Tom se lembrava perfeitamente de uma das primeiras lições de cavalheirismo que o irmão lhe dera, era como se ele lhe dissera isto naquele momento. E o mais velho dos gêmeos seguiu a risca a lição que o irmão lhe dera; esperou que Rachel fosse chamada por um garoto qualquer para dançar, consequentemente deixando Cassandra sozinha com seus proprios pensamentos e uma taça de vodka no bar. Ele andou com sua taça até perto dela e sentou-se na banqueta ao lado. Ela o fitou por um instante e tomou mais um gole de sua taça.
 -- Oi, posso me sentar aqui? -- Tom perguntou inocentemente
 -- Claro, por que não? -- ela respondeu indiferente
 -- Obrigado. E então, o que faz aqui sozinha?
 -- Gosto de ficar com meus pensamentos, e você?
 -- O mesmo. -- ele riu
 -- Qual o motivo do riso?
 -- Você ser assim... -- ele sorriu de modo levemente simpático e ela corou -- Você ser assim tão linda e estar sozinha.
 -- Er...obrigada, eu acho. Mas você tambem está sozinho
 -- De nada. E não estou não estou sozinho.
 -- Oh! -- ela exclamou corando novamente -- Me desculpe.
 -- Por que? Por que eu disse que não estava sozinho? -- ele riu e ela assentiu com a cabeça -- Eu não estou sozinho, eu estou com você.
 -- Então eu tambem não estou sozinha -- ela sorriu, o que fez Tom sentir suas pernas fraquejarem um pouco -- Então... quer dançar?
 -- Não sei dançar! -- ele exclamou levemente assustado com o pedido
 -- Não importa -- ela riu deliciosamente -- A graça é tentar dançar.
              Assim Cassandra, que já estava levemente tomada pela bebida, puxou Tom para a pista de dança enquanto ele ia sentindo as pernas fraquejarem, nunca imaginou que estaria em um momento como este em que a garota de seus sonhos, bêbada, o puxaria para dançar. Era bom demais para ser verdade. Na hora em que chegaram à pista de dança, Cassandra cruzou seus dedos no pescoço do Kaulitz mais velho e começou a fazer uma dança levemente sensual, sendo que ao redor haviam milhares de outras pessoas dançando de modo muito mais sensual que ela. Tom se segurava para não agarrá-la ali mesmo, como um outro carinha que estava há alguns metros quase comendo a garota, mas era um pouco dificil com o fato de a garota a sua frente ser tão bela e estar dançando de modo tão sensual.
              No instante seguinte Cassandra fez o que Tom nunca planejara acontecer desde que descobriu a importancia que ela tinha para ele, ela o puxou pela gola da camisa social e tangenciou seus lábios aos dele por um instante, sorrindo maliciosamente, o que o fez sentir-se levemente excitado.
 -- O que foi? -- ela perguntou manhosamente próximo a ele -- Não gostou?
 -- Er... nada disso! -- ele respondeu assustado por ter sido retirado tão bruscamente de seus devaneios -- Eu gostei mas é que você está meio bêbada e nós mal nos conhece... -- antes que ele pudesse terminar sua sentença ela roçou seus lábios aos dele mais uma vez e trilhou alguns beijos até sua orelha
 -- E quem disse que você se importa? -- ela sussurrou sedutoramente no ouvido de Tom que tentava se controlar para não fazer nenhuma besteira -- Vamos, eu sei quem você é. Sei que você não se importa com esse tipo de coisa
 -- Vo-você sabe? -- ele se assustou um pouco
 -- Sim. -- ela sorriu maliciosamente -- É claro que eu sei que é você Tommy. E duvido muito -- ela mordiscou o lóbulo de sua orelha -- que você não saiba quem sou.
 -- Vem! -- ele ouviu a música lenta começar e a puxou para um canto mais isolado -- Agora EU quero uma dança com você 
              A pista de dança escura com poucas luzes coloridas e prateadas, vindas de um globo de espelhos pendurado no teto, estava coberta de pessoas mas no momento em que Tom puxou Cassandra pelo pulso para o centro, grudou seus corpos e a encarou fixamente enquanto dançavam um tipo de valsa descompassada ao som de Always*.
              Os dois encaravam-se de modo profundo, os olhares atravessando as máscaras naquele ambiente mal iluminado. Tom conseguia ver os olhos verdes penetrantes de Cassandra o encarando de modo indecifrável e ela tambem via os doces olhos castanhos que tanto lhe prendiam a atenção. Manteram-se naquela valsa descompassada por alguns instantes e ele a apertou um pouco mais contra seu corpo quente e Cassandra abaixou a cabeça, encaixando seu rosto na curva do pescoço de Tom. O garoto de dreads sentiu-se completamente corado e começou a rezar para que isso não o deixasse excitado. Quando notou que não conseguiria controlar mais seu membro e que começaria a aparecer um volume exagerado na calça razoavelmente justa do terno, puxou Cassandra para fora da pista, para uma área isolada e mal iluminada do Ritz, onde não havia ninguem.  
 -- O que nós estamos fazendo aqui? -- Cassandra perguntou levemente assustada
 -- Precisava sair do meio de todo aquele pessoal. -- Tom apoiou a cabeça na mão e o cotovelo na parede.
 -- Tudo bem? -- ela se aproximou um pouco e pousou suas mãos nos braços do garoto a sua frente -- O que aconteceu?
 -- Cass -- ele tirou a máscara e colocou a garota de cabelos negros entre seu corpo e a parede rapidamente -- Eu não sei dizer isso...Eu nem sei como dizer o que eu quero dizer.
 -- O que você quer dizer? -- ela deslizou suas mãos até sua nuca e entrelaçou seus dedos mais uma vez -- Pode me dizer, não irei falar para ninguem
 -- E-e-eu te...
              Ele decidiu esquecer a frase e a segurou firmemente de modo levemente carinhoso, e colou seus lábios. Beijando-a com vontade, pedindo passagem para sua lingua explorar sua boca. Tom estava beijando a garota em seus braços de modo que parecia dizer que sua vida dependia disso, que ele não poderia viver se não a beijasse com intenções carnais e sentimentais a flor da pele, deixando-a saber perfeitamente que tudo o que ele queria era ela e que nada mudaria isso. Cassandra sentiu suas pernas bambearem e se apoiou com mais força no garoto de dreads que impedia sua queda segurando sua cintura, enquanto ela se segurava em sua nuca. O ar faltou e Tom sorriu corado, com a testa encostada na dela, retirou a máscara da garota a sua frente que tinha um sorriso convidativo. Ele a puxou mais uma vez pelo pulso, mas desta vez a puxou para dentro de um taxi que os levaria direto para sua casa.