seu ataques ficaram cada vez mais virulentos. Começava a dar estocadas nas costelas, punhos e faces dos dois.

— Shoran-kun! Hikaru-chan! – dizia Sakura, batendo as mãos na barreira sem poder fazer nada.

— Mas que droga! – disse Hikaru. Ela fechou os olhos, seu punho tremeu e uma espécie de lobo apareceu de dentro da luva branca que usava. – Rayearth! – Um lobo grande, feito puramente de chamas apareceu. A fera correu contra o mago negro, mas ele novamente se defendeu. Dessa vez, Cláudio não teve sorte, o lobo atravessou o corpo dele e derrubou o homem, explodindo numa rajada de chamas que quase queimou a capa vermelha dele. A barreira enfraqueceu um pouco, e Sakura conseguiu entrar.

— Vamos nessa! – gritou Syaoran. Ele e a policial correram para tentar parar Cláudio. Em vão, pois ele logo se recuperou do choque com um pulo e deu uma rasteira em Syaoran usando o bastão. O pequeno guerreiro caiu e bateu com a cara no chão.

— Syaoran!

— Shoran! 

Cláudio levantou a mão e o pequeno lobo flutuou no ar. Uma espécie de corrente feita de energia negra rodeou o pescoço dele. Syaoran sufocava e tentava resistir. Não adiantou. Ele perdeu as forças e desmaiou. O mago negro jogou o menino para longe do círculo mágico. Sakura ficou boquiaberta e nem soube como reagir.

— Mas que droga! – gritou Hikaru. Sozinha, a policial tinha pouca chance contra ele. Tentou dar um golpe e mais outro, mas Cláudio parecia dominar a situação. A agente ficou muito cansada depois que usou tanta energia mágica para chamar o lobo de fogo e não conseguia encaixar mais os golpes. Cláudio achou uma brecha e bateu com o bastão no queixo dela. hikaru ficou tonta e o homem deu uma estocada forte na costela dela. Foi o bastante para que ela caísse.

— Hikaru-chan! – Sakura correu com tudo para acudir a agente.

— Sakura, você pode vencer ele! Você tem as cartas do seu lado e essa barreira que ele levantou tá bloqueando meus poderes! 

— Como assim!?

— Meus poderes não são da Terra, são de Zephir, são de outro mundo… 

— Se você não pode contra ele, como eu posso?

— Você tem muita gente que acredita em você, simples assim… – Hikaru sorria, segurando a costela ferida com a mão.

— Eu não ficaria tão otimista assim… – Cláudio criou uma bola de energia negra com as mãos e Sakura, meio no impulso, levantou-se rapidamente e rebateu a magia contra ele, usando a carta espada. O mago, não esperando por aquilo, não conseguiu se defender e caiu na hora com o impacto do próprio golpe.

— Tá vendo? Vai lá e luta como uma garota! – disse Hikaru. Sakura ainda ficou parada e a policial berrou de novo:

— Vai lá! 

Sakura fez sim com a cabeça e correu contra aquele homem idoso. Hesitando, a espada bateu contra o bastão. Sakura deu um, dois, três, quatro, cinco golpes e no sexto, rompeu a arma que aquele homem usava, para surpresa dele.

— Força! – Sakura nem sequer pegou a carta e saiu dando um soco nele. Ele voou pelos ares, da mesma forma que tinha feito com Syaoran. – Isso foi pelo Shoran!

Sem a arma, Cláudio usou as mãos para criar uma esfera de energia. Ele alongou a magia e soltou contra os pés de Sakura.

— Pulo! – Só de falar o nome da carta, Sakura saltou sobre a magia dele, deu mais outro salto e pulou com tudo no queixo dele. – Isso é pela Hikaru! 

— Não, eu não posso perder! – Raios saíram das mãos dele e ele lançou toda aquela energia contra Sakura. Ela levantou a espada na altura do rosto e se defendeu. Os raios voltaram contra Cláudio, eletrocutando-o. – Isso foi pela Tomoyo!

