Evelyn Brown e a Marca Perdida escrita por BestBlondAndBrunette


Capítulo 7
Capítulo 7




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— Apresento-te a Casa Grande. - anunciou Zac.

Uma construção azulada encontrava-se no topo do monte. Possuía pilares que me relembravam os pilares grego-romanos que vira nas aulas de artes e de história. Tinha dois andares e, no topo do telhado, uma estátua de bronze de uma coruja parecia vigiar o acampamento. O alpendre estendia-se à volta de toda a casa.

Liam e Zac concordaram trazer-me, dado que precisavam de passar por um sítio qualquer que eu não me dei ao trabalho de prestar atenção.

Agradeci a sua ajuda e dirigi-me até às escadas da entrada da casa. Quando alcancei o último degrau, aproximei-me. Junto à porta do lado esquerdo, havia um grande moral que captou a minha atenção. Mais perto do mesmo, pude observar um pequeno mapa do que presumi ser o acampamento. Gostaria de ter o meu telemóvel comigo ou um caderno para ter uma orientação naquele sítio novo e enorme. Para além disso, pude observar o que pareciam avisos sobre atividades, missões e eventos da colónia, e ainda uma tabela com vistos e cruzes do que parecia a inspeção de cada cabana. Ao que assimilava, a cabana de Hermes tinha quase todas as semanas uma cruz a preencher o seu quadrado.

Um barulho repentino captou a minha atenção. Parecia vir da parte posterior da vivenda. Segui o som e, à medida que me aproximava, apercebi-me de que se tratava de gargalhadas.

Ao virar a esquina e finalmente alcançar o local pretendido, fiquei especada.

Em pé, encontrava-se uma figura masculina metade homem metade cavalo. Da cintura para cima, passava facilmente por um senhor de meia-idade com cabelo castanho, uma barba desalinhada e sobrancelhas espessas. Trajava uma armadura simples que apostava ser de prata e tinha em suas mãos uma parte do baralho de cartas. Da cintura para baixo, um imponente torso e pernas de cavalo branco substituíam o que seria um par de pernas humanas. Tratava-se com certeza de Quíron, o centauro responsável pelo acampamento de quem me falaram.

Do outro lado da mesa de madeira redonda, encontrava-se um homem reboliço. Sentava-se descontraidamente sobre uma cadeira de jardim almofadada que aparentava ser extremamente confortável. Um pouco torto no acento, provavelmente devido a uma almofada nas suas costas, cruzava as penas uma sobre a outra. Apesar da posição, parecia-me baixo, destacando o seu pescoço com várias dobras e bochechas avermelhadas. Os seus cabelos eram negros e cacheados, porém o que mais se sobressaia eram seus olhos estonteantes cor-de-vinho. Usava uma camisa com um tigre de pelo alaranjado, bermudas e sandálias. Fazia-me lembrar um turista, com uma Diet Coke numa das mãos e na outra um conjunto de cartas. Uma parte do meu subconsciente parecia avisar que ele era perigoso.

Demoraram uns segundos a se aperceberem da minha chegada. Quíron estendeu um sorriso na minha direção, enquanto o seu acompanhante torceu o seu nariz redondo.

— Deves ser a Evelyn. - pressupôs Quíron, fazendo-me um gesto com a mão livre. - Aproxima-te, nós não mordemos.

— Se fosses ambrósia, até pensava nessa possibilidade. - afirmou o outro, voltando a sua atenção de novo para o jogo.

Alcancei-os sob o olhar daqueles olhos castanhos. Sentia como se ele estivesse a tentar percecionar quem era apenas me observando, o que me estava a deixar extremamente desconfortável. O homem reboliço retirou novamente o olhar das cartas, passando-o novamente para mim.

— Evelan Borwnie. - começou com um sorriso sarcástico sobre os lábios vermelhos. - 17 anos, estou correto?

— Evelyn Brown. - corrigi e ele ergueu uma sobrancelha, fazendo-me engolir seco. Os olhos dele brilhavam, espelhando uma dimensão assombrosa de poder. - Senhor. - acrescentei. - Tenho 17 anos, sim.

— O sátiro já esteve aqui a contar a história. - continuou. - Foi a primeira vez que viste um monstro? É que me parece um pouco... estranho. - olhou para o jogo, revirando os olhos quando o centauro fez a sua jogada.

