País das Maravilhas escrita por Carmem Brontë


Capítulo 1
Conte-me Outra Vez


Notas iniciais do capítulo

Oi, sejam bem vindos ao primeiro capitulo da história!
Estou um pouco nervosa, tenho que admitir. Já escrevo histórias há algum tempo, mas esta é a primeira vez que posto aqui...

Estou ansiosa um pouco ansiosa kkkk.

Bem, sem mais delongas, fiquem com a história.



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— Conte-me outra vez a história... - Teresa ouve sua irmã mais nova pedindo assim que acomoda a mesma em sua cama para fazê-la dormir. Ela sabia exatamente a qual história a criança estava referindo-se, era a mesma que pedia todas as noites sem falta.

A garota exausta suspira. Apesar de não querer desapontar o pequeno lírio encarando-a com os olhos castanhos brilhantes, já está farta de contar esta história... A principio pensara que o País Das Maravilhas seria apenas mais um dos muitos contos que contaria a sua pequena irmãzinha, mas a criança acabou por viciar-se loucamente na mesma.

Alice simplesmente adorava esta história, havia magia, mistério e aventura... Tudo que a garota mais amava. Uma rainha branca como a neve e outra vermelha como as rosas, uma rainha de copas que comanda um exercito de cartas de baralho, um chapeleiro maluco que estranhamente adorava beber chá com um rato e uma lebre, um gato que desaparecia como fumaça, flores muito mal educadas - como Teresa as chamava - e uma lagarta fumante... Era sem dúvida a história mais louca de todas. Não importava quantas vezes era contada, Alice sempre se arrepiava com as pequenas Crônicas do País Das Maravilhas, como sua mãe batizou...

— Tessa... - Alice pedia mais uma vez com a voz manhosa. - Por favor...

— Está bem - Tessa cedia como sempre, pois não podia resistir àqueles olhos de boneca. - "O Chapeleiro Maluco e a Lebre de Março apressavam-se em sua clareira perto do chalé preparando diversas comidas e chás dos mais diferentes tipos para receberem as Rainhas Vermelha e Branca para mais uma destrambelhada de suas famosas festas de chá. Faziam a maior bagunça possível, jogando potes, xícaras e bules para o alto enquanto..."

Tessa contava a pequena crônica de uma maneira única, como se a garota estivesse presente em meio àquele mundo de fantasia, convivendo com todos os personagens excêntricos que o compõem. Ela fazia questão de cruzar cada uma das pequenas crônicas que contava, apenas para ver se Alice percebia aqueles detalhes e a mesma sempre o fazia.

O País Das Maravilhas era um mundo imenso e cheio de curtas histórias que a mãe de Tessa havia inventado quando a garota era alguns anos mais nova que Alice... A cada nova história que sua mãe contava, Tessa ficava ainda mais intrigada pelo lugar e, assim como Alice, sempre queria saber cada vez mais sobre aquele mundo mágico.

O grande quarto em tons de rosa de Alice, digno de uma princesa, enchia-se de vida toda vez que a garota escutava um novo conto... Era como se os personagens saíssem da história e estivessem no quarto junto com as duas irmãs. Era, simplesmente, mágico...

Aquele lugar era o pequeno segredo das duas, um refugio dos padrões rígidos do século XIX. Havia loucura, alegria e podiam fazer o que quisessem sem que ninguém as julgasse. Embora fosse apenas uma história inventada, era a única coisa que tinham e jamais abririam mão disso. O mundo real jamais se equipararia ao País das Maravilhas.

Apesar de serem de uma família nobre do interior da Inglaterra, as irmãs Disraeli não costumavam participar de bailes ou ocasiões que requeriam socializar com outros. Ficavam contidas, quase que aprisionadas, dentro da mansão Hughenden, localizada à 40 km de Londres, em High Wycombe. Como filhas do Primeiro Conde de Beaconsfield, Benjamin Disraeli, e Primeiro Ministro da Rainha Vitória, pensar-se-ia que seriam as damas mais cortejadas da corte, porém sua resguarda às afastava de tais coisas.

