Como esperado, o motorista estacionou em frente a entra da escola, e estaria ali para quando retornasse, agradeceu ao mesmo e desceu, checou as horas, todos estariam em suas salas novamente ou em respectivos clubes. Com a pasta, cuja os papéis eram guardados, se esgueirou pelos corredores que tanto lhe chamavam atenção no começo, até avistar a porta dubla de madeira, onde a placa de ouro jazia indicando a sala do diretor. Bateu duas vezes esperando permissão para entrar.

—Pontual como esperado, senhorita Fujioka. –Saudou o diretor ao vê-la parada em sua frente.

Ela o encarou por alguns segundos, lembrando-se do próprio senpai, suas diferenças sendo apenas os cabelos e olhos castanhos, claro, as poucas rugas. O jeito extravagante ainda persistia mesmo em gestos modestos, onde tentava os esconder.

—O senhor já deve saber a situação. –Afirmou.

—Fujioka-san me ligou explicando. Sinto muito.

—Sem problemas. –Sorriu, acostumadas com as mudanças em sua vida.

—Bom...a família Hitachiin concordou em abriga-la por um tempo a pedido dos gêmeos, sente algum problema em morar com eles?

—SIM! –Foi o que gritou em pensamento. –Não senhor. –Afirmou ignorando seu cérebro.

—Todas as decisões da escola serão passadas para os senhores, e sobre sua condição. –Referindo-se a situação como Host. –Deixarei em suas mãos.

—Obrigada. –Sentiu-se aliviada, nem todos precisavam saber sobre sua vida financeira.

—Assine aqui e esta dispensada por hoje.

—Mais uma vez agradeço senhor Diretor.

Com uma reverência mínima, se retirou respirando fundo. Agora sua única missão seria voltar para o carro sem ser vista.

—Haruhi?!

Fechou os olhos, xingando todos os nomes possíveis quando se virou dando de cara com Tamaki.

—Boa tarde senpai.

—O que faz aqui?

—Resolver umas coisas com o diretor, agora se me der licença, tenho que voltar. –Esquivou-se do corpo do loiro o deixando para trás.

—Espera Haruhi, vamos ao clube.

—Estou sem uniforme para trabalhar, se não percebeu. –Resmungou.

—Apenas cumprimente os outros. Venha!

Agarrou o pulso da menor e começou a puxa-la em direção as escadas para a terceira sala de música, sem poder contrarias, apenas resmungou mais alto sua indignação por estar sendo arrastada contra a vontade. Em um rompante a porta foi aberta, atraindo o olhar de todas as garotas e Host presentes.

—Haruhi-kun! —Gritaram alegres.

—Boas tarde, meninas.

—Não o vimos na classe, se sente mal?

—Apenas resolvendo problemas. –Sorriu.

—Haru-chan quer comer bolo?

Evitou revirar os olhos, gostar de Honey sempre fora fácil, mas sua mania por bolos se tornava aterrorizante.

—Almocei não faz muito tempo, quem sabe na próxima.

Cumprimentou todos, sentindo falta apenas dos gêmeos. Olhou em volta, ambos estavam a fazer seu showzinho particular para duas garotas encantadas por amor fraternal.

—Hikaru quase não falou conosco hoje. –Comentou Kyouya.

—Não tenho nada haver com isso.

—Nunca disse que teria Haruhi. –Manipulador! –Tente falar com eles, ao menos um pouco.

Devagar se aproximou, repassando em sua mente alguma conversa que poderiam ter, sem uma possível briga intima em frente a uma multidão. Como os gêmeos permaneciam de costas, Haruhi pediu silêncio ás garotas apenas com o gesto de por o dedo entre os lábios, rapidamente acatado pelas fiéis clientes.

—Boa tarde. –Saudou.

—Haruhi-kun, pensamos que não o veríamos hoje.

—Me desculpem por não avisar, precisei resolver assuntos pessoas, envolvidos com a escola, por isso estou aqui há essa hora. Tamaki-senpai me encontrou e arrastou até aqui.

—Tamaki-senpai é incrível! –Gritaram as clientes juntas.

—As senhoritas poderiam nos dar licença? Necessito conversar com esses gêmeos.

—Claro Haruhi—kun, nosso horário também já esta acabando.

Com uma leve reverência, saíram, deixando uma atmosfera entranha ao redor da mesa, onde agora os três Host’s se encaravam desconfortáveis.

—Então...suas coisas já estão na mansão?

—Deixei antes do almoço, obrigada por me acolherem.

—É o mínimo que podemos fazer, agora faz parte da nossa família. –Retrucou Hikaru, que até então se mantinha quieto.

—Acho que vocês precisam conversar seriamente e se resolverem, morar na mesma casa com esse clima ruim, não dará certo.

—Até parece um adulto falando Kaoru.

—Alguém tem que ser irmão. –Sorriu para a garota e saiu deixando o irmão atordoado.

—Me desculpe! Desculpe-me, Haruhi.

—Isso foi repentino.

—Eu sei tá bom. Mas eu refleti a noite toda, droga. –Esfregou os cabelos. –Estou envergonhado por bancar o ciumento sem lógica, tenho que admitir que errei, mas também quero que admita o seu erro.

—Ok.

—Só isso?

—Sim, na última briga meus erros e falta de atenção ficaram bem evidentes para qualquer um.

—Acho que é o máximo que conseguirei como um pedido de desculpas vindo de você. –Revirou os olhos quando a viu sorrir. –Vem comigo!

—O que? Espera!

Gritou quando sentiu seu pulso ser agarrado, chamando a atenção das poucas clientes. Tropeçou nos próprios pés pela corrida inesperada, por ser um clube de grande prestigio dentro da escola, tinham seu banheiro particular, assustou-se ao perceber que haviam adentrado o masculino.

—Hikaru não posso entrar aqui, e se os outros aparecerem?

—Quem pode entrar aqui são apenas nossos colegas. É nosso único momento a sós de verdade, sem brigas.

—O que quer dizer?

—Preciso agir como um namorado de verdade.

Sorrio ao olhar o rosto confuso da namorada. Devagar enlaçou a cintura fina a puxando mais perto, colando seus corpos, os lábios se encontraram tímidos e inexperientes, Hikaru rio novamente, teria ele mesmo que aprofundar o beijo. Passou a língua sobre os lábios femininos pedindo passagem, lentamente a garota permitiu, sentindo um choque passar por seu corpo. As mãos finas correram para a nuca masculina acariciando levemente.

—Vai ser mais divertido do que pensei morarmos juntos. -Sorrio maroto.