14 de fevereiro outra vez escrita por Kamereon


Capítulo 2
14h em Ponto


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei só um pouquinho né? hehe... desculpem por isso, o bloqueio criativo e a vida de adulto infelimente me derrubam sempre. Vou tentar não demorar tanto para postar o próximo.
Boa leitura ♥



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14h em ponto.

Eu usava minhas roupas civis, de banho tomado e usando perfume. Exagero? Eu não sabia, estava difícil pensar lucidamente.

Toquei a campainha da mansão Uzumaki e logo ouvi passos apressados no corredor.

...Ela estava vindo e eu percebi que meu coração poderia acabar saindo pela boca a qualquer minuto.

Até que a porta se abriu e a magia toda se acabou, pois não era Himawari que havia aberto a porta para mim.

 

— Ah, olá Inojin kun. O Boruto não está, em que posso ajudá-lo? – Hinata san me recebeu.

— Olá, bem… é que hoje não vim ver o Boruto. – Falei. Senti meu rosto suar e esquentar, ainda que estivesse fazendo frio. Hinata san, que já havia me dado as costas enquanto adentrava a casa e me conduzia até a sala como boa anfitriã, parou por um momento e cochichou.

— Veio ver a Hima chan, não é? Eu já suspeitava...

 

Ela me lançou um olhar que eu nunca havia visto na vida. Não que eu tivesse muito contato ou familiaridade com Hinata san, mas do pouco que tinha, podia dizer que aquele comportamento era diferente. Por um lado, me senti ainda mais envergonhado porque percebi que ela, assim como a minha mãe, achava aquilo “fofo”. Aliás, a reação das duas foi um pouco parecida, se for comparar. Por outro lado, me senti um pouquinho confortável porque percebi que ela era nossa cúmplice.

 

— Vou chamá-la, ela está no quarto se arrumando. Pode se sentar enquanto isso. – Ela sorriu e me deixou só na sala. 

 

Eu estava um pouco nervoso para me sentar, então fiz algo que nunca havia feito nas vezes em que estive naquela casa a convite de Boruto: vi as fotos que estavam espalhadas em porta retratos pelas estantes e paredes do lugar. Por mais que eu já houvesse ido àquela casa diversas vezes, depois de observar as fotos eu senti como se estivesse invadindo alguma espécie de santuário do Nanadaime, então voltei a ficar apreensivo.

Mas não demorou para que Himawari finalmente aparecesse na sala. Eu não conseguia nem descrever direito o quanto ela estava linda. Parecia mesmo uma obra de arte.

 

— Inojin kun, me desculpe pelo atraso – ela dizia visivelmente apressada. Eram apenas 14h05. – Eu estava terminando de me arrumar e nem vi o tempo passar.

— Não, não precisa se desculpar. – respondi. – Himawari chan, você está...

 

Linda, eu ia dizer. Minha boca provavelmente se abriu desde que ela surgiu na sala até vir falar comigo. Até que a porta da frente se abriu e ambos congelamos. 

 

— Papai? – Ela disse. – O que faz aqui a essa hora da tarde?

— Eu apenas vim pegar alguns livros que esqueci em casa. Oi, Inojin! – Ele se virou para mim e sorriu. – Boruto está em missão, você não sabia?

 

Hinata san apareceu bem na hora. Nossa cúmplice veio correndo como uma grande ajuda, porque senti que em breve eu poderia acabar chorando. Um completo covarde...

 

— Querido, por que não sobe e me ajuda a pegar uma caixa que está em cima do guarda-roupa? Eu não alcanço, sabe?

 

Apesar da desculpa um pouco esfarrapada para uma ninja, o Nanadaime concordou prontamente. Se espreguiçou, bocejou e escutei suas costas estralando; ele estava visivelmente cansado, como sempre. Subiu três degraus, até que parou, virou o corpo bem devagar e olhou para mim e Himawari, que havíamos entendido o recado e já estávamos no corredor, prestes a sair pela porta. 

 

— Esperem um pouco aí. O que é isso? – Ele falou visivelmente exaltado.

 

Devo confessar que abri a porta e saí rápido como uma galinha assustada, e logo atrás de mim veio Himawari. Ouvi Hinata san chamando-o novamente e o Hokage resmungando alguma coisa. Mas foi tudo muito rápido devido ao pavor de ser pego por um rasengan.

Ninjas do mal? Bandidos? Tranquilo, eu dou conta.

Mas o Hokage, – e pai da minha futura namorada – aí é diferente.

 

Minhas mãos ainda tremiam enquanto andávamos pela vila, que estava movimentada devido ao dia dos namorados. Eu estava mudo, totalmente o contrário de como eu planejava estar.

 

— Inojin kun. – Himawari parou e olhou direto para mim. – Não tenha medo do meu pai. Mamãe está do nosso lado. Talvez ele reclame um pouco a princípio, mas vai ficar tudo bem, eu prometo. Ok?

 

Ótimo, agora ela também sabia que eu era um covarde…

 

— Eu não estou com medo, eu só… é que...

