Agosto de 2018

JANTAR NA CASA DOS POTTER’S.

Rose foi na mini reunião de família que os seus padrinhos estavam promovendo para comemorar a promoção de Alvo Potter, que se tornaria o novo chefe do departamento de leis e magia.

Ela adorava as reuniões de família, porém preferia quando elas aconteciam em grupos pequenos, porque assim conseguia acompanhar melhor como andava a vida dos primos.

Por exemplo, se aquele jantar tivesse sido com toda família, provavelmente não iria saber que Lily estava começando a escrever um novo livro ou que James estivesse pensando em sair do Profeta Diário e ir trabalhar como professor de Feitiços em Hogwarts, no lugar do professor Flitwick, que iria se aposentar no ano seguinte.

—A diretora Minerva deve estar bem desesperada para ter que chamar o Jamie.

Lily comentou acidamente, mas sorria com orgulho do irmão.

—Ele foi o que mais amadureceu de nós.

Hugo disse defendendo o primo mais velho.

—Isso não conta porque ele era o mais imaturo.

Albus retrucou arrancando riso de todos.  

—Não ligue para eles querido. Seu pai e eu estamos muito orgulhosos, e não se importe em ser infantil. Ronald nunca amadureceu e Rose e Hugo até que se saíram bem.

Gina disse fazendo todos na mesa rirem.

—“Rose e eu até que nos saímos bem? ”.

—Rose sempre chega atrasada nos treinos e você...

—Merlim! Sempre a mesma reclamação. Admita madrinha se eu saísse das Harpias você ia passar uma semana chorando, no mínimo.

Rose comentou sorrindo. Sabia que as reclamações sobre horário eram somente implicância. Gina piscou o olho para Rose.

—Falando transferências... estão sabendo da nova?

James perguntou animado.

—A da minha promoção?

Alvo perguntou como se fosse óbvio.

—Isso não bobão. Estou perguntando sobre o Scorpius Malfoy.

—O que tem ele?

Rose perguntou fingindo desinteresse.

—Os boatos que rolam é que ele vai jogar nos Stonewall Stormers. Na verdade, segundo as fontes do Profeta, os Stormers já estão dando ele como certo no time para a próxima temporada.

—Sério? No Stonewall Stormers? Uau. Eu não sabia que o filho de Draco era tão bom.

Harry perguntou surpreso.

Rose escutava a conversava que desenrolava sem acreditar que aquilo era verdade. Não podia ser. Se Scorpius tivesse propostas para sair do Panthers ele teria dito. Não teria? Mas, segundo James, ele já era considerado como reforço certo para a próxima temporada...

O coração dela estava apreensivo e sobretudo divido. Se aquilo fosse verdade, ela estava feliz por Scorpius, ele merecia aquilo, trabalhou muito para ter seu talento reconhecido, porém, aquilo significaria um possível término na relação dos dois?

—Isso porque você só assiste jogos da primeira divisão. Mas, o garoto é bom. Se as Harpias não fossem só de mulheres eu o contrataria sem sombra de dúvidas. Fico feliz por ele está indo para o Canadá, ele daria muito trabalho por aqui. Só estou surpresa por ter demorado tanto.

Gina comentou. Como treinadora sempre ficava de olho em todos os jogadores que estavam despontando e Scorpius Malfoy, era um talento nato. Ela não entedia como ninguém ainda não tinha percebido, embora suspeitasse que tivesse a ver com a fama de sua família.

Rose ficara calada durante todo o jantar.

Quando namorou Gustav ela conseguia facilmente namorar a distância, não tinha necessidade de falar com ele todo dia e não havia tanta saudade, mas, com Scorpius era completamente diferente, os dois conseguiam ficar no máximo uma semana sem se ver, mas sem se falar... nenhum dia.

—Ele é bom mesmo. Lembro dos milagres que ele fazia com aquele time da Sonserina.

Hugo comentou.

—A única coisa que eu lembro sobre ele é de como vocês gostavam de atazanar o cara. Uma vez Hugo jogou uma bomba de bosta no quarto dele.

Lily comentou rindo.

—Hugo!

Hermione ralhou.

—Faz séculos, mãe. E, o mais importante nunca fui pego. A bomba foi em defesa de Rose. O Malfoy a colocou em detenção.

Rose revirou os olhos. Em hogwarts seus primos tinham uma ideia estúpida de que deveriam sempre serem melhores que o Scorpius ou aproveitar cada oportunidade para encher o saco dele. 

Saiu da casa do seu padrinho no automático e foi direto para o apartamento de Scorpius.

...

—Por que não me disse?

Scorpius encarou a ruiva sem entender. Ela deveria passar a noite com a família.

—Do que está falando?

Perguntou sem entender do que a namorada falava.

—De você ir jogar no Stonewall Stormers, oras!

—Como sabe disso? Merlim! Ninguém guarda segredo em Londres?

—Essa notícia vai estampar as capas do Profeta Diário amanhã! Se eu não fosse jantar na casa dos meus padrinhos eu descobriria amanhã pelo Profeta Diário! Custava me dizer que vai para o Canadá?

