Affection escrita por comeonkiller


Capítulo 6
Congratulations you got my note and I hate you


Notas iniciais do capítulo

eee esse cap é meio grandinho e vai falar de UM dos planinhos da Cassandra pra desinchar o ego do Tom só que ele vai dar uma viradinha na situação



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     A manhã daquela segunda-feira era uma das melhores para Bill e Anna já que haviam tido todo um conjunto de sensações novas alem do conforto de terem dormido com os corpos emaranhados, assim os dois chegaram juntos na escola, apesar da mãe de Anna ter estranhado um pouco o fato de o garoto ter amanhecido o dia em sua casa.
    Tom não havia exatamente notado a fuga do irmão. Estava com a mente suficientemente ocupada tentando descobrir como conquistar a garota de seus sonhos e tendo os mais diversos tipos de sonhos e delírios com a mesma. O que é que ele podia fazer? Afinal, ele era apenas mais um garoto apaixonado naquela escola de aproximadamente cinco mil alunos.
     O garoto de dreads encostou a testa no armário metálico com a plaquinha enferrujada de número 483, e começou a dar pequenas pancadas na porta do mesmo com a aba do boné, perguntando-se o porquê de Cassandra ser necessariamente a única garota que ele realmente quis durante toda a vida e ser a única garota que não se interessou nele ao vê-lo pela primeira vez. Ao decidir parar de bater a aba do boné na porta do armário, deu um clássico giro único e a placa de aço abriu-se lentamente, rangendo, devido a sua idade, e deixando um pequeno bilhete destinado a Tom cair. 
     Tom pegou seus livros, distraído, e recostou-se em seu armário, apenas para observar um pouco as pessoas que ali passavam. Olhava para o nada, esperando que um tipo de “luz” iluminasse sua mente e repentinamente uma luz realmente apareceu em seu campo de visão. Era Cassandra , que hoje estava de boné de aba reta preto com um óculos Ray Ban vermelho de bolinhas pretas. Era um de seus melhores visuais segundo o Kaulitz mais velho que começara a babar ao ver que a garota havia lhe lançado um sorriso maroto ao passar por sua frente.
    O garoto corou e pegou a mochila rapidamente do chão, apressando seus passos para ir para sua sala rapidamente falar com seus amigos a maravilha que acabara de acontecer-lhe quando ouviu alguém chamá-lo. Virou-se para ver quem o chamava e visualizou a figura de um garoto de óculos de armação retangular preta, jeans escuras mas desgastadas, uma camiseta preta também desgastada e um cabelo preto completamente bagunçado e mal penteado correr atras de si.
 Encarou-o com desdém até alcançá-lo. Tom era um dos garotos mais populares de toda a escola e realmente era uma pessoa convencida e narcisista, tratava com desdém essas pessoas que não eram populares, mas ao menos não desprezava.

 -- Kaulitz, -- o garoto disse arrumando os óculos ao alcançar Tom esticando um pedaço de papel amarrotado – acho que isso aqui é seu.
 -- E ... – Tom disse com desdém – Por que você acha que é meu?
 -- Não sei, eu apenas acho porque caiu do seu armário – rebateu asperamente – E tem o seu nome, então se não for seu então avise.
 -- Tem? – o garoto de dreads ergueu uma sobrancelha encarando o papel de modo estranho – Deixe-me ver

 Tom pegou o papel da mão do garoto impopular e ficou encarando aquela coisa amarrotada com seu nome escrito com uma caligrafia impecavelmente perfeita. Abriu-o rapidamente, quase rasgando a folha; era um bilhete que pedia para ele encontrar sua “admiradora secreta” depois da aula nos fundos do prédio antigo, que estava desativado há mais de 40 anos. O garoto ia dando a volta quando foi chamado por Tom
 -- Hey! – chamou Tom – Valeu!
 -- Er... – o garoto de cabelos extremamente bagunçados engasgou, em que dia de sua vida ele imaginaria que o garoto mais popular da escola estava lhe agradecendo por algo – D-de nada.
 -- Ah, e qual o seu nome?
 -- Klaus Von Deburg. – o garoto disse calmamente – Mas pode me chamar de Klaus.
 -- Valeu Klaus, qualquer coisa pode chamar.
 -- Er – Klaus estava se perguntando se aquilo realmente poderia acontecer – De nada, você também pode chamar qualquer coisa.
    Então o Kaulitz de dreads sorriu recebendo um sorriso desentendido de Klaus, que ainda tentava entender porque diabos um dos caras mais populares e famosos de toda a escola estaria falando com ele e ainda por cima sendo legal , mesmo que todos dissessem que Tom tivesse um desdém imenso por garotos que não fosse de seu grupo. E ele tinha mesmo. Klaus era rico, mas ele não fazia parte dos populares, preferiria ficar com seus amigos excluídos a andar com pessoas que os desprezavam. E esse garoto que Tom acabara de conhecer não tinha nada de especial que o colocasse dentro do grupo dos populares, ele simplesmente havia aberto a boca em um dia que Tom estava de ótimo humor.
    E todo esse bom humor se devia ao planinho mirabolante de Cassandra. Isso sim é um ótimo motivo para se dar parabéns para essa garota viciada em óculos de sol.

