Beni, Briana e soldado Caxias seguiam Cíntia e Samanta de longe. Samanta era a maior suspeita de estar com Afonso, o elefante de Beni, que foi parar nas mãos dela por um erro da lavanderia. Agora, a equipe de investigação seguia com sua “perseguição policial”.

—Elas não vão ficar bravas de serem seguidas assim? - Briana perguntou para Beni em voz baixa.

—É só elas não nos verem - disse ele - É isso não é, soldado?

—Exatamente - disse ele, já se esgueirando para uma outra parede para não perder as meninas de vista. Beni e Briana fazem o mesmo - Não se preocupem sou treinado para isso.

Eles continuam a perseguição até um momento em que as garotas finalmente param. O problema é que elas entraram em uma casa.

—Elas entraram em uma casa, heim? Suspeito - disse Beni.

—Não é não - disse Briana, sorrindo - É a casa da Samanta.

—É verdade - confirmou o soldado - O prefeito mora aí.

—Ótimo. Agora não temos como entrar - disse Beni - Se pelo menos tivéssemos um meio de ter permissão para entrar na casa dos outros?

—Sim, nós temos - disse soldado Caxias, confiante - Dá para pedir um mandado judicial para entrar na casa por razões policiais.

—Mesmo? - Beni ficou animado.

—Mas precisamos fazer um boletim de ocorrência, explicar a situação para um juiz e...não sei se procurar um elefante de pelúcia é uma boa razão…

—Mas não é um elefante de pelúcia qualquer. É o Afonso. Ele tem informações importantes sobre o destino da humanidade! - falou Beni, desesperado.

—Tem uma outra opção - falou o soldado - Eles podem nos convidar para entrar.

—Duvido muito que ela faça isso! - disse Beni - É a maior suspeita.

—Ela não, mas… - Briana olhou para o lado e viu Ian, irmão mais velho de Samanta, saindo para sua corrida matinal aos sábados - Ian! Oi!

Ian correu imediatamente até ela.

—Princesa Briana! - disse ele, com um sorriso animado - Que bons ventos a trazem! Como vai a sua irmã?

—Ah, ela tá bem - disse ela, sorrindo - Sabe, a gente precisa perguntar uma coisa para a Samanta. Ela está em casa?

—Sim. Acabou de chegar da sorveteria com a amiguinha - explicou Ian - Você e..

Ian olhou para o policial e Beni.

—S-Soldado Caxias?! - exclamou Ian - O que aconteceu? A minha irmã cometeu algum crime?

—Não é nada demais - tranquilizou o soldado - Só…

—Ela pode estar com o Afonso! - disse Beni.

—Sequestro? Minha irmã, uma sequestrador? Isso não pode ser verdade! Minha família estaria arruinada se isso…

—Foi só um engano - disse o soldado - Parece que pegaram o elefante de pelúcia dele na lavanderia sem querer.

—Ah, sim. Nossos empregados mandam as roupas para a lavanderia às vezes - explicou Ian - E é verdade. Essa semana fizeram isso.

—Então, só queremos saber se ela está com o elefante - falou Briana.

—Bem, se é por uma causa maior e se a irmã da minha amada Anne está pedindo - disse Ian - Não há como recusar. Podem entrar e fiquem à vontade!

—Ah, obrigada, Ian! Você é muito legal! - disse Briana.

—Pode falar isso para a Anne também? - perguntou Ian.

—Claro! - disse ela.

—Você é mesmo uma princesa! - disse Ian, abraçando Briana carinhosamente.

Ao entrarem na casa, logo se deparam com Samanta e Cíntia conversando no sofá. Samanta leva um susto ao ver Briana entrando.

—B-Briana? - estranhou a garota, quase saltando para trás do sofá - O que você veio fazer aqui?

—Só queremos saber do Afonso - falou Beni - Onde ele está?

—Já disse que não sei de nada sobre isso - disse Samanta.

—Você não viu um elefante de pelúcia que não era seu por aí? - perguntou Briana.

—Não, não vi - disse Samanta - Vocês estão fazendo uma acusação muito pesada. Não sou ladra!