Rose estava irritadíssima. Havia conseguido se controlar enquanto estava na casa dos pais, porém ali, na frente dele, sua irritação finalmente a venceu.

Essa brava porque como sempre ele não contava o que acontecia na sua vida. Seu rosto estava tão vermelho quanto seu cabelo.

—Eu não vou para o Canadá.

Scorpius disse tentando “desarmar” a bomba que seria Rose.

—Mas…

—É verdade que recebi uma proposta do Stonewall Stormers, mas recusei.

—O quê? Ficou maluco, Scorpius? É um dos times mais tradicionais e relevantes do quadribol. Jogar lá é praticamente se garantir na próxima copa mundial. Como pode recusar? Ficou louco?

Scorpius sabia não era o melhor momento para ri, mas não conseguiu segurar o riso com a resposta da namorada.

—Agora pouco estava brava porque eu tinha aceitado e agora está brava porque não aceitei?

—Merlim. Você não entende nada? Estava brava porque não havia me contado, não por ir jogar no Stonewall Stormers, é uma proposta irrecusável.

—Nem tanto, eu recusei.

—Por favor, não diga que fez isso por mim, nunca me perdoaria se soubesse que o fiz perder essa oportunidade.

—Recusei essa proposta há semanas. Não fiz por você fiz por mim.

Scorpius respondeu chateado. Rose parou.

—Semanas? Semanas?

—Sim. Acredite ou não, Stonewall Stormers não foi a única proposta que recebi, outros times tão bons quanto me acham um ótimo jogador.

—Não estou dizendo que não é bom jogador para outros times tradicionais... eu sempre apoiei você, não tente me acusar de não reconhecer o seu talento. Mas, só soube de uma proposta, o que quer que eu pense se não me conta essas coisas?

—Não contei sobre o Stonewall Stormers, pois não queria te preocupar quanto ao nosso futuro. E sobre as outras ainda estou analisando.

Rose o encarou sem acreditar no que estava acontecendo. Ela não se importava que Scorpius fosse reservado, diferente dela que sempre gostou de ser o centro das atenções, mas ela gostava de acreditar que, pelo menos com ela, Scorpius dividiria a vida ou contasse sobre as coisas realmente importantes.

—Ótimo. Quando decidir me mande uma carta me informando da sua decisão.

Rose disse indo em direção a porta ainda irritada.

—Não estou entendo.... Por que está brava?

—Porque eu sou uma idiota, é por isso. Porque achei que nosso namoro significasse alguma coisa.

—Ro, você bebeu? Não estou entendendo.

—Você nunca nem mencionou que havia propostas para sair do Panthers!

Gritou a ruiva assustando Scorpius, ela não era de perder o controle daquele jeito.

—Porque não era relevante.

Tentou se explicar.

—É claro que é relevante!

Os dois ficaram em silêncio. Scorpius ainda tentava compreender o raciocínio de Rose.

—Estou falando…. Eu estou sempre no escuro Scorpius. Você nunca me conta nada. Estou bem aqui sempre disposta a falar contigo sobre qualquer coisa ou para te ajudar, mas sempre que precisa tomar qualquer tipo de decisão faz isso sozinho, me deixando.... Fico frustrada com isso.

Rose disse jogando-se no sofá.

—Eu sou um péssimo namorado porque não encho seu saco com meus problemas?

Perguntou ainda sem entender.

—Exatamente!

—Isso não faz o menor sentido.

—Nós estamos em uma relação, nós nos amamos, é mais que natural que... pensei que estávamos no estágio da nossa relação em que dividiríamos os pormenores da nossa vida, as coisas boas, coisas ruins, as decisões difíceis. Não quero que chegue para mim e diga que resolveu um problema que eu não sabia que existia, quero que me conte o problema para pensarmos juntos na solução. Não quero ser a última a saber…

—Você não é a última, sempre te conto primeiro…

—Não estou falando disso, Scorpius. – Merlim como podia alguém tão inteligente ser tão tapado? – De todo modo me mande uma coruja avisando em que time vai jogar. Não importa sua escolha sei que ficarei orgulhosa de você.

Disse ela e saiu.

Scorpius estava confuso. Tinha magoado Rose sem nem perceber. A ruiva claramente estava frustrada com ele, o problema é que ele não entendia o porquê.

Pensou em falar com Zabine, mas o amigo só entendia como conquistar mulheres não como mantê-las. Pensou em Michele ou Michel, mas eles estavam mais preocupados em cuidar do pequeno Leo que acabara de nascer. Liz provavelmente lhe negaria qualquer conselho amoroso desde que, nas palavras dela, ele tinha deixado Cecile passar. Poderia fala com Bruce, uma amiga do time, mas eles não tinham chegado naquele nível de amizade ainda. No fim, percebeu, só tinha uma pessoa com quem podia conversar.

Quando chegou na casa dos pais ele ainda não sabia como introduzir o assunto com Astoria.  Scorpius sempre foi horrível em pedi qualquer tipo de ajuda, conselhos...