Não que isso as incomodasse, de fato estão perfeitamente satisfeitas quanto a isto, mas ainda sim, ser confinada a viver eternamente em um só lugar não é exatamente o que esperavam... Sem seu pequeno universo de excentricidades, àquele lugar seria apenas mais uma das mansões monótonas do campo. Tudo que teriam seriam as diversas aulas e tarefas que são obrigadas a fazer. Este curto período de tempo, entre o toque de recolher e o adormecer de Alice, sempre fora o máximo de aventura que puderam experimentar.

♔♚♕♛

Tessa parou de contar a história no instante em que percebeu que a garotinha, deitada debaixo dos lençóis tão rosados quanto sua bochechas, adormeceu. Ela é extremamente bela, qualquer um que a visse concordaria no mesmo momento. Seus cabelos negros como a noite, repletos de cachos abertos, contornam todo seu perfil descendo até metade das costas. Sempre presos com algum penteado estilo cascata e adornado com uma fita azul.

Os vestidos que Alice usava sempre pareciam o mesmo, todos em tons de azul claro, repletos de babados e laços. Típicos de uma garota de 8 anos da era vitoriana. Uma menina quase tão linda quanto sua mãe... Era o que Tessa pensava sempre que colocava os olhos na garota. Não era nem um pouco como seu pai. Um homem de olhar frio e espessos cabelos loiros, não era o homem mais atraente de sua idade, mas sua beleza exótica destacava-se devido ao tom esverdeado de seus olhos. Coisa que nenhuma das filhas teve a sorte de herdar.

Tessa assopra as velas do castiçal que fica próximo à cama de Alice, deixando o quarto apenas com a luz azulada que emana da grande janela de vidro que leva à varanda. A garota levanta-se ajeitando rapidamente a saia de seu vestido em tons de verde enquanto se dirige à porta dupla de madeira maciça que leva ao corredor.

Apesar de costumar ir direto para seu quarto para preparar-se para dormir, esta noite, porém, Tessa foi chamada a ter com seu pai. Ela não entendia bem o porque, pois ele raramente queria falar a sós com ela. Principalmente tão tarde... Ainda sim, a garota concordou sem hesitar quando um dos mordomos a avisou esta manhã. Embora agora estivesse arrependendo-se da decisão precipitada.

O que seu pai queria a uma hora dessas? Não fazia o menor sentindo! Tessa não conseguia imaginar um motivo para tal. Mas de uma coisa ela tinha certeza: Alice não deveria saber sobre qualquer coisa que seu pai lhe dissesse hoje. Era assunto deles e de ninguém mais.

Ao caminhar pelos corredores da mansão Hughenden, Tessa sentia-se cada vez mais nervosa. O tom avermelhado das paredes fazia com que a garota pensasse estar caminhando em direção à algo terrível. Mas isso era apenas fruto de sua imaginação, não havia o que temer... Eram apenas as mesmas paredes que sempre vira, então por que estava tão aflita agora?

Tessa desse os degraus da longa escadaria, coberta pela tapeçaria em tom escarlate que segue do primeiro ao terceiro, e último, andar da imensa mansão. Sua altura, relativamente baixa se comparada a outras, é compensada pela grande quantidade de salas e corredores que se estendem por quilômetros no terreno. Os adornos simples no corrimão de madeira nobre, contrastam com as paredes de tom alaranjado de forma que torna a mansão belíssima a luz do sol, porém, sombria ao anoitecer.

A luz dos castiçais ilumina a passagem quase que completamente, exceto por alguns poucos lugares que são iluminados por um lustre dourado no topo da longa escadaria. Tessa destaca-se em meio ao turbilhão de tons fortes e vividos com seus cabelos negros e volumosos... Assim como os de Alice. Suas roupas, quase sempre em tons pastéis sempre davam destaque aos mesmos.

Ela pode ser considerada uma garota bastante simples, sem ambições ou aspirações fora da realidade. Apenas livros e arte compõem seus maiores interesses. Apesar de sempre ter sonhado em conhecer o mundo sobre o qual tanto ouviu sua mãe contar, não acreditava que coisas tão absurdas pudessem acontecer, diferente de Alice que adorava sonhar com o dia que poderiam visitar tal mundo. Enquanto puder fazer o que ama, será o suficiente. É isto que pensa.