— O que o Sr. D quer dizer é que é muito invulgar só chegares ao acampamento agora. - explicou Quíron face a minha pequena careta. - É a primeira vez em muitos muitos séculos que isso acontece.

— Sr. Quíron, juro que nunca vi nada assim. - reforcei, impedindo quaisquer dúvidas sobre a veracidade desses factos. Meter-me em problemas não estava nos meus planos futuros.

— Calma, criança. Exceções acontecem. - disse o centauro com um sorriso tranquilizante. - O teu pai ou a tua mãe não sabiam de nada? Agora que sabemos que és semideusa, de certo que sabes, ahm, que um deles não é teu progenitor de sangue.

Estranhei o facto de saberem sobre a minha família. Provavelmente, durante o tempo que passara desacordada,  terão recolhido informação acerca de mim. Thíaso deverá ter sido a sua principal fonte, com certeza.

— Acho que não. - respondi. Se eles soubessem, teriam dito. Nunca foram do tipo de mentir ou omitir coisas. Sinceridade acima de tudo era um lema que seguiam à risca. - Além disso, sou adotada. Não tenho ideia se o meu parente é um deus ou uma deusa. Os meus pais acolheram-me muito nova.

— Estou a ver... - remexeu-se o deus olhando para o jogo, mas entendi que falava para mim. - O sátiro mencionou sonh...

— Sonhos, sim. - interrompi involuntariamente. Engoli seco quando o Deus me encarou com aqueles olhos penetrantes. - Desculpe. - murmurei a contragosto, porém ele fez um gesto para eu continuasse, fazendo-me conter um revirar de olhos. - Não acho que sejam mais que pesadelos. Nunca me lembro deles quando acordo, apenas fico angustiada.

Quíron fez a sua jogada e o deus apenas bufou vencido, largando as cartas sobre a mesa.

— Deves ser apenas uma rapariga com sorte, Elian Down. - concluiu o Sr.D, levantando-se. - Eu tenho que terminar uns relatórios. Infelizmente, o paizinho não gosta das coisas atrasadas. - tentei não me mexer quando trovões ressoaram. O deus levantou-se, caminhando preguiçosamente para casa com a sua Diet Coke. Antes de passar pela porta, virou-se para trás.  Quíron, explica-lhe os básicos, por favor. 

Tive a atenção total do centauro, a partir desse momento. 

— Já estás instalada na cabana de Hermes? - questionou paternalmente. - Espero que aqueles traquinas não te deem muitas dores de cabeça. Aconselho-te a tomar algum cuidado. - soltou uma gargalhada. - Quase todas as semanas há conflitos à conta deles.

— Já, sim. - respondi simplesmente. - O Liam ajudou-me a acomodar-me.

— Liam Miller. Esse rapaz  tem um coração de ouro, mas não acredites em todos os disparates que ele diz.

A sua postura descontraída e amável deixou-me menos tensa. A nossa diferença de alturas não era propriamente pequena, pelo que a sua estatura me intimidou inicialmente. 

— Terei cuidado, não se preocupe. - esbocei um pequeno sorriso na sua direção.

Por momentos, a sua atenção descentralizou-se e olhou para o lado. Segui o seu olhar. A visão era maravilhosa. Quase toda a colónia era visível daquela perspetiva. Todo um conjunto de cores vibrantes a compunham.

— Aproxima-te, criança.

Olhei na sua direção e apercebi-me de que se encontrava junto à cerca de madeira que rodeava todo o alpendre. Coloquei-me ao seu lado, apreciando a vista.

Apontou para as diferentes estruturas do acampamento, localizando-me. Para além dos locais que já vira anteriormente, passei a conhecer outros. O Pinheiro de Tália era uma árvore que  resplandecia junto à entrada principal. Se calhar, o nome referia-se à filha de Zeus de quem Liam tinha falado. Ao longe, depois do anfiteatro, uma parede de escalada incandescente surgia. Não consegui entender porque reluzia tanto, mas tinha a certeza que acabaria por saber. Junto ao campo de vólei, encontrava-se uma construção grega para Artes e Ofícios. Entre a arena e o campo de morangos, havia um estábulo, uma forja e um arsenal.

