Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 157
Aventura e motivação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775280/chapter/157

—E-Eu? - gaguejou Gustavo, após ouvir toda a história do próprio doutor Renato sobre a lenda da última peça do quebra-cabeça - O senhor quer que eu acompanhe eles até a caverna?

Renato, juntamente com Beni e Briana, foi até o restaurante dos Montecarlo convidar pessoalmente Gustavo para ser o guardião da dupla na aventura que eles estavam se metendo (bem, na verdade era tudo armação do doutor Renato, mas na cabeça deles era uma aventura).

—Sim - confirmou o médico, apontando para Beni e Briana - É perigoso duas crianças andarem sozinhas por lá.

—Nem tão criança assim! - reclamou Beni - Já tenho onze anos!

—Mas ainda é perigoso, né? - lembrou Briana.

—Bem, se é uma peça tão poderosa, não acharia estranho que fosse um lugar realmente cheio de armadilhas - falou o garoto.

—Armadilhas? - disse Gustavo - Realmente, parece algo perigoso.

—Você aceita? - perguntou Renato.

—Mas não pode ser perigoso até para mim? - perguntou Gustavo.

—Talvez - falou o médico - Mas pense nisso como treinamento.

—Treinamento? Sim, tem razão - disse Gustavo - Pode ser um excelente treinamento.

—Não é? - continuou Renato - Afinal, não deixaria minha filha se casar com alguém que tivesse medinho de entrar numa caverna.

—Claro! - concordou Gustavo - Pode deixar comigo, doutor. Vou cuidar dos dois. Será um ótimo treino para encontrar aquela ave rosa e…

—Esqueça a ave rosa - falou Renato.

—Como? Esquecer, mas…

—Se você ajudar os meninos nessa missão, já tem minha autorização para noivar com a Kelly - disse Renato, sem esconder seu sorriso.

—Espera. Isso é verdade! - Gustavo quase deixou cair o pano que estava usando para limpar as mesas - Sério mesmo?

—Sim. Muito sério - confirmou Renato - É uma missão e tanto, não acha?

—Era essa a motivação que eu precisava! - disse Gustavo, não conseguindo esconder sua alegria.

—Ainda aquela história de ave rosa? - perguntou Beni baixinho para Briana.

—Acho que nunca existiu ave rosa nenhuma para começo de conversa - falou Briana, no mesmo tom, com um risinho.

—Hoje é sábado, não é? Você costuma sair do trabalho que horas? - perguntou Renato.

—Ah, hoje fico até a hora do almoço - falou ele.

—Ótimo - disse o médico - Vocês todos almoçam aqui na minha conta e depois podem ir para a caverna. É só seguir o mapa.

E foi o que aconteceu. Depois do almoço, lá estavam os três na frente da caverna em uma região afastada do centro da cidade. Segundo o mapa, era ali que a lendária peça do quebra-cabeças foi escondida.

—Se as lendas forem verdadeiras, é aqui - disse Beni - Falta pouco para conquistar o poder necessário para proteger o mundo!

—E falta pouco para eu ter permissão oficial para me casar com a Kelly - disse Gustavo.

“São motivações bem diferentes, né?”, pensou Briana.

—Tá legal, crianças - disse Gustavo - Estou aqui com uma mochila que tem tudo que precisamos. Comida, água, corda, repelente para mosquito...

—Ah, eu também trouxe - disse Briana - Já que vamos entrar em uma caverna, achei que seria legal trazer uma lanterna.

—Claro - confirmou Gustavo - Uma lanterna é fundamental para entrarmos em lugares escuros. Sabendo disso, eu também trouxe a...ué, cadê?

Gustavo vasculhava sua mochila, mas não encontrava nenhuma lanterna.

—Você dizia? - perguntou Beni.

—Ah, deve estar lá no fundo - falou ele - Vamos usar a lanterna da Briana.

E assim, os três entram na caverna, com passos lentos, sem nenhuma ideia do que estaria aguardando eles ali dentro. Gustavo segurava a lanterna e iluminava o caminho.

—Será que tem muito bicho aqui dentro? - perguntou Briana.

—Talvez - disse Beni - Esses lugares costumam ter coisas como morcegos, aranhas, cobras…

—Você não fica com medo? - perguntou Briana.

—Sou o futuro herói que lutará pelo mundo, Briana - disse Beni - Não posso ter medo dessas coisinhas e…

Antes que terminasse essa frase, uma horda de morcegos voou para cima dos três. Briana e Beni gritaram. Beni abraçou Briana com força.

—Você dizia? - perguntou ela.

—Foi só o efeito surpresa - disse ele, apesar de falar isso sem soltá-la - Qualquer um ficaria assustado diante de um ataque inesperado.

—É, foi mais o susto - disse ela - Também não estava esperando.

—Não se preocupem - disse Gustavo - Eles estão com mais medo de nós do que nós deles.

—Ainda bem que o Gustavo veio com a gente - disse Briana - Com certeza eu estaria com muito mais medo sem ele. Não concorda, Beni?

—É que meninas são mais medrosas, Briana - disse ele - Mas acho que mesmo sozinho não teria medo.

—Uma cobra! - falou Gustavo.

—Onde? - Beni abraçou Briana de novo, assustado.

—Ah, foi mal - disse Gustavo, iluminando melhor - Era só uma pedra que parecia uma cobra.

—Foi a surpresa de novo? - perguntou Briana, rindo.

—Claro, claro - disse Beni, tentando disfarçar seu medo mais uma vez.

—Você não tem medo, Gustavo? - perguntou Briana.

—Ah, é tranquilo - disse ele - Já lutei contra várias onças e cobras nos meus treinamentos.

—Nossa, você é muito forte - falou ela - Será que meu futuro marido vai ser tão forte que nem você?

—Isso é hora de pensar em futuro marido? - reclamou Beni.

—Ah, desculpa - disse ela - Foi só uma ideia que passou pela minha cabeça. Eu quero me casar um dia e queria um marido forte.

—Força não é tudo - disse Beni.

—Ah, mas tem que pelo menos ser corajoso - disse ela, sorrindo.

—Bem, corajoso eu sou… - resmungou Beni baixinho.

—Disse alguma coisa? - perguntou Briana.

—Não foi nada - retrucou Beni. O escuro não deixava ver, mas a face dele tinha ficado um pouco vermelha.

Andando mais um pouco, a turma chegou em uma bifurcação na caverna. O caminho se dividia.

—E agora? Para que lado nós vamos? - perguntou Briana.

—Aposto que é por ali - disse Beni.

—Como você sabe? - perguntou Gustavo - É o que a sua intuição diz? É sempre bom ter um espírito de caçador e…

—Na verdade, é que tem uma placa com uma seta apontando para lá - disse Beni, apontando para um pedaço de cartolina colado na parede da caverna.

—Não estava super bem guardado? - perguntou Briana.

—Pode ser que ele tenha colocado armadilhas - falou Gustavo - Galerinha. Vamos tomar todo cuidado agora.

—Tá bom - disseram Beni e Briana em uníssono.

Que tipo de armadilhas estão esperando por eles?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, veremos como essa confusão acaba.

Até! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vila Baunilha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.