Tessa para em frente à sala comum. A porta pesada e dupla de madeira, ornamentada em estilo barroco, em formato de arco, está entreaberta. Deixando que a luz tênue do interior, emane um rastro de luz pela fresta, riscando o piso suntuoso, como se cortasse o mesmo ao meio e o divide-se em dois lados.   

A garota inspira profundamente antes de ousar entrar na sala. Ela está nervosa, de fato. Tentando imaginar o que poderia ser... E, ao mesmo tempo, ansiosa. Tessa adota um semblante passivo, o mesmo que sempre demonstrara a seu pai, para tentar disfarçar qualquer emoção que esteja sentindo. Era mais fácil ocultar seus sentimentos do que simplesmente agir despreocupadamente.

— Queria conversar comigo, pai? - pergunta a garota assim que entra no cômodo, mas não antes de fazer uma pequena reverência como cumprimento.

A sala comum, composta por dezenas de tons de dourado, exceto por alguns painéis em vermelho vivo, estende-se por longos dez metros em todos os lados. A mobília clássica, que adorna o cômodo de forma aconchegante, faria com que qualquer pessoa desejasse passar horas sentada em uma das muitas poltronas conversando e bebendo, apenas para relaxar e esquecer as preocupações.

Aquela sala foi projetada exatamente para tal. Com dois lustres reluzentes pendendo do teto alto e anguloso do recinto, a sala comum da mansão, obtém o ar real que o Palácio de Buckingham adotou. Isto sempre foi o que mais fascinou todos aqueles que a visitam. Não é como se Hughenden pudesse equiparar-se ao Palácio, não é isso, mas sua nobreza clássica é bastante reconhecida entre os nobres.

As dezenas de janelas de vidro liso enchem as paredes, quase que sem deixar espaço para quadros ou mobília de canto. A maior parte dos móveis concentra-se no centro da sala. As cortinas de seda branca bloqueiam fracamente a luz da noite que invade o recinto, garantindo o contraste do vermelho com o azul. É realmente uma visão esplêndida...

— Teresa! - exclama a voz da figura, um tanto sombria, sentada sob uma poltrona de couro marrom. - Estava imaginando se Augusto, teria esquecido de avisa-la...

— Refere-se ao nosso mordomo? - pergunta a garota, ainda parada à soleira da porta. - Quantas vezes terei que lhe falar? É August e não Augusto... Sabe que ele não gosta quanto pronunciam errado.

— E ainda sim - responde Benjamin Disraeli, esboçando um sorriso fraco -, sempre custo a acertar... 

— Creio que um dia irá aprender - Tessa diz com o mesmo sorriso no canto dos lábios, tentando ocultar seu nervosismo e evitando o máximo possível o tal assunto que seu pai quer tratar com ela.

— De fato - concorda Benjamin cortando as esperanças de Tessa de adiar a conversa. - Venha cá, sente-se.

Tessa caminha obedientemente até seu pai. Os pequenos saltos de seus sapatos fazem um som contínuo pelo piso de mármore branco, abafado pela tapeçaria, tão detalhada quanto o resto do cômodo, que cobre todo o piso. A garota senta-se sobre sofá bege de frente para Benjamin, evitando o olhar duro que sempre está em evidência em seu rosto cansado.

Apenas uma mesa de centro os separa. Tessa encara a mesma com a cabeça baixa. Concentra-se em observar as duas xícaras de chá postas nas extremidades dela. Ambas completamente cheias do liquido doce e escuro... O cheiro suave penetra as narinas da moça que imediatamente o reconhece como...

— Black tea— diz o pai da garota antes que o nome venha a sua cabeça. - Era o seu favorito há alguns anos... Com leite, não limão. Espero que não tenha me enganado.

Tessa encara a pequena a mistura dentro da porcelana tentando imaginar qual seria a reação de seu pai se descobrir que ela, na verdade, detesta este. Seu favorito sempre fora o de cascas de maça com erva-doce, mas ela jamais diria isso. O homem claramente estava tentando agrada-la, Tessa não poderia desaponta-lo. Ver o seu rosto triste sempre fora mil vezes pior que beber litros de black tea.