—Claro que não - confirmou Cíntia - Samanta nunca roubaria algo sem um bom motivo e..ai!

Foi um beliscão da garota.

—Não precisa dizer que eu roubaria com motivo - falou ela.

—As pessoas precisam de motivo para roubar, né, amiga? - perguntou Cíntia.

—Eu não roubaria ninguém! - insistiu Samanta - E eu não sei de elefante nenhum!

—A empregada foi na lavanderia essa semana - disse Ian - Ela pode ter trazido o elefante para cá por engano.

—E por que ele estaria comigo? - perguntou Samanta.

—Sabemos que o elefante estava junto com um vestido preto que você mesma confirmou ter - disse Beni.

—Não sei dizer - falou Samanta - Não sou eu que organizo minhas roupas.

—Bom, a empregada coloca sua roupa no guarda-roupa - disse Ian - Então...deve estar junto com seus outros bichos de pelúcia.

—Sou uma pré-adolescente. Não brinco mais com esses bichinhos - disse Samanta.

—Mas eles ficam no seu armário, não ficam? - perguntou Ian.

—Sim, ficam sim - confirmou Cíntia.

—Cíntia! De que lado você tá? - reclamou Samanta.

—Era segredo, amiga? Foi mal...

—Então é fácil - falou Beni - É só olharmos o seu quarto!

—Sim. Isso mesmo - concordou soldado Caxias.

Mas antes que eles dessem um passo, Samanta exclamou furiosa:

—Nunca! O quarto de uma garota é seu santuário! Acham mesmo que vou deixar dois marmanjos feito vocês entrarem lá? Nem o meu irmão entra!

—É, é verdade - disse Ian - Ela não me deixa entrar no quarto dela de jeito nenhum…

—É verdade. Não é de bom tom entrarem no quarto de uma dama - disse Cíntia.

—Mas eu sou menina - lembrou Briana - E já entrei no seu quarto uma vez, lembra? Até vi os seus dent…

—Tá bem! - Samanta interrompeu imediatamente - Tá bem, tá bem, você pode vir comigo, Briana. Só não fala mais uma palavra, tudo bem?

Como você deve lembrar do capitulo 16, Samanta guardava seus dentes de leite como lembrança, mas não queria que isso espalhasse de jeito nenhum.

—Ah, é. Era segredo, né? - lembrou a garota - Desculpa.

E assim Briana foi até o quarto e achou o elefante, bem em cima da cama.

—Aqui, gente - disse ela, gritando pelo corredor - O elefantinho tá aqui!

—Não grita, garota! - reclamou Samanta - Ai, tá vendo porque temos que ser inimigas?

—Afonso! - gritou Beni, correndo até Briana para pegar seu “amigo” - Afonso, você está bem? Você precisa me falar mais sobre o destino da humanidade e…Afonso?

—O que foi? - perguntou Briana.

—Ele deve estar inconsciente. Ou pior: ele deve ser uma força acima da nossa compreensão que usou o elefante de pelúcia como veículo de comunicação!

—Que viagem - comentou Samanta.

—Seja como for, o seu elefante está aí - disse o soldado - Nada como ter mais uma missão cumprida.

—É isso aí - disse Briana - Muito obrigada, Samanta. Você ajudou bastante nosso amigo!

—Bem, vou ficar atento ao que o Afonso tenha a me dizer ou queiram dizer por meio dele - falou Beni - Valeu, gente. Vamos embora.

—Ótimo - disse Ian - Ainda preciso fazer minha corrida. Não posso perder a forma se quero conquistar a Anne!

E assim todos se vão. Samanta senta no sofá exausta.

—Esse povo todo aprontando na minha casa - falou ela - Ninguém merece.

—Sabe, amiga, eu aprendi uma coisa hoje - falou Cíntia - É melhor resolver tudo pacificamente quando der.

—Ah, vá - disse Samanta, jogando uma almofada em Cíntia - Corta essa. A Briana vive para me atormentar. Mas ela vai ver. Ela vai ver só. Ainda posso ser uma vilã muito malvada!

Mais um dia normal em Vila Baunilha.