Affection escrita por comeonkiller


Capítulo 34
You shouldn't do that


Notas iniciais do capítulo

bom, esse cap esclarece bastante coisa e ele até que é bem fofo :]



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              Tom voltou para casa com o coração saindo do peito, as pernas bambas e a respiração descompassada. Ainda estava um pouco estupefato com tudo o que acontecera entre ele e Cassandra minutos antes. Os beijos, as marcas que trocaram, os carinhos...tudo. Até mesmo o momento em que a garota de cabelos negros admitiu que aquilo estava sendo apenas um momento de diversão e que ela não queria isso. Então ai ele viu, ele também não. Ambos não queriam aquela brincadeira que eles estavam fazendo, queriam o real, queriam o sentimento que estava ali, tudo o que eles sentiam, queriam sentir tudo que podiam.
              Conferiu o quarto do irmão e viu que ele não estava mais lá. Parou um pouco e o buscou pela casa. Nenhum sinal do Kaulitz mais novo. "Merda!", o de dreads pensou ao lembrar-se do fato de que o irmão não estava bem para sair, que seria muito fácil Bill tentar se matar naquele estado.
              O garoto de cabelos negros estava na área mais isolada do parque com uma garrafa de whisky escocês em uma mão e o celular na outra. Estava se tornando um hábito ele beber nas tardes em que estava sozinho. Mantinha suas notas claramente, mas seu atual passatempo era roubar as garrafas de bebida de Gordon e ir par o parque bebê-las, esperando que seu fígado decidisse ceder às cavalares doses de álcool que ele ingeria por tarde. Seu plano era doloroso, mas perfeito: o fígado cedia, ele ficava internado por um tempinho em estado grave e "au revoir". Adeus Bill Kaulitz.
              O garoto de cabelos negros fechou os olhos e começou a fantasiar tudo o que ele tem sonhado com sua melhor amiga desde que começou a gostar dela... A voz doce sussurrando em seu ouvido palavras doces, os dedos finos e brancos desenhando seu rosto em uma forma de afeição, o sorriso eternamente belo e os profundos olhos castanho-escuro que demonstravam uma inocência explícita por cima de uma leve malícia adolescente. Todo um conjunto, extremamente sedutor para ele...
 -- Vai ganhar o que bebendo dois litros de whisky roubados do seu padrasto? -- Bill ouviu a voz irreconhecível, caindo de seus devaneios, e manteve os olhos fechados -- Vai me ignorar agora? Tudo bem, você é um idiota mesmo.
              O garoto de cabelos negros abre os olhos e vê a figura de Anna encarando-o perplexa e ela decide ir embora depois de alguns instantes o encarando e ele segura seu braço, impedindo que ela se vá.
 -- O que? -- Anna pergunta complexada -- Tem algo a declarar ou vai ficar ai em silêncio? 
 -- Senta ai um pouco -- Bill murmurou e ela se sentou ao lado dele -- Eu estou com saudades suas. Por que é que nós tivemos de nos afastar?
 -- As coisas eram mais simples Bill. -- ela murmurou encarando o pôr-do-sol após o lago -- Eu gostava daquela época, gostava muito.
 -- Tambem. -- ele murmurou deitando a cabeça no ombro da melhor amiga, fazendo-a corar levemente -- Por que tudo se complicou entre nós dois?
 -- Por que nós crescemos? -- perguntou sarcástica -- Por que decidimos começar a sair com outras pessoas sem saber exatamente o que cada um sentia?
 -- Vo-você... -- ele a encarou incrédulo, ela estava mesmo dizendo que gostava dele -- V-você está-a d-dizendo q-que...
 -- Você sabe -- a garota suspirou pesadamente e voltou a encarar o nada -- Acho que estaria tudo bem se estivessemos como antes, nos víamos, contávamos tudo um para o outro, você me beijava quando eu estava mal e estava sempre ali. E apesar do que eu disse naquele outro dia... -- ela fez uma pausa que o fez encará-la, esperando que ela encerrasse sua curiosidade -- E-eu me arrependo de ter dito aquilo então... Acho que não preciso terminar a frase.
 -- Não, você não precisa terminar. Eu entendi e acho que concordo. Eu estou com saudades suas e -- ele a abraçou pela cintura e beijou-lhe a testa -- eu te amo Anna.
              Anna sentiu seu rosto adquirir uma tonalidade rubra e assistiu ao melhor amigo ir embora. Ela estava apaixonada por ele, sem dúvidas, mas não iria admitir porque seria pisar em cima de todo seu orgulho, e ela não cederia a isso. Levantou-se em um salto e tentou alcançá-lo, tarde de mais. Ele estava muito longe e ela não tinha tanto fôlego para essa corrida. Sua única opção restante era pedir para que ele parasse, gritando seu nome, e ele se tornou para ela.
 --  Algo a me dizer? -- Bill parou, encarando-a confuso
 -- Sim -- ela suspirou profundamente e ele indicou para que ela prosseguisse -- Você não deveria ter feito o que fez. Não deveria ter feito aquilo.
 -- Aquilo o que?
 -- Ter batido no Andreas, e muito menos se irritado por causa do que ele disse. -- ela disse preocupada, segurando o braço dele -- Por favor Bill, você não deveria ter feito aquilo.
 -- Por que eu não deveria?
 -- Não é algo que você faria. -- ela fez uma rápida pausa -- Pelo menos não o que meu melhor amigo faria.
 -- Eu já te disse porque eu fiz aquilo
 -- Mas não deveria ter feito. -- Anna parou e antes que partisse parou mais uma vez e virou-se -- Esse vai ser meu último semestre aqui Bill. Eu vou pra Áustria em julho que minha mãe arrumou um emprego por lá.
              Bill, que estava de costas para a garota, virou-se rapidamente, encarando-a com a boca escancarada, inconformado com o que acabara de ouvir. Sua melhor amiga estava realmente dizendo que dentro de dois meses se mudaria? Que depois de 10 anos, Anna estava indo embora? Estava deixando-o ali? E ela estava namorando há quase dois meses com um garoto loiro oxigenado que ele detestava. É, essa era a graça da vida de Bill Kaulitz: ver sua melhor amiga se apaixonar por qualquer um que não seja ele próprio.
              Anna viu o estado do melhor amigo e notou que a notícia o abalou, afinal, eram 10 longos anos de amizade. Se aproximou do garoto, lentamente devido a sua inércia e tocou-lhe os lábios rapidamente, em um curtíssimo selinho, murmurando apenas um rápido "Sinto muito". E ela sentia, infelizmente ela realmente sentia muito. Sentia muito por não ter dito para ele todos os anos que o amou incondicionalmente, por não ter dito que tudo o que ela sempre quis foi ele e sentia muito mais por ter dito tudo o que disse. Ela estava assustada, prestes a se mudar para outro país, um garoto que ela acreditou ser apaixonada estava de volta a sua vida e seu melhor amigo brigou por causa dela; por outro garoto ter dito que queria dormir com ela e que achava que ela estava pronta para perder sua virginidade... Tudo rodava e conspirava rápido de mais para que a garota de cabelos castanhos pudesse dizer algo. Tudo apitava em sua mente dizendo: "Apaixone-se por seu melhor amigo. Ele é tudo o que você sempre quis e imaginou em alguem...". Ah conspiração.  


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Notas finais do capítulo

prossigo?