Draco e Astoria disputavam uma partida de xadrez bruxo. O clima familiar estava muito melhor do que da última que Scorpius os tinha visto e ele sentiu uma pontada de inveja por não ter aquele tipo de momento familiar. Além de ter uma relação conturbada com Draco enquanto crescia seus pais sempre estavam em plantões no St. Mungus, aqueles momentos familiares eram comuns para Athena, mas eram verdadeiras raridades na infância e adolescência dele.

Astoria estranhou quando viu Scorpius na entrada da sala de estar. O filho tinha um olhar perdido.

—Scorp!

Draco, ainda magoado com o filho, fingiu não notar a presença dele e concentrou-se em criar uma estratégia para tentar derrotar a esposa no xadrez.

—Filho! Não esperava vê-lo hoje.

—Estava passando por aqui por perto e fiquei com saudade.

—Se eu não te conhecesse... aconteceu alguma coisa?

Astoria pensou que o filho talvez estivesse com dúvida sobre o próximo passo na carreira, pois no último jantar tinha mencionado uma proposta de um time do Canadá.

—Mais ou menos – Confessou passando a mão na nuca – podemos conversar em outro lugar?

Ela assentiu e os dois seguiram para o ateliê dela.

Scorpius encarava a mãe ainda tentando encontrar uma forma de falar com ela sobre a briga com Rose. Mas, ele sequer tinha entendido a briga.

—Scorpius? O que você queria conversar comigo?

Perguntou Astoria chamando a atenção do loiro que parecia perdido em pensamentos.

—A senhora é uma mulher, certo?

Astoria começou a se preocupar com a sanidade mental do filho.

—Da última vez que reparei sim. 

—Então eu posso fazer uma pergunta hipotética sobre uma mulher e a senhora entenderia porque é uma, certo?

Astoria deu um pequeno sorriso. Agora entendia o porquê de tanto nervosismo do filho.

—É a mesma do telefone?

Questionou sem conseguir se conter. Ela não conseguia tirar a conversa que tinha presenciado da cabeça.

—É uma mulher hipotética.

Afirmou Scorpius sem muita confiança. Ele era um péssimo mentiroso.

Astoria deu um pequeno sorriso. Agora entendia o porquê da recusa em ir para o Canadá.

—Essa mulher hipotética namora com um homem, também hipotético. O homem achava que eles estavam bem, mas a mulher ficou brava com ele porque ele não contava os problemas dele para ela...

—Já entendi onde quer chegar.

Astoria o cortou.

—Sabe?

Scorpius deu um olhar tão inseguro que Astoria teve vontade de rir. Ele estava perdido, ainda não tinha entendido o porquê tinha brigado com Rose.

—A mulher dessa relação hipotética está reclamando que o homem não se abre com ela, certo?

—Como…?

—Porque você é igual ao seu pai. -Scorpius revirou os olhos, não gostava daquele tipo de comparação - Querido, você cresceu praticamente sozinho aqui nessa mansão, foi filho único por quase toda vida e seu pai e eu estávamos sempre no hospital, é natural que você seja mais reservado e que não conte seus problemas, pois cresceu cuidando de si e aprendeu a lidar com seus problemas sozinho. Entendeu?

—Não sei.

Confessou Scorpius com um sorriso cansado e olhou a mãe com um olhar desesperado.

Astoria controlou-se para não rir do filho. Merlim! Como ele era parecido com Draco.

—Filho... eu sei que para você muitas das coisas que acontecem no teu dia podem parecer detalhes bobos ou pode pensar que ao contar um problema está evitando um estresse desnecessário, porque é exatamente isso que fazia comigo e com seu pai, mas uma relação amorosa é diferente. Se você não conta essas coisas, mesmo que não pareçam importantes você dar a entender que não está cem por cento empenhado em fazer a relação dar certo.

Scorpius pensou sobre o que a mãe dele explicou. Se aquilo fosse verdade... ele tinha que ganhar um prêmio de pior namorado do mundo.

—Tenho que compartilhar mais é isso?

—Basicamente isso.

Ele sorriu. Pelo menos agora entendia porque Rose estava brava.

 -Obrigado, mãe! – Agradeceu a abraçando.

—E sim a mulher hipotética é a mesma do telefone.

Confessou o loiro. Ele sabia que Astoria não precisava daquela afirmação para juntar as peças. Mas, ao abraçar a mãe ele sentiu a necessidade de falar a verdade.

—Fico feliz por você. Ela me parece ser alguém bem especial. Espero que possamos conhece-la em breve.

Scorpius sorriu afetado.

—A família dela odeia os Malfoy’s?

Perguntou tentando decifrar o sorriso do filho.

—Algo assim. É...  – Ele não ia contar que estava namorando Rose Weasley, mas se ele tinha que aprender a compartilhar mais então aquela era uma ótima oportunidade – Ele não vai aceita-la. Quando eu a apresentar... acho que vai ser o fim da nossa relação. Mas, eu a amo e amo o que faço.