— Maldita! – Cláudio olhou para os céus, implorando ajuda. – Grande Enric Miró, por favor, me empresta seu poder! – Uma nuvem apareceu no céu em cima deles e um raio vermelho caiu com força sobre Cláudio. Ele soltou um rugido horrível e o corpo dele começou a se transformar, borbulhando com o impacto da magia.

— Mas, o que é isso? – Um círculo de chamas apareceu, isolando a moça de Hikaru, Syaoran, Kero, Tomoyo e o resto do pessoal. Sakura ficou em pânico. O corpo de Cláudio queimava e se transformava. Um par de asas, como as de um pterodáctilo, saiu de suas costas. Seu pescoço esticou como o de uma girafa, sua cabeça se transformou e uma cauda enorme saiu de suas costas. O homem tinha virado um dragão vermelho. Suas mãos e pés agora eram patas. Ele pousou na frente de Sakura e soltou mais um rugido. A boca dele se abriu e, dava para ver que sua garganta era quente e brilhante como fornalha. Ele estava se preparando para soltar uma bola de fogo gigantesca contra todos. 

— Meu Deus, como eu faço pra enfrentar isso? – Sakura chorou.

— Sakura, usa a espada! – Era Tomoyo. Mancando por conta da perna engessada, a morena saiu correndo do lado de Fujitaka e Touya para ajudar a amiga.

— Tomoyo!

— Tomoyo!

Ela pegou a espada de Syaoran, jogada no chão ao lado do corpo desfalecido dele, e jogou para a parceira querida que estava dentro do círculo de chamas. – Usa o poder do Syaoran-kun pra enfrentar esse dragão!

Sem ter muito o que fazer, Sakura pegou a espada e se preparou para o pior. A bola de fogo já estava a caminho e não conseguiria se defender daquilo a tempo, como tinha se defendido da esfera negra e da rajada de raios. A cardcaptor segurou a espada de Syaoran para trás, a bola de fogo veio e, antes de atingir a moça, Sakura soltou a mão e cortou a magia em duas metades. As partes da rajada mágica bateram nos limites da barreira de Subaru e explodiram. 

Kero, Syaoran e os demais agentes despertaram com o tremor da explosão. Ficaram chocados vendo aquele imenso dragão na frente de Sakura e a barreira de fogo que isolava os dois.

— Sakura! – gritou o Cardcaptor. 

O imenso dragão vermelho rugiu, frustrado. Sakura cruzou as espadas que tinha na altura do peito, pulou rodopiando em cima da cabeça do dragão e soltou as espadas, cortando o pescoço dele. O dragão arregalou os olhos e tombou na hora. Estava morto. 

A barreira de chamas desapareceu e os policiais cercaram o dragão.

— Sakura!

— Shoran!

Os dois correram um para o outro e se abraçaram. A luta acabou. 

— Pensei que ia morrer! – disse Sakura.

— Está tudo bem, está tudo bem agora! – disse Syaoran.

 

II

 

Subaru desfez a barreira mágica que criou e, felizmente, o carro de Fujitaka e as viaturas de polícia ainda estavam intactas. Se o policial tivesse morrido, aqueles danos seriam permanentes. Nenhum dano feito com magia é permanente dentro de uma barreira daquelas.

— Puxa vida! Ainda bem que meu carrinho sobreviveu! – comentou Fujitaka.

— Ter que ajudar a pagar outro seria dureza… – complementou Touya.

