Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 75
Boa vendedora


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Boa leitura! :)



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A van das Abelhinhas Patrulheiras chegou na praça central de Vila Baunilha e as meninas desceram de lá, cada uma recebendo três pacotes de biscoito da líder do grupo Márcia.

—Todas com seus pacotes? - perguntou ela.

—Sim! - todas as meninas responderam em uníssono, exceto Briana, a nova integrante do grupo, cuja dúvida era a seguinte:

—Err...só recebemos três pacotes mesmo? - perguntou Briana.

—Sim - respondeu Márcia - Temos cerca de trinta pacotes para vender pela cidade.

—Não é muito pouco? - perguntou a garota.

Todas riram.

—Moramos em Vila Baunilha, meu amor - disse Márcia - É uma cidade minúscula e nem todo mundo vai estar interessado em comprar biscoitos.

—Puxa - Briana parecia meio chateada - Isso vai ajudar mesmo o abrigo dos velhinhos?

—Toda caridade é bem-vinda, mesmo que seja pouco - falou Márcia - Além disso, o preço mínimo de cada pacote é dez reais.

—Dez? - perguntou Briana - Não é...muito caro?

—Exato - disse Márcia - Se conseguirem vender todos os pacotes, ganham um distintivo de vendas.

Márcia mostrou o distintivo, deixando Briana com os olhinhos brilhando.

—Algumas meninas já conseguiram esse distintivo. A Samanta, por exemplo, é uma delas - explicou Márcia.

—Sério? - Briana voltou-se para Samanta com um olhar de admiração - Que demais!

—Bem, foi muito trabalho duro - disse Samanta, gabando-se.

—Mas não fui eu que corri atrás dos compradores? - falou Cíntia, para imediatamente ter sua boca tapada pela mão de Samanta.

—Claro que com uma ajudinha das companheiras, sempre é bom lembrar - disse Samanta, com um sorriso amarelo.

—Nada como uma competição saudável - disse Márcia - Então, dividam-se e vendam o máximo de biscoitos que conseguirem até o fim da tarde!

—Sim! Abelhinhas Patrulheiras sempre alertas! - disseram todas.

Dado esse sinal, as meninas se espalharam pela cidade. A maioria se dividiu em duplas para tornar a atividade mais fácil. Briana estava meio perdida.

—Ai, ai, por onde eu começo? - falava a garota. Samanta se aproximou dela.

—Briana, querida - disse ela - Parece um pouco confusa.

—Nunca vendi nada. Não sei por onde começar - falou ela.

—Não precisa se preocupar - disse Samanta - Basta ficar aqui e esperar as pessoas comprarem. Passa muita gente pela praça da cidade.

—Sério? - perguntou Cíntia - Mas se não formos atrás…

Samanta tapou a boca de Cíntia mais uma vez.

—Nós apenas vamos atrás de outro lugar para esperar compradores, né, Cíntia? - disse Samanta - Boa sorte, Briana.

—Ah, obrigada pela dica - disse Briana, agradecida.

Samanta e Cíntia saíram de cena rapidamente e começaram a observar Briana de longe.

—Perfeito. Ela não vai vender nada assim - disse Samanta, satisfeita.

—É. Se ela não abordar as pessoas, ninguém vai parar e comprar - falou Cíntia.

—Exato - confirmou Samanta - Ela será um fracasso logo na primeira missão como Abelhinha Patrulheira. Aposto que vai até desistir depois disso.

—Isso é meio maldoso, não acha? - perguntou Cíntia.

—Sim - confirmou Samanta - Como vilã, preciso ser má. É meu destino.

—Ah, é. Sempre esqueço disso.

E então, Briana ficou ali, parada no centro da praça, esperando que alguém parasse e comprasse algo dela. Infelizmente, as poucas pessoas que passavam pareciam ignorá-la. Até que, um rosto conhecido, finalmente apareceu.

—Briana? - perguntou Ema, a jovem herdeira da fazenda Fontes, que passava pela cidade naquela tarde de sábado para fazer algumas compras.

—Ah, oi, Ema - disse Briana - Como vai?

—Esse uniforme...não me diga que você é uma Abelhinha Patrulheira?

—Isso mesmo - confirmou Briana - Comecei hoje. É um grupo muito legal.

—Que saudade - disse Ema com nostalgia - Eu também já fui uma Abelhinha Patrulheira quando era criança.

—Sério? - perguntou Briana - Você ganhou muitos distintivos.

—Ganhei todos que estavam disponíveis na época - falou a jovem com um sorriso, para admiração de Briana. É, Ema era boa em tudo que fazia, não tinha como escapar disso.

—Que demais. Estou tentando o distintivo de vendas - explicou Briana - Estamos vendendo biscoitos, mas ninguém quis comprar até agora. Estou aqui esperando compradores, mas até agora nada.

—Espera. Você ficou aqui parada? - perguntou Briana.

—Sim. Disseram que é uma boa estratégia - disse Briana, com toda a inocência.

Ema fez um olhar misto de preocupação e pena. 

—Quanto estão saindo os biscoitos? - perguntou Ema.

—Dez reais cada uma - disse Briana com um sorriso.

—Barato - disse ela - Eu levo todos.

Ah, como é bom ser rico, né?

—Sério? - disse Briana, sorrindo - Nossa, Ema. Obrigada. Obrigada mesmo.

—De nada - falou Ema sorrindo - Não sei quem te disse que ficar parada aqui dá resultado, mas não acredita em tudo que disserem para você, não, tá?

