A Promessa escrita por _milenayamamoto


Capítulo 7
Arte De "Stalkear"




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Hanna entrou no Caffee, que estava estranhamente vazio, e foi até a cozinha. Deu um oi para a mãe e se sentou em um banco que havia nos fundos, abriu seu notebook sob as pernas e, como agora ela possuía o e-mail de Michael, foi fácil encontrá-lo nas redes sociais.

Entrou no álbum do perfil do rapaz e se deparou com várias fotos dele rodeado de amigos. Muito bonito, tinha o cabelo curto e arrepiado, os olhos eram castanhos, tão claros quanto o cabelo. Parecia ser alto e o corpo bem definido.

— Um garoto desse deve ser rodeado de amigos... E de garotas... – Hanna pensou em voz alta.

— Quem, filha?! – Samira perguntou.

Hanna deu um pulo, não havia percebido que sua mãe estava bem ao seu lado. Respondeu:

— O Michael Sparks, mãe. Ele me encontrou na internet.

— Deixa eu ver! – Samira pegou o computador das mãos da filha e começou a ver as fotos do menino. – Wow! Como ele cresceu! E está boniiiiiiito.

— Eu não me lembro dele... Não posso nem compará-lo com o pequeno Mike que eu devia ter conhecido.

— O cabelo continua o mesmo... Mas olha só esses braços! Ele deve ter feito academia, ou algum esporte, porque né...

— Tá bom, tá bom, mãe! Me devolve o computador!

Samira entregou o aparelho para a filha e disse, sorrindo:

— Ele tem namorada?!

— Ai, mãe! Eu não sei! – Hanna respondeu, inquieta.

— Dá uma stalkeada ai, ué!

Stalkeada, mãe?! Onde você aprendeu isso?!

— Não é o que vocês, adolescentes, falam quando querem bisbilhotar?

— Só você mesmo, heim!? Só você pra falar essas besteiras, mãe.

Nesse momento, a garçonete que estava trabalhando no lugar de Hanna entregou o pedido de um cliente para Samira. Mas antes de preparar o pedido, ela sorriu para Hanna:

— Vê o que você consegue descobrir e me fala, viu!?

— Ok, mãe. Vou stalkear aqui pra você, tá?! – Hanna também sorriu.

Enquanto Samira cozinhava, Hanna voltou para o computador.

Tudo indicava que Michael Sparks estava solteiro.

"Talvez ele não quer que ninguém saiba que ele tem namorada.", Hanna pensou, sentindo um pouco de ciúmes, "Talvez ele seja tão disputado que nem consiga decidir com qual garota ele quer namorar."

Continuou passando as páginas do álbum dele até que encontrou uma foto que fez seu peito gelar. Era uma foto dela, quando pequena, e tinha a seguinte legenda:

"Em um outro lugar. Muito longe daqui, muito longe de mim. HM."

— Sou eu. – Hanna sussurrou para si mesma, mas sua voz não saiu baixa o suficiente porque quando percebeu sua mãe já estava ao seu lado.

Samira disse, apontando para a tela do computador:

— Filha! Ele tem uma foto sua no álbum dele! Isso quer dizer que ele nunca se esqueceu de você, querida!

— Já eu, acabei me esquecendo dele... – Hanna disse, fechando o notebook. – Vou para casa, mãe... Eu não estou me sentindo muito bem.

— Vou ligar para o seu pai vir te buscar, ele está de folga hoje.

— Não precisa, mamãe. Eu posso ir sozinha.

— Nem pensar! Sente-se que seu pai vem te buscar.

Samira já estava com o telefone na mão, e antes mesmo que Hanna desse conta, seu pai já estava de carro, na frente do Caffee.

Hanna se despediu da mãe e da nova garçonete e entrou no carro, com seu computador embaixo do braço.

Hanna ficou de cabeça baixa a viagem toda, até que seu pai resolveu puxar conversa:

— Viu o Robert hoje, filha?

— Sim, papai. – Hanna respondeu, encarando seus pés.

— E o que conversaram?

— Ele me disse que eu aceitei casar com ele e tudo mais...

— Boa escolha, filha.

— Papai... Posso te fazer uma pergunta?

— Claro, querida.

Hanna levantou o rosto e olhou bem fundo nos olhos do pai, que olhava para frente, sem tirar os olhos do caminho:

— O senhor deve saber que eu nunca quis me casar tão cedo, nem nunca quis namorar. Mas o Bob me disse algo que eu fiquei muito intrigada.

Seu pai permaneceu em silêncio, ela continuou:

— Ele me disse que nós estávamos namorando a alguns meses. Mas a mamãe não havia me dito que ele era o meu namorado, no hospital. Lembro perfeitamente que ela me disse que ele era meu vizinho, só!

— Talvez vocês estivessem namorando escondidos. – Willian disse.

— Papai, francamente... Olha a minha cara de quem namora escondido.

— É... Desculpe, filha. Eu sei que você nunca faria algo assim.

O carro parou e, após descerem dele, os dois entraram juntos em casa.

Willian foi para a sala e se sentou em sua poltrona, logo pegando seu jornal. Mas antes de abrí-lo, Hanna disse:

— Acho que estou grávida.

— O quê!? - Willian se levantou da poltrona em um pulo.

— Só pode ser esse o motivo pra eu ter aceitado o pedido de casamento do Bob!

— Eu vou matar aquele filho da mãe!

— Calma, pai! Foi só uma brincadeira, eu não estou grávida. Talvez eu gostasse mesmo dele...

Willian voltou a se sentar, respirou fundo e disse:

— Talvez...

— Ou talvez eu tenha aceitado por causa da pressão. – Hanna continuou.

— Pressão?!

— O senhor acha que eu não escutei sua conversa com a mamãe ontem? Talvez você tivesse me pressionado tanto para me casar com ele que eu acabei aceitando.

Os dois ficaram num silêncio constrangedor por algum tempo.

— Desculpe, papai... – Hanna disse, envergonhada pela acusação. – Eu vou me deitar... Minha cabeça está doendo um pouco.

— Sim, filha... Descanse bem...

Hanna subiu para seu quarto e deitou em sua cama.

— Isso não está certo. – Hanna pensou em voz alta e após alguns minutos adormeceu.


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Notas finais do capítulo

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