—Você pode ser surpreender com seu pai.

Scorpius sorriu da inocência da mãe.

—Obrigado por não dizer que eu não deveria tomar decisões profissionais me baseando em alguma mulher.

Astoria sorriu para o filho. As vezes esquecia o quanto ele havia crescido.

—Apesar de achar que ela tenha um papel importante na sua decisão acredito que ela não sido a mais importante. E, mesmo que tenha sido por ela, eu diria que você deu muito duro e dar muito duro pela sua carreira, então se fizesse isso é porque ela vale a pena. Você não jogaria fora uma oportunidade dessas por algo ou alguém que não valesse a pena.

...

—O que ele queria?

Perguntou Draco depois que Scorpius foi embora.

—Ele quem?

Draco revirou os olhos.

—Sabe de quem estou falando, Ast.

—Pensei que Scorpius era invisível, nem mesmo falou com ele…

—O que eu poderia falar depois da última vez.

—Você também não ajuda, Draco.

—Está defendendo o que ele fez?

—Não acho que ele tenha sido feliz na escolha das palavras, mas sempre que você o vê o ignora, é frio, critica o time dele, a profissão dele... Você é o pai dele, o garoto te idolatrou por quase toda a vida, corria atrás de você pelos corredores do hospital, ficava de observando no escritório..., mas, sempre que se encontram você faz questão de magoá-lo, então é natural que ele queira magoar você também.

 -Alguém precisa ser verdadeiro. Ele escolheu pessimamente a profissão, não consegue entrar em um time de relevância. E, quando finalmente um time tradicional faz uma proposta ele recusa, e por que? Para me irritar e jogar o nosso sobrenome no lixo.

—Isso é tão ridículo! Você é ridículo, Draco. Diz que Scorpius está manchando a imagem da sua família? Sério? Então porque você faz questão de acompanhar a carreira dele? De assistir aos jogos dele ou de comprar qualquer revista ou jornal que o mencione?

—Não tenho ideia do que está insinuando...

Draco Fingiu-se de desentendido.

—Do que você sente vergonha, Draco? De estar errado sobre Scorpius ou de acompanhar o time dele?

—Você está fugindo do assunto que realmente importa. Ele tem que aceitar a proposta do Stormers. É a grande chance dele. Deveria colocar juízo na cabeça do seu filho.

—Ele não vai aceitar. Está apaixonado, não se mudaria para o Canadá.

—Está me dizendo que ele não vai aceitar o emprego, que é chance da vida dele, por causa de uma garota? Por favor, me diga que deixou claro para ele que isso é a coisa mais ridícula que ele poderia ter feito.

—Eu disse que seja qual for o motivo que tenha feito ele desistir dessa proposta esse motivo provavelmente vale a pena.

—Ele nunca vai ter sucesso na vida se continuar aceitando tranquilamente essas decisões dele.

—Eu quero que meu filho seja feliz. É a vida dele, Draco. E, se quer mesmo saber minha opinião... Scorpius é um ótimo jogador de quadribol e essa garota deve ser incrível. É importante o suficiente para que ele viesse me pedir um conselho.

—Aposta quanto que deve ser alguém que não tenha a menor decência para se tornar uma Malfoy?

—Chega! Estou de saco cheio dessa sua implicância! Vou deixar uma coisa bem clara, se ele apresentar qualquer garota, pode ser a pior garota do mundo na sua visão, você vai calar a boca, sorri e aceitar bem quieto. Você vai fazer isso ou eu não garanto que continuemos casados.

....

2:19am era o horário que indicava no relógio de Scorpius, mas ele não estava com sono, finalmente tinha entendido porque sua namorada estava brava. Ele sabia que Rose deveria estar dormindo, que o treino começaria às 9am, mas não se importava com nada daquilo, precisava falar com ela.

Scorpius acordou Rose com cuidado.

—Scorp...? O que está acontecendo?

Rose perguntou irritada.

Scorpius sorriu e mostrou três pergaminhos na sua mão.

—O que é isso?

Perguntou a ruiva ainda tentando despertar.

—Descobri porque está brava comigo.

Rose encarou o namorado perdida. Ela não tinha sido clara mais cedo?

—Eu não sou bom em conversar sobre a minha vida. Sou bom em escutar, em fazer as pessoas rirem, mas não de conversar, principalmente sobre as coisas profundas, que me preocupam, me magoam, me deixam com medo. Desculpa. Isso é tão natural na minha personalidade que eu não imaginava que estava te magoando. Amo você, Rose. Vou tentar arduamente melhorar, mas precisa ter paciência e se algo te incomodar precisa me dizer.

Rose o beijou. Merlim, como ela amava Scorpius. Principalmente quando ele agia daquela forma.

