O Leitor escrita por Cláudia Batiston


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Este é um dos capítulos que mais gosto, quando o amor amadurece e estão prontos para estarem juntos.



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Apesar do receio de que ele fosse se afastar dela, Maze foi surpreendida por pequenos atos de carinho, como flores deixadas sobre sua mesa de trabalho, um pedaço de bolo trazido em meio ao expediente. Recadinhos carinhosos dentro de livros. Ambos estavam respeitando o tempo um do outro para se adaptar as confissões feitas.

Longas conversas no meio do expediente, onde ele descobriu que Maze sentia falta do filho e que algumas vezes havia pensado em voltar a morar com a criança. Descobriu que Olímpia estava cuidando da criança e dando todo apoio material que ela precisava e que Maze enviava seu ordenado para ela usar com o pequeno.

E que Argus não sabia da história e do medo dela de que ele viesse a descobrir, eles eram como irmãos e seu primo era conhecido por ser protetor e assustador quando desejava.

— De fato, o dom dele me assusta. Já o vi fazendo coisas impensáveis só com um olhar. Agradeço muito por estar sob a proteção dele e não contra ele. – Com isto Modred foi obrigado a concordar. Argus era mesmo assustador e quando ficava com raiva era capaz de usar com muita frieza o talento que a vida havia lhe dado.

Ele queria saber o nome do homem que havia a molestado, mas sabia que ela ainda não estava pronta para dizer. Passava os dias remoendo para saber como faria para descobrir e já tinha decidido que cedo ou tarde iria perguntar ao primo com quem ela havia trabalhado e se ele resolvesse se vingar por ela, ajudaria Argus de boa vontade a manda-lo para o inferno.

Maze passava os dias evitando ao máximo Tia Dot, que andava muito azeda (como Hector fez questão de dizer durante o chá da tarde), e ficava cuidando de Catryn e de seus filhos.

Modred sentia que a única coisa que ele queria era casar com ela e dar a chance de reconstruir sua vida, só não tinha encontrado um jeito de convence-la a passar por cima das ideias antiquadas de sua tia Dot, e que representavam a realidade imposta pela corte.

Quando a noite ia alta e todos dormiam, ele escorregava para o quarto dela e lá ficava, conversando e trocando pequenas confidencias, e quando não podia fazer isto, procurava dar um jeito de deixar algum aviso ou pequeno lembrete que ele tinha estado por lá.

— Ora, ora! Mais uma vez escorregando para dentro do quarto de Maze?

Orion quase matara Modred de susto. Era uma hora da manhã e não esperava encontrar mais ninguém pela casa. O susto foi tão grande, que ele chegou a pensar em procurar uma arma para se defender.

Seu primo estava de roupão, cabelos soltos, voltando da cozinha e vinha trazendo uma caneca de chá fumegante para o quarto.

— Espero contar com sua discrição, Orion. Essa casa já tem olhos demais para me vigiar.

— Com toda certeza querido primo, mas recomendo que da próxima vez, venha descalço ou, no mínimo, tente andar nas pontas do pé. Você faz muito barulho quando anda.

Orion estava se divertindo muito com toda aquela situação, para ele parecia que estava vendo o namoro de dois adolescentes, descobrindo a vida, vivendo o primeiro amor.

— Anotado o recado, querido primo.

— Modred, você não é mais criança. Assuma este namoro, enfrente tia Dot. Se ela é quem você quer, não permita que ninguém fique entre vocês, nem mesmo nossa tia ou o rei. Ela é uma boa moça, vítima de nossa sociedade inescrupulosa, e não é porque ela não nasceu em berço de ouro que não sirva para ser a sua Milady.

— Você sabe o que aconteceu com ela?

— Exatamente o que aconteceu não. Mas quando estava vindo para cá, Olímpia pediu para que eu ficasse de olho nela e caso ela precisasse de socorro, era pra eu estar disposto a dar. E nossa amada prima, enxerida que só, não iria falar algo assim se não tivesse a combinação: gostar de Maze e Maze ter problemas para resolver.

— Posso contar com sua discrição, Orion?

— Sempre Modred, sempre. Inclusive, acho que já passou da hora de arrastar a jovem diante do pároco e pedir a benção dessa união. Mas, você sabe quando será o melhor momento.

— Não conte para Catryn.

— Desnecessário. Ela sabe que tem algo acontecendo entre vocês. Já perguntou algumas vezes a Maze o que seria, mas ela sempre respondeu com evasivas. Catryn está disposta a trabalhar para que vocês fiquem juntos. E, se depender de minha mulher, seremos os padrinhos de vocês.

Ele não sabia se ficava com raiva ou se sentia alegria por saber que tinha membros de sua família o apoiando. Sentiu vontade de dar um soco em Orion só para tirar aquele sorriso petulante da cara dele, mas fazer uma cena por isto só iria atrair mais olhares para si e não queria isto.

— Família mais fofoqueira essa minha. Boa noite, sir. Orion. – A risada de seu primo o acompanhou até a porta do quarto dela.

De fato se sentia um adolescente diante daquela situação. Estava na hora de pedir Maze em casamento e de enfrentar a decisão que havia tomado. Sabia que conseguiria mais viver sem aquela mulher. Mas ainda tinha receios do que sua família iria falar. Talvez fosse a hora de mandar tudo para o inferno e enfrentar a decisão que seu coração havia tomado.

Modred entrou no quarto e a encontrou dormindo, a luz da lua entrava sutilmente pela janela de vidro, porque ela odiava a escuridão. Ela estava linda, com os cabelos acobreados espalhados sobre o travesseiro e a mão apoiada a sua frente, parecia uma menina descansado ao final de um enorme dia de traquinagens e travessuras.

Hoje não haverá conversas, nem mesmo beijos roubados à noite. Irei deitar ao lado dela e se possível adormecer sentindo seu cheiro. Não vou avançar, mas também não vou perder a oportunidade de senti-la ao meu lado em sua cama.”

Com isso em mente, tirou botas, meias, casaco, calça e colete, ficando apenas de ceroulas e camisa. A cama dela não era tão grande quanto a dele, mas cabiam os dois perfeitamente ali. Puxou as cobertas e aos poucos foi entrando na cama. O calor que emanava do corpo dela, o deixou excitado.

— Maze querida, deixa eu deitar aqui com você.

Ela abriu lentamente os olhos, observou como ele estava lindo, somente de camisa branca, lembrou que estava de camisola, ficou envergonhada. Puxou as cobertas para cima do corpo, mas aos poucos a ideia de sentir o calor dele a levou a decidir que já tinha passado da hora de ir adiante, de se permitir ser feliz ao lado dele.

Estava cansada de fugir daquele homem que lhe dava tanto carinho, sem esperar algo em troca.

Permitiu que ele deitasse em sua cama e imediatamente o doce cheiro dele a alcançou, ela se sentiu desperta como nunca tinha sentido em toda sua vida ao se encostar no corpo dele.

O calor dela passava por suas roupas, aquecia até sua alma. Modred se deu conta que a ideia de apenas dormir ao lado dela não fora muito inteligente. Ficaria a noite inteira acordado tentando controlar seus desejos. E quando ela se enroscou em seu corpo, foi impossível negar o desejo que sentia por ela.

Tomando seus lábios em um doce beijo, apertou o corpo dela junto ao seu e alisou suas costas. Sentiu que ela não o afastou, mas permitiu que ele a tocasse por inteiro.

Suas mãos escorregaram por suas costas e alisaram sua bunda firme e redonda, enquanto suas coxas delgadas e rígidas se enroscavam nas suas.

Sentia seus seios contra o peito dele, sentia as mãos dele em seu corpo e desejava mais, bem mais. Queria senti-lo tão perto dela, retribuía o carinho que recebia e alisava as costas e a bunda dele, descobrindo que ele não precisava de enchimentos, que seu corpo era másculo e forte.

A paixão era inebriante, o cheiro e o gosto dele a deixava tonta. Fazia tempo que ela se perguntava como seria dormir com ele, fazer amor com ele. Tinha medo que ele não gostasse dela, mas os carinhos que ele lhe dava, afastavam seus temores.

Ele tocou os seios fartos sobre a delicada camisola de linho, nem mesmo aquele peça tão simplória conseguia esconder aqueles seios que ele desejava sentir em sua boca.

