New Rules escrita por ladyenoire


Capítulo 11
Can You Feel It?


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Mas se eu já tenho uma corda, por que o meu poder especial é uma fita?

— Porque o Miraculous do rato te dá o poder da detenção. Você pode prender ou deter coisas ou pessoas. No caso, você deteve o Chat Noir ao tocar nele, mas poderia ter feito isso com um ônibus, por exemplo. – Mullo explicou.

— Nossa, que sensacional! – ainda tinha que praticar, mas não deixava de ser incrível – Mesmo assim eu preciso ser mais cuidadosa, por pouco o Adrien não descobriu que eu sou a Multimouse! Eu imaginei que ele estivesse praticando piano e nem fosse me ver, mas eu me enganei.

— Multimouse? – Tikki questionou.

— É, eu gostei do nome.

— Eu também! – Mullo sorriu – Mas o que você vai fazer agora?

— Torcer para que ele não pense que a Multimouse tenha um Miraculous e torcer para que a Marinette não abra a boca. – disse se referindo a si mesma na terceira pessoa – Mas de qualquer forma, meu trabalho ainda não está feito. Não consegui nenhuma pista, então vou precisar entrar em ação novamente.

— Sendo mais discreta.

— É claro, tentarei o meu máximo. – disse pensando positivo – Agora, preciso fazer o meu dever de casa, porque infelizmente, ainda sou uma estudante.

***

Milhares de possibilidades se passaram na cabeça de Adrien, mas todas se voltavam ao fato de que Gabriel Agreste pudesse ser Hawk Moth.

Lembrou de quando Ladybug tinha dito que suspeitava dele e ficou aliviado quando descobriu que o pai tinha sido akumatizado, logo não poderia ser a pessoa que akumatizou. Mas vendo isso, será que aquilo fazia parte do plano dele?

Adrien sabia mais do que ninguém o quanto seu pai era inteligente e meticuloso. Sabia mais do que ninguém que Hawk Moth era alguém com tempo para akumatizar as pessoas, e Gabriel mal saía de casa, então tinha isso de sobra – mas aparentemente não para o filho.

Lembrou do paradeiro do vilão, justamente quando seu pai começou um relacionamento com Nathalie. Logo depois Hawk Moth voltou quando Gabriel e Nathalie brigaram. Não podia ser coincidência.

— Adrien... – Plagg disse com a voz baixa e sentou no ombro do garoto – Isso pode não significar nada. – o loiro suspirou.

— Eu aprecio a sua tentativa de me animar, mas infelizmente não vejo outra explicação. Meu pai é o Hawk Moth, faz todo o sentido. – lamentou a verdade – Esse tempo todo, bem em baixo do meu nariz!

— O que você pretende fazer? Vai contar pra Marinette e pro Mestre?

— Ainda não, quero ter certeza. Embora não precise de muito pra confirmar. – fechou a mão em punho e encarou seu anel – Se meu pai é mesmo o Hawk Moth, logo vamos saber.

***

Gabriel e Nathalie entraram em casa cansados e felizes pelo jantar de reconciliação. Dispensaram Gorila e estavam prestes a subir as escadas.

— Acho que vou ver como o Adrien está. – disse a mulher parando e bocejando.

— Pode ir dormir, deixa que eu vejo como ele está. Só vou dar uma passada no meu escritório antes. – Nathalie sorriu, deu um beijo de boa noite nele e subiu.

Gabriel sorriu também e assim que Nathalie sumiu de sua vista, caminhou tranquilamente até seu escritório. Precisava enviar alguns rascunhos para os seus sócios na Coréia do Sul e faria isso rapidamente antes de ir ver como o filho estava.

Assim que abriu a porta, se surpreendeu ao ver Adrien sentado em sua cadeira.

— Boa noite, pai.

— Adrien? Quantas vezes eu disse que não deve vir ao meu escritório sem a minha permissão? – o loiro riu e girou a cadeira.

— Acho que isso não importa mais, já que você não tem mais nada a esconder de mim.

— Do que está falando? – suspirou e encarou seriamente o Gabriel.

— Sabe pai, eu poderia dizer que estou bravo e decepcionado com você. Mas acho é que é desnecessário, afinal, você consegue sentir, não é?

