For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 10
Capítulo 10 - Poison in my Veins


Notas iniciais do capítulo

Tinha que ser o Jacob!
Depois de uma dia tão tumultuado, Reneesme finalmente tem a chance de viver uma experiência humana.



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Charlie tinha inventado aquele estúpido jantar de boas vindas para o Jacob. Seth disse que ía aproveitar para apresentar Ângela à família, finalmente. Ainda bem; a minha sorte é que Ângela estaria lá e que iríamos sair depois. Eu não ía agüentar olhar por muito tempo para aquela tal namorada dele.

Eu só consegui pensar em duas coisas naquele dia: uma era em tentar advinhar como será que era a “talzinha” do Jacob e outra era Rian. Rian, Rian, Rian... Confesso que ele tinha vencido Jacob, ao menos naquele dia.

Alice abriu a porta e entrou sorridente.

_ Fiquei sabendo que você vai para uma boate hoje. _ Ela veio saltitanto até mim.

_ É... Numa tal de Poison, depois do jantar do Charlie.

_ Que demais! _ Ela sorriu. _ Com que roupa você vai?

_ Boa pergunta... Nem tinha pensado nisso. _ Parei de mexer no computador e voltei-me a ela. _ Alice, você tem que me ajudar a escolher uma roupa linda! Linda não... Melhor, sexy!

_ Sexy? _ Ela franziu a testa. _ Para quem você quer parecer sexy? Não me diga que pro Jacob.

_ Não, que absurdo, claro que não! _ Era verdade que eu nem tinha pensado em Jacob, mas agora, depois que ela disse, talvez fosse bom mesmo que eu fosse bem bonita e diferente nesse tal jantar.

_ Bom... Se você vai numa boate, vai estar agradável lá dentro, então você tem que ir com uma roupa leve. _ Ela caminhou até o meu closet e eu fui atrás. Alice mexeu nas araras e tirou de lá um vestido magenta de lã que eu detestava.

_ É com essa coisa que você quer que eu vá? _ Apontei para ele no cabine.

_ Experimente e observe. _ Ela sorriu se achando.

Eu coloquei uma blusinha de malha preta de mangas compridas e depois o ridículo vestido curtíssimo de gola alta e sem mangas. Depois ela me passou uma legging preta que tinha um brilho discreto e para finalizar, um par de botas pretas de cano alto, com salto agulha.

Andei até o espelho e não pude acreditar no que tinha visto. Eu estava... sexy! Estava, eu tinha que admitir. Eu estava demais!

_ Alice, como você consegue fazer essas coisas? _ Sorri e a abracei contente.

_ Tudo tem seu preço maninha. Agora me conta para quem você quer aparecer assim.

_ Está bem, você venceu. _ Eu disse enquanto desfilava na frente do espelho, fazendo caras a bocas. Estava me achando linda. _ Eu conheci um cara ontem. O nome dele é Rian.

_ Um cara? Um humano? _ Ela perguntou preocupada.

_ Claro que é um humano! O que mais poderia ser? _ Rodopiei e quase caí no carpete.

_ Não sei... Mas de repente acho que seja um tanto quanto perigoso você sair com um humano. _ Ela olhou fixamente pela janela. _ Droga, eu não consigo ver nada!

_ Claro, Seth também vai.

_ É por isso então...  Ness, você tem que tomar muito cuidado.

_ Está bem! Eu só vou sair com um cara. O que poderia ser tão ruim?

_ Sei lá... De repente você o morde.

Eu gargalhei.

_ Que absurdo Alice! Eu nunca mordi ninguém, nem sinto vontade. Vai, me traz um copo de sangue humano agora que eu vou te provar que isso não mexe comigo.

_ Sei... Mas quando você era bebê, era a única coisa que você bebia.

_ Você disse bem Alice. Quando eu era um bebê. Agora não sou mais, eu sei me controlar. E outra, se não fosse humano, o que poderia ser?

_ Um lobisomem. _ Ela riu.

_ Quem? Quil, Embry, Paul, Jared? _ Eu disse com uma certa repulsa. Não por eles enquanto pessoas/lobisomens, mas porque nenhum deles me atraía como homem. _ Urgth! De jeito nunhum!

Nós duas rimos.

_ Só se meu pai encomendar um vampiro pra mim. _ Eu ri e Alice ficou pensativa.

_ Sabe que não é uma má idéia...

_ Alice! Não começa! Foi só uma idéia estúpida. Eu não quero nenhum vampiro para me matar antes da hora.

_ Não, um vampiro bonzinho, feito seu pai...

Eu gargalhei.

_ Isso não existe! Meu pai é uma lenda viva.

Nós continuamos a falar abobrinhas e mais tarde saímos para caçar. Eu me entupi de leões da montanha, ursos e dos veados vegetarianos fedidos, porque eu não queria de jeito nenhum correr o risco de querer morder alguém, embora eu me sentisse no total controle de mim mesma.

...

A noite chegou e eu me vesti da forma que Alice tinha me instruído. Ela também fez grandes bobes no meu cabelo e disse que era para eu ir com ele solto, porque era mais sensual. Meu cabelo pesava um pouco, mas... Se Alice estava dizendo, então era melhor não discutir.

