Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 107
Quais as chances?




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Resumindo tudo, depois de ouvir que Luís desenvolveu uma pílula do amor mais eficiente que poderia durar um dia todo, Ema pegou algumas e, claro, estava pronta para usá-las para seus próprios ships. Luís e Samara teriam que correr muito para pegá-la.

—Acho que não vamos conseguir alcançá-la desse jeito - disse Samara, vendo que Ema já estava longe - Como ela corre!

—Ah, vamos sim - disse ele, olhando para uma das engenhocas que tinha ali no laboratório mesmo. Em pouco tempo, vemos Luís em cima de patins de alta velocidade com uma Samara desesperada agarrada nas costas dele.

—Dá pra ir mais devagar? Eu vou morrer! - gritava a pobre menina.

—Eu melhorei esses patins desde a última vez que usei quando estava tentando a vaga no restaurante - falou ele - Agora consigo controlar bem melhor. É só se segurar!

Os dois estavam indo bem rápido, mas as poucas pessoas na rua não pareciam muito impressionadas. Finalmente, os dois conseguiram se aproximar de Ema e puxá-la pela mão.

—Parada aí, sua ladrazinha! - reclamou Luís.

—Nossa, confesso que não esperava isso - disse Ema, sorrindo - Só assim mesmo para me alcançar.

—Não subestime o poder da tecnologia! - retrucou o garoto.

—Que bom! - disse Samara, finalmente se soltando de Luís e quase soltando o coração pela boca - Achei que fosse morrer!

—Mas “ladrazinha” é uma calúnia, ouviu? - disse Ema - É claro que vou pagar pelas pílulas. Só peguei o produto antes do pagamento.

—E eu disse que não estão à venda! - continuou Luís.

—Qual é? - falou ela - Eu não ia fazer nada demais. Só ouvi que ela deixa duas pessoas apaixonadas por um dia inteiro, não é? O que é um dia? Por que não me deixa sonhar? Ver Ema e Luciano juntinhos por um dia já seria o bastante para deixar meu coração quentinho. Depois disso, eles finalmente notariam que não podem viver um sem o outro e, então, ficariam juntos..

—Quieta! - interrompeu Luís - Nem mais uma palavra. Vou ter pesadelos se você continuar.

—P-por favor. Devolva as pílulas - gaguejou Samara.

Ema olhou bem para Samara, depois para Luís e depois para Samara de novo. Do nada, ela abriu um sorriso de orelha a orelha.

—Sabe, olhando agora..

—Epa, não estou gostando desse olhar - disse Luís.

—Olhando agora, até que vocês ficam bem fofos juntos!

Luís arregalou os olhos. Samara idem.

—Ah, não! Nem vem! Eu e essa salva-vidas de aquário? Juntos? Mas nem que eu morra e nasça de novo! - reclamou Luís.

—E-E-Eu também não tenho esse tipo de sentimento pelo Luís, não, viu? - falou Samara, já um pimentão de vergonha.

—Será? Tem um jeito bem fácil de saber - disse Ema - Samara, abre a boquinha…

—Q-q-quê? - gaguejou a pobre garota.

—Não posso testar no Luís porque ele pode se apaixonar por mim e eu não quero ele atrás de mim por um dia inteiro.

—E eu menos! - reclamou Luís - Meu coração já tem dona.

—Então vai ter que ser em você mesmo, Samara. Vem aqui, vem - disse Ema.

Samara ficou apavorada e começou a fugir de Ema dando voltas em torno de Luís.

—Vem aqui! É só um teste! - disse ela - Vai ser divertido!

—Para com isso - reclamou Luís, segurando o braço de Ema - Não tá vendo que a menina tá assustada?

—Viu só? Já tá até protegendo ela! - falou Ema.

—Todo mundo precisa se proteger de você! - retrucou Luís.

—Ai, ai. Calma, gente, só tô brincando. Não shippo tanto vocês quanto shippo o Luciano e a Anne. Vocês ainda precisam amadurecer um pouquinho mais - falou Ema - Além disso, eu nem sei se essa pílula funciona mesmo. Acha que sou tão louca assim de dar isso para alguém sem nem testar primeiro?

—Acho - Luís e Samara falaram juntos.

—Olha só, já estão até falando juntos - disse Ema, sorrindo.

—Só devolve essa porcaria logo - falou Luís - Se não vai usar mesmo…

—Devolvo? - falou a garota, fingindo que iria entregar para Luís para tirar a mão no último instante - Será que eu devolvo?

—Vai ficar brincando até quando?! - reclamou Luís, quase caindo no chão de frustração.

—Por que não nos juntamos, Luís? Posso financiar a produção dessa pílula em massa. Seria incrível! Imagina juntar de uma vez vários casais que ficam enrolando?

—Nunca! - disse ele - Desenvolvi isso para uso pessoal. Quero jogar a fórmula fora depois disso.

—Mesmo? Isso seria um desperdício - lamentou Ema - Se é que elas funcionam mesmo...

—Funcionam sim - disse Samara - Essa é a pior parte! Bem, pelo menos a versão de dois minutos funcionou…

—Mas essa também vai funcionar. Não subestime minha genialidade! - falou Luís.

—Então elas são perigosas. Quem tomar vai mesmo se apaixonar por alguém um dia inteiro - falou Ema - Acho que é melhor eu ficar com elas e garantir que nunca caiam em mãos erradas.

—Como se eu fosse confiar em você! - reclamou Luís, partindo para cima da garota para pegar a pílula de novo.

Enquanto isso, Anne, nossa não mais a mais-nova-moradora-adolescente da cidade depois da chegada de Márcia, estava de passagem pela área da confusão. Naquela altura da tarde, o movimento do restaurante havia diminuído e ela foi pagar algumas contas para a família no único (e vazio) banco da cidade. Não demorou muito para ela perceber Luís, Ema e Samara discutindo e brigando como crianças.

“Quem não sabe não é cúmplice”, pensou Anne, com a intenção de passar por ali desapercebida e sem chamar a atenção. Pena que o destino prega algumas peças quando menos esperamos. 

—Vai, Ema. Devolve isso logo - reclamava Luís.

—Pensa de novo em trabalharmos juntos nisso, vai? - disse a garota.

—Samara! Dá pra me ajudar aqui? - pediu Luís.

Samara, que até então só olhava tudo tímida e assustada, tentou pegar a pílula das mãos de Ema. Nisso, Ema acabou se desequilibrando e jogando a pílula para longe. Quais são as chances dessa pílula parar na boca da Anne na hora em que ela bocejou enquanto passava? Poucas, né? Mas não nulas.

—Ai, que sono - foram as últimas palavras de Anne, antes dela sentir algo passar por sua boca e entrar em sua garganta.

E agora? O que será da nossa heroína?


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