— Ainda não compreendi.

— Eu sei que você é o Hawk Moth! – Gabriel parou por alguns segundos, porém logo depois balançou a cabeça e riu. – Vai me akumatizar agora?

— Você só pode estar louco! Como eu poderia...

— Plagg, claws out! – o homem colocou as mãos na frente do rosto por conta da luz, e logo olhou para onde estava o seu filho e viu Chat Noir. – Irônico, não? – o loiro escorou os braços na parte de trás da cabeça e colocou os pés em cima da mesa. – Que mundo pequeno!

— Esse tempo todo... Você... Esse tempo todo eu estive tão perto! – Gabriel se aproximou, ficando em frente à mesa e encarando o filho.

 —  É, eu sei! – ficou de pé – Estive à procura do maior vilão de Paris e esse tempo todo estávamos sob o mesmo teto! – bateu a mão na mesa, assustando o pai – Você me deixava trancado em casa ao mesmo tempo que ficava trancado aqui akumatizando pessoas e me deixando achar que estava ocupado! – sentiu que estava perto de chorar, mas não faria isso na frente do pai. – Você não faz ideia do quanto me fez mal e nem foi como Hawk Moth!

— Fiz o que fiz para te proteger!

— Do quê? A única pessoa da qual você deveria que me proteger estava em baixo do mesmo teto que eu!

— Não fale assim! Eu amo você, filho! – Adrien riu.

— Se me ama, só me diz por quê, só me dá um motivo pra você fazer tudo isso. – Gabriel recobrou a postura e virou de costas para Adrien.

— Você não entenderia.

— Eu não entenderia? O que eu não entendo é porque o meu pai, o homem que eu mais admiro... Admirava, é um vilão que akumatiza pessoas que estão em momentos frágeis e as torna suas marionetes numa busca inútil! – elevou o tom de voz. – Você tem noção de o quão ruim você é, pai?

— Se você soubesse porquê eu faço o que faço, não diria que eu sou... Ruim.

— Então me diz!

— Você não está pronto. – virou e encarou o filho, com o típico semblante fechado.

— Ah, então é isso? Vai ficar por isso mesmo? Agora você se transforma e tira o meu Miraculous? Vai ser assim? – questionou indignado. Adrien estava tentando de verdade entender o lado do pai, mas Gabriel claramente não colaborava.

— Eu não vou tirar o seu Miraculous. Quando chegar a hora, você mesmo o entregará para mim. – o loiro riu irônico.

— Duvido muito!

— Veremos, Adrien. Agora vá para o seu quarto e esqueça toda essa bobagem.

— Sinto muito, pai! Mas você não manda mais em mim! – disse e saiu porta a fora, com Gabriel indo atrás.

— Espere! Aonde vai? – o herói parou em frente a porta de entrada da casa e antes que saísse, encarou seu pai.

— Não interessa a você! E se quiser tentar me punir por isso, vá em frente. Porque eu não vou hesitar em tentar pegar o seu Miraculous.

— Adrien! – ignorou o chamado do pai e saiu.

O loiro se sentia completamente enganado, decepcionado, bravo e todos os complementos relacionados à tristeza.

Sempre soube que seu pai era ocupado e respeitava isso. Mas ao descobrir que a sua ocupação era ser Hawk Moth, ficou totalmente furioso por Gabriel perder seu tempo sendo um vilão e não com seu filho. Era inadmissível!

Todo esse tempo Adrien seguiu todas as regras do pai e por mais que muitas vezes odiasse, o respeito e o amor vinham acima de tudo. Porém agora tudo tinha mudado.

Chat Noir usava seu bastão para se locomover entre os telhados dos prédios até chegar no terraço de Marinette. O caminho foi difícil por conta das lágrimas que o impediam de enxergar totalmente – as mesmas lágrimas que segurou na discussão com o pai, mas agora não teve medo de deixa-las caírem.

Tikki cutucou Marinette, pois tinha visto algo saltar em seu terraço. A azulada sorriu e pensou que só podia ser Chat Noir.

— Eu espero que você não tenha me tirado da cama à toa! – abriu a escotilha. A garota riu mas desfez a expressão divertida assim que viu o loiro com o rosto inchado e molhado de tanto chorar – Meu Deus! O que aconteceu? – se aproximou com pressa e foi surpreendida por um abraço apertado. – Você está bem?