Peguei o Volvo do meu pai emprestado, já que meu carro só chegaria no meu aniversário de 18 anos. Há! Eu sabia que isso tudo era uma conversa boba, pois meus pais estavam mesmo é evitando me dar um carro, com medo que eu me envolvesse em algum acidente, porque confesso, eu adoro correr! Adoro, amo, fico louca quando Emmet me chama para sair com ele e Rosalie. Corremos feito loucos com o jipe dele nas estradas de chão no meio da floresta.

_ O que você acha desses brincos Alice? _ Coloquei perto da orelha um brinco comprido, todo prateado.

_ Perfeito! Vai com esse.

Ufa! Enfim ela tinha aprovado algo que eu tinha escolhido.

_ E colar o que eu ponho?

_ Não! Sem colar! Seu brinco já é grande, então não precisa de colar.

_ Ahh, bom saber...

_ Agora toma... Passa esse gloss e deixa ele com você. De vez em quando você usa ele.

_ Alice! Como você sabe de todas essas coisas? Você não viveu nessa época... Aliás, você não se lembra...

_ Você não tem noção de quantos seriados eu assisto! _Ela sorriu. _ Atualmente meu preferido é Gossip Girl. Adoro!

_ Nossa... _ Suspirei me olhando no espelho. _ Acho que preciso assistir uns desses para ver se aprendo algumas coisas.

_ Vem aqui. _ Ela arrumou meu cabelo. _ Só tem um segredo.

Meu solhos brilharam.

_ Qual??

_ Seja você mesma, sempre.

Eu sorri e a abracei.

_ Já vou. Não deixe que os meus pais fiquem me esperando até tarde, hein?

_ Com certeza eles ficarão acordados até você chegar. _ Ela brincou. _ Brincadeira. Eu entendi o que você quis dizer. Vou tentar convencê-los de que você vai estar com o Seth e que vai ficar tudo bem.

Descemos as escadas e encontrei a família toda na sala.

_ Pestinha?? Cadê a pirralha? _ Emmet se levantou assim que me viu. _ Minha sobrinha não vai sair desse jeito na rua! _ Ele riu.

_ Ness! _ Rosalie segurou minhas mãos. _ Você está demais! Perfeita!

_ Obrigada Rosie. _ Mostrei a língua para Emmet.

_ Nessie... _ Esme me abraçou... _ Falta só uma bolsa.

_ É mesmo... _ Alice etristeceu quando percebeu que tinha esquecido.

_ Toma, leve esta. _ Wow, Esme já tinha uma bolsa preparada para mim? Eu já devia esperar que algo não estava certo.

_ Obrigada Esme. _ Abri a grande bolsa preta para guardar o gloss e me deparei com uma nécessaire transparente com uma seringa dentro.

Carlisle aproximou-se de mim e de Esme e a abraçou. Ele fitou-me e no início fiquei sem entender, mas depois lembrei-me da injeção que ele tinha me aplicado quando passei mal em meu quarto.

_ Faça bom uso. _ Ele disse sorrindo para que ninguém percebesse.

_ Obrigada. Obrigada Esme. Bom... Se vou de bolsa, tenho que pegar meus documentos.

_ A pestinha ía sair sem os documentos? _ Emmet riu. _ O que você está querendo? Ir presa?

Passei ao lado dele e mostrei-lhe a língua mais uma vez.

_ Emmet! Deixe Renesmee em paz. Venha, eu vou subir com você e te ajudo a pegar o que é necessário.

Esme me acompanhou até o meu quarto.

_ Nessie, por tudo o que é mais sagrado. Não hexite em usá-la se algo acontecer.

_ Esme, eu nem sei como usar! Não sei como fazer. _ Eu disse assustada.

_ Carlisle disse que é só aplicar em qualquer lugar no corpo. É uma injeção subcultânea, então não precisa ser na veia. Ande sempre com sua bolsa Renesmee. Você tem que me prometer!

_ Está certo... Prometo. _ Respondi medrosa.

_ Promete o que? _ Minha mãe entrou no quarto. Eu devo ter ficado pálida de medo.

_ Prometo me comportar bem. _ Sorri com a mandíbula trêmula.

_ Pegue um casaco também. _ Esme lembrou.

_ Ah, é mesmo! _ Corri até o closet e peguei-o _ Aqui, Alice preparou esse sobre-tudo.

_ Então vamos. _ Minha mãe sorriu e nós três descemos as escadas.

Quando saíamos pela varanda, percebi que meu pai tentou segurar minha mão, como qualquer pai segura as mãos de uma filha, no entanto, eu recuei para que ele não me tocasse. Eu não queria que ele soubesse sobre a injeção.

Aquilo partiu meu coração, pois ele olhou-me de uma maneira tão triste que me fez querer pular em cima dele e enchê-lo de beijos e abraços, mas eu precisava manter aquilo em segredo.

Seguimos em silêncio para a casa de Charlie. Acho que minha mãe tinha percebido que alguma coisa estava errada, pois ela também estava quieta.

Saímos do carro, já na frente da casa de Charlie. Meu pai foi na frente enquanto ela segurou minha mão.

