Need You Now escrita por oicarool


Capítulo 26
Capítulo 26




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Elisabeta acordou com beijos em seu ombro, pescoço, rosto. Sorriu antes de abrir os olhos, sentindo o corpo dele em contato com o seu. Também antes de abrir os olhos a mão dela já segurava os cabelos curtos dele. Ela adorava fazer isso. Darcy mordeu de leve seu queixo ao senti-la acordar. E quando Elisabeta finalmente abriu os olhos, os sonolentos dele estavam em seu campo de visão.

— Bom dia, linda. – ele disse em voz rouca.

— Bom dia. – Elisabeta sorriu. – Que horas são?

— Hora de você me dar o primeiro beijo do dia. – Darcy tocou os lábios dela com os seus.

— Como você está brega. – ela riu, o beijando de volta.

— Eu gosto de acordar ao seu lado. – ele disse, sério, apoiando-se em um dos cotovelos.

— Mesmo quando eu devo estar com horríveis olheiras de quem não dormiu? – Elisabeta perguntou.

— Você teve um bom motivo para não dormir. – Darcy a puxou contra seu corpo, a mão descendo pelo dela.

— Tive, é? – Elisabeta perguntou, ajustando-se mais à ele. – Estou começando a achar que você é alguma espécie de vício.

— Essa seria você, linda. – Darcy acariciou o rosto dela novamente. – Como você é linda.

— Esse seria você, lindo. – Elisabeta piscou para ele.

— De jeito nenhum. Eu sou só um ogro com uma princesa nos braços. – ele a beijou.

— Ontem mesmo tínhamos concordado que não era o melhor papel para mim. – ela riu.

— Eu estava errado. Suas maldades são deliciosas demais para serem consideradas maldades. – Darcy afundou o rosto no pescoço dela. – E seu cheiro é bom demais para uma vilã.

— Onde vamos parar com tantos elogios? – Elisabeta suspirou quando a língua dele tocou sua pele.

— Onde você quiser. – Darcy respondeu contra a pele dela. – Onde você mandar.

— Você está fazendo muitas vontades minhas. – ela riu, arranhando de leve as costas dele.

— Esse é o meu papel. – Darcy subiu os beijos até a boca dela.

Elisabeta entregou-se ao beijo e Darcy ajustou seu corpo em cima do dela. Como era possível que não se cansasse dele? Seu corpo inteiro doía pela noite passada. Sentia as mãos e a língua dele em todas as partes, seu corpo aquecendo com a mera lembrança de uma noite tão intensa. E ali estavam os dois novamente, com poucas horas de sono, como se não houvesse mais nada a se fazer no mundo.

Darcy, no entanto, parecia ter outros planos, e a retirou da cama sem qualquer esforço. Suas pernas estavam enroladas na cintura dele, e a cada passo suas intimidades se tocavam fazendo Elisabeta segurar um gemido. Logo suas costas bateram no azulejo gelado do banheiro, e segundos depois a água quente caiu sobre eles. Ele terminou o beijo e olhou para ela.

— Eu queria ficar aqui com você. Sem precisar sair desse quarto, sem precisar parar de tocar em você. – disse, sério.

— Acho que seria um pouco extremo. – ela respondeu com um sorriso.

— Acho que sim. – Darcy sorriu também.

— Mas eu seria feliz se não precisasse parar de tocar em você. – Elisabeta o beijou de leve. – Acho que nós dois estamos um pouco bregas hoje.

Darcy colou a testa na dela e Elisabeta sentiu seu coração acelerar. Não podia ser uma ilusão, podia? Não era apenas um desejo de que Darcy gostasse dela. Ele parecia realmente gostar. Ela sentia isso.

— Eu poderia ser muito mais, se você quisesse. – Darcy disse.

Ela o sentiu ajustar seus corpos, deslizar para dentro dela, e era tão intenso.

— Achei que você só falava coisas despudoradas. – disse.

— Você me inspira de todas as formas, Lizzie. – Darcy a beijou de leve. – E você adora as minhas frases despudoradas, linda. Eu não as diria se você não gostasse.

— O que é que eu posso dizer? – Elisabeta sorriu, abrindo os olhos e se afastando um pouco dele. – Parece que eu gosto de muita coisa em você.

Darcy não respondeu, e foi aquilo que a fez entrar em pânico. Não pela ausência de palavras, mas pelo que continha no olhar dele. Nas palavras não ditas, na expressão que ela conhecia tão bem, a que ele fazia quando ele segurava o que dizia. Havia tanto naquele olhar que o coração de Elisabeta pareceu despencar. Por isso ela fechou os olhos, e deixou-se levar por ele.

E por esse motivo ela viu-se precisando controlar a respiração acelerada quando ele saiu do quarto com um sorriso. Houve um momento de realização ali, porque o olhar dele, as palavras de Darcy, tudo indicavam apenas uma coisa. E se estar apaixonada por ele era assustador, que ele estivesse apaixonado por ela era ainda mais. Tornava as coisas reais, tornava tudo aquilo mais do que uma brincadeira, muito mais do que momentos prazerosos.

Darcy a encarou de forma estranha quando ela entrou no carro e ficou em silêncio. E ele já deveria desconfiar de seu estado de espírito, porque não havia outro motivo para correr até Ludmila, se não fossem suas emoções fora de controle. Mas ele sorriu para ela de uma forma que quase a acalmou, antes que Elisabeta saísse do carro. Ainda assim, entrou na sala de Ludmila como um furacão.

— Darcy está apaixonado por mim. – ela despejou as palavras.

— O que? Ele disse finalmente? – Ludmila sorriu. – Você precisa parar de entrar aqui desse jeito.

— Ele não disse nada. Mas o olhar dele, Lud... foi muito pior do que se ele tivesse dito.

— Melhor, você quer dizer.

— Não. É pior, Ludmila. Nada disso deveria estar acontecendo. Era só um caso. – Elisabeta jogou-se no sofá.

— Nunca foi só um caso, e você sabe disso. – Ludmila riu.

— Sempre foi um caso. – Elisabeta disse, incerta. – Eu não sei o que fazer.

— Por que é que você não respira um pouco? – Lud sugeriu.

Elisabeta tentou respirar com um pouco mais de calma.

— O que há de tão ruim em Darcy estar apaixonado por você? Você está completamente apaixonada por ele. – a amiga apontou. – Você prefere que ele não goste de você?

— Eu prefiro que nenhum de nós goste um do outro. Prefiro que não exista nada tão complicado entre nós. – Elisabeta escondeu o rosto com as mãos.

— Elisa, você é a irmã que eu não tive. E por isso eu vou dizer com todas as letras. Olhe para mim. – Ludmila suspirou, e Elisabeta a encarou. – Pare com essas bobagens ou você vai perder a melhor coisa que aconteceu na sua vida.

— Eu preciso pensar, Lud. Eu vou antecipar a ida à Paris. – Elisabeta disse, decidida. – Em dois ou três dias eu posso embarcar e se ficar longe eu vou pensar melhor em tudo isso.

— Isso não faz o menor sentido. – Ludmila reclamou. – Darcy é um homem maravilhoso, faz seus olhos brilharem como eu nunca vi antes. Qual é o problema?

— Eu não sei. Eu não sei qual é o problema. – Elisabeta deixou uma lágrima cair. – Eu estou apavorada.

— Você estava apavorada com a ideia de Darcy não gostar de você, e agora está apavorada com a ideia dele estar apaixonado? – Ludmila riu.

— Sim, Lud. – Elisabeta levantou-se. – Eu estou completamente apavorada, porque eu nunca senti nada parecido com o que sinto por Darcy. E as pessoas na minha vida não ficam na minha vida, Lud.

Ludmila suspirou.

— O que aconteceu com os seus pais foi um acidente. – a amiga sorriu, triste.

— E então o meu tio, e Xavier. – Elisabeta secou mais uma lágrima. – São todos acidentes? Será mesmo que tudo é uma grande coincidência?

— E o que mais poderia ser, Elisa? – Ludmila levantou-se. – Essas coisas não existem.

— Talvez seja o meu destino, Lud. Eu sei que não faz qualquer sentido se formos pensar com a lógica, mas talvez seja parte do meu destino. – ela encarou Ludmila. – Ficar sozinha, eu quero dizer.

— Isso não é parte do destino de ninguém, Elisa. Eu sei que você sempre sonhou com uma família grande, mas não aconteceu. E talvez sua vida não tenha sido justa com a pessoa incrível que você é. Ainda assim, a única coisa que pode definir tudo isso é você.

— Eu não vejo como eu poderia definir alguma coisa.

— Se você afastar Darcy agora, Elisa, você estará afastando a sua maior chance de ser feliz. – Ludmila sorriu. – De construir a vida que você sempre sonhou. A família que você sempre quis.

— Ou de alguma forma macabra eu vou proteger Darcy de um fim trágico. – Elisabeta respondeu, sombria.

— Isso não existe, e você sabe que não existe. – Ludmila ponderou. – Você só tem medo de perder Darcy, de passar por tudo isso mais uma vez. Mas não há garantias na vida, Elisa.

— Então que seja agora. Que Darcy siga a vida dele, e eu siga a minha. Eu acho que posso lidar com isso. – disse, insegura.

— É isso que você quer? Que Darcy saia da sua vida, que construa um futuro com outra mulher? – Ludmila ergueu a sobrancelha. – E então você pode continuar vivendo no seu castelo, de forma intocável?

Elisabeta ficou em silêncio. Sabia que não estava soando racional, e nem pensando de forma racional. E ainda assim não conseguia parar.

— Eu só vou à Paris, Ludmila. Beber taças de vinho sozinha e pensar sobre a minha vida.

— Você quer fugir. Do que sente por Darcy, do que Darcy sente por você.

Uma batida na porta interrompeu a conversa, e Ludmila gritou que a porta estava aberta. Foi justamente a cabeça de Darcy que apareceu quando a porta se abriu. Darcy olhou para Elisabeta e então para Ludmila, e novamente para Elisabeta.

— Me desculpem por interromper. – ele deu um sorriso constrangido. – Eu pensei em aproveitar o tempo para levar o carro à oficina, tudo bem por você? – Darcy olhou para Elisabeta.

— Darcy, que surpresa maravilhosa! – Ludmila sorriu exageradamente. – Por favor, entre.

Darcy pareceu relutante.

— Entre logo. Estou com saudade de ver um homem tão... saudável. – Ludmila ergueu a sobrancelha.

— Se é assim. – Darcy deu um sorriso de lado, entrando no cômodo e fechando a porta.

— Estávamos justamente falando de você. – Ludmila disse.

— De mim? – ele perguntou, encarando Elisabeta. – Espero que bem.

— É claro que estávamos falando bem. – Ludmila sorriu. – Elisa estava me contando que vocês vão à Paris.

Elisabeta pareceu acordar com aquelas palavras, e olhou rapidamente para a amiga. Que história era aquela? Ela iria à Paris. Sozinha.

— Paris? – Darcy pareceu confuso, novamente olhando de uma para a outra.

— Sim. Elisa, era uma surpresa? – Ludmila fingiu choque. – Você deveria ter me dito. Eu achei que Darcy sabia. Paris, meu querido. Elisa tem negócios à resolver e é sempre útil ter um... motorista. – Ludmila sorriu, maliciosa.

— É verdade? – Darcy perguntou para ela. – Você não me disse nada.

— Eu, bem.... foi uma decisão de última hora. – Elisabeta suspirou, relutante.

Seria muito pior dizer que Darcy não iria, que queria fazer aquilo sozinha. Talvez Ludmila tivesse um ponto, estivesse com a razão. Poderia se afastar de Darcy naquele momento, mas não seria o mesmo que abrir mão de sua felicidade?

— Se me dão licença, eu vou resolver algumas pendências. – Ludmila disse, em voz quase baixa demais, e logo estava fora do escritório.

— Você quer que eu vá com você? – Darcy perguntou.

— Você quer ir? – Elisabeta perguntou, insegura.

Darcy se aproximou em passos lentos, e levou as duas mãos ao rosto dela. Ele tinha olhos preocupados, e Elisabeta perguntou-se se os seus estavam vermelhos, se era possível notar que ela estava à beira de um ataque. Ele acariciou seu rosto, e Elisabeta sentiu um pouco da tensão se dissipar. Darcy encostou a testa na dela, e Elisabeta segurou os braços dele, puxando-o para mais perto.

— Eu já disse à você. Eu sou seu, onde você me quiser. – ele sussurrou. – E eu não estou falando de nada despudorado. – disse, com uma risada.

Elisabeta respondeu com um beijo. Colou os lábios aos dele, sua língua pediu passagem, e Darcy continuou segurando seu rosto. Ela passou os braços pelo pescoço dele, aprofundando o beijo, tentando ganhar forças. Não queria estar longe dele. Não queria que Darcy seguisse uma vida longe dela. O queria ali, queria ser dele.

E foi pensando nisso que Elisabeta interrompeu o beijo, olhando nos olhos dele. Reuniu toda a coragem que tinha para as palavras.

— Eu quero você, Darcy. E eu quero ser sua. Na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos. – Elisabeta suspirou. – Eu quero estar com você.

Darcy a beijou de uma forma muito semelhante à dela. Mas muito mais calmo, mais seguro, e com aquele toque de sensualidade que só ele tinha.

— Eu espero que você esteja incluindo atividades despudoradas nesse pacote. – ele disse, ao partir o beijo.

— Você não me daria outra opção. – Elisabeta sorriu.

— Você não quer outra opção. – Darcy também sorriu. – Quando partimos?


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Notas finais do capítulo

Goodnight, London
Bonjour, Paris



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