— Eu... Eu briguei com o meu pai. – Marinette suspirou e acariciou a cabeça dele. – Dessa vez foi uma briga feia.

— Por que vocês brigaram? – Adrien pretendia contar toda a verdade para Marinette, afinal, não fazia sentido esconder isso dela. Entretanto, ainda tinha coisas que ele precisava descobrir sobre a situação, além do que, precisava pensar em si mesmo no momento, por mais que soasse egoísta.

— As mesmas coisas de sempre. Se importa se não falarmos sobre isso?

— Tudo bem, como você quiser. – respondeu sincera. Nunca forçaria ele a falar, principalmente de um assunto tão delicado – Você quer entrar? Está frio aqui fora.

— Sim. E desculpe por ter tirado você da cama.

— Não, não precisa se desculpar por isso. – sorriu sincera e o conduziu para dentro do quarto – Senta um pouco e descansa. Você quer que eu traga um chocolate quente? Cookies?

— Um chocolate quente já seria ótimo, se não for incomodar. – sentou na cama.

— Claro que não. Eu já volto. – Marinette depositou um beijo na testa de Chat Noir e foi até a cozinha.

— Plagg, claws in! – desfez a transformação e o kwami o encarou preocupado.

— Está tudo bem?

— Na medida do possível.

— Você contou a ela? – sussurrou.

— Ainda não. E por enquanto não vamos. – Plagg assentiu.

— Como quiser.

— Aqui está. – a azulada trouxe duas canecas e um prato com queijo. – Imaginei que Plagg estivesse com fome, então trouxe camembert.

— Obrigado, my lady. – o kwami disse, fazendo Marinette rir.

— Essa fala é minha. – Adrien brincou e pegou a caneca – Obrigado, Bugaboo. – disse enquanto ela sentava ao seu lado.

— Não precisa agradecer. Eu faria qualquer coisa por você. – Adrien depositou um beijo rápido nos lábios dela.

— Você sempre faz tudo ficar melhor.

— Talvez essa seja uma das minhas funções, então. Já que uma das suas é me elogiar. – sorriam.

Adrien escorou a cabeça no ombro de Marinette, que passou a acariciar seus cabelos. A azulada olhou na direção da escrivaninha e viu Tikki se escondendo – até mesmo de Plagg – atrás do computador com Mullo, depois de terem acompanhado ela na cozinha.

— Você tem sorte de ter uma família incrível, Marinette. Gabriel é um pai horrível.

— Não fale assim. Eu sei que ele impõe um monte de regras e está sempre ocupado, mas você disse que ele está mudando agora. E mesmo assim, ele só quer o seu bem. – sempre pensou assim, por mais que as atitudes de Gabriel fossem esquisitas. No fundo os pais sempre querem o bem dos filhos, não é mesmo?

— Não, ele não quer. O que ele fez... Não tem perdão. Eu... Eu não quero mais falar disso, se não vou me sentir pior ainda. Vamos falar de outra coisa.

— Claro, o que você quiser. – Adrien colocou a xícara na mesa de cabeceira depois de ter terminado de tomar o chocolate. – Você parece cansado. Precisa descansar. Deita um pouco. – ele assentiu e o fez – Quer que eu te acorde se dormir?

— Não precisa.

— Mas o seu pai...

— Só... Só deita comigo, por favor. – Marinette corou mas assentiu. Então os dois se ajeitaram na cama e se taparam com o cobertor dela, ficando de frente um para o outro. – Você é linda, sabia?

— E você é bonito demais para chorar. – passou a mão pelo rosto dele, secando as lágrimas – Não sei o que está acontecendo e respeito se não quiser falar, mas saiba que eu vou estar sempre ao seu lado mesmo se não precisar. Eu amo você, Adrien Agreste!

— Eu não sei o que fiz de tão bom para ter você na minha vida! Também amo você, Marinette Dupain-Cheng!


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Adrien :(

E não se preocupem, tudo que aconteceu tem um propósito. Se preparem para os próximos capítulos ^^

Obrigada por terem lido e espero que tenham gostado ♥ xoxo



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