—Vou começar a compartilhar, prometo. Eu pensei em umas coisas que queria te falar no caminho. Vamos lá:

—Rose Weasley, as vezes eu tenho medo que perceba que eu não te mereço porque você é tão incrível e eu sou só eu. – A ruiva abriu a boca para contestar, mas ele colocou o dedo indicador na boca dela e continuou – odeio jantares com minha família porque meu pai sempre me faz sentir um fracasso. A maioria das nossas brigas quando você está bêbada é porque eu sou ciumento, eu tento disfarçar, mas odeio como os outros homens de olham, não que eu posso julgá-los porque você é sexy, Weasley. Muito sexy. E, eles acham que você é solteira. O que me leva a outra confissão: odeio que ninguém saiba que estamos namorando.

—Você não tem ideia do que daria para simplesmente andar de mãos dados com você pelas ruas, que as pessoas soubessem que nós somos um do outro. Meu agente sabe sobre nós. Ele tentou me convencer a contar para a imprensa porque aumentaria meu passe, mas não me importo com isso. Não estou com você porque faz bem para minha carreira. Minha carreira é a última coisa que eu penso quando estamos juntos.

Rose olhava Scorpius com lágrimas nos olhos.

—Trouxe as propostas que mais chamaram minha atenção. Quero me ajude a escolher. Estou tentado a ir para o Chudley Cannons, mas é o seu time e se eu jogasse mal nossa relação pode não sobreviver.

Rose sorriu.

Além da proposta dos Cannos, os Montrose Magpies e Puddlemere também tinha enviado propostas. Magpies e Puddlemere estão passando por fases incríveis. Apesar dos Puddlemere terem quase vencido o campeonato no último ano, os Montrose é a melhor opção. No puddlemere você disputaria a posição contra o Davis e o Thomas e por melhor que você seja eles já têm uma tradição no time e isso conta muito. Os Montrose então montando um time verdadeiramente forte para essa temporada e a sua titularidade seria quase certa.

—E o que acha do Cannons?

Algo no íntimo de Scorpius dizia que ele deveria ir para o Chudley Cannons, mas racionalmente aquela era a pior escolha possível. O time não ganhava nada há séculos.

—Eu amaria ver você no meu time. Se quase ganhou o torneio de quadribol com o time da Sonserina talvez conseguisse salvar o Chudley Cannons, mas...

Quando o loiro olhava para Rose falando sobre todos os motivos que ir para o Cannons era uma péssima decisão profissional, ele já tinha falado para si mesmo aqueles argumentos inúmeros vezes, mas ao ouvir de Rose ele percebeu que nada daquilo diminuía a voz no fundo da sua cabeça que dizia que aquela era a melhor opção.

—Eu vou para o Chudley Cannons.

—Não faça isso! Os Cannons é meu time e eu o amo, mas pense na sua carreira. Não seria bom que aceitasse ir para lá, quando tem propostas melhores do Montrose Magpies, e outra do Puddlemere United. São dois times que...

—Eu sei. Mas, desde que eu recebi essa proposta não consigo parar de pensar no time da Sonserina. Eu acho que me dou bem na posição de salvador. Todas essas coisas que você me disse eu disse a mim mesmo, mas nada disso tira meu desejo de jogar lá.

—Scorpius, pensa bem no que você está fazendo. Vários outros jogadores, tão bons quanto você, tentaram usar os Cannos para alavancar suas carreiras e se deram muito mal.

—Eu sei. E todos vão dizer que eu sou louco. Mas eu quero fazer isso. Não é por sua causa, você é a única pessoa no mundo para quem eu não preciso provar nada, mas eu preciso fazer isso por mim, eu quero começar de baixo, eu quero tentar melhorar os Cannons. Eu ia aceitar a proposta dos Stormers. Eu sei que é o melhor time que eu poderia ir nesse momento. Então, eu recebi a proposta dos Cannons, o salário é bem menor, as chances de títulos é abaixo zero e de copa do mundo nem se fala, porém quando eu recebi a proposta eu fiquei tentado e desisti dos Stormers, porque se eu fiquei tentado com uma proposta mil vezes mais inferior é porque eu não devia ir... sei que parece loucura, mas eu sinto que deveria ir para Cannons. Nenhuma outra proposta me tentou tanto.

—Se você tem certeza disso então deveria ir. Eu acredito que fará uma temporada fantástica. E, se alguém no mundo tem o talento e a garra para salvar os Cannons essa pessoa é você.

—Eu tenho certeza. Do mesmo jeito que tenho certeza que quero ficar contigo para o resto da minha vida.

Scorpius disse lhe beijando.

—Também te amo.

Respondeu ela.

—Minha mãe estava certa.

Comentou ele rindo para si.

Rose o encarou confusa.

—Eu não tinha entendido porque você estava brava e depois de pensar muito resolvi pedi ajuda para minha mãe. Antes que eu pudesse explicar o que tinha acontecido ela já tinha entendido tudo e me explicou que eu deveria compartilhar mais com você e que eu perceberia que era bem mais fácil tomar decisões difíceis ao lado de alguém que amamos. Eu estava tentado a ir para o Cannons, mas quando você falou que eu não devia ir e depois disse os motivos que eu não tinha que ir, eu soube que eu iria para ele, porque era o que queria no fundo. Sei que não parece ter sentido...