Deixou-me mais descansada saber um pouco mais de tudo o que me rodeava. Depois dessa explicação mais resumida, o semblante de Quíron mudou de descontraído para mais sério.

— Os teus pais procuram-te, Evelyn. - informou. - Apareceste ainda hoje nas notícias do canal  principal da Filadélfia. 

Suspirei, sentindo o meu coração apertar. Este mal-estar era causado pela saudade de casa e por ter deixado os meus pais daquela forma.

— Tive que os deixar às pressas. - entristeci-me. -Não os podia colocar em perigo, ainda mais sabendo que não era capaz de os defender e de os salvar.

— Foi uma decisão sensação sensata, Evelyn. - a sua mão pousou no meu ombro, reconfortando-me. 

— Também não pretendo ficar muito tempo. - direcionei o meu olhar para o seu. - Apenas o necessário para que consiga viver sem que os meus pais sofram por minha causa. O básico é tudo o que preciso.

— Não és obrigada a ficar, Evelyn. - respondeu o centauro.. - És livre de partir quando quiseres.

— Obrigada. - sorri.

Encaminhou-me até à entrada da Casa Grande. Prestava atenção ao que ele me dizia, quando o meu olhar captou uma figura familiar.

— Vai, criança. Ele saiu à pouco da enfermaria. - riu-se Quíron, dando-me um pequeno empurrão, obrigando-me a avançar em direção às escadas.

À medida que me aproximava, notei uma melhoria incrível. Nem parecia ter saído de uma luta quase mortal. Aaron tinha só o braço enfaixado, mas de resto estava impecável. Vestia agora a mesma blusa que a rapariga ao seu lado, acompanhado por uns calções gastos.

Ele não me viu a princípio. A primeira pessoa a notar a minha presença foi Valerie forçando um sorriso ao ver-me. Aaron virou-se para mim, abrindo o seu típico sorriso trocista, examinando-me de alto a baixo.

— Ouvi dizer que alguém já esteve a dar umas voltinhas por aí. - comentou o loiro, quando finalmente os alcancei.

— Com que então as notícias correm depressa por aqui. - trocei.

— Tenho os meus contactos. - disse, piscando-me o olho, arrancando um revirar de olhos da filha Nice.

— Sim, realmente tens muitos amigos a correrem para te contar tudo. - gracejou a rapariga.

— Sabes que te adoro, Val. - prolongou, despenteando-lhe os cabelos.

 A expressão de Valerie foi realmente cómica. Uma careta formou-se no seu rosto, face a ação do loiro. Os lábios e nariz franzidos definiam-na.

Aaron voltou a sua atenção de novo para mim. 

— Mas, mudando de assunto, já começaste a conhecer o pessoal?

— Uma ou outra pessoa, nada de mais. - respondi. - Ao menos, já tenho onde dormir, o que não é mau.

— Ah! Não te esqueças de deixar sempre as tuas coisas debaixo de olho. - advertiu o  surfista. - Quando lá estive, devo ter perdido - fez aspas com os dedos. - umas quantas.

— Já me avisaram disso. - ri espontaneamente.

— É claro que tens de ter cuidado. - comentou inconvenientemente Valerie. - Mas quem é que não sabe disso? 

— Nem toda a gente esteve limitado a um acampamento desde miúdo.

Olhei-a nos olhos, deixando transparecer o meu descontentamento perante a sua observação totalmente dispensável. Os seus olhos faiscaram. Não ousei desviar o olhar. Ela não me conseguia intimidar.

Uma tosse forçada quebrou a tensão que se formara.

— Evelyn, - começou Aaron, tocando-me no ombro. - com que então conheceste a minha tentativa de cópia!

— Tentativa? - fingi-me indignada. - Eu diria até que o James era o original!

— Ah. Ah. Ah. - retorquiu com um riso sarcástico. - Vou fingir que acredito que essa é a tua opinião.

— Sabes... O Liam disse-me que vocês eram filhos de Apolo! - lembrei-me. - Não fazia a mínima ideia.

— Com o tempo, vais perceber que até faz sentido. Sou bastante sortudo, a cura é mais rápida.

— Chama-lhe sorte chama. - interviu Valerie com um ínfimo sorriso. - Tu expões-te demais. Se fosse qualquer outro semideus, três dias na enfermaria era o mínimo.