_ Você está bem? Acha que consegue?

Aquela história da injeção tinha feito que eu me esquecesse que eu estava prestes a ver Jacob novamente.

_ Eu treinei a semana toda, certo? _ Sorri confiante, enquanto andávamos em direção à porta, que já tinha sido aberta pelo meu pai.

Entramos. Senti um frio na barriga, mas não vi nada daquilo que eu estava procurando.

Charlie e Sue nos recebram e cumprimentamos também Ângela e Seth, que já haviam chegado.

_ Hey... _ Fui dar um beijo no rosto de Seth, estava cheia de vergonha pelo que eu tinha falado para ele. Beijei-o, mas ele me segurou. Então o abracei apertado e por um longo perído. _ Desculpe.

Ele beijou meu rosto várias vezes.

_ Eu é que peço desculpas, por essa noite... _ Ele me olhou chateado e eu não entendi nada do que ele estava dizendo.

_ Por que? _ Questionei-o.

Percebi que atrás de Seth, Billy Black fitava-me com rancor em seus olhos, do alto de sua cadeira de rodas. O que aquele homem tinha contra mim? Eu ainda não tinha conseguido entender... Sempre, a vida toda tinha sido daquele jeito, sempre aquele mesmo olhar. Mas hoje, tinha algo mais nele... Era como se seu ódio por mim tivesse meio que triplicado. Eu podia sentir isso claramente no jeito que ele me olhava.

Caminhei até ele e estendi a mão direita.

_ Boa noite Billy.

_ Boa noite menina. _ Ele me encarou com aquela carranca.

“E aí? Qual é a sua?”. Pensei em dizer, em desafiá-lo. Bufei. Deixa pra lá, afinal, era só um velho de mal com a vida; ou melhor; de mal comigo; em uma cadeira de rodas. E era o pai de Jacob, apesar de tudo.

Todos estavam conversando na pequena sala mal iluminada, exceto eu, que ainda estava intrigada com Billy Black.

_ E então, onde está Jacob? _ Meu pai perguntou ao Charlie. Eu também percebi que ele olhou para mim depois disso. Então tive a certeza de que ele estava desconfiando de algo, algo que eu estaria escondendo dele. Felizmente ele estava na pista errada, pois eu não estava escondendo nada sobre Jacob.

_ Eles já estão descendo. _ Respondeu uma animada Sue. Eu nunca a tinha visto assim tão feliz.

Fiquei lá, plantada atrás do sofá, onde estavam sentados Ângela e Seth, que conversavam sei lá o que, mas conversavam entre si. Devagar eu fui dando as costas para Billy, olhando a casa, olhando os quadros, até que comecei a ouvir a velha madeira da escadaria que dava para o segundo andar estalando.

Em questão de segundos, todas as atenções voltaram-se para as escadas e parece que um botão de “câmera lenta” foi acionado dentro da minha cebeça. Meu coração pulsou alto e fora do compasso uma grande e única vez. Foi como um grande estrondo sonoro atingindo meu corpo e fazendo-o vibrar. Depois disso, ele acelerou como um carro de corrida prestes a disparar, a correr sobre a pista. Primeiro foram os pés, depois as pernas. Ele estava de jeans e ela com as pernas morenas e torneadas a mostra. Salto alto e... Nem sei que roupa ela estava, ainda não dava pra ver. Mais um passo e o vestido de tecido fino e cor de marfim apareceu, constratando com a camisa preta dele. Mais uns passos e finalmente... Leah?!

Percebi as mãos deles entrelaçadas firmemente e segurei-me nas costas do sofá, antes que fizesse qualquer besteira.

Senti as mãos de meu pai em meu pescoço e nas minhas costas, amparando-me enquanto meus olhos marejavam-se daquele maldito líquido morno e salgado. Engoli aquilo tudo em grandes doses de desgosto e logo me vi livre daquele entrave em minha garganta.

_ Jacob. _ A voz dele atrás de mim soou firme.

_ Oi Edward. Lembra-se de Leah? _ Ele sorria medroso. Medo de que? Será que era de mim? Ele não me encarava. Não me olhou nos olhos ao menos uma vez. Já Leah não. Fazia questão de me encarar, de pisar na ferida que agora estava escancada para quem quisesse ver.

_ Como poderia esquercer? A gentil Leah... _ Meu pai ironizou-a. Senti-me péssima, pois sabia que tinha deixado passar algo através do seu toque em mim e que aquela atitude, era somente por mim.

_ Olá sanguessuga. _ Ela disse com ódio nos olhos. Creio que se não estivéssemos na casa de Charlie, algo muito terrível teria acontecido entre os dois.

_ Renesmee. _ Jacob apontou-me, mas sem olhar em meus olhos.

_ Leah. _ Consegui fazer com que minha voz saísse firme, nem sei como.

_ Você não mudou nada... _ Ela disse, em tom provocativo.

_ Que bom que notou. _ Consegui manter-me à altura dela com aquele comentário. Depois, respondi perversamente è afronta de Leah. _ Lindo casal vocês formam. Parecem até mãe e filho.

Leah fechou a cara e saiu da minha frente, indo para a cozinha.

