Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 39
Um quarto pequeno para tanta gente


Notas iniciais do capítulo

Estamos de volta.

Boa leitura (espero que ainda tenha alguém lendo)



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Kelly, Ema e Ian estavam visitando Anne depois de saberem que ela faltou na escola por estar doente (uma gripe comum). Ian, como era de se esperar, era o mais animado.

—Posso fazer alguma coisa por você, minha querida? Trazer uma água? Uma sopa? Um chá? MInha família conhece uma receita de chá fantástica! - dizia ele.

—Então você sabe fazer chá? - perguntou Anne.

—Bem, não..mas posso pegar a receita com a minha mãe e tentar preparar - explicou ele.

—Não precisa - disse Anne - Já tomei todos os cuidados necessários, não tem com quem se incomodar.

—Mas não é incômodo nenhum, eu..

Antes que Ian continuasse a falar, Anne mudou a direção de sua palavra para Ema.

—Ei, Ema. Tudo bem ficar aqui? Seu pai não tem umas neuras com quem está doente?

—Ah, sim - disse ela - Se ele sonhar que estou tão perto de alguém gripado periga dele nem me deixar entrar em casa, mas ele não precisa saber que você está gripada.

—Bom, você que sabe - disse Anne - De qualquer forma, obrigada pela visita. Acho que amanhã já devo estar melhor.

—Só precisa descansar e não se estressar - disse Kelly.

—Anne, meu amor! - foram as palavras de Luís, chegando, do nada, no quarto dela.

—Quem te deixou entrar? - foi a primeira reação de Anne (acho que já vimos isso antes, não?).

—Sua irmã boazinha nos deixou entrar - falou ele.

—”Nos”? No plural? - estranhou Anne.

—E aí? - disse Carioca, chegando logo atrás acompanhado de Luciano.

—Olha, até o Luciano veio - comentou Ema.

—Ei, nem começa - disse ele - Eu só vim porque moro aí na frente e seria mancada não te visitar quando a sala inteira veio.

—Ah, então é isso? - falou Anne - Pois pode ficar despreocupado. Não faço a menor questão da sua visita.

—Você é mal-agradecida, heim? - reclamou Luciano - Usei meu tempo precioso para vir aqui e é assim que você me trata?

—Tempo precioso? Para quê? Ficar desafinando no seu violão? - retrucou Anne.

—Ei, parou! - disse Kelly - Não precisam brigar! Anne, não acha que foi legal da parte do Luciano vir aqui te visitar?

—Tá, tá bom, valeu - disse Anne.

—Então - interrompeu Luís - O que aconteceu com você, minha linda? Não importa o que for, eu cuido de você. Prisão de ventre? Diarreia? Hemorroida? 

—É só uma gripe comum! - gritou Anne, já perdendo a paciência - E eu já estou melhorando, não precisam se preocupar.

—Ouviu o que ela disse, não ouviu, Luís? - comentou Ian - Não precisa se preocupar. Eu estou cuidando dela.

“Na verdade, você não fez nada”, pensou Anne.

—Claro, acredito - rebateu Luís - Mas não vamos estressar a doce Anne. Vejam, trouxe uma das minhas invenções para tornar esse momento mais alegre.

—O que é isso? - perguntou Anne, ao ver a máquina estranha que Luís trazia.

—É um drone com diversas funções que estou desenvolvendo. Ele pode tirar uma foto nessa sem precisar daqueles bastões de selfie ridículos. Assim todo mundo pode aparecer na foto no melhor ângulo - explicou ele.

—Ah, legal - disse Kelly - Podemos tirar uma foto de todo mundo junto.

—É isso aí! - disse Luís - Vamos tirar uma fotografia da turma toda.

—Legal, aí - disse Carioca - Acho que nunca apareci numa dessas.

—Claro que já - lembrou Ema - Tiramos uma foto da turma todo final de ano.

—Ah, é, podicrê - lembrou Carioca - Sempre esqueço disso.

—E mesmo nelas você aparece de boné - disse a garota - Você vai usar isso até no dia da formatura?

—Claro que não. Na formatura a gente usa aqueles chapeuzinhos quadrados com um barbantinho na ponta - disse ele - Maneirinho aquilo lá. É para isso que a gente estuda. Para usar um desses no final.

Ema e Kelly se entreolharam. Enquanto isso, Luís terminou de preparar seu drone.

—Prontos. Vamos nos organizar - disse ele - Claro que nossa anfitriã vai ficar no centro.

—Ótimo, assim não preciso levantar - falou ela.

—Tá legal. Luciano, chega aqui - disse Ema - Pode ficar aqui...do ladinho dela.

—Tô bem aqui no canto - falou Luciano.

—É, deixem que eu fico do lado da Anne - proclamou Ian.

—Só não chega muito perto dela - disse Luís - Deixa um pouco de espaço para ela respirar.

—Estou deixando espaço, quem não está deixando espaço é você, garotinho.

—Não me chama de garotinho, eu…

Mas enquanto Luís e Ian discutiam, a foto foi tirada pelo drone. 

—Pronto? - perguntou Kelly.

—O quê? Já? - estranhou Luís.

—Ninguém mandou ficar brigando - disse Ema.

Luís foi conferir e mostrou a foto para todos.

—Vocês saíram discutindo - disse Kelly, rindo.

—Vamos tirar outra? - perguntou Ian.

—Claro - disse Luís - Vamos tirar uma foto decente!

O problema é que a máquina não parecia estar mais funcionando.

—Ei, o que aconteceu? - estranhou Luís - Ah, não, já acabou a bateria!

—Bem, pelo menos ficou salva no cartão - disse Carioca - Pelo menos deu para tirar uma foto, né?

—Foi sua culpa, Ian - acusou Luís.

—Você que ficou implicando com minha aproximação da pobre Anne - disse Ian.

—Ah, eu mereço - disse Anne, olhando impaciente para o lado.

—É, que chato ter dois escravos nos seus pés - disse Luciano.

—Cala a boca - retrucou Anne.

—Anne, não se estressa - falou Kelly - Lembra do que você falou agora pouco?

Nisso, Briana chega no quarto com uma bandeja com várias tigelas (uma para cada pessoa no quarto, para ser mais preciso).

—Oi, gente - disse ela - Trouxe caldo para vocês. 

—Obrigado, princesa - disse Ian - Você é mesmo uma boa irmã. Pode deixar que eu sirvo a Anne. 

—Tá bom. Vou voltar e lavar a louça - falou Briana.

“Briana...por que você não olha nas entrelinhas?”, pensou Anne

—Vamos lá, minha querida - disse Ian - Eu mesmo irei servi-la.

—Nem pensar! - reclamou Luís - Quem você pensa que é para dar de comer na boquinha dela? Se alguém vai fazer isso, que seja eu!

—Eu posso comer minha sopa sozinha, tudo bem? - disse Anne - Por favor, não se incomodem.

Claro que esse “por favor” foi falado em um tom sarcástico o bastante para uma pessoa comum se tocar (mas Ian e Luís não eram pessoas comuns, então é claro que não funcionou).

—Bom, depois que todo mundo comer, que tal jogarmos alguma coisa? - perguntou Ema.

—Pode ser - disse Carioca - Não tem nada pra fazer aqui. Nem um videogame você tem, Anne?

—Como se eu tivesse tempo para jogar videogame - falou ela - Mas acho que tem alguns jogos de tabuleiro por aí.

—Relaxa - falou Ema - Eu sou ótima para inventar jogos e brincadeiras.

Que tipo de jogo ela vai propôr?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, vamos ver como essa visita acaba.

Até lá!



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