    Na hora em que o sinal do final do oitavo período soou, os alunos pegaram suas mochilas e se retiraram animadamente, não esperando a hora de irem embora. Tom havia descoberto, com seu irmão, que a caligrafia impecavelmente perfeita do bilhete que ele recebera no começo do dia era de Cassandra e dizia para ele ir para os fundos do outro prédio para receber uma surpresinha. 
    O garoto de dreads estava extremamente ansioso esperando que sua admiradora secreta fosse a autora do bilhete, mas mesmo por segurança, ele decidiu pedir para o irmão gêmeo para acompanhá-lo. Bill foi acompanhar o irmão a alguns metros de distancia, parando atrás de uma arvore grossa á metros de distancia, suficientemente longe para que ninguém o visse e suficientemente perto para poder observar tudo. Bill já estava pronto atras de uma arvore, apenas esperando até que alguém aparecesse para ele ficar de olho, estava de costas para a mesma e não via quem se aproximava frontalmente até ser surpreendido por um casto beijo em seu pescoço que o fez se arrepiar por completo.
    Virou-se rapidamente para ver quem era o dono do casto beijo e deparou-se com Anna o encarando com a sobrancelha erguida e o cenho franzido. A garota de cabelos castanhos lisos e repicados estava de braços cruzados com uma expressão que ele já sabia querer dizer a clássica pergunta “O que é que você está fazendo ai?”. Ele já conhecia perfeitamente bem todos os olhares da melhor amiga, não fora necessário muito tempo para que ela não precisasse mais dizer nada já que ele passara a conhecer todos os seus olhares e todos seus significados.

 -- Espionando quem? – Anna perguntou ainda o encarando, mas de uma proximidade muito maior
 -- Não estou espionando! – exclamou Bill – estou apenas pensando
 -- Pensando com o corpo inclinado para ver algo ou alguém no velho edifício?
 -- Sim!
 -- To vendo é que você está chutando lata mesmo. Então posso te pedir um favor?
 -- Eu não estou chutando lata, mas sim, peça.
 -- Hoje eu vou com a minha tia escolher um vestido para dançar no meu aniversário, então você pode vir comigo me ajudar? – ela fez os olhinhos de gato que Bill nunca resistira – Por favor.
 -- Er, mas o meu irmão ele.... – Bill enroscou nas palavras, estava indeciso entre ajudar o irmão e ir ver a garota mais perfeita que conhecia em vestidos de festas de tronco colado – Eu não sei.
 -- Então já que você não sabe, você vem comigo. – Anna agarrou Bill pelo braço e o arrastou para longe de onde estavam, fazendo Tom entrar em um leve desespero ao ver que estava sozinho ali.

   Mesmo um pouco assustado por não saber exatamente o que esperar ali nos fundo daquele prédio abandonado, ele até que se sentia bem contente. Afinal não é todo dia que a garota que se acha mais bonita te lança um sorriso e depois você recebe um bilhete misterioso com a caligrafia da mesma.
    Ouviu passos rangendo a madeira extremamente velha e virou-se abruptamente, dando de cara com uma cabeleira ruiva escorrida que ele não imaginava ver novamente. Era o cabelo de Katherine. Ah mas como ele estava detestando aquilo! Preferiria ter sido convidado a um jantar erótico feito por Viktor Frankstein do que a um encontro com Katherine. A ruiva era uma das milhares de ex namoradas e casos de uma noite, onde ele rejeitou-a por ser extremamente grudenta e ciumenta. Todos sabiam que Tom fazia o tipo vamos-ficando-com-todas-até-entediar, não era mais uma novidade isso, era apenas um fato que todos conheciam e já tinham gravado de cor ponta e salteado. Mas Katherine era alguém que não entendia isso, que não compreendia que o que Tom sentia não era real, nunca fora real.

