Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 53
Excalidrum


Notas iniciais do capítulo

Mais um domingo, mais um capítulo. Boa leitura! :)



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Apenas recapitulando: Luís e Carioca, devidamente disfarçados com seus personagens, estavam online com o professor Otávio no jogo online Cambelot. O objetivo deles era conseguir nível o suficiente para encontrar a arma mais poderosa do game: Excalidrum. Infelizmente, eles encontraram um jogador mais forte para atrapalhar e não conseguiram prosseguir.

—Ah, droga! Agora vai ser um saco chegar lá de novo! - reclamou o professor (também disfarçado como seu personagem). Também foi o que ele digitou no chat.

Quando você morre no jogo, é obrigado a continuar do último ponto salvo.

—Se queremos avançar, não podemos nos render tão fácil - disse Luís - Vamos upar mais!

“Upar” significa “subir de nível” na linguagem dos games (mas se você está em um site de fanfics, já deve saber disso).

—Onde dá para upar mais? - perguntou Carioca (novamente, todos esses diálogos ingame estavam sendo feitos via chat).

—Eu conheço um lugar - disse Luís - O cara pode até ser forte, mas eu já estudei todos os detalhezinhos desse game.

Eles ficaram até às quatro da manhã jogando. Infelizmente, isso aconteceu em um dia útil e o próximo dia era aula, então...vocês podem pensar no estado de Luís e Carioca no dia seguinte.

—Por que minha mãe me obrigou a vir para a escola? - perguntou Luís, com olheiras enormes e praticamente dormindo em cima da mochila - Eu não preciso de aulas, preciso de níveis!

—Pô, nem dá para acreditar que ficamos tanto tempo jogando. Quebrei meu próprio recorde! - comentou Carioca.

Anne e Kelly se aproximaram deles.

—Ei, meninos… - disse Anne.

—Anne? Pode falar! Sou todo ouvidos! - disse Luís, se esforçando para manter seus olhos abertos e não tirá-los de sua amada.

—Vocês parecem mal - disse Kelly - O que aconteceu?

—Estamos jogando com o professor - explicou Carioca - Mas tá mais difícil do que parece.

—Gente, não é pra tanto - disse Anne - Não vão prejudicar a saúde por causa disso.

—Mas agora é questão de honra! - falou Luís - Vamos conseguir aquela espada, custe o que custar!

—É só um jogo - disse Kelly.

—Não é mais só um jogo quando se torna uma questão de honra - explicou Carioca - Eu também tô a fim de ver onde isso vai acabar.

—Tá bom...vocês é que sabem - disse Anne, voltando para o seu lugar juntamente com Kelly.

—Será que foi uma boa ideia ter falado com eles? - perguntou Kelly.

—É, eu também acho que eles não deveriam exagerar. Vão ficar jogando desse jeito até quando? Ai, por que meninos são tão idiotas, heim?

—Ah, acho que eles só pensam diferente da gente - disse Kelly.

—São idiotas - insistiu Anne.

O fato é que a dupla de idiotas continuou jogando após uma soneca da tarde. Luís estava determinado a vencer o maior desafio daquele jogo de qualquer jeito!

—Ainda bem que laptop é portátil - falou Luís, via chat - Posso jogar até quando estou no banheiro!

—Sorte de vocês - digitou o professor - O meu não é portátil.

“Se bem que também não preciso me preocupar com banheiro”, pensou o professor, enquanto apertava uma fralda geriátrica que arranjou para não precisar perder tempo com idas ao banheiro.

—E aí? Já dá pra voltar lá? - disse Carioca (via chat) - Será que agora a gente ganha do cara?

—Já ganhamos um bom nível. Agora é questão de estratégia!

Luís identificou o padrão de jogo de seu adversário e, com a ajuda dos outros, foi possível derrotar o jogador misterioso oriental de alto nível.

—Caraca, conseguimos - disse Carioca (dessa vez, sem digitar) - Ganhamos de um oriental!

—Acho que estamos bem fortes agora - disse Luís - Vamos entrar por essa porta!

Eles entraram e encontraram outros jogadores fortes, no mesmo nível que eles. A ideia do jogo era que apenas os mais poderosos acessassem aquela área. Os inimigos eram fortes, os itens eram mais difíceis de conseguir, mas eles continuavam tentando. O problema...é que Excalidrum ainda estava muito distante. Uma semana se passou desde que a equipe do professor e os meninos foi formada.

—Caraca...mais uma noite mal dormida eu acho que não acordo mais - disse Carioca.