—Entendi – Disse Rose no automático. Ela estava preocupada com outro ponto dessa história – Então sua mãe sobre a gente?

Perguntou Rose tentando esconder seu nervosismo. Será que Astoria gostou do que Scorpius havia falado sobre ela? Ou será que ela acha que Scorpius devia conhecer outras pessoas?

—Sim. É que ela disse que eu tinha que compartilhar e eu tinha ido pedir conselhos sobre garotas.... E ela tinha me escutado com você no telefone uma vez... aí eu confessei que estava em um relacionamento. Desculpe.

—Não precisa me pedir desculpas por isso. Não me importo que sua mãe saiba sobre a gente. Só estava...  Preocupada, sobre o que ela achou de mim ou do que você disse sobre mim.

Rose confessou sem jeito. Scorpius sorriu para si, as vezes ficava surpreso em como a ruiva podia ser insegura para determinadas coisas, quando ela sempre passava uma imagem de autoconfiança.

—Ela disse que quando eu estivesse preparado ela adoraria te conhecer.

—Eu também amaria conhece-la.

Rose disse o abraçando.

—Adoraria mesmo?

Perguntou Scorpius.

—Claro! Ela sua mãe, sei como é importante para você.

Ele a beijou sem dizer nada.

—O que eu disse de errado?

Perguntou ela.

—Nada.

—Pensei que você estava tentando compartilhar...

—Tudo bem. Eu fiquei confuso em saber como.... Quer dizer... nós namoramos, mas únicas pessoas que sabem de nós temos alguma coisa é Judith e Luke. 

—Eu nunca disse que você não podia contar para os seus amigos que nós estávamos juntos. Minha única preocupação era de que chegasse na imprensa. Só isso.

Tentou desconversar Rose. Ela odiava esconder sua relação com Scorpius e sabia que não podia fazer isso somente porque fora magoada anteriormente.

—Ah claro. Me diga para quanto das suas amigas, fora Judith, você contou? Elas não são importantes para você é isso?

—Ok. Eu admito. Você tem razão. Mas agora não é o momento certo.

—Nunca é.

—Não, mas dessa vez é sério. Se nos assumirmos agora a imprensa vai ficar louca. Você sabe que sim. Você está em ascensão, vai para liga 1, é um jogador incrível, eu só queria que eles focassem somente no resultado dos seus jogos. Scorpius, quando virem seu talento... você vai ser o queridinho, acredite em mim, não vai querer juntar isso com nossa relação.

—Mais uma vez esse argumento. Já notou como sempre é o mesmo? Sempre tem a imprensa isso a imprensa aquilo. Sabe o que eu acho Rose? Às vezes acho que eu sou você e você é Gustav.

—É completamente diferente e sabe bem disso. Eu só não quero expor a nossa relação. Eu realmente amo você. Só não quero que eles estraguem isso. O que nós temos é maravilhoso, aqui presos no nosso mundinho no qual só a gente sabe. Quando isso for anunciado em algum jornal ou revista, não teremos mais isso, eles vão entrar na nossa relação...

—Ok. Quanto tempo você acha que devemos continuar assim em segredo? Até nos casarmos? Ou termos filhos?

Rose respirou fundo.

—Eu acho que a gente deve conversar sobre isso depois. São três da manhã. Nós dois temos treino pela manhã.

Scorpius assentiu, mas não concordava em terminar a conversa daquele jeito.

—Estou orgulhosa de você. De dizer que se sente frustrado com a forma que estamos nos relacionando. Se não tivesse falado eu ia supor que estava tudo bem, e nós vamos conversar sobre isso e vamos acertar os ponteiros, só não agora, porque isso vai demandar um tempo que não temos agora.

Rose disse tentando acalmar os ânimos do namorado. Scorpius assentiu novamente, lhe deu um selinho na boca e saiu do apartamento.

..

SCORPIUS MALFOY É DO Stonewall Stormers!

Dizia o Profeta. Scorpius riu, sabendo que na manhã seguinte o jornal iria dizer que ele, Scorpius, havia trocado o Stormes pelo Cannons. Draco iria odiá-lo, afinal de contas, estava trocando um “grande futuro” por um time que sofria para se manter na primeira liga em todos os campeonatos. Mesmo assim ele estava feliz, realizado, finalmente jogaria em um time da primeira liga e tinha a garota dos seus sonhos, ao seu lado.

—Ele vai mesmo para o Stonewall?

Judith perguntou curiosa e um tanto preocupada. Rose amava Scorpius e ela não estava certa se os dois conseguiriam manter um relacionamento a distância.

—Não. Vai para o Cannons.

—Ele é louco?

Rose sorriu diante a reação da amiga e percebeu que quando ele anunciasse sua decisão todos pensariam a mesma coisa. A ruiva também achava que ele estava arriscando muito, mas entendia o namorado e sabia que ele queria marcar o nome na história. E, se ele jogasse um terço do que jogou no Panthers (ou mesmo na Sonserina quando era menos experiente) ele poderia não ganhar o título, mas se tornaria um ídolo.