Olhei para o lado e percebi que Billy Black ainda me encarava. Depois ele foi atrás de Leah, certamente, dizer a ela um monte de bobagens sobre mim.

_ Pessoal, venham todos para a mesa! _ Charlie chamou e os que estavam na sala foram para a cozinha, até os que não iam comer, exceto Jacob, que ficou.

_ Renesmee, eu...  _ Finalmente ele olhou para mim.

_ O que? Não fala nada Jacob. _ Fui seca com ele, bem do jeito que ele merecia, mas ainda sim, não chegava aos pés do que ele tinha feito comigo.

Meu celular tocou dentro da bolsa. Enquanto eu buscava o aparelho, Jacob permaneceu plantado na minha frente, esperando que eu lhe desse atenção.

_ Alô?

“Oi Renesmee. Adivinha quem está falando.”

_ Rian! _ Sorri, depois olhei de canto pro Jacob. Saí da frente dele, pois eu queria falar em particular com Rian, mas ele me seguiu.

“Estou ligando para confirmar se você vem. Você vem, não é?”

_ Claro que eu vou!

“Precisa que eu te busque?”

_ Não, meu pai me emprestou o carro. Acho que eu consigo chegar em Port Angeles sã e salva. _ Sorri.

“Ótimo! Nos vemos na frente da Poison então. Um beijo.”

_ Beijo. Tchau. _ Desliguei o telefone e guardei-o na bolsa novamente.

_ Port Angeles? Rian? Beijo? Espere até o seu pai saber disso... _ Ele me olhou malicioso.

_ Ele já sabe Jacob. _ Eu olhei para ele e fiz uma careta. _ Pára de agir feito um garotinho de 13 anos Jacob, você fica ridículo!

_ Por que você está me tratando assim? Eu não entendo!

Respeirei fundo para responder.

_ Eu? É você quem está me perseguindo! Precisava ter me parado para conversar? Eu não tenho nada para falar com você!

_ Nossa... Pensei que nós pudéssemos ser amigos... _ Ele disse meio chateado.

_ Não Jacob, nós não podemos. Você não vai fazer comigo o mesmo que fez no passado com a minha mãe. Eu não quero jogar seus joguinhos perigosos.

Ele ficou me olhando, sem dizer nada.

_ Sabe... O mais estranho de tudo é que agora eu vejo que a maior mudança que aconteceu em você não foi fisicamente, mas foi dentro da sua cabeça. _ Novamente, com aquela cara de cachorro perdido.

_ Olha quem fala... O grande mentiroso! _ Eu debochei.

_ Eu não menti para você! Eu não disse nada Nessie! _ Ele ficou ofendido.

_ Jacob, certas coisas a gente não precisa dizer, nem prometer, nem nada. É tão natural e tão verdadeiro que está gravado em você, impregnado na sua pele, na sua alma. E tudo isso é muito, é altamente comprometedor.

Novamente ele não disse nada e dessa vez eu percebi seus olhos úmidos. Imediatamente, aquele bolo que eu tinha engolindo voltou para a minha garganta e a ferida no meu peito que eu tinha costurado durante toda a semana, abriu-se de novo e voltou a sangrar.

Pelo jeito tínhamos passado das ofensas baratas para cutucar um ao outro onde mais doía.

_ Bom... Diante disso tudo que você está me dizendo, me deixe esclarecer que um dia eu te amei sim.

Sei que foi extremamente infantil, mas tapei meus ouvidos, já sentindo as lágrimas queimarem em meu rosto.

_ Pára! Eu não quero ouvir isso! _ Solucei.

Ele deu um passo em minha direção e eu dei outro para trás. Não queria que ele me tocasse jamais, pois cada vez que eu sentia a pele dele na minha, eu queria gritar por dentro de tanta dor.

_ Eu... Eu só queria te explicar o porquê de Leah.

Tirei as mãos dos ouvidos.

_ Eu não quero saber, você faz o que quiser da sua vida.

_ Ness, me deixe explicar! Eu a amo! Eu quero que você entenda! _ Ele insisitiu.

_ Me desculpe Jacob, mas eu não quero entender isso, não quero nem pensar nisso, nessa sujeira, nessa imundisse toda. Na verdade eu queria é fazer uma lavagem cerebral pra esquecer de tudo, principalmente de você. _ Pronto, agora eu tinha me descontrolado de vez. Ele não precisava saber como eu me sentia. _ Quer saber de uma coisa?

_ Fala... _ Ele passou a mão no cabelo curto e depois a manga da camisa nos olhos molhados.

_ Eu acho que você está com a pessoa certa. Eu estou vendo... Parece que ela te escolheu e eu sei o porque.

_ Eu a escolhi também.

_ Claro, não podia ser diferente.

Então parece que a conversa tinha acabado porque finalmente tínhamos concordado em algo. Agora estávamos na sala escura eu, ele e um profundo abismo entre nós.

Inesperadamente, ele soluçou e apoiou os braços um uma antiga cristaleira que estava encostada na parede. Eu vi muitas lágrimas rolarem de seus olhos... Eu nunca o tinha visto chorar.