Aaron revirou os olhos, mostrando um pouco o seu aborrecimento. O seu semblante tornou-se mais sisudo, tal como o da Valerie, assim que repararam em algo que se aproximava por de trás de mim.

— Já passou, estou vivo. - acabou por responder, após uns segundos.

— Infelizmente. - acrescentou uma voz grave.

Virei-me de costas e deparei-me com duas figuras atléticas, trajadas em armaduras de ferro que aparentavam pesadas. 

Uma delas já vira mais cedo: uma rapariga bronzeada e curvilínea com o cabelo curto, pelas orelhas, cor-de-rosa choque, devido à partida de Liam e Giselle. Agora, frente a frente, reparei que era ligeiramente mais baixa que eu, mas não deixava tentar de transmitir uma postura intimidante, com os seus ombros largos e uma carranca a ocupar a sua face. Aparentava ser mais nova, com alguns traços infantis. Possuía lábios finos, nariz reto e olhos castanhos salientes a ocupar o seu rosto hexagonal. 

A outra era um rapaz da altura e, provavelmente também, da idade de Aaron. O seu cabelo negro estava rapado à militar. Os seus olhos eram igualmente escuros, com uma certa tonalidade vermelha em virtude da sua possível raiva contida. A sua fisionomia ameaçadora era realçada pelos seus traços grotescos como face quadrada, nariz torto, lábio superior mais fino que o inferior e, acima de tudo, a sua corpulência. Com certeza se assemelhava com um muro alto e denso. A sua tez era semelhante à da adolescente que o acompanhava, embora mais avermelhada, como a de um nativo americano.

— Fazias um favor a toda a gente. - acrescentou a rapariga com um sorriso cruel.

— Não têm nada mais nada que fazer?- perguntou Valerie, claramente aborrecida.

— Viemos verificar se o nosso querido Aaron estava bem. - afirmou o rapaz. - Três empusas? Até eu era capaz de tratar delas de olhos fechados.

— Sim, sim. - respondeu Aaron. - Queria te ver a fazer isso.

— Até podias ter visto, se não tivesses sido derrotado logo.

— Tanta paleta, Kane. - Valerie replicou ácida. - A propósito, Scarlett, essa cor de cabelo deixa-te a matar. Já consideraste pintar permanentemente?

Os olhos da rapariga faiscaram num tom vermelho, mas isso nem de perto intimidou a filha de Nice. Manteve-se imparcial à sua tentativa.

— Isso é tudo inveja? - riu sarcasticamente Kane.

— Antes fosse! - redarguiu Valerie ironicamente.

Só então Kane pareceu aperceber-se da minha existência, olhando-me de alto a baixo. Esboçou um sorriso cínico, erguendo uma sobrancelha. Não parecia nada impressionado. A sua mudança postura atraiu a atenção da rapariga que o acompanhava. Esta direcionou-me um olhar superior.

— Com que então tu é que és a novata. - concluiu Scarlett.

— E... - procurei que esta desse continuidade ao seu pensamento.

O seu semblante superior descaiu por momentos, dando lugar a um enfurecido. Empinou o nariz e colocou os ombros para trás, enchendo o peito. 

— Tu claramente não sabes quem somos, por isso vamos deixar passar esta. - disse Kane. - Mas acho bem que comeces a tratar-nos com respeito.

— Tens sorte da Clarisse já não estar cá. - adicionou Scarlett, sendo puxada pelo irmão.

Observamos as suas figuras a desaparecerem em direção à Casa Grande, até que me virei para os dois ali presentes.

— Okay, quem eram aqueles? - inquiri.

— Filhos de Ares. - explicou Aaron com um revirar de olhos. - Kane Walker é o conselheiro da cabana de Ares e a sua fiel seguidora é a Scarlett Rivera.

— Chefe de cabana? - perguntei incerta quanto ao novo termo. -Isso é tipo um responsável de cada cabana?

— Basicamente, eles são responsáveis por instruir os novatos até ao seu respectivo chalé, assegurar-se a sua evacuação no pré-toque de recolher, agir com autoridade diante dos outros semideuses, porém, sem cometer abusos, e punir semideuses que atrapalhem o bom andamento das atividades propostas pelos conselheiros de instrução. Infelizmente, há chefes de cabana como Kane que abusam da sua autoridade, considerando-se superiores aos restantes campista.