Um enorme furgão da agência nacional de polícia, cheio de grades, estava parado na frente do hospital. Um outro furgão com uma antena grande no teto estava parado do lado dele. Era o furgão de notícias da NHK e uma repórter anunciava a notícia do dia:

— Está sendo preso agora o assassino do Agente Kenji Yanagisawa, da polícia nacional, e do guarda urbano de Tomoeda, Izuki Midoriya. Cláudio Ricieri tem 69 anos e é de nacionalidade italiana. Ele atuava junto com um comparsa chamado Domingo Abarca, 21 anos, de nacionalidade filipina. O parceiro dele já havia sido capturado na rodovia 468, mas entrou em conflito com a polícia e morreu. O crime foi cometido no começo do mês num beco de Tomoeda, perto do distrito comercial, com um bastão de ferro. Arma esta, inclusive, que estava presente no momento da captura. – A jornalista apontou para a tampa do motor de uma viatura, onde estava o bastão de Cláudio. – Ele estava tentando cometer outro crime na frente do hospital quando foi capturado. Eu estou aqui, agora com a agente Hikaru que pode dar mais detalhes. – A repórter chegou perto da oficial e apontou o microfone para ela. – Agente, foi difícil localizar e capturar os criminosos?

— Foi difícil, sim, porque a gente não tinha uma pista desde o começo. Então, eles começaram a se mexer e iniciamos uma linha de investigação. Felizmente, nossas hipóteses estavam certas e hoje capturamos ele!

— Agente, você sabe me informar o que eles pretendiam ou isso é um caso de assassinato em massa?

— Não posso dar mais detalhes, sigilo da investigação. – Hikaru saiu de frente da repórter.

— Está certo! Continuando, estamos aqui com os agentes Nakajima e Kuribayashi, colegas do agente Kenji, que… 

Cláudio não morreu com o ataque de Sakura. Seu corpo voltou ao normal e a luta acabou. Os agentes chamaram reforços e a imprensa ficou sabendo. Os policiais algemaram o mago negro, colocaram dentro do furgão, fecharam a porta e partiram.

— O que será que vai acontecer com ele? Gente! É um perigo se ele voltar pras ruas… – disse Sonomi.

— Não se preocupe! Já falei com a Hinoto, que comanda a autoridade mágica japonesa, e ela me disse que ele vai passar pelo processo normal na justiça comum. Em breve, a gente vai mandar ele pra uma cela em Iwo Jima…

— Se for em Iwo Jima tá bom! – disse Kero.

— Espera aí, tem prisão em Iwo Jima? – indagou Fujitaka, confuso.

— Senhor Fujitaka, seja como for, ele só é um capacho enviado por alguém. Os peixões ainda estão longe da gente… – finalizou Subaru.

Todo mundo ficou espantado com a revelação.

Do outro lado da rua, médicos cercavam Sakura, Tomoyo e Syaoran.

— Você tá bem, Sakura?

— Tô sim! Tô bem sim! Foi por causa de vocês dois que a gente tá aqui se falando. – Sakura sorriu e apertou as mãos do pequeno e e da costureira.

— Nem acredito que tudo já acabou! Eu achei que ele tinha virado um dragão de verdade! – disse Tomoyo.

— Ele não virou porque ele não domina esse poder. Isso é uma coisa que veio de fora, não de dentro dele. – explicou Syaoran – Por isso que a Sakura conseguiu derrotar ele só com aquele corte no pescoço…

— Eu pensei que tinha matado ele de verdade! Cruzes! – Sakura se arrepiou toda. – Daí, ele se transformou e fiquei mais aliviada. Acho que eu não ia conseguir dormir se eu tivesse feito uma coisa dessas… 

— Você ia conseguir sim… Só pensar que, se não fosse ele, seria você… – disse Tomoyo, olhando só para o chão. Sakura e Syaoran ficaram atônitos com o que ela disse.

— Será que a gente vai precisar lutar mais, hein? – perguntou a cardcaptor.

— Talvez sim, Sakura, talvez sim… Acho que isso é apenas um começo… – respondeu Syaoran.

Nós céus, duas coisas parecidas com morcegos enormes voavam, projetando uma sombra enorme no chão. Os três amigos olharam para aquilo desconfiados.

 

Continua… 


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