 -- Que bom que veio ao meu encontro – disse Katherine sensualmente, passando a mão lentamente pela parede até alcançar Tom – Achei que não viria – ela sussurrou enquanto ele tentava se afastar
 -- Er—o garoto de dreads se esquivava dos contatos da garota atrevida – Katherine, o que ... o que é que está acontecendo?
 -- Você não recebeu meu bilhete? – espera ai! Então o bilhete era de Katherine, que havia pedido para a prima escrever se não ele não corresponderia – Ah claro! Você esperava que fosse a Cassie não é? – Tom gelou ao ouvir o apelido de Cassandra e então seu corpo inteiro se estatizou – Ah, já imaginava. Mas se não fosse por ela você não viria, você me deixaria aqui esperando – ela passava as mãos por todo seu corpo, esperando alguma reação mas sem sucesso – Tommy sabia que você continua tão gostoso quanto antes? Continua aquela delicia de se lamber e tocar – ela abaixou um pouco a gola de sua camisa e passou a língua lascivamente por sua clavícula – exatamente como era antes. Mas se acalme. – ela passou a mão por suas costas ainda sem reação alguma, nenhuma excitação nem nada  – Eu não farei nada que você não goste. Nada do que você nunca tenha gostado.

   Tom continuava inerte em pensamentos, interpretando mentalmente cada gesto obsceno e erótico que a ruiva a sua frente fazia. Ele estava afogado em pensamentos, questionando a si próprio, em busca de respostas, se sua sonhada Cassandra tinha algo a ver com aquela situação em que ele se localizava, se era apenas uma brincadeira ou se a garota estava realmente querendo abusar dele, aproveitando-se de cada pedaço de carne que possuía em seu corpo delgado. 
    De longe, atras da arvore onde Bill estava, Cassandra que estava em um dos galhos mais altos da mesma, escondida entre a folhagem, assistia tudo cuidadosamente para certificar-se de que seu plano estava correndo exatamente como ela queria. Esperaria até os toques mais obscenos começarem e então iria embora, apesar de que esse momento estava aproximando-se extremamente rápido. Um minuto em cima daquela arvore, observando sua prima quase que comer Tom Kaulitz enquanto ele estava inerte em pensamentos, parecia ser um ano em cima daquela arvore. Cassandra pegou os fones de ouvido com cuidado e colocou uma de suas músicas favoritas, Hold on, e passou seus momentos ali em cima ouvindo essa música.
    Ela não estava entendendo. Afinal ele era Tom Kaulitz! O popular do colégio que pegava todas as garotas da região. O que estava acontecendo que ele não estava reagindo? O que estaria acontecendo que ele estava imobilizado, exatamente como uma estátua, encostado em uma mureta de concreto e tijolinhos destronados enquanto Katherine o comia por completo e ia se despindo em plena luz do dia? O certo não era que ele tomasse alguma atitude? A empurrasse ou qualquer coisa assim?! 
     Por um instante, Cassandra pegou-se imaginando e se deliciando com a cena de Tom rejeitando sua prima e indo procurá-la, mas esta cena se extinguiu de sua mente quando sua prima começou a descer as mãos pelo corpo de Tom e procurar seu cinto por de baixo da camiseta XXL. Ele tem uma barriga bonita, pensou Cassandra, mas logo sacudiu a cabeça para voltar ao que tinha vindo fazer. Nos últimos minutos que esteve parada ali, a primeira reação de Tom que vira depois de ele ter ficado inerte em pensamentos, foi sua mão, que estava apoiada na mureta deslizar um pouco para trás. Então foi ai que ela viu.
    Todo seu plano a estava levando a um lugar: a ruína. Ela não era tão diabólica a ponto de colocar uma obcecada assediar um garoto meio irritante e convencido, ela não era uma má pessoa, mas estava sendo. Deixou um estranho torpor tomar conta de seu corpo, um torpor que havia estourado do lado esquerdo de seu peito quando Katherine começou a descer as mãos pela calça de Tom, e então desceu delicadamente da árvore tentando não fazer barulho para não atrapalhar nada, mas acabou pisando em um galho que estragaria seu plano.
 Este galho se partindo ao meio, foi suficientemente alto para tirar Tom de seu torpor vindo pelo medo que havia deixado-o inerte em sua própria mente, para reunir forças e soltar-se de Katherine e ir em direção ao barulho que havia ouvido. A ruiva grudenta re-arrumou suas roupas ridiculamente curtas e foi atras de seu objeto de desejo, que ia atrás de Cassandra.