Fiquei assustada com aquilo, encostei-me na parede, de costas para ele, evitando olhá-lo, evitando querer abraçá-lo, evitando fantasiar coisas na minha cabeça que nunca aconteceriam. Finalmente nós estávamos tendo a conversa que deveríamos ter tido quando nos encontramos na floresta. Acho que era disso mesmo que precisávamos; que ao menos eu precisava, da verdade nua e crua.

Eu não agüentei continuar ali e saí pela porta da frente. Dei a volta na casa e desci poucos metros floresta adentro. Encostei a cabeça em uma grande árvore e chorei, chorei como eu nunca tinha chorado. Nada se comparava à dor que eu estava sentindo... Nem quando nos encontramos na floresta e depois brigamos, nem na semana passada quando eu tentava costurar as feridas no meu coração, nem quando os Volturi estiveram aqui para me matar. Nada se comparava ao que eu estava sentindo agora.

_ Você acha que é fácil para mim? _ Jacob apareceu atrás de mim e disse com a voz embargada.

_ Muito mais fácil do que é para mim. _ Eu disse em meio aos soluços.

_ Vamos voltar, eu não vou conseguir te convercer disso mesmo. _ Ele estava desanimado.

_ Pode ir, eu vou depois.

_ Vamos. _ Ele insistiu com as mãos pesadas em meus ombros e eu chorei ainda mais.

_ Não encosta em mim, por favor...  _ Murmurei com o resto das forças que me restavam.

Então ele envolveu seus braços sobre os meus e apertou-me contra ele.

_ Perdão Renesmee, perdão. _ Ele chorou muito, apoiado em meus ombros.

_ Some da minha vida Jacob, some... Me deixa em paz, me deixa te esquecer... _ Eu dizia constantemente, eu meio aos soluços, mas ele nunca me obedecia. E ele continuou ali, abraçado à mim por longos minutos, enquanto eu continuava a implorar para que ele me deixasse com a minha dor.

_ Está bem, se é isso o que você quer. Eu vou sumir, mas vai ser para sempre.

Então ele me soltou, mas não sem antes deixar um beijo molhado em meu rosto.

_ Obrigada.

Pelo barulho das folhas no chão, percebi que ele tinha realmente ido embora. Levei a mão ao meu rosto e senti que ele queimava, ainda sentindo o contado da pele dele na minha.

Fiquei alguns minutos no silêncio da escuridão da floresta, até que ouvi uma voz me chamando. Era Ângela.

_ Aqui!

Ela desceu pela trilha e me encontrou.

Nós nos abraçamos, mas eu não chorei dessa vez. Chega de chorar por ele... Chega.

...

Depois de um bom tempo lá fora, eu e a Ângela entramos em casa novamente. Andamos até a cozinha e ela se sentou ao lado de Seth, enquanto eu coloquei-me de pé ao lado de minha mãe, que estava apoiada no balcão, juntamente com meu pai.

Deviam todos estar fingindo que não ouviram nada da minha conversa com Jacob na sala, que ficava a uns 10 passos de distância dali. Eu e ele estávamos com o rosto inchado e os olhos vermelhos. Que patético!

_ Bom... De qualquer forma temos algo a comemorar essa noite. _ Charlie olhou para mim e eu percebi que ele sentia pena daquela situação toda. _ Seth finalmente trouxe a namorada. Ainda bem porque nós já estávamos cansados de fingir que não sabíamos de nada.

Todos riram.

_ Então esse jantar é para celebrar a união das nossas famílias. Vampiros, lobisomens, humanos, o que quer que sejamos, nós somos um só e temos que proteger este segredo para que todos possamos viver em paz. _ Percebi que ele olhou para Ângela.

_ Chefe Swan, a Bella foi uma grande amiga minha na escola e desde aquela época, eu já sabia que ela gostava muito do Edward. E depois, quando eu conheci o Seth e os outros meninos da reserva, conheci verdadeiramente a família Cullen, enfim... São todas pessoas que eu gosto muito. Eu quero que todos aqui nesta sala saibam e confiem em mim, porque da minha boca, o nosso segredo nunca será contado.

_ Obrigado Ângela. _ Meu pai agreadeceu. _ Eu sempre soube que você era uma boa pessoa, acredite, muito antes do colégio. Quero aproveitar para te dizer, assim como meu pai já lhe disse, que você também é muito bem vinda nas nossas terras, em minha casa. Todos vocês aqui desta sala são, sem exceções.

_ Que bom! _ Charlie celebrou, enquanto Leah rolava os olhos. _ E como não podia deixar de ser... É claro, o retorno de Jacob e Leah.

Então Leah beijou-o na boca, como se ele fosse um troféu.

_ E também para anunciarmos o casamento, que deve ocorrer em breve. _ Charlie disse sorrindo, evitando olhar para nós três, que estávamos encostados no balção.

Casamento. Foi só mais um golpe para mim. Eu já estava tão acostumada com golpes naquele dia que não me desesperei ao ouvir aquela notícia. Aliás, já era mesmo de se esperar.

Então Jacob tirou algo de debaixo da mesa. Era uma caixa de veludo preta. Abriu-a e entregou à Leah.