Briana não entendeu muito bem.

—Sabe, meninas podem ser muito malvadas umas com as outras - continuou Ema, entregando o dinheiro para a garota - Toma cuidado, viu?

—Não entendi muito bem, mas, obrigada - disse Briana, com um sorriso fofo.

Enquanto isso, as outras meninas tentavam encontrar compradores, mas não era tão fácil assim. Entre elas, Samanta e Cíntia, mas não tinham muito sucesso.

—A gente precisa vender logo esses biscoitos - disse Samanta - Quero ganhar um segundo distintivo de vendas.

—Mas está meio difícil de vender, amiga - falou Cíntia - A crise tá feia.

—Será? Ah, que tal aquele ali.

Quem vinha era nosso amigo Carioca, sempre usando seu boné.

—Vai querer vender para ele? - perguntou Cíntia.

—Só olha - disse Samanta - Oi, amigo. Como vai?

Carioca interrompeu seu assobio e olhou para a garota.

—Ah, tu é a irmã do Ian, né? Belezinha?

—Tudo ótimo - disse Samanta - Gostaria de experimentar um dos nossos biscoitos?

—Opa. Se é comida eu tô dentro. É amostra grátis? - perguntou Carioca.

—Que amostra grátis o quê? - reclamou Samanta - São trinta reais cada pacote.

—Trinta, mas… - antes que pudesse terminar sua fala, Cíntia recebeu uma cotovelada de Samanta na barriga.

—Pô, carinho, aí - disse ele, coçando a cabeça (sem tirar o boné) - Não rola um descontinho não?

—Preço alto é sinal de boa qualidade - explicou Cíntia.

—É, faz sentido - concordou Carioca - Não dá para abaixar nem um pouquinho?

—Como você é colega de sala do meu irmão, acho que posso abrir uma exceção - disse Samanta - Que tal dez reais cada pacote?

—Dez? É sério? - comemorou Carioca.

—Sim. Três pelo preço de um. Que tal? - disse Samanta.

—Pô. Aí sim, heim? - disse ele - Levo os três.

—Obrigadinha - agradeceu Samanta.

—Maneiro. Isso aqui foi melhor do que aquela vez que comprei um sofá pelo dobro da metade do preço. 

—Nada como fazer um bom negócio - disse Cíntia, sorridente.

E assim ela fez toda a sua venda. Carioca saiu dali contente da vida.

—Que demais - disse Cíntia - Nem precisei correr atrás de compradores dessa vez.

—Pois é - disse Samanta - Tudo vendido em uma venda só. É só questão de perceber quem é otário.

—Saquei - falou Cíntia - Você é mesmo muito má, amiga.

—Eu sei - concordou Samanta - Agora vamos voltar. Aposto que a Briana deve estar lá na praça que nem uma boba.

—Mas eu não vendi meus pacotes ainda - disse Cíntia.

—Eu já consegui meu distintivo, Cíntia. Você não precisa mais se preocupar.

—Mas eu queria ganhar um também e…

—Vamos voltar logo, Cíntia!

E assim as duas voltaram. Eis que, para surpresa delas, Briana já estava com Márcia toda satisfeita.

—Oi, meninas - disse Briana - Já venderam tudo?

—E-espera - disse Samanta - O que você faz com os biscoitos?

—A Ema passou na praça e comprou todos - disse ela - Foi bem fácil.

“Ela vendeu tudo honestamente”, pensou Samanta. “Droga!”

—Parece que não deu muito certo nosso esquema, né, amiga? - comentou Cíntia.

—Esquema? - perguntou Briana.

—Nada, não - disse Samanta - Estamos falando de outra coisa. Então, parabéns pelas vendas.

—Obrigada - agradeceu Briana.

Não só parabéns. No fim do dia, Briana recebeu seu primeiro distintivo de vendas como Abelhinha Patrulheira.

—Abelhinhas Patrulheiras sempre alertas! - disse Briana, após ganhar seu distintivo.

Samanta também tinha ganhado um, mas não era a mesma coisa.

—Sabe, eu aprendi uma coisa hoje - comentou Cíntia - Não é preciso que um perca para outro ganhar.

Samanta olhou para ela não muito animada.

—Você ganhou um distintivo, amiga. Não está feliz?

—Sou uma vilã, Cíntia. Quantas vezes vou ter que dizer? - reclamou Samanta - Não posso ficar feliz se minha rival não fracassar!

—É, pelo jeito vamos continuar com isso...

Bem, pelo menos os fregueses pareciam satisfeitos com os biscoitos.

—Muito bom esse biscoito, filho - disse o delegado, quando recebeu os biscoitos por oferecimento de Carioca - E você trouxe três pacotes ainda.

—É. Foi uma bagatela. Só dez reais cada um - disse Carioca, crente de que fez um bom negócio.

—Só dez reais, de fato… - mas delegado Fonseca logo percebeu o que acabou de ouvir - O quê?!

É, às vezes Samanta faz bem o papel de vilã, mesmo que não seja contra a Briana.


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Notas finais do capítulo

Tá, não foi um dos melhores arcos, não foi dos mais hilários e não acrescentou em nada na fic, mas era um roteiro que estava no planejamento e achei que melhoraria conforme eu colocasse na prática (é, não melhorou). Bem, pelo menos mostrou a Briana sendo fofa e espero que isso compense.

Pelo menos só rendeu dois capítulos, né? No próximo, começamos um arco novo. Até!



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