—De modo algum - responde a garota pegando a xícara com sua mão direita e logo em seguida o pires com a esquerda, assim como havia aprendido com sua professora de etiqueta aos sete anos de idade -, este sempre foi meu favorito, estou lisonjeada por ainda lembrar-se de um detalhe tão fútil como este.

Tessa força um sorriso enquanto bebe um gole exageradamente curto da mistura, tentando não franzir o rosto quando o líquido encontra seus lábios. Seu pai apenas a observa. Ele parece bastante apreensivo com alguma coisa. Há uma certa inquietação em cada gesto seu...

Benjamin Disraeli, sempre foi um homem alto e magro. Bastante esguio, se comparado a outros em sua posição, e não muito atraente. Possuía um ar típico de homem vitoriano. Sério e concentrado em qualquer coisa que fizesse. Comunicava-se socialmente apenas se necessário, preferia ficar sossegado em sua mansão, hábito que adquiriu após a morte da esposa...

— Sabe filha - Benjamin começa parecendo um pouco hesitante -, você cresceu bastante desde que... - Ele não consegue simplesmente terminar a frase. Não sabe muito bem como explicar o que tem a dizer para a garota. - Bem, desde aquela época... Está cada dia mais radiante, assim como sua mãe. Vejo muito dela em você e, principalmente, em Alice...

— Gentileza sua dizer isso - agradece a garota sem entender muito bem aonde seu pai pretende chegar.

— Tornou-se uma moça prendada e realmente digna de seu nome - Benjamin continua sem dar atenção a pequena interrupção de Tessa. - Além disso, está prestes a completar dezessete anos... Acredito que esteja na hora de assumir as responsabilidades como mulher.

— Responsabilidades? - Tessa repete a palavra sentindo um calafrio subir pela espinha, com medo do que isto possa significar. Embora já possa ter uma vaga noção do que seu pai esta querendo dizer.

— Sim - afirma Benjamin atrapalhando-se com as palavras. - O que quero dizer é... Eu estive tratando com um de meus sócios sobre uma aliança...  Entenda, eu estou ficando velho e em breve não estarei mais aqui para cuidar de você e Alice.

— Papai! - Tessa o interrompe no mesmo instante - Não quero ouvi-lo dizendo tais coisas... Ainda terá muito tempo para ficar conosco.

Dito isto, Benjamin deixa uma tosse, curta, porém pesada, escapar. Ele está doente. Cada dia mais. Vários médicos já o visitaram e foi tentado diversos tratamentos... Ainda sim, o máximo que conseguiram foram curtos momentos de melhora, seguidos por mais incontáveis quadros de agravamento.

— Não precisa dizer isto quando Alice não está por perto - diz o homem recompondo-se. - Tenho plena ciência de meu estado atual... - Benjamin deixa um suspiro de exaustam escapar. - Teresa, sei que será difícil para você aceitar isso, mas eu peço que me escute com bastante atenção.

Tessa hesita por um momento, largando a xícara e o pires novamente sobre a mesa. Ela não quer mais ouvir está conversa, o rumo sombrio que tomou tirou dela qualquer esperança que tinha de ser apenas uma mera formalidade...

— Estive pensando muito sobre isso... - continua Benjamin, apesar de não parecer muito satisfeito com suas próprias palavras. - E é de suma importância que assuma um compromisso com esta família. Por isso, decidi que o melhor será que case-se o mais rápido possível.

— Casar-me? - Tessa mais exclama que pergunta. Quase saltando da cadeira devido ao choque e agradecendo por ter soltado a porcelana antes de ouvir tal absurdo. - Mas ainda há tanto para fazer aqui, tenho que cuidar de você e quanto a Alice! Ela precisa de mim... Não posso simplesmente casar-me do dia para noite.

— Fique calma - Benjamin pede pacientemente, entendo o alarde da garota. - Não é dever de uma jovem dama tratar de tais coisas. Minha saúde está nas mãos dos médicos e quanto a sua irmã... Estará ajudando-a mais se estiver bem casada e lhe der o devido exemplo.

— Mas - a cabeça de Tessa parecia girar... Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Como seu pai pode fazer tudo isso pelas suas costas? Não que ela pudesse recusar tal coisa, mas gostaria de ao menos saber com antecedência o que a aguardava. - Eu não estou preparada...