   Cassandra ouviu uma corrida atrás de si e então virou o olhar para trás vendo que Tom que corria atrás dela. Ela reuniu o pouco fôlego que tinha e aproveitou os tênis de corrida que havia posto hoje para correr com toda a velocidade que suas pernas lhe permitiam. Ela não queria ficar perto dele, não agüentava o quanto as garotas falavam dele e o quanto ele era perfeito, enojava-se facilmente do cheiro de Axe que emanava de seu corpo toda vez que passava perto dela... Ela desprezava tudo que havia nele. Tudo o que todas adoravam nele, ela desprezava. Cada maldito detalhe que chamava a atenção de todas e o fazia ser como era fazia com que ela o desprezasse. 
    Enquanto Cassandra fugia reunia todas as certezas existentes de que ele era o ser mais irritante que conhecera na vida. Mas ao mesmo se perguntava o porquê de ser ele, tantos garotos interessante naquela cidade e justo o garoto que ela considerava mais estúpido em toda a escola? 
    Mesmo sem camisa, Tom conseguiu correr o suficiente para alcançar Cassandra e agarrar seu braço. Ela sacudiu o braço esquerdo algumas vezes esperando que ele a soltasse, mas para sua infelicidade o garoto de dreads era infinitas vezes mais forte que ela. Vendo que a garota que segurava não pararia quieta tão cedo, segurou seu outro braço, forçando-a a encará-lo, apesar de ela manter seu olhar constantemente desviado.
    Cassandra estava amaldiçoando a si mesma por ter deixado seus óculos na mochila, assim facilitaria para ela não ter de encarar o alemão que a segurava. Ela virou o rosto de lado, deixando transparecer suas mais variadas emoções do momento...Medo, insegurança, nervosismo, confusão e o famoso comichão estranho na boca do estomago. Cassandra não entendia o porque de tudo aquilo rodando em sua mente simultaneamente a Tom segurar seus braços fazendo-a olhar para si. O que ele queria e por que ele a segurava daquele modo? A garota de cabelos negros e mechas coloridas não entendia. O garoto de dreads e roupas largas, que agora estava sem camisa, a segurava com força, mas era uma força que não a machucava, chegava a ter certa delicadeza no modo com o qual ele a segurava com as mãos levemente ásperas segurando em sua pele branca e seus polegares passando por sua pele com certa leveza fazia com que todo um calor corresse desde a primeira vértebra de sua coluna até a ultima dando um choque estático em cada nervo ali conectado. 
   Uma sensação que estaria sendo repetida no corpo de Tom, que estava sentindo a estática correr por seu corpo, fazendo com que ele descesse as mãos dos braços de Cassandra para sua cintura, ainda segurando firmemente para que ela não escapasse. Em um lapso de falta de controle por si mesmo, Tom grudou os dois corpos e selou os lábios de sua amada. Não pedindo espaço para sua língua passar, não por ter invadido os lábios dela bruscamente, simplesmente porque naquele momento ele não queria beijá-la. Ele queria apenas o contato de seus lábios com os dela. 
   Cassandra se manteve estática com o toque e logo após todas as possíveis deliciosas sensações que passaram por seu corpo se estabilizarem, ela reuniu todo seu ódio anteriormente existente e o empurrou, separando os dois corpos. Não muito, mas suficiente para ela ficar distante dele e quebrar o contato.

 -- Que merda é essa que você pensa que está fazendo Tom?! – Cassandra exclamou irritada, afinal ela o detestava, não deveria gostar de um simples toque – Desde quando você tem esse direito Kaulitz?!
 -- Cassandra! – Tom exclamou indo atrás dela enquanto a mesma se virava para ir embora – Espera! Cass! Eu não quero espalhar pra escola inteira.
 -- Ok! Eu acredito Kaulitz! Eu acredito! – Cassandra gritou irônica enquanto arrumava o boné e corria para longe, aquilo era de mais para ela. – E é sério Tom, NUNCA mais olhe pra mim de novo, fique sabendo...
 -- Cass – Tom suplicou em sussurro – Por favor
 -- É sério Tom, eu te odeio.


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Notas finais do capítulo

ee como hoje é sexta e amanha eu não vou poder entrar, eu vou deixar um cap extra postado hoje D enfim, vcs já sabem que eu adoraria reviews pra ficar feliz né? kk