—Já estamos quase lá - disse Luís - Só precisamos continuar mantendo nossa equipe! Lembra? É questão de honra!

—E que garantia a gente tem que o professor vai voltar depois de conseguirmos?

—Vai, vai sim - disse Luís - Depois da Excalidrum, o jogo não tem mais o que oferecer. Ele vai desistir logo e voltar a dar aulas.

—Será?

—Confia em mim, Carioca.

E assim os três continuaram jogando. Noites à base de café e energético, até que, finalmente, eles conseguiram nível suficiente para adquirir Excalidrum a espada lendária. E, após mais algumas horas de jogatina, o item foi concedido a eles.

—Conseguimos! - os três comemoraram (via chat).

—E agora? - digitou o professor - Dividimos a espada entre nós.

—Não, pode ficar com ela, professor - disse Carioca (via chat).

—Professor? - estranhou Otávio.

—Ah, Carioca - reclamou Luís (via chat) - Tinha que falar justo agora?

—Ops...acabei falando - disse Carioca - Tudo bem, professor? Sou eu, o Carioca da sua sala de primeiro ano.

—Como...vocês sabem que sou eu? - perguntou Otávio.

—Bem...resumindo - Luís entrou na conversa e explicou tudo.

—O quê? Então eram vocês esse tempo todo?

—Não foi divertido jogar com a gente? - perguntou Carioca.

—Então...tenho que encontrar alunos dentro do jogo também? - reclamou Otávio - Eu não acredito...

—Ora, professor. Conseguimos a espada mais poderosa! Não há mais o que fazer nesse jogo! - falou Luís.

Nisso, Carioca recebeu uma notificação em seu celular.

—Caraca, saca só - disse ele via chat - Lançaram uma atualização de Cambelot. Vai ter uma espada ainda mais difícil de pegar do que a Excalidrum. Maneiro, aí!

Luís já se preparava para retirar o que disse, mas o professor foi mais rápido.

—Ah, chega. Já cansei. Se vou encontrar alunos até nos jogos, então é melhor voltar à minha vida de antes. Vejo vocês amanhã na aula.

Otávio deslogou do jogo depois disso.

—Espera...quer dizer que conseguimos? - perguntou Carioca.

—Acho que foi bem pela razão certa, mas...parece que sim - disse Luís.

No dia seguinte, um professor novo chegou na sala do primeiro ano pronto para substituir Otávio.

—Bom dia, turma - disse ele - Serei o novo professor de história de vocês. Moro na cidade vizinha, mas consegui pegar algumas turmas em Vila Baunilha e…

—Ué? Mas e o professor Otávio? - perguntou Luís.

—Pelo visto, vamos ter que nos conformar - Anne comentou com Kelly.

—Ei - disse Otávio, chegando na porta - Cai fora da minha sala.

—Hã? Mas a diretora…

—Eu me viro com a diretora depois. Estou retomando minha atividades agora.

—Mas…

—Cai fora logo! Só paro de dar aula quando estiver no caixão!

Anne e Kelly sorriram. Luís e Carioca também.

—Se a Anne está feliz, não preciso de mais nada...quer dizer, preciso sim, de uma cama - falou Luís, já começando a cair no sono.

—Parece que aquelas noites mal-dormidas valeram a pena - falou Carioca - Agora posso dormir em paz.

E já começou a cochilar na própria carteira (bem, a próxima aula seria de humanas mesmo, né?).

—Bem - disse o professor, já acendendo seu cigarro - Hoje vamos falar sobre a influência da tecnologia em nossas vidas. É um assunto importante, então prestem atenção.

—É bom ter o senhor de volta, professor - disse Anne.

—Não sei se posso dizer o mesmo - falou ele - Mas...pelo visto não fico livre de vocês em lugar nenhum.

Anne e Kelly não entenderam muito bem e os dois que entenderam estavam dormindo profundamente no fundo da sala. É, parece que as coisa voltaram ao normal. Finalmente.


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Notas finais do capítulo

E assim termina mais uma febre de games.

E como vai a quarentena de vocês? Infelizmente, meu trabalho é pesquisa e home office já é minha rotina padrão, então, a quarentena não é sinônimo de mais capítulos por semana, mas...você sempre pode usar o seu tempo livre para ler outras fics minhas (não é díficil. Só clicar no meu perfil que você acha).

Domingo que vem começamos um novo arco (se o caos no mundo não piorar, é claro).

Obrigado e até a próxima! :)



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