—Ele não aceitou por você?

—Não sei. Talvez tenha pesado um pouco na decisão dele, mas tinha outras propostas, de times que ficavam na Inglaterra então...

—Como sabe disso tudo? Ele te contou?

Judith sabia do quanto a reserva de Scorpius incomodava Rose.

—Nós brigamos porque James me disse que ele iria para o Canadá, finalmente segui seu conselho e falei que isso dele nunca me dizer nada me incomodava.

—Fico feliz em perceber como estão amadurecendo. Logo anunciarão o relacionamento de vocês... o que já passou do tempo, se quer saber minha opinião.

—Nós brigamos ontem sobre isso também. Não foi uma briga, mas ele deixou bem claro que não gosta do fato de estarmos namorando escondido. Acho que ele fica realmente magoado com isso. Em certo momento ele falou que daria qualquer coisa para poder andar de mãos dadas comigo na rua...

—Scorpius não é o Gustav. Não se importa com a imprensa…

—Eu sei. Mas, não é um bom momento. Pode atrapalhar no recebimento no novo clube. O ideal é que a imprensa foque na carreira dele. Mas eu o entendo...  é um saco ter que fingir que não estamos completamente apaixonados um pelo outro. Não sei o que fazer Judith.

—Se não quiser anunciar logo para imprensa, vocês podem pelo menos anunciar para as famílias ou amigos...

—A imprensa iria descobrir rapidamente. Sabe bem, que ninguém na minha família sabe segurar a maldita língua.

—Na minha visão, é um risco que vai ter que correr. Como você bem disse, ele não quer mais namorar escondido e as suas desculpas estão ficando escassas...

...

Rose entrou na casa dos seus pais torcendo para que somente sua mãe estivesse em casa.

Seguindo o mesmo caminho que Scorpius tinha feito na noite anterior, ela estava ali para pedir conselhos para sua mãe.

Como sempre Hermione estava na biblioteca.

—Rose!? Aconteceu alguma coisa?

—Não. Só queria lhe ver.

Hermione olhou para filha desconfiada.

—Sei. Que tal tomarmos um chá?

—Ou um uísque de fogo...

Complementou Rose com um sorriso.

—Gina permite que suas jogadoras bebam durante a temporada?

—O que os olhos não veem o coração não sente.

Retrucou Rose para descontrair.

—O tanto que torci para vocês se parecerem mais comigo...

Hermione reclamou, mas conjurou dois copos de uísque.

Rose bebeu um gole nervosa. Nunca sabia como conversar sobre garotos com a sua mãe. Hermione observava o nervosismo da mulher com certa curiosidade.

—Pelo jeito que está nervosa presumo que irá me contar que está namorado Scorpius Malfoy.

Perguntou fazendo Rose se engasgar.

Hermione falou calmamente. Não que estivesse ficado calma quando viu os dois se beijando no mês anterior quando foi fazer uma visita para a filha. Ela sabia, é claro, que a filha estava apaixonada, os sinais eram muitos claros. Gina e Hermione já tinham conversado algumas vezes sobre quem seria o homem misterioso com quem Rose estaria namorando. A Potter havia, inclusive, comentado que achava que a temporada anterior de Rose tinha um dedo do tal homem misterioso.

Hermione compreendia que depois do último relacionamento Rose demorasse mais para se abrir e assumir uma nova relação. Mas, quando viu Scorpius percebeu que a demora também tinha a ver com o medo da reação de Ronald, que embora tivesse amadurecido muito ao longo dos anos ainda continuava incrivelmente infantil quando se tratava dos Malfoy’s.

—Como você...?

Perguntou Rose após parar te tossir.

—Ora Rose, você é minha filha te conheço melhor que qualquer outra pessoa, além disso – concluiu com um sorriso maroto – vi vocês se beijando perto do teu apartamento no mês passado.

—Merlim... Não acredito que sabia disso esse tempo todo e não falou nada.

—Estava esperando que viesse me contar.

—Sinto muito por não ter contado antes é que eu não sabia como a senhora reagiria já que foi torturada... E tem o papai também...

—Filha, não vou negar que o nome Malfoy as vezes me dar péssimas lembranças, mas não posso esquecer que Draco negou me reconhecer e os filhos não devem pagar pelos erros dos pais. E, quanto a seu pai, ele não vai gostar no início, mas aceitará com o tempo.

—Estou tão aliviada mãe!

Disse abraçando Hermione.

—Rose minha única preocupação sempre vai ser a tua felicidade.

—Obrigada mãe. Ele me faz feliz. Nós nos fazemos felizes. Eu o amo muito. Mas, não vim aqui somente falar que estou namorando com ele.

—Quer que eu prepare o terreno para quando for falar para o seu pai?

Hermione perguntou.

—Também. Nós estamos há algum tempo juntos e ninguém sabe. Só que agora Scorpius vai começar a jogar na Liga 1 e sabemos que se a imprensa souber ninguém vai dar atenção para o talento dele...

—O que ele acha disso?

