Don't you remember? escrita por RebelQueen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Cá estou, minha imaginação fértil pediu que colocasse essa ideia em uma história real. Espero que gostem!



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O tique-taque do relógio parecia devagar demais, Sara sentia-se entorpecida, tudo parecia devagar e sem sentido. Observou seus colegas de trabalho conversarem após um longo turno, compartilhando um café para depois seguirem cada um o rumo de suas casas. Ela estava quase completamente envolvida na conversa com Greg sobre alguma descoberta recente no laboratório. Quase. O que não passou despercebido pelos olhos do CSI, ele andava muito mais atento a ela desde que descobriu sobre a separação e depois do que Basderic a causou, ele e Nick estavam totalmente envolvidos em não deixá-la muito tempo sozinha, revezando as noites em sua casa sempre recheadas de pizza. Era reconfortante a presença dos dois na casa enorme, mas não preenchia o vazio deixado por Grissom, sentia que ninguém nunca preencheria.

Seria eternamente grata aos seus amigos pelo que estavam fazendo, mas aquilo não aplacava a dor quando se via sozinha novamente.

 – Você está bem? – o tom de Greg era doce e preocupado.

 – Sim, só estou cansada. Acho que está na hora de ir – a mulher olhou o relógio acima de suas cabeças, como se houvesse algo muito importante para se fazer naquela manhã fria, uma leve chuva atingia a cidade naquele momento. Se levantou e viu o rapaz loiro acompanhá-la, mas queria ficar sozinha. Um tempo com ela mesmo era tudo que precisava, pensou.

 – Você sabe que não precisa ser meu guarda-costas, Greg – seu tom era doce, mas impositivo. Já não era mais um bebê.

 – Eu sei, só quero garantir que vai chegar bem e adoro sua companhia, você sabe. – O rosto de Greg desenhou uma expressão leve e divertida, ele era seu melhor amigo e confidente, não era justo que vivesse a sua sombra.

 – Eu estou bem, eu juro. Por que não aproveita a manhã de folga que eu estou te dando e vai descansar, hum? – forçou o melhor sorriso que pode, na tentativa de tranqüilizá-lo.

 – Está bem, mas não pense que vai se ver livre de mim.

 – Oh, eu não poderia – sorriu dessa vez, realmente com vontade.

Sara despediu-se de todos e tomou o rumo de casa, imaginando que sentiria a velha sensação de vazio e tristeza invadir assim que colocasse os pés lá. Talvez não tivesse sido uma boa idéia dispensar Greg, talvez realmente devesse voltar a suas consultas com o terapeuta, talvez só precisasse sair um pouco de Las Vegas. Decidiu pegar a estrada, adiar o sofrimento de estar em casa e logo se viu pegando outro rumo.

O barulho de chuva na estrada era reconfortante e fazia esquecer-se do rosto molhado pelas lágrimas, o carro deslizava pela pista molhada fazendo-a sentir-se deslizar também. Em que momento tinha se perdido? Perdido o que os dois tinham? Porque não podia simplesmente esquecê-lo e ficar em paz como ele já parecia ter feito? Tinha sido duro assinar os papéis do divorcio, dar um fim a um relacionamento de anos que agora se resumia a papelada burocrática e solidão, tocar aquele barco sozinha era cansativo, parecia estar se afogando num mar de Grissom. Irônico pensar que agora ele deveria estar em alto mar também, mas não mergulhado nela, definitivamente.

Os papéis do divorcio pairaram por sua mesa durante um mês e meio, ainda havia uma esperança de que ele voltasse e desistisse de tudo aquilo, mas nada disso aconteceu. Grissom havia saído de sua vida sem sequer um “adeus” decente, mas ele continuava ali em seus pensamentos, atormentando-a. As lágrimas agora cobriam seu rosto e a estrada parecia cada vez mais turva, apertou seus olhos contra as lágrimas e foi o suficiente para que se distraísse e avançasse na pista ao seu lado, primeiro o clarão dos faróis e o som de metal duro sendo amassado e logo depois, o nada.

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Havia um garoto de cabelos loiros em seu quarto, sentado na poltrona ao lado da cama onde estava deitada, para Sara tudo era branco demais e havia uma dor latejante em sua cabeça. Viu o rapaz acordar e olhar para ela chorando, logo depois ele levantou-se e abraçou-a de um jeito desajeitado, mas de emoção genuína, ela pode reconhecer.

 – Oh, graças à Deus!

Sara não se lembrava dele, na verdade, vasculhando sua memória poucas eram as coisas que faziam sentido e grandes interrogações pairavam sobre sua cabeça, enquanto o garoto parecia alheio a tudo.

 – Me desculpe, eu não consigo me lembrar de você – ela o viu sair de seu abraço lentamente, surpreso.

 – Sara, sou eu, Greg. Seu amigo e colega de trabalho, não se lembra de mim? – As expressões de Greg eram preocupadas e cautelosas, ao mesmo tempo, enquanto Sara permanecia confusa e angustiada. A mulher fez uma negativa antes permitir que uma lágrima escorresse pelo seu rosto, sentia-se tão confusa.

 – Olha, não se desespere, okay?! Eu vou chamar o médico, tudo vai ficar bem, eu prometo.

Abraçou-a mais uma vez para consolá-la, o médico havia avisado-o desse risco quando ela retornou ao quarto e o coma foi constatado, o estado era estável mas os médicos não podiam precisar os danos da lesão que havia sofrido na cabeça, não até que ela acordasse e agora ali estava sua amiga, onze meses após o acidente. Tamanