As Criações de Stark escrita por Srta Poirot


Capítulo 3
A Consequência


Notas iniciais do capítulo

- A festa de despedida não termina bem e uma nova ameaça ressurge.



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Tony estava prestes a se encontrar com o garoto pela primeira vez após saber do resultado do exame de DNA que ele mesmo pediu, e de repente ficou mais nervoso. Alguns poucos minutos de espera se passaram quando Tony ouviu alguém passar pela porta do laboratório. Passos leves foram se aproximando.

Tony viu logo o rosto dele, suas feições, e começou a observar possíveis semelhanças. A primeira delas foram os olhos do rapaz. Tony soube logo porque achou que aqueles olhos não eram estranhos; era porque eles eram exatamente como os seus próprios olhos, mesmo tom, mesmo brilho.

Em seguida, ele notou o cabelo. Com certeza aquele garoto tinha cabelos mais encaracolados na infância – exatamente como Tony tinha – e também no mesmo tom que os dele.

“Sinto muito. A Srta. Hill me expulsou de lá, mas não sei exatamente por quê.” O garoto (Peter, o nome dele é Peter) disse genuinamente se sentindo culpado.

Tony limpou a garganta. “Te expulsou, foi? Hãã, você pode... você pode ficar aqui, mas não pode tocar em nada.”

Felizmente, Hill deu a ele roupa limpas e melhores do que os trapos que ele estava vestindo naquela base. Peter olhou para os equipamentos e projetos espalhados e ficou maravilhado com toda a tecnologia. “Uau, isso é incrível! Aqui tem coisas mais interessantes do que nos outros laboratórios! O que é isso?”

“É uma interface, não toca!” Tony deu um tapinha na mão de Peter quando ele quase tocou na interface azul. “Eu disse que não podia tocar. Estamos trabalhando aqui e temos pouco tempo para finalizar. Então, fica sentadinho naquele canto ali.”

“O trabalho de vocês parece interessante.”

“É, mas você não entenderia. Vai sentar, vai.”

Tony apontou para uma cadeira em um dos cantos da sala, mas Peter decidiu ignorar. “Dr. Banner, eu não mencionei antes, mas eu gostei de ler os artigos e trabalhos que você escreveu.”

Bruce e Tony ficaram surpresos e de olhos arregalados com a declaração do rapaz. Bruce olhou para Peter. “É mesmo? Quais artigos?”

“Todos eles. Desde física nuclear à teoria da radiação gama. Os cientistas de Strucker tinham todos os seus trabalhos na biblioteca deles.”

Bruce arqueou uma sobrancelha. “Experiências genéticas. Faz sentido.”

“É verdade que você fica grandão e verde?” Peter perguntou realmente interessado em saber.

Bruce suspirou. “Sim, é verdade. Mas como você teve acesso aos meus trabalhos? Você era prisioneiro lá, não era?”

“Eu os pegava escondido quando fingia estar procurando por livros de álgebra. O que me fez lembrar o dia em que eu consegui convencê-los a me deixarem a frequentar a biblioteca.”

“Tá tudo bem.” Tony interrompeu Peter. “Bruce vai escutar sua historinha depois de terminarmos o trabalho aqui.”

Peter ignorou Tony mais uma vez. “Na verdade, eu devo começar do começo. Primeiro foi Strucker que não estava nem aí pra mim (por algum motivo ele me odeia, só que eu odeio ele também, estamos quites!), mas os investidores dele não queriam que eu crescesse estúpido, então contrataram alguns professores para me ensinar a ler e escrever.” Peter falava fazendo gestos com as mãos. “Mas depois fiquei entediado, achei os professores estúpidos e implorei para que eu pudesse frequentar a biblioteca deles. E Strucker só deixou porque estava irritado e queria que eu o deixasse em paz.”

“A Hill não estava brincando sobre o café.” Tony comentou.

“O que eu achei gostoso. O café estava ótimo! Enfim, aproveitei a oportunidade para ler todos os livros possíveis, desde literatura à história, geografia, biologia-”

“Ai, saco!” Tony murmurou.

“-E então achei livros mais avançados e pensei: ‘Não tenho nada pra fazer mesmo’. E não me arrependo! Valeu a pena cada espiada em livros que eu era proibido de mexer.” Peter suspirou com as lembranças. “Mas aí começaram os experimentos-”

Bruce ficou maravilhado com o falatório, mas não queria repetir sua experiência como terapeuta de um Stark. “Eu sinto muito, mas eu não sou esse tipo de médico, entende? Não sou terapeuta.”

“Ok.” Peter finalmente compreendeu que estava falando demais e Tony aproveitou a oportunidade para eles voltarem ao trabalho.

Infelizmente, houve muitas frustrações, muitos testes que deram errado. Eles até precisaram da ajuda do Peter para apagar um mini-incêndio em uma das mesas. Ficaram a noite toda trabalhando e dormiram poucas horas em colchonetes no chão do laboratório. Peter não se incomodou em ficar por lá mais tempo do que deveria, já que aprendeu mais de inteligência artificial em algumas horas do que algumas pessoas aprendem em uma vida.

Quando chegou o último dia que tinha com o cetro, Tony não achou que fez muito progresso. “O que não vimos?” Tony se perguntou enquanto lidava com o fracasso.

“Eu não sei, mas vou me preparar para a festa.” Disse Bruce esfregando seus olhos e caminhando para a saída do laboratório.

“Que festa?” Perguntou Peter.

“Uma festa de despedida. Acabou o trabalho dos Vingadores e Thor vai retornar para Asgard.” Bruce explicou e se retirou.

Peter olhou para Tony com animação. “Posso participar? Deixa, por favor! Nunca fui numa festa!”

“Tá legal, mas você vai dormir mais cedo. Não pode ficar a festa toda.”

Peter aceitou numa boa, para alívio de Stark.

“O Senhor deveria se preparar para seus convidados. Eu continuarei testando variações da interface. Notificarei se tiver qualquer avanço.” Soou a voz de JARVIS e Tony ficou mais que agradecido.

“Obrigado, amigo.”

“Aproveite a festa, Senhor.”

Tony se retirou do laboratório com Peter.

“Ainda não me acostumei com uma voz saindo do teto.” Comentou Peter.

“Por falar nisso, pedi para que JARVIS mandasse preparar um quarto para você ficar até... resolvermos essa situação toda.” Disse Tony. “Vou te levar até seu quarto e você vai ficar lá enquanto eu preparo a festa. Fechou?”

Peter acenou que sim e os dois caminharam lado-a-lado.

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Horas depois, a Torre dos Vingadores recebeu vários convidados. Tinha mesa de sinuca, música alta e espaços confortáveis para conversas e socialização.

Peter ficou animado ao mesmo tempo em que ficou hesitante ao ver muita gente junta reunida. Ele ficou mais relaxado quando se distraiu com o jogo de sinuca disputado entre Steve Rogers e Sam Wilson. Steve arranjou tempo de falar as regras para ele e deixá-lo dar algumas tacadas.

Em frente ao bar, Tony e Thor ouviam James Rhodes contar uma história com bebidas em suas mãos. Maria Hill se aproximou deles com uma taça de champanhe.

“Sabem que o traje aguenta peso, não é?” Rhodes ia contando sua história. “Eu peguei o tanque, levei voando até o palácio do General, larguei aos pés dele e disse: Bum! Era o que procurava?” Rhodes esbanjou um sorriso, mas Tony e Thor permaneceram estáticos. “Bum! Era o que... Por que eu ainda falo com vocês? Todo mundo adora essa história.”

“Essa história toda?” Disse Thor arqueando a sobrancelha.

“É! É do Máquina de Combate.”

“Ah, então é muito boa.” Thor soltou uma risada. “Impressionante.”

“Com certeza.” Rhodes disse irônico e olhou para Tony. “Então, cadê a Pepper? Ela não vem?”

“Não.”

“E onde está Jane?” Perguntou Maria Hill ao Thor depois de um gole de champanhe. “Por que não trouxeram as damas, cavalheiros?”

“A Srta. Potts tem uma empresa pra gerir.” Disse Tony.

“É, nem sei direito em que país a Jane está.” Disse Thor. “O trabalho dela na Convergência a transformou em uma famosa astrônoma.”

“E a empresa que a Pepper administra é o maior conglomerado tecnológico da Terra. Interessante.”

“Inclusive, estão falando que a Jane vai ganhar um... um prêmio Nobel.”

Maria Hill olhou para Rhodes com humor. “Devem estar mesmo ocupadas porque odiariam perder vocês dois conversando.” Ela fingiu uma tosse dizendo ‘testosterona’. “Desculpem-me.”

“A Jane é melhor.” Comentou Thor por último.

Rhodes se retirou para contar sua história a outras pessoas e ficaram Maria Hill, Tony e Thor no bar.

“Hill, o que mais descobriu sobre o garoto?” Perguntou Tony.

“Muita coisa foi apagada, mas alguma coisa ainda deu pra salvar. Descobri arquivos só sobre a educação dele. Bem, investiram em educação particular, mas permitiram que ele estudasse sozinho quando perceberam que ele aprende melhor e mais rápido estando só. Entende de conceitos científicos e matemáticos do básico ao complexo; aprende novos conceitos facilmente; possui alta inteligência; enfim...”

“É, ele ficou bem à vontade comigo e Bruce no laboratório.”

“Desde que ele não seja o objeto de testes, ele fica tranquilo.”

Tony concordou e olhou em volta em busca do garoto. Ele o avistou sentado no sofá conversando com Sam e Steve Rogers.

“Eu preciso ir agora. É hora de alguém ir dormir.” Tony disse se retirando e deixando seu copo quase vazio no balcão.

“Nossa! Ele já está assumindo responsabilidades.” Maria Hill comentou. Thor riu e seguiu atrás de Tony.

Steve Rogers foi o primeiro a ver a aproximação de Tony. Além dele estavam Peter, Clint e Sam.

“Olha, quem chegou. O pai do ano, Tony Stark!” Disse Steve com humor.

“As notícias voam rápido, hein?! Do que estão falando?” Perguntou Tony.

“O Sr. Wilson estava me contando as regras desse jogo... Como é mesmo o nome?”

“É baseball. E, por favor, não me chame de Sr. Wilson, me chame de Sam. Ninguém é seu superior aqui.”

“Ele é bem legal.” Steve disse apontando para Peter. “É difícil de acreditar que você tenha alguma coisa a ver com ele. Me admirei com o parentesco e a situação ficou inacreditável e indescritível.” Steve se virou para Peter. “Indescritível significa difícil ou impossível de ser descrito em palavras-”

“É, eu sei o que indescritível significa.” Peter o deixou saber e rolou os olhos.

Tony admirou a coragem do garoto naquele momento. Ninguém rolava os olhos para o Capitão América.

“Enfim.” Tony olhou para o garoto. “Peter, como combinamos você ficou na festa, mas agora é hora de garotos jovens irem dormir.”

Peter suspirou e ficou de pé. “Qualquer coisa é melhor do que aquela droga de prisão.”

“Olha a língua.” Tony o repreendeu.

O restante da equipe se surpreendeu com a atitude de Tony. Todos esperavam que fosse Steve quem dissesse isso, mas Steve ficou boquiaberto com a cena que viu.

“E se não lembrar o caminho do seu quarto, JARVIS pode te guiar até lá.” Tony continuou a falar.

“Tudo bem, eu acho que decorei o caminho. Boa noite, Sr. Stark.” Peter acenou com as mãos para a equipe. “Boa noite, pessoal.”

“Boa noite, Peter.” Despediu Steve.

“Boa noite.”

Todos se despediram dele e ele, obediente, seguiu seu caminho.

A festa continuou por mais uma hora depois que Peter se recolheu. Os convidados foram embora um a um até que sobraram apenas os Vingadores, Maria Hill e Helen Cho no andar da festa.

Os Vingadores ficaram mais confortáveis para conversarem sobre diversos assuntos, até chegarem no assunto do Mjölnir.

“Mas é um truque.” Disse Clint.

“Não, é mais do que isso.” Thor defendeu.

“Ah, tá! Então aquele que for digno possuirá o poder.” Clint zombou com voz engrossada. “Qual é, cara! É um truque.”

“Por favor, fique à vontade.” Convidou Thor.

Clint teve um momento de dúvida, mas se levantou do sofá e foi encarar o martelo.

“Oh, Clint, sua semana foi difícil. Ninguém vai te zoar se não conseguir levantar.” Tony zombou e parte da equipe riu.

“Você sabe que eu já vi isso, né?” Clint disse ao Thor. Ele pegou no cabo do martelo e fez o esforço. Nada aconteceu. “Por favor, Stark. Faça as honras.”

Tony prontamente se levantou. “Eu nunca fugi de um desafio justo. É física.” Ele se posicionou em frente ao martelo. “Se eu levantar vou poder governar Asgard?”

“Vai, é claro.” Confirmou Thor.

“Tomara que não.” Murmurou Rhodes.

“Minhas leis serão muito divertidas.” Tony fez todo o esforço possível pra puxar, mas o martelo não se moveu. “Eu volto já.” Tony se retirou por um minuto para buscar a manopla de sua armadura. Mais uma vez, ele fez esforço para levantar o martelo, mas foi em vão.

Minutos depois, eram Tony e Rhodes que puxavam juntos, ambos usando as manoplas de ferro.

“Você tá puxando?” Questionou Rhodes puxando a parte final do cabo do martelo.

“Somos uma equipe, né?” Perguntou Tony.

“Pelo menos, puxa!” Rhodes usou toda a força com a ajuda de Tony e nada aconteceu.

Thor estava riu deles.

Bruce Banner foi o próximo a tentar, mas fracassou do mesmo jeito.

Thor ficou preocupado quando foi a vez de Steve. O Capitão pôs as mãos no Mjölnir e o puxou pra cima. Um simples ruído fez o sorriso de Thor desaparecer. Ele jurou que viu seu martelo mexer, mas quando viu a cara do Steve com o esforço para levantá-lo, ele respirou aliviado porque Mjölnir não se moveu.

Thor riu de nervoso. “Nada.”

Natasha sabiamente recusou a oferta de ser a próxima a passar vergonha.

“Com todo o respeito ao homem que não queria ser rei, mas rola um truque.” Tony comentou e continuou quando recebeu a atenção de todos. “O cabo tem um sensor. Tipo, uma trava de segurança que só funciona pra quem tiver as impressões digitais do Thor.”

“É, essa é uma teoria muito interessante, na verdade, mas tenho uma mais simples.” Thor se ficou de pé e levantou seu martelo sem esforço. “Vocês não são dignos.”

O protesto foi geral, mas a brincadeira acabou quando um ruído agudo soou no cômodo.

Passos pesados de metal foram se aproximando até se centrarem na sala, na frente de todos. A coisa andante era uma armadura feita com restos de peças e obviamente com defeito. A voz da armadura era firme e penetrante quando ela falou.

“Não. Como podem ser dignos? Vocês são assassinos.” A armadura apontou para todos com um movimento do braço.

Todos ficaram perplexos. Aquela coisa parecia mais um robô, pois era óbvio que não havia ninguém dentro da armadura – ela não foi feita para ser usada por alguém – então, quem estava respondendo daquele jeito?

“Stark.” O tom de Steve era de quem pedia uma explicação, mas Tony estava tão perplexo quanto ele.

“Perdão, eu estava dormindo... ou sonhando acordado.” O robô falou.

“JARVIS, reinicie o sistema operacional ‘Legendários’. Temos um traje com defeito.” Ordenou Tony clicando em seu Starkpad.

“Tinha um barulho terrível e eu estava preso... por cordões. Tive que matar o outro cara. Ele era legal.”

“Matou alguém?” Steve perguntou.

“Não era minha primeira escolha, mas no mundo real, temos que enfrentar escolhas cruéis.”

“Ainda tinha gente no prédio?” Bruce também perguntou.

De repente, Tony ficou pálido. Sim, tinha mais alguém no prédio além deles. Tony clicou em seu Starkpad freneticamente tentando chamar JARVIS.

“JARVIS, faça uma checagem no quarto de Peter. JARVIS? Você está aí? Droga!” Seu sistema I.A. não respondeu e Tony ficou preocupado. Ele já estava se movendo para a outra saída para checar o garoto ele mesmo, mas o bendito garoto apareceu na porta correndo em direção aos Vingadores.

“Eu ouvi um barulho muito estranho, então eu vim-” Peter parou a meio caminho quando viu o robô de pé no centro. “-checar.”

Tony ficou aliviado que o garoto estava bem, vestindo camisa e calças de moletom confortáveis que Tony deu pra ele dormir, mas a tensão era a mesma com aquele robô de aspecto ameaçador.

“Quem o enviou?” Thor perguntou ao robô. Este soltou uma gravação que pegou todos de surpresa.

“Eu vejo uma armadura em volta do mundo.”

A voz de Tony Stark.

Bruce logo percebeu de quem se tratava. “Ultron?”

“Em carne e osso. Não, não ainda.” O robô Ultron disse de forma irônica, se é que era possível para um robô ser irônico. “Não essa crisálida. Mas estou pronto. Estou em uma missão.”

Todos ficaram em alerta. Maria Hill pegou sua arma e Thor segurou firme seu martelo.

“Que missão?” Perguntou Natasha Romanoff.

“Paz para nosso tempo.”

Nesse momento, Peter sentiu um arrepio que ele já sabia o que era. “Essa não”, ele disse baixinho antes de dar um incrível salto mortal para trás. Uma das armaduras da Legião de Ferro invadiu a sala através da parede por trás de Peter e passou voando por onde ele estava. Se não fosse o salto, Peter teria sido atingido, mas a armadura meramente passou por baixo dele.

Peter aterrissou tranquilamente quando outras duas armaduras invadiram da mesma maneira. Uma delas foi em direção ao Steve que levantou uma mesa para se defender do impacto e foi lançado no chão. Thor acertou um golpe na outra e a lançou para longe.

A armadura que passou por Peter deu a volta e acertou Tony, derrubando-o no chão. Peter instintivamente foi até ele.

“Sai daqui, garoto! Se esconde!” Tony ordenou.

“Mas e você?” Peter perguntou preocupado e a armadura veio andando até eles.

Todos os Vingadores estavam ocupados lutando contra outras armaduras que apareceram e Tony ficou apreensivo. Foram pegos de surpresa.

A armadura chegou até Peter e levantou o braço direito para dar um soco. Peter surpreendentemente segurou o soco da armadura de ferro com sua própria mão esquerda.

“Uau! Isso que é um robô de verdade!” Peter exclamou mais animado do que deveria em uma situação dessas. “Sente dor?” Peter devolveu um soco no meio da armadura com mais força do que técnica, mas teve o efeito esperado. A armadura foi lançada contra uma coluna longe, se despedaçando enquanto caía no chão.

O garoto era mesmo forte, mas não indestrutível.

Ultron atirou no Rhodes que o derrubou feio no andar de baixo. Uma das armaduras pegou o cetro do laboratório e saiu voando.

A maior parte da luta contra as máquinas era com a força e com armas e Tony não tinha nem um nem outro. Ele decidiu agir de qualquer forma.

“Garoto, vá para trás daquele balcão e fique lá! É uma ordem.” Se houve protestos, Tony não os ouviu. Ele pegou uma chave de fenda que encontrou e foi à procura de um dos robôs. Ele subiu as escadas e saltou nas costas de um deles. Tony construiu essas máquinas, então sabia como desligá-las. Ele usou a ferramenta no pescoço da armadura e conseguiu desativá-la.

A última armadura de pé foi destroçada ao meio pelo escudo do Capitão América.

Peter realmente se protegeu atrás do balcão, mas ficou observando tudo que acontecia, mesmo depois que o último robô foi destruído.

“Isso foi dramático.” Ultron disse dando uns passos pelo centro da sala e recomeçou seu discurso. “Desculpem, vocês têm boas intenções. Só não pensaram direito. Vocês querem proteger o mundo, mas não querem que ele mude. Como a humanidade será salva se não for permitido que evolua? Como essas marionetes.” Ultron pegou a cabeça de uma armadura do chão e a esmagou com a mão. “Só existe um caminho para a paz: a extinção dos Vingadores.”

Thor lançou seu martelo furiosamente para Ultron e o deixou em pedaços contra a parede.

“Isso foi impressionante.” Disse Peter em pé atrás do balcão.

Os Vingadores não acharam que foi impressionante. Eles ainda estavam perplexos com o que houve e sem explicações.

E com a sensação de que aquilo era só o começo.

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“Todo o nosso trabalho já era.” Constatou Bruce. “Ultron foi embora, ele usou a Internet como uma porta de fuga.”

Nesse momento, a equipe estava no laboratório em que Tony e Bruce trabalharam. Eles viram que o cetro não estava mais lá. Agora eles tinham que planejar uma forma de recuperá-lo.

“Ultron.” Steve repetiu indignado o nome do robô que destruiu um andar inteiro do prédio.

“Esteve em contato com tudo: arquivos, câmeras... Provavelmente sabe mais de nós do que sabemos um do outro.” Disse Natasha.

Clint se manteve em um local mais afastado enquanto a equipe discutia, mas sempre observando tudo. Ele sempre foi mais reservado, mas nunca deixou de ser um membro ativo. O garoto Peter estava do lado dele, também observando.

James Rhodes ficou segurando seu braço dolorido quando falou. “Ele está nesses arquivos, está na Internet. E se ele decidir acessar alguma coisa um pouco mais interessante?”

“Códigos nucleares.” Maria Hill percebeu.

“Códigos nucleares.” Rhodes concordou. “Precisamos ligar para algumas pessoas, se é que ainda podemos.”

“Bombas? Ele nos queria mortos.” Disse Natasha.

“Não foi o que ele disse.” Falou Steve com convicção. “Ele disse extintos.”

“Ele também disse que matou alguém.” Anunciou Clint.

“Mas além de todos nós, não havia mais ninguém no prédio.” Disse Hill.

“Havia sim.” Tony pegou um Starkpad e lançou o conteúdo no centro. A imagem amarela em 3D nem parecia mais a interface que ele mostrou ao Bruce dias antes. Estava totalmente destruída.

“Isso é loucura.” Bruce não conseguia acreditar.

“JARVIS era a primeira linha de defesa. Tentou desativar o Ultron, faz sentido.” Sugeriu Steve.

“Não. Ultron poderia ter assimilado JARVIS. Isso... isso não é estratégia. Isso é raiva.” Bruce explicou.

Thor entrou repentinamente com passos largos. Ele caminhou diretamente para Tony e o agarrou pelo pescoço, levantando-o do chão.

“E tá se espalhando.” Comentou Clint. Peter contemplou a ideia se deveria ajudar ou não.

“Fale com palavras, amigo.” Tony pediu segurando o braço do Thor que apertava seu pescoço.

“Tenho mais do que palavras para descrever você, Stark.” Disse Thor com raiva.

“Thor!” Interveio Steve.

Thor soltou a garganta de Tony e suspirou. “O rastro esfriou há uns 150km indo para o Norte. Ele tem o cetro e de novo teremos que recuperá-lo.”

“O gênio saiu da garrafa. Está vivo e se chama Ultron.” Disse Natasha.

“Não consigo entender.” A Dra. Cho falou pela primeira vez desde Ultron. “Você construiu esse programa. Por que quer nos destruir?”

A resposta de Stark foi uma risada. Obviamente que ninguém mais compartilhava do mesmo sentimento.

“É engraçado pra você?” Perguntou Thor.

“Não.” Tony se virou pra ele. “Provavelmente não é. Isso é terrível.”

“Poderia ter sido evitado se não tivesse brincado com uma coisa que não entende.” Thor argumentou.

“Desculpe. É engraçado, mas o mais engraçado é não entenderem porque precisamos disso. Só que não criamos isso.” Tony virou para Bruce. “Chegamos perto de uma interface?”

Bruce sacudiu a cabeça.

“Alguma coisa certa você fez. E fez bem aqui.” Steve acusou e viu Peter ao lado de Clint. “E o garoto estava aqui também.”

Tony franziu a testa em confusão. “E o que quer dizer com isso?”

“Que ele pode ter sido criado pra ser um espião da HIDRA. Vai ver que foi ele quem criou o Ultron pelas suas costas.” Steve respondeu.

Peter ficou inquieto e arregalou os olhos quando ouviu a acusação.

Tony encarou Steve. “Isso é golpe baixo, Capitão. O garoto nem chegou perto do cetro. Eu o vigiei.”

“Eu-eu não fiz nada. Nem sei o que é aquela coisa que chamam de cetro.” Peter tentou se explicar nervoso.

“Eu não confiaria 100% no garoto.” Steve disse.

“Pode deixar. Se ele tiver algum envolvimento, eu mesmo lidarei com ele.” Disse Tony. “Mas o que os Vingadores não podem lidar é com o que eu vi lá em cima. O exército Chitauri que atacou Nova York era só uma pequena parte do que eu vi. Como acabariam com aquilo?”

“Juntos.” Steve respondeu sem nem duvidar.

“Perderemos.”

“Faremos isso juntos também.” Steve o encarou por algum tempo até Tony desviar o olhar. “Thor está certo. Ultron está nos desafiando.” Steve continuou. “Gostaria de encontrá-lo antes que estivesse pronto pra nós. O mundo é um lugar enorme, vamos torná-lo menor.”


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Notas finais do capítulo

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