— Adoro seus seios. Como tenho desejo de beijá-los. – murmurou entre os lábios dela, sentido o bico rígido ao contato de suas mãos.

— Beije-os. – Ela murmurou e esfregou um pouco mais o corpo nele.

— Tem certeza que quer isto?

— Tenho, se eu não perder esse medo, nunca mais irei perde-lo e me tornarei uma mulher frustrada. Você aquece não só meu corpo, mas meu coração também.

E o beijou com paixão, não se permitindo mudar de ideia. Precisava senti-lo, tocar a pele dele, sentir o gosto dele na boca dela. Retirou a camisa dele e admirou o peitoral másculo e a pele sedosa, ligeiramente bronzeada, com um pequeno tufo de pelos, que subiam da cintura para o peito.

O ato de se ver sem camisa, os beijos e o que ela lhe disse venceram seus últimos receios, e sem parar para pensar, retirou a camisola dela pela cabeça. Sua respiração falhou ao ver o quão linda ela era.

Se com roupas suas formas ficavam escondidas, sem elas, era possível ver que a cintura era firme, o corpo bem torneado e os seios fartos eram deliciosos. Realizando seus desejos, ele afundou a cabeça e se saciou neles.

Quando prendeu o bico de um dos seios entre seus dentes, ela gemeu de prazer e cravou as unhas em suas costas. O que lhe deu mais vontade de possui-la. Mas iria devagar, ela precisava sentir que era amada e desejada, precisava receber prazer. Seria como se fosse a primeira vez para ela, e ele queria não lhe negar nenhuma doçura do que podiam viver juntos.

Alisando suas coxas, tocou entre suas pernas e foi brincando com sua feminilidade, alisando, acariciando, colocou um dedo e depois outro, para sentir o quão úmida ela estava. O quão preparada para recebe-lo.

De repente Maze sentiu as mãos dele em seu sexo e por um momento pensou impedi-lo, mas controlou seus medos e deixou que ele a tocasse. Era tão prazeroso sentir seu toque, ela sentia o corpo livre. Cheia de vontade, ela estendeu a mão e tocou em sua virilidade sobre a roupa, sentiu todo seu tamanho em sua mão e sabia que precisava vê-lo nu:

— Tire o resto de suas roupas, Modred, tire.

Ele atendeu com relutância seu pedido, levantando-se e tirando o resto da roupa com urgência, e quando ela arregalou os olhos admirando seu tamanho, teve vontade de sair dançando pelo quarto.

Deitou ao lado dela e recomeçou a acaricia-la, beijou os lábios dando ligeiras mordidas neles, sua língua prometida o que faria com ela ao penetrá-la, o prazer que iria dar a ela. Depois desceu pelo pescoço, mordiscando por onde passava, até que parou nos seios, se refastelando neles. Seus dedos acariciavam sua feminilidade, entrando e saindo com firmeza de dentro dela. Sentia que ela chegaria ao clímax muito em breve, mesmo querendo estar dentro dela, preferiu primeiro lhe dar prazer.

Maze sentia algo crescendo dentro de si, conforme Modred tocava-lhe tão intimamente, ela sentia que algo estava acontecendo e que não conseguiria segurar.

— Modred? O que...

— Relaxa e aproveite amor, deixe seu prazer chegar.

E ele veio. Chegou como uma torrente inesperada, entrando pelo corpo dela por meio dos dedos dele e escapando por seus lábios.

Quando Modred viu que ela estava atingindo o prazer a beijou, segurou o grito dela em seus lábios, levando-a ao êxtase.

Maze sentiu que o mundo se desmanchava e refazia enquanto Modred a levava ao prazer, sentiu que poderia ter gritado o nome dele até acordar toda a casa, mas o beijo delicioso que recebeu naquele momento foi suficiente para evitar que fizesse um escândalo.

Suas mãos alisaram o corpo dele, alisando e sentindo a firmeza do sexo dele, e queria senti-lo inteiro dentro dela. Beijando-o, ela se enroscou no corpo dele e começou a puxá-lo sobre ela.

— Tem certeza?

— Sim, tenho, preciso de você.

Com todo carinho ele a beijou, delicadamente se encaixou entre suas pernas e a penetrou. A troca de carinhos e os beijos eram suficientes para deixa-lo maluco.

