O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 18
Coliseu




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775688/chapter/18

P.O.V. Clarissa.

Minha primeira viajem sozinha. Para oitenta depois de Cristo, o ano da inauguração do Coliseu. Minha mãe e eu já viajamos para a Roma Antiga uma vez, ano de quarenta e dois antes de Cristo, encontramos o nosso caminho para dentro da biblioteca de Alexandria antes do incêndio, recuperamos pergaminhos com feitiços e magia totalmente inéditos inimaginavelmente poderosos.

E agora na inauguração do Coliseu, onde estarão figurões e o imperador Tito.

Quando eu o vi percebi que ele era velho e feio. Na arena, os gladiadores se matavam. As técnicas de luta deles eram boas, mas nem tanto. O resultado era incrivelmente previsível. Decidi usar isso a meu favor.

—Olá, eu sou Clarissa.

—Alexandra. Quem você acha que vai vencer? Estou torcendo para o Polipus.

—Que pena. Polipus vai morrer, Milo vai ganhar.

E dito e feito. Milo ganhou. Fiquei meses "prevendo" o resultado das batalhas e o povo começou a falar de mim.

P.O.V. Imperador Tito.

Chegou a meus ouvidos que há uma vidente. Ela sempre prevê o resultado das lutas na arena.

—E essa vidente, tem nome?

—Clarissa. É só o que sei Dominus.

—E onde posso encontrá-la?

—Não sei. Tudo o que sei é que ela vai ao Anfiteatro.

—E não tem um modo de identificá-la?

—Eu não sei, Dominus.

—Muito bem.

Ia decepar a cabeça do escravo quando outra fala.

—Espere! Dominus, por favor. Poupe meu irmão e digo como encontrar a vidente.

—Muito bem.

Baixei a espada.

—Diga.

—É a língua. A canção, só ela fala, só ela conhece.

—Já é um começo.

Então, vamos em busca de uma canção. Coloquei todos os guardas atrás dela. A vidente vai aos jogos.

P.O.V. Clarissa.

O Imperador está atrás de mim. Os guardas estão me procurando. Essa é a minha brecha. Vi o guarda passando por entre minhas arquibancadas e comecei a cantar.

—This is our time, no turning back we can live, we can live like legends.

—Senhora.

—Senhorita. Posso ajudar?

—Você é a vidente Clarissa?

—Vidente? É isso que estão falando de mim? Admito, Dominus tenho certas habilidades, mas vidência não é uma delas.

—Mas de acordo com os cidadãos consegue prever o resultado dos jogos.

—Algo assim. Lhe asseguro, senhor que não há misticismo envolvido no que faço.

—Bom, então diga-me, senhorita Clarissa na luta de hoje, quem vai ganhar?

—Ainda não posso dizer. A luta ainda não começou.

—Se fizer a gentileza de me acompanhar.

—Com prazer.

Fui levada até o camarote.

—Dominus. Aqui está a vidente.

—Diga-me vidente, quem vai ganhar os jogos de hoje?

—Não sou vidente. Tenho muitas habilidades, mas vidência não é uma delas.

—Então, não pode prever o resultado das lutas?

—Não foi o que eu disse. Só disse que vidente eu não sou.

—Então, pode prever o resultado das lutas, mas não é vidente?

—Exatamente.

—Gostaria muito de ver suas habilidades em ação.

—Muito bem. Como quiser.

P.O.V. Imperador Tito.

Com meu aval os jogos começaram. Ela observava a luta por alguns minutos. E então dizia o vencedor.

E estava sempre certa.

—Impressionante. Como faz isso?

—Intuição. 

—E a sua... Intuição, funciona apenas com batalhas?

—Não sei. Mas, quero muito descobrir, Dominus. Infelizmente, não tenho recursos

—Ainda bem que eu tenho.

—É muita generosidade da sua parte.

—Quer dizer que aceita minha oferta?

—Aceito.

P.O.V. Clarissa.

Os homens são muito burros. Uma palavra aqui, um rumor ali e pronto. Já consegui me infiltrar no Palácio do Imperador Tito.

—Cabelos amarelos. Como você tem cabelos amarelos?

—Pergunte para os Deuses. Qual é o seu nome?

—Eu sou Cassia filha de Aurélia e Severus.

—Muito prazer, Cassia. Sou Clarissa.

—Soube que você é vidente.

—Não sou vidente. As pessoas falam da minha intuição como se fosse mágica, mas não é. É um arranhão na base do crânio que nunca desaparece.

—Está sentindo agora?

—Não. Você também tem. Me diga, Cassia, você sabe quando algo está errado, você sente. Não sente?

—Não sei do que está falando.

—Eu sei sobre você e o escravo Milo. O lutador que venceu todas as batalhas.

—O que quer para não contar?

—Você não entendeu. Eu não quero te ferrar, quero te ajudar.

—Me ferrar?

—Certo. Esqueci. Não quero te delatar, tirar proveito, quero te ajudar.

—Porque?

—Deixa eu te contar uma história.

Contei a ela a história de Silas, Amara e Qetsyiah.

—Eu, pessoalmente achava que Qetsyiah merecia melhor. Mas, ela achava que merecia o Silas. O homem que a usou, enganou e traiu. Cada um tem o amor que acredita merecer. O que ela sentia por Silas não era amor, era obsessão. Algo doentio. Quando o amor é verdadeiro, não há como fugir. Quando se ama alguém realmente você está disposta a fazer qualquer sacrifício pelo seu amado, inclusive deixar aquele que ama partir. Você coloca a felicidade dele acima da sua própria. Se não é assim de ambas as partes, então não é amor.

—A senhorita é tão... sábia.

—Apenas achei que deveria saber ao menos disso. Sei quem você é. É rica, bela, jovem e por tanto muitos homens vão dizer as três palavrinhas mágicas para você. Jurarão seu amor, fidelidade, lealdade, etc. Etc. Quando na verdade você é apenas um meio para um fim.

P.O.V. Cassia.

O jeito que ela falava era como se por experiência própria. Enquanto escovava os cabelos dourados. Notei que seus cabelos pareciam uma cascata de ouro.

—Como consegue que seus cabelos pareçam uma cascata?

Ela sorriu.

—É o corte. Meu cabelo é repicado. O seu é sem corte.

—Corte? Então, tudo o que tenho que fazer para ter um cabelo como o seu é cortar?

—Não. Se cortar do jeito errado, você vai ferrar o seu cabelo.

—Esta palavra de novo. Ferrar.

—Estragar, arruinar, destruir.

—Pode fazer isso em mim?

—Nossa! Eu não sou cabeleireira. Não sou eu que corto meu cabelo, é um profissional.

—Por favor.

—Eu não sei fazer. Se tentar cortar o seu cabelo, posso estragá-lo.

—A Deusa Afrodite tem cabelos da cor do sol, como os seus.

—Não vai parar de me azucrinar até eu cortar o seu cabelo não é?

—Não.

—Muito bem, mas se algo der errado... não me culpe.

—Confio plenamente na senhorita.

P.O.V. Clarissa.

É tão fácil, pobre Cássia. Eu gosto dela, ela tem potencial.

Peguei a tesoura. Sei o que o meu cabeleireiro faz, com minha visão inumana é fácil ver e compreender, portanto é igualmente fácil replicar.

—O que acha?

—Ficou lindo. É lindo. Pode deixar meus cabelos dourados como os seus?

—Sem água oxigenada não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Fantasma da Ópera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.