Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 22
A volta do amado


Notas iniciais do capítulo

Mais um domingo, mais um capítulo! Boa leitura! :)



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Uma cidade interiorana costuma ficar perto de regiões florestais mais densas. E, passando entre as árvores empunhando um facão para cortar a mata fechada, víamos um jovem rapaz pardo com seus 18 ou 19 anos, bandana vermelha na cabeça, camiseta regata verde, botas bem grossas e uma enorme mochila nas costas. Ele parecia cansado, mas não detinha seu passo por um segundo sequer. Nada parecia assustá-lo, nem mesmo uma enorme cobra que apareceu de repente na frente dele. Para a infelicidade do pobre animal, o garoto apenas a agarrou, deu um nó nela e a jogou para longe. Não é o tipo de coisa que se vê todo dia…

“Já estou chegando”, pensava ele. “Só mais um pouco…”

Deixando isso de lado por enquanto, vamos voltar nossa atenção para Anne, a adolescente recém-chegada à cidadezinha conhecida como Vila Baunilha que ajudava a sua família a tocar um restaurante. O restaurante da família Montecarlo tinha seu horário de pico na hora do almoço, mas seu expediente geralmente terminava ao final da tarde. Nesse horário, Anne tinha finalmente um tempo livre e, nos dias em que não tinha muitas tarefas em casa, podia se dar ao luxo de fazer o que quisesse, como visitar sua amiga Kelly. Era a primeira vez que Anne estava visitando a amiga, embora já conhecesse os pais dela quando foi ao posto de saúde pela primeira vez.

Embora fosse filha de um médico bem-sucedido, a casa de Kelly era bem simples, tão simples quanto a casa de Anne. Ao chegar lá, Anne tocou a campainha e logo foi recebida pela amiga.

—Anne. Que bom que veio - disse Kelly.

—Oi - cumprimentou a amiga - Finalmente pude vir conhecer sua casa.

—Entre. Fique à vontade - falou Kelly, toda sorridente. Anne entrou e logo encontrou o pai dela sentado no sofá lendo um jornal.

—Boa noite, Dr. Renato - disse Anne.

—Ah, boa noite - disse ele, com um sorriso aberto - E aí? Bateu a cabeça de novo?

—Pai! - reclamou Kelly.

—É brincadeira! - falou Renato, após outra gargalhada - Fique à vontade.

—Estamos lá em cima no meu quarto - disse Kelly, já subindo as escadas.

—Beleza. Se eu lembrar, chamo vocês para lanchar - falou o médico, rindo sozinho mais uma vez.

Kelly apenas balançou negativamente a cabeça com um leve sorriso. 

—Seu pai é engraçado - comentou Anne, já no quarto de Kelly.

—Às vezes ele exagera - disse Kelly - É só não ligar.

—Tá bom - concordou Anne, se acomodando na cama da amiga e vendo que era um quarto de garota bem comum. Anne não podia deixar de expressar sua alegria em ter encontrado rapidamente uma garota da sua idade com quem se deu bem.

—E então? Novidades?

—Só tenho estudado e trabalhado desde que cheguei. Minha vida não tem muita novidade.

—Ah, duvido. Logo você que faz tanto sucesso com os meninos da sala - disse Kelly rindo.

—Ai, não começa - reclamou Anne - Além do Ian e do Luís me sufocando todo dia, tenho que aguentar a Ema tentando empurrar o idiota do Luciano para cima de mim. Ninguém merece.

—Quem mandou ser gata?

—Nem sou tudo isso - retrucou Anne - Aliás, você que é gatona, mas não tem ninguém na sua cola. Pelo menos não que eu saiba.

Kelly ficou um pouco encabulada, mas logo respondeu.

—Bom, é que...já tenho uma pessoa em mente…

—É? - falou Anne, empolgada - É alguém que eu conheça?

—Não, você ainda não conhece. É uma pessoa que costuma viajar muito.

—Sei. Então ele mora aqui na cidade? - perguntou Anne.

—Sim - disse ela - A família dele é bem amiga da minha. Apesar dele ser uns três anos mais velho do que eu, faz tempo que a gente se gosta.

—Espera, você disse “a gente”? Então é correspondido?

—É...digamos que sim - disse Kelly.

—Ah, então ele é seu namorado! - exclamou Anne - Como você nunca me falou que namorava?

—Aí é que está - disse Kelly - Ele não é meu namorado.

—Não? Mas você não falou que é correspondido? - estranhou Anne.

—É correspondido, mas tem mais coisas nisso - disse Kelly - É complicado explicar, mas não precisamos pensar nisso agora.

Anne não entendeu muito bem, mas ela não precisaria esperar muito para entender. Por acaso, o amado de Kelly bateria na porta da garota naquele mesmo dia. Sendo mais preciso, naquele exato minuto.

—Campainha? - disse Kelly, ao ouvir o som de alguém à porta - Estranho...não estava esperando outra visita.

Kelly olhou pela janela e não conseguiu expressar sua cara de surpresa.

—Ai, meu paizinho do céu - disse ela, sorrindo e surpresa ao mesmo tempo - Não acredito!

—O que foi? - perguntou Anne.

—É ele. 

—O crush? - disse Anne, de boca aberta também - Caraca! Preciso ver!

Ao olhar para baixo, Anne vê um garoto carregando uma enorme mochila e uma óbvia cara de cansado.

“Ele tava na guerra?”, pensou Anne.

Seja como for, Kelly desceu como um foguete para receber o garoto, mas seu pai foi mais rápido. Com um sorriso no rosto, Dr. Renato olhou para Kelly e disse:

—Aí, filha. Você não vai adivinhar quem está aqui.

—Eu já vi pela janela - retrucou Kelly - Vai. Abre o portão.

—Kelly! Kelly! - disse ele, com as poucas forças que ainda tinha - Eu...voltei...

E foi tudo que ele disse antes de desmaiar.

—Ai, meu Deus! Gu! - gritou Kelly, correndo para acudir o rapaz.

—Gu? - repetiu Anne.

—É, Gustavo - disse Dr. Renato, seguido de uma gargalhada - Esse garoto nunca muda!

Afinal, o que exatamente aconteceu com Gustavo?


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Notas finais do capítulo

Capítulo curto, né? É que hoje estava frio demais e esse tempo sempre me deixa mais preguiçoso...É brincadeira! Huahuahauha! (Dr. Renato curtiu isso).

Mas sério agora. Foi curto porque estava difícil achar uma deixa para interromper a narrativa e achei melhor parar nessa parte. Seja como for, temos mais um personagem na jogada. Vamos ver que tipo de pessoa ele será e qual será a história de vida dele (bem, considerando que é Vila Baunilha, você já pode esperar que não é muito normal, né?)

Até lá! :)



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