 

Ela repentinamente pegou minhas mãos e sorriu. Aquilo me paralisou inteiro, como se eu estivesse olhando para algum tipo de pedra muito preciosa ou uma pintura cheia de significados. Algo em meu peito se aqueceu e eu desisti de me explicar. Só sorri de volta certo de que podia confiar nela, então me lembrei da coragem que ela fazia nascer em mim e do fato de que Himawari nunca me decepcionava. Avistei a confeitaria que combinamos de conhecer logo na esquina.

 

— Bem, vamos entrar? O que você vai querer?

.

.

.

Comi um pedaço de cheesecake e Himawari, um pedaço de bolo de morango. Bebemos milkshake de chocolate e conversamos durante algum tempo. Eu já nem me lembrava do Hokage irritado ou do nervosismo de criar um encontro perfeito para nós. Aproveitar a companhia daquela garota se tornou o centro das minhas atenções tão rápido quanto desenhar uma fera para infundir meu chakra. Era incrível como conseguiamos conversar sobre qualquer assunto que surgisse repentinamente e nos divertir. 

Himawari me contou como Boruto havia ficado bobo e meloso depois que começou a namorar Sarada chan, coisa que ele não demonstrava quando estava perto de mim ou do Shikadai. Me contou também detalhes sobre sua família que eu não conhecia. Depois que ela me disse que as mulheres mandavam naquela casa e que ela até derrubou o Nanadaime no dia da cerimônia de posse, eu fiquei bem mais tranquilo. Antes via o Nanadaime como um grande líder, que possivelmente fosse um pai de família muito centrado e firme, apesar das reclamações de Boruto sobre ele (eu sempre soube que Boruto adorava reclamar de tudo). Mas percebi minha visão dos fatos mudando aos poucos… Eu já achava que poderia lidar com o Hokage, já que Himawari me fez lembrar do fato de que ele era uma pessoa tanto quanto eu. 

Depois da confeitaria, prometi a Himawari que a levaria em um local pouco conhecido na vila. Contei a ela que era meu lugar secreto, e que era para lá que eu fugia quando era criança e ficava chateado com meus pais por não me comprarem algum caderno ou conjunto de giz de cera novos. Curiosamente, após tanto tempo desde que cresci, descobri que haviam montado um parquinho no local. Era possível ter uma bela vista da vila coberta de neve e do pôr do sol; o primeiro pôr do sol que pudemos ver em dias, já que estávamos no inverno e os dias nublados eram mais comuns.

Andamos por ali, ainda conversando, atirando bolas de neve um no outro e rindo. Narrei para Himawari sobre algumas vezes em que fui para aquele lugar e sobre quantas vezes desenhei a paisagem que via dali sob diferentes perspectivas. Conversar com ela sobre arte era uma das minhas coisas favoritas, porque ela sempre me entendia, não importava como fosse.

Quando ela se sentou no balanço, fui empurrá-la. Pouco tempo depois me coloquei de frente ao balanço e segurei as correntes para pará-lo. Como o sol já estava se pondo, pensei que seria adequado acompanhá-la até sua casa e não abusar da paciência do hokage e nem de sua mãe, que tanto nos ajudou.

 

— Hima chan, acho que já está na hora de voltarmos… – eu disse. Mas fiquei totalmente encantado com o que vi. Como parei as correntes com as mãos, acabei ficando muito próximo de seu rosto e como o sol estava se pondo, os raios refletiam em sua pele e seus olhos azuis mostrando cores que eu jamais havia visto. Era um perfeito girassol. Como eu poderia ser digno de uma criatura tão milimetricamente perfeita?

— Tudo bem, inojin kun. – ela sorriu tão aberto que quase fechou os olhos. 

 

Eu não planejei nosso primeiro beijo. Eu estava ocupado demais planejando nosso primeiro encontro, por isso achei que o beijo seria um próximo passo; logo, seria bom pensar em uma coisa de cada vez. Já não bastava me adiantar e pensar na reação do hokage.

Mas nosso primeiro beijo aconteceu ali mesmo. Depois que ela sorriu eu não pude deixar de tocar seu rosto, afastando a franja de seus olhos. Foi quase instintivo. Talvez tenha sido impressão minha, mas podia jurar que nesse ponto ela se aproximou ainda mais de mim. Para colar minha testa à dela demorou apenas dois segundos, e para selarmos nossos lábios, apenas mais dois. 

Foi um beijo doce, macio e lento. Estávamos descobrindo como era tudo aquilo, já que nenhum de nós havia beijado antes. Apesar de um beijo um pouco tímido, havia sido maravilhoso.

Maravilhoso era pouco, eu admito. Foi sensacional, eu sentia como se assistisse aos fogos do ano novo novamente. Meu coração acelerava e não pudemos fazer mais nada além de sorrir. 

Eu achei que ficaria absurdamente tímido e sem jeito quando nos beijássemos pela primeira vez, mas tudo foi tão natural que o sentimento, em vez disso, foi de aconchego.

Agora era a hora de voltar à residência Uzumaki e ver o que me aguardava.


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Notas finais do capítulo

Ficou um pouquinho menor esse capítulo, mas eu precisava dividir bem os eventos, depois vai fazer sentido :)
Gostaram? Me avisem!



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