— Amo você. – Isto foi suficiente para que ele perdesse de vez o controle e foi aumentando o ritmo, sentindo ela o acompanhar, e quando ela estava explodindo de prazer, ele a seguiu. Beijando e segurando o desejo de gritar o nome dela, ele chegou ao clímax, derramando sua semente dentro dela.

Ficou tempo suficiente para que seu coração se acalmasse, antes de deixar o corpo cair ao lado dela, a envolvendo em um abraço.

— Maze, podem falar o que desejarem, mas nunca se esqueça: eu amo você.

Aquilo a pegou desprevenida. Sonhará com isso, desejará ouvir isso, mas não acreditava que isto iria acontecer. Sentiu seus olhos cheios de lágrimas, sentiu que podia perder o juízo diante de tais palavras.

— Ouvir o que eu sinto, faz você chorar?

— Não é isto Modred, é que eu nunca acreditei que um dia eu ouviria isto de você. – o abraçou apertado e encostou a cabeça no ombro dele, até que sentiu que poderia falar novamente, enquanto ele passava as mãos por seus cabelos. – Também te amo, muito mais do que eu devia. Eu não consigo imaginar minha vida sem você.

— E nem eu sem você. Teremos que enfrentar o mundo. Mas acho eu não vou mais conseguir ficar longe de você. Vou pensar como farei isto, mas irei enfrentar minha tia e a sociedade, enfrentarei até o risco de perder meu título, mas quero oficializar nosso relacionamento. Quero e preciso me casar com você.

— Oh Modred! Eu não quero que se sacrifique assim por mim. Não é justo. Acho que podemos conduzir essa situação com mais leveza.

— O que você sugere?

— Vamos devagar com sua tia. Não vamos esconder nossos sentimentos, mas também não vamos força-la a uma situação extrema.

— Vamos encontrar um jeito. Não acho que o resto da família iria se opor ao nosso relacionamento. O mesmo ocorrerá com a sociedade, quando você estiver portanto meu nome, todos serão obrigados a te aceitar.

— Sua família não sei se irá aceitar, mas acredito que Catryn ficará muito feliz. Ela tem demonstrado interesse em saber se estamos juntos mesmo ou não.

— Ela é Orion são dois fofoqueiros isto sim.

— Não mais do que Lady Olímpia. Eu contei a ela sobre meus sentimentos por você e aposto que ela já está traçando os planos para que eu possa te prender com os laços do casamento.

— Oh, céus! Estou condenado a ficar na pata do gato!

Ela deu um suave beliscão nas costelas dele, o fazendo rir deliciosamente e o calou com um beijo que o fez pensar em recomeçar o ato de amor que haviam acabado de fazer.

— Modred, vamos aproveitar e viver este momento só nosso? Vamos deixar a situação se acalmar dentro de nós e aí enfrentamos o mundo para ficarmos juntos. Vamos viver este romance sem que outros venham a questioná-lo. Eu te amo tanto que tenho medo de te perder por imposição da sociedade e do título que você tem.

Ele concordava, tê-la só pra si durante um tempo era algo que ele gostaria e saberia desfrutar, não ter que se preocupar com o que os outros iriam dizer era maravilhoso e bom demais. Mas seu coração ficou dolorido ao saber que o seu título poderia estar entre eles ou que sua família viesse a perturbar aquele sentimento tão puro que nutriam um pelo outro.

— Eu vou lutar por você, porque se eu não puder me casar com você, não me casarei com nenhuma outra.

Maze sentiu o coração feliz, mas viu que seria inútil tentar discutir com ele sobre seu lugar na sociedade, ele demonstrava aquele olhar de decisão que tão bem conhecia. Ele faria o que tanto queria, e neste momento aquilo a faria feliz, então aceitaria.

O corpo quente dele junto ao dela, mexia com todos os instintos que ele tinha. Sentiu a mão pequena alisando seu peitoral e o beijo que ela lhe dava no pescoço. Ele já estava cheia de desejos para experimentar um pouco mais daquela paixão alucinante que ela despertara no coração e no corpo dele. Sem se importar com o resto do mundo, se amaram até o dia começar a clarear e ele ser obrigado a deslizar para fora da cama dela.


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