—Ele não liga para essas coisas. Não dar a mínima. Mas ele não sabe como é se relacionar quando os dois são famosos e ainda tem todo o lance das nossas famílias.

—Filha, entendo que tenha certos receios quanto a imprensa e relacionamentos, mas não pode basear sua relação com Scorpius na sua relação com Gustav.

—Eu sei e irei fazer isso. Mas, acho que por enquanto o melhor é contarmos logo para nossas famílias.

—Cuidarei do seu pai e de Hugo não se preocupe.

—Obrigada mãe, de verdade.

—Sabe, eu adoraria conhece-lo.

Rose sorriu. Gostou de saber que sua mãe tinha interesse em conhecer Scorpius.

...

 DIAS DEPOIS.

SCORPIUS MALFOY É DOS CHUDLEY CANNONS!

Quando se trata de magia das trevas os Malfoy’s sempre foram conhecidos por suas péssimas escolhas, no entanto, parece que essa característica se exteriorizou em outras áreas da vida de Scorpius Malfoy, já que o jovem promissor artilheiro recusou o tradicional Stonewall Stormers, pelo Chudley Cannons, o time que há séculos não sabe o que ganhar no campeonato britânico de quadribol.

—O profeta estava venenoso hoje.

Comentou Rose com cautela. Os dois estavam tomando café, ela sabia que ele não gostava quando o passado de sua família era mencionado, principalmente da forma que foi usado no profeta daquela manhã.

—Meu pai deve estar me xingando de tudo quanto é nome essa hora.

Disse Scorpius um pouco mais sério que de costume. Rose segurou as mãos dele. Outro assunto delicado para Scorpius era Draco.

—Se minha opinião contar para alguma coisa eu apoio sua decisão e tenho muito orgulho de você.

—Sua opinião é a única que importa.

Disse ele a beijando.

—É só que... seria pedir muito que ele ficasse um pouco orgulhoso de mim? Eu sempre fiz as coisas de uma forma correta e mesmo assim... Eu até entendo que ele e eu temos ideias distintas sobre o que é melhor para mim e posso até assumir que tenho uma tendência a gostar de coisas que ele odeia, como ser jogador de quadribol ou ser apaixonado por você...

Rose não percebeu, mas seu olhar entregou o quanto a frase de Scorpius a afetou.

—Não quis dizer isso. Me expressei de maneira errada.

—Eu sei. Entendi o que quis dizer.

—Mas não gostou...

—Gostei dessa sua mudança. Há alguns meses você diria “meu pai é um babaca” e passaria o resto do dia estranho. Agora estamos conversando sobre isso. E eu gosto dessa mudança.

—Mas, não gostou do que eu disse.

—Claro que não. Não gosto que você seja magoado e sabendo que é seu próprio pai provoca isso me chateia. Além disso, ele é seu pai e não gosto do fato de saber que ele nunca vai me achar suficientemente boa para você.

—Eu acho que você é perfeita para mim.

—Sei que acha. E eu te acho perfeito para mim. Isso é só um sentimento bobo.

—Eu sinto o mesmo em relação ao seu pai. Do jeito que tem medo de contar sobre nós dois para ele, sempre penso que... ele nunca vai achar que te mereço.

—Meu pai é um osso duro de roer, mas é só ter paciência e tempo. E, aproveitando que estamos nesse clima pais, eu contei para mim mãe sobre nós. Quer dizer, fui contar, mas ela já sabia. Ao que parece ela viu a gente se beijando uns meses atrás. E, ela disse que adoraria conhecer você.

Scorpius não pôde evitar o sorriso que surgiu em seu rosto.

—Contou para sua mãe sobre nós?

—Sim. Também não gosto de esconder ser completamente apaixonada por você, odeio vê essas mulheres dando em cima de ti, e sei que isso vai piorar agora que vai brilhar na Liga 1... também detesto tudo isso. Não estou dizendo que vamos dar uma entrevista amanhã para o Profeta, mas acho que você tem razão. Não devemos esconder o que sentimos para as pessoas que importam para gente. Tenho receio sobre essa informação chegar na imprensa, mas eu não quero que peça desculpas para mim porque comentou algo da nossa relação com a sua mãe. Então eu fui conversar com a minha mãe. Para ela preparar o terreno com meu pai e Hugo, eles podem ser extremamente ciumentos, principalmente depois do Gustav. Eles serão bem mais protetores.

—Não quero que faça isso pelo que eu disse, se você não estiver pronta.

—Esse é o ponto... acho que estamos prontos. Não vou negar que tenho medo que a imprensa possa destruir a nossa relação, mas acho que isso não pode impedir que nossa família e amigos não saibam sobre a gente. Inclusive, minha mãe disse que seria um prazer te conhecer pessoalmente.

Scorpius sorriu animado. Naquele momento os comentários ácidos do Profeta, a briga futura com o seu pai... nada daquilo importava porque Rose e ele estavam dando um passo importante e ele não poderia estar mais feliz.

—Eu amaria conhecer a sua mãe.

E os dois se beijaram.