— Estou a ver o tipo. - retorqui tendo uma noção do que ele estava a falar. Era como se fossem os populares do último ano do secundário.

Ao longe, conseguimos ouvir uma corneta a soar. 

...

Entrei no pavilhão maravilhada com a decoração. As colunas de mármore eram iluminadas pelas tochas espalhadas ao longo da edifícios. Um grande braseiro de bronze era a figura central. As brasas queimavam tornando o ambiente acolhedor e convidativo. 
Pelo que via, cada cabana pareciam possuir a sua própria mesa, enfeitada com uma longa toalha branca com pequenos pormenores bordados a roxo. Algumas mesas estavam vazias, pelo que presumi que também eram honorárias, que desperdício, porém, outras compensavam com uma grande lotação de miúdos. A cabana 11 era uma delas. Para minha felicidade, não precisei de me espremer para me sentar. Os lugares ficaram mesmo à conta.

Thíaso estava acompanhado por mais dois sátiros na mesa 12. Após observar mais um pouco, consegui distinguir uma pequena figura rechonchuda, entre eles, talvez mais um semideus.

Na mesa 5, o Kane e a Scarlet já se encontravam sentados. Observei o Walker a lançar olhares de raiva a Aaron, que acabara de entrar no pavilhão, acompanhado por dois dos seus irmãos, nenhum deles James.

Esse talvez ainda estivesse na enfermeira, ou simplesmente estava atrasado.

Reparei que haviam mesas cujas crianças e adolescentes sentados, possuíam características faciais muito semelhantes. Além da de Apolo, a cabana de Atena aparentava ter apenas miúdos loiros, de rosto sério e todos com olhos cinzentos tempestade.

Valerie foi sentar-se com dois miúdos numa das mesas mais afastadas.

Ao fim de alguns minutos, Quíron bateu com os casos no piso de mármore e instantaneamente o silêncio reinou. Ergueu o seu copo no ar.

— Aos deuses!

Imitei quando todos ergueram os copos, apesar de o meu estar vazio.

— Aos deuses!

Criaturas de tons esverdeado aproximaram-se com fartas bandejas de comida. Presumi que fossem ninfas.

O banquete era o mais variado possível. Desde uvas, maçãs, morangos, queijo e pão, a comida mais elaboradas como churrasco, pizza, peixe e até comida vegan.

Liam deu um sorriso de lado ao ver o meu copo vazio.

— Basta dizeres o que queres. Só bebidas alcoólicas, infelizmente, é que não.

Parecia-me a coisa mais abusar da do mundo, mas acho que já nada passava o facto de estar um deus a poucas mesas de mim.

— Coca-Cola. — disse.

O copo encheu-se com o líquido cor de caramelo. Fiquei fascinada com esta "magia". Podia beber tudo o quisesse o quanto quisesse. Talvez até pudesse ponderar experimentar sabores que antes nunca tive oportunidade.

Direcionei o olhar a mesa de Apolo. Aaron olhava para mim fixamente. Quando percebeu que eu o encarava, deu o seu típico sorriso de lado.

— Despacha-te Evelyn! - reclamou Zac e eu voltei a realidade.

Enchi o meu prato com comida, bem menos do que o normal. A saudade bateu-me de repente: os cozinhados da minha mãe era o que mais me apetecia naquele momento.

Liam fez-me um pequeno sinal para esperar e imitei quando todos se levantaram, após se servirem.

Uma a um, levavam os seus pratos às brasas. À medida que se aproximavam, atiravam parte da refeição às chamas, as melhores coisas que tinham escolhido, sussurrando, em seguida, palavras em voz baixa.

Olhei para Liam interrogativamente. Este apenas sussurrou baixinho:

— Oferendas aos deuses. Atiras um pouco e fazes uma pequena oração.

Observei o a atirar um pedaço de carne ao braseiro.

— Hermes. - proferiu e seguiu para a mesa.

Eu era a próxima.

Eu não fazia ideia de quem agradecer. Nem sabia se o meu parente era pai ou mãe.

Respirei fundo e engoli seco

— Quem quer que sejas, por favor, reclama-me.


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Notas finais do capítulo

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BestBlondAndBrunette



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