_ Jacob! _ Ela disse quando segurou a pequena caixa. _ É linda! Vejam! _ Então ela mostrou para todos o delicado anel com um cristal reluzente sobre ele.

Vez ou outra ele olhava de canto de olho para mim. Com certeza devia querer ver quais eram minhas expressões e reações a respeito de tudo aquilo. Felizmente ele não teve sorte dessa vez, pois eu estava completamente anestesiada pela dor.

Leah e Jacob se abraçaram sob os aplausos de todos. Claro que eu também aplaudi. Era como um circo, um espetáculo memorável para mim.

Tinha que ser a doce e boa Ângela. Depois de toda aquela melação, ela puxou Seth e nós nos despedimos de todos. A princípio, minha mãe não queria mais que eu fosse.

_ Ness... Não vá filha, não vá desse jeito! _ Ela implorou.

_ Eu quero mãe, eu preciso, senão eu vou acabar definhando se eu ficar só remoendo isso.

_ Mas você tem certeza de que está bem?

_ Eu sobrevivi, não foi. _ Sorri. _ Tive ferimentos graves, de guerra, mas estou viva mãe. _ Eu a abracei forte.

_ Nessie... Se tivesse algo que eu pudesse fazer...

_ Mas não há mãe. O que você pode fazer você já tem feito, que é estar ao meu lado sempre.

Como não teve jeito, ela me deixou partir.

Entramos finalmente no C30 rumos à Port Angeles. Deixei que Seth dirigisse porque do jeito que eu estava, era capaz de derrapar na primeira curva.

Fomos em silêncio, até mesmo porque acho que não tinha mais nada para ser dito. Depois de uma hora e alguns minutos, chegamos finalmente na frente da tal Poison.

_ Nossa, está lotada... _ Seth comentou, enquanto procurava por uma vaga.

Ele ainda dirigiu por mais uns dois quarteirões, até que achamos uma vaga apertada.

_ Hey! Até que enfim! _ Jéssica bateu no vidro do carro. Atrás dela estavam Rian e Mike nos esperando na calçada.

_ Vamos, porque tem uma fila enorme para entrar que está quase dobrando o quarteirão _ Mike comentou.

Seth saiu do carro. Eu tive que esperar Ângela sair, pois estava no banco de trás.

Nem cheguei a sair completamente do carro quando senti uma dor tremenda no lado esquerdo do peito. Eu podia ouvir o silêncio dentro de mim, pois não haviam mais batidas do meu coração. Essa terrível sensação durou alguns segundos apenas e depois o músculo explodiu extraordinariamente acelerado.

Gemi alto e segurei firme na porta do carro com um das mãos enquanto a outra eu apertava contra meu peito que estava em chamas.

_ Renesmee! _ Seth correu até mim e me segurou.

Lembro de ter desfalecido em nos braços dele, enquanto eu escutava todos eles falando alto, ao mesmo tempo, além do choro de Jéssica.

_ Ness! Ness! Liga para o pai dela agora! _ Seth gritou para Ângela.

Ao ouvir isso, não sei de onde consegui arrancar forças... Só me lembro de ter agarrado com força a mão de Angela.

_ Espera, Seth... _ Ângela olhou pra mim agoniando. Era horrível não conseguir respirar, não conseguir falar.

_ Vamos chamar uma ambulância! _ Rian tirou o celular do bolso e começou a discar.

_ Ângela, você está esperando o que para ligar? _ Seth gritou apavorado, enquando me colocava deitada no banco de trás do Volvo.

_ Meu Deus... Ela vai morrer... _ Eu podia ver o vulto de Jéssica sentada no meio-fio, encostada no carro, aos prantos.

Eu peguei a minha bolsa e deixei que ela caísse no assoalho no carro.

_ Aplica... _ Murmurei quase sem ar, na esperança de que Seth entendesse. _ Aplica, aplica...

Ângela largou o celular e pegou minha bolsa. Abriu e tirou a necessarie com a injeção protegida dentro dela.

_ Anda logo Seth! Ela está ficando roxa! _ Ângela gritou.

_ Isso? É pra aplicar isso? _ Seth pegou de forma desajeitada a injeção.

Mexi a cabeça.

Sem hesitar, ele tirou a proteção da agulha e cravou-a na única parte do meu corpo que não estava coberta: o pescoço.

Segundos depois, eu comecei a sentir o ar entrando nos meus pulmões novamente. Abri os olhos e percebi que Ângela, Rian e Seth estavam dentro do carro, me olhando, apavorados.

_ Não liga para ninguém... Não liga. _ Murmurei.

Apontei para o lado de fora, pois estava vendo o Mike mexendo no celular.

_ Renesmee, que susto! _ Seth ofegava. _ Mas o que aconteceu? Que raio é isso que aplicamos em você?

_ Seth! Deixa ela respirar! _ Ângela o afastou um pouco. _ Tudo bem Nessie, eu não vou deixar ninguém ligar, mas vê se fica calma Ness.

Ângela saiu do carro e eu pude ver que ela estava falando com Mike e Jéssica, tranqüilizando-os.

_ Ness, você está com dor? _ Seth acariciou uma de minhas mãos que estava apertando a dele. Eu soltei.

_ Não, desculpe... _ Me ajeitei no banco.

_ Renesmee, o que aconteceu? Pensamos que você ía ter um ataque, sei lá. _ Rian parecia preocupado.

_ Desculpem... _ Eu respeirei fundo para falar. _ Eu devia ter contado a vocês que...

_ Eu acho que você deve ir para um hospital e tem que ser agora! _ Rian me cortou.

_ Eu estou bem Rian, acredite. Isso já me aconteceu antes. _ Tomei fôlego novamente. _ Eu devia tê-los avisado que isso poderia acontecer a qualquer momento.

_ Como assim? _ Rian perguntou, deixando Seth intrigado.

Ajeitei-me mais uma vez no banco do carro e apertei meu pescoço, que tinha ficado dolorido onde Seth tinha aplicado a injeção.

_ Eu tenho uma... Uma espécie de doença. _ Inventei, já que eu não podia falar toda verdade para Rian, se bem que aquilo já era quase a verdade. Depois eu teria que esclarecer tudo com Seth e Ângela, com certeza, mas agora era preciso contar a mesma história para todos. _ É como se fosse uma diabetes em que o doente precisa de insulina pro resto da vida para viver, sabe?

_ Entendo... Mas é diabetes que você tem? _ Rian questionou.

_ Não... É uma doença no coração.

_ E essa injeção? _ Seth me perguntou desconfiado.

_ É o que me faz não... _ Achei melhor não falar assim de cara. _ É o que faz com o que meu coração não pare.

_ E se você não tomar isso? _ Seth provocou.

_ Eu... Morro. _ Evitei olhar para qualquer um deles.

Alguns segundos de silêncio...

_ Poxa Renesmee! Você devia ter nos contado! _ Rian estava visivelmente bravo por conta daquilo.

_ Eu sei, mas é que... Eu só estava tentando ter uma vida normal, viver o que me resta da maneira mais... _ Pensei em falar humana, mas dessisti. _ Da maneira mais normal possível.

_ O tempo que me resta... _Rian me imitou, enquanto me fitava. _ Você fala como se você fosse...

_ Sim Rian, mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Bom, na verdade é mais cedo do que mais tarde. _ Eu ri da minha própria piada, mas percebi que nenhum deles tinha rido.

_ Vamos voltar para casa. _ Seth saiu do carro.

_ Não! _ Eu saí atrás dele.

_ Renesmee! _ Jéssica me abraçou chorando. Graças a Deus você está bem! O que aconteceu?

_ Depois te explico Jess. _ Limpei as lágrimas do rosto dela. _ Não chore, eu já estou bem.

_ Ness, vamos. _ Seth chamou.

_ Não Seth! Eu quero ficar. Por favor...

Ele deu a volta no carro e veio até mim.

_ Mas...

_ Eu estou bem, garanto. E agora você já sabe a verdade. _ Disse baixinho, para que somente ele escutasse.

_ Sei... Quero que você me explique muito bem isso mais tarde.

_ Te garanto que 90% do que eu disse é a verdade. Eu só escondi as partes que não tem a ver com humanos. _ Continuei falando baixo.

 _ Está bem, mas fica perto de mim.

Sorri.

Então nós nos reunimos todos na calçada e eu expliquei melhor o que tinha acontecido, mas que agora já estava bem e que poderíamos ficar. Percebi que o pessoal parecia um pouco assustado, mas logo eles se acostumaram com a idéia. Eu não ía voltar para casa cedo, como se tivesse passado mal por causa de Jacob. De jeito nenhum!

Enfim, ficamos quase duas horas na fila, até conseguirmos entrar. Na porta da boate, me pediram a identidade e eu mostrei a que sempre usava quando estava fora de Fork. Eu tinha uma com uma foto nova que minha mãe tinha mandado fazer com aquele “amigo” de Jasper em Seattle. Em meus documentos, eu era Vanessa Wolf.

_ Vanessa Wolf? _ Seth riu. _ Pensei que você já tinha mudado isso.

_ Tem razão. Vou num dia desses pra Seattle mudar esse sobrenome. Está ridículo isso.

_ Não é ridículo... É só engraçado. _ Ele riu.

Entramos... A boate era bastante escura e misteriosa. Estava muito, muito cheia mesmo. Lá dentro tocava uma música bem alta, de um estilo que eu nunca tinha ouvido na vida. Era um som animado e eu podia ouvir dentro de mim as batidas graves da melodia. As pessoas dançavam felizes na pista e de um jeito sensual e sexy. Duvido que eu saberia dançar igual à elas... Mais ao fundo, tinha uns sofás pretos e vermelhos embutidos nas paredes e tinha um letreiro enorme feito de espelho preso na parede, com o seguinte dizer: “Poison”. As luzes da pista de dança refletiam-se no espelho, o que gerava um efeito de luzes maravilhoso. Do lado esquerdo, tinha um bar, muito grande por sinal. Havia muita gente sentada nos bancos altos ao redor do bar, tomando seus drinks e observando as garotas servirem. Sim, não haviam homens trabalhando no bar, só mulheres. Outros tantos acenavam com dinheiro nas mãos, na esperança de conseguir seu drink e voltar logo para a festa.

_ Prontinho, estamos dentro, até que enfim! _ Mike comemorou. _ Isso merece uma cerveja. Alguém mais aí quer?

_ Ok, vamos todos beber, brindar a melhora da Renesmee. _ Jéssica falou.

_ Obrigada Mike, mas eu não bebo... _ Eu estava dispersa, olhando para todos os cantos daquela boate. Era realmente maravilhosa e bem diferente de tudo o que eu já tinha visto.

_ Tudo bem. Fiquem aqui que eu vou buscar nossas bebidas. _ Mike saiu com Jéssica em seu encalço. Ficamos então os dois casais.

_ Você nunca esteve num lugar desses certo? _ Rian me abraçou pela cintura.

_ Nunca. _ Sorri. _ É lindo aqui. E grande...

_ Tem que ser, porque todo aquele povo que está lá fora ainda vai entrar. _ Ele respirou fundo. _ Você está bem mesmo Renesmee?

_ Estou ótima!  _ Sorri e ele retribuiu-me com um sorriso lindo.

_ Então vamos dançar. _ Ele me puxou pelas mãos, mas eu freiei.

_ Não, eu não sei! _ Disse rindo, embora com um pouco com medo de experimentar aquele ritmo estranho.

_ É fácil, eu te ensino. _ Ele me puxou de novo e dessa vez não teve como dizer não. Atravessamos a multidão, até que entramos na pista. Rian soltou minhas mãos e começou a dançar, enquanto eu estava travada no lugar, sem saber direito como me mexer. _ Está vendo? Deixa seu corpo solto e segue o embalo da música.

Então eu comecei a me mexer. Olhava para as outras garotas gançando perto de mim, se esbarrando a todo momento em mim e eu tentava copí-las. Até que era fácil aquela dança... Olhei para Rian dançando feito um profissional e pensei em mim mesma no meio daquela multidão, como se eu pudesse ver toda a boate bem do alto. Ali, eu era só mais uma humana, eu era igual a todos. Sorri satisfeita. Lembrei de Jacob, Leah, da história do casamento e por um segundo, eu quase caí do alto da minha auto-estima e motivação, mas logo lembrei que eu não era nada especial agora. Eu era só mais uma mortal. É quase impossível descrever a sensação maravilhosa que eu tive quando me dei conta disso, de que eu era comum, de que eu era uma agulha no palheiro, de que eu era só mais uma garota dançando.

Dançamos feito loucos por mais de uma hora. Ângela foi nos chamar, Mike foi nos oferecer bebida, mas nada conseguiu nos tirar da pista. Eu estava adorando dançar, adorando aquelas luzes feito laiseres piscando, aquela batida entorpecente. Era como outro mundo para mim.

Depois de alguns minutos perdida na entorpecência daquele momento, a música mudou para um ritmo um pouco mais calmo e muitas pessoas saíram da pista, enquanto o resto se adaptava ao novo ritmo.

_ Já acabou? _ Eu gritei no ouvido de Rian para que ele ouvisse.

_ Não, o DJ só deu um tempo para o pessoal pegar um bebida. Daqui a pouco todo mundo volta.

_ Ahhh. Mas eu não bebo.

Ele riu.

_ Tudo bem, vamos continuar aqui. _ Percebi que ele fitava-me a cada novo movimento que eu fazia, mas desta vez, naquela batida mais calma.

_ O que foi? _ Perguntei.

_ Você é a mulher mais bonita da Poison hoje, sem dúvida.

Mulher. Adorei aquilo.

_ Obrigada. _ Sorri e balancei um pouco mais o cabelo.

Quando percebi, Rian estava com as mãos na minha cintura, o que me impedia de continuar dançando. Ele me puxou forte para perto dele. Então uma de suas mãos subiu até o meu rosto e o segurou suavemente.

_ Eu realmente quero fazer uma coisa... _ Ele disse no meu ouvido. _ Posso?

O corpo dele se projetou um pouco para cima do meu e nossos rostos foram ficando cada vez mais próximos um do outro. Olhei de relance para minhas mãos e percebi a forma selvagem de como eu o agarrava firme pelas mangas da jaqueta, seus ombros largos, seus olhos castanhos que esperavam anciosamente uma resposta minha.

“Com as rédeas da minha vida em minhas mãos...” Lembrei-me da conversa que tive com Ângela no dia anterior e em seguida, a resposta veio saindo pelos meus lábios, sem sequer esperar meu raciocínio.

_ Vá em frente.

Fechei os olhos e senti meu corpo dobrar para trás com o peso do dele. Molhei os lábios a espera dos lábios dele, no entanto, inesperadamente, senti um toque macio e molhado em meu pescoço. Meu corpo arrepiou-se por completo e inevitavelmente eu gemi, apertando ainda mais a cabeça dele sobre mim. Então Rian alcançou minha boca, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se há muitas pessoas lendo a fic... Não há comentários, reviews... é estranho não saber se estou agradando.
Essa fic tem 35 capítulo. Vou postar até o 12º, se ninguém comentar, acho que chegou a hora de parar.



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