— Não se preocupe com isto - responde Benjamin sem se deixar abalar. - O conhecerá em breve. Será uma mera formalidade a esta altura... Seu noivo já foi escolhido e todas as transações foram fechadas. Não há com o que se preocupar.

"Não foi isso que quis dizer!" Tessa gostaria de poder responder, mas ficou em silêncio, apenas ponderando sobre o que acabara de ouvir. Nunca achou que este dia chegaria... Começara a pensar, inclusive, que poderia ficar para sempre em Hughenden, cuidando de Alice até que ela tivesse idade para casar-se com alguém. Mas nunca pensou que essa possibilidade pudesse acontecer com ela própria.

Sempre se imaginara sozinha, nunca a face de um homem ao seu lado esteve em seus pensamentos mais loucos. Queria apenas ficar isolada, manter seu pequeno mundinho. O que acabara de lhe ser revelado mudava tudo. Agora ela era noiva de alguém, assim de repente. Sem nenhum aviso prévio. Era demais para ela... Tessa não sabia como lidar com aquela situação.

— O Duque de Cambridge fará um baile em uma semana - Benjamin continua, ignorando completamente o estado em que deixara Tessa. - Um baile de mascaras, para celebrar o aniversário de sua filha mais nova. Creio que não seja muito comum, porém será o suficiente... Deveremos comparecer a ele. Para que as pessoas a conheçam antes da cerimônia. Está de acordo, Teresa?

Tessa apenas acena com a cabeça em confirmação. Ela não escuta uma só palavra, sua mente está em outro lugar agora... Distante demais para que absorva qualquer informação que lhe é dada. A garota não quer saber de mais nada, já esta farta daquilo.

Segurando as lágrimas de aflição, Tessa dirige seu olhar para o homem sério que continua a falar sobre várias outras coisas à sua frente, coisas que ela não se importa de não estar prestando atenção. Como ele pode fazer isso com ela? Simplesmente prometer sua mão à alguém que ela não faz ideia de quem seja... Isto é tão baixo. Tessa nem ao menos conseguia fingir que estava feliz com tal noticia...

— Desculpe - diz a garota limpando a garganta para interromper mais um vez seu pai -, estou me sentindo um pouco indisposta... - Ela faz uma pausa, tentando controlar a voz de choro que começa a surgir em sua garganta. - Podemos continuar esta conversa outrora? Gostaria de ir deitar-me por enquanto.

— Tem certeza? - Pergunta Disraeli, pela primeira vez, percebendo a palidez de Tessa.

— Por favor, quero apenas um tempo para absorver a noticia repentina - responde a garota quase que deixando-se desabar.

— Muito bem, continuaremos esta conversa no café. Logo pela manhã...

— De acordo - ela responde e, imediatamente, apressa-se para sair dali o mais rapidamente possível, esquecendo-se, até mesmo, de se despedir de Disraeli.

O homem fica surpreso ao vê-la fugir tão rapidamente. Certamente esta não era a reação que esperava. Ainda sim, ele não se levanta para impedi-la... Apenas deixa que Tessa corra para seu quarto. A garota tenta não demonstrar suas emoções, sempre o fez. Disraeli sabia muito bem disso, portanto é melhor deixar que sofra sozinha. Sua presença não ajudaria em nada neste momento.

Tessa sente-se de uma forma que jamais sentira-se... Angustiada, traída. Completamente desolada. No fundo ela sabia estar fazendo tempestade em copo d'água. Este era seu destino, era o destino de todas as Ladys britânicas. Afinal ela carregava o nome da família Disraeli, o sangue do Conde de Beaconsfield... Deveria ser obvio sua sina, mas por que ela não conseguia simplesmente aceitar aquilo? Estava perdida, sem saber como agir. Queria apenas que sua mãe estivesse à seu lado naquele momento, porém isto era algo que jamais poderia acontecer.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o primeira capitulo, espero que tenham gostado...
Muito obrigada a todos que leram até aqui ♥

Deixem um comentário se quiserem para dizer o que estão achando até agora e fiquem a vontade para clicar em acompanhar história para receber as notificações cada vez que eu postar um novo capitulo.

Estou quase terminando o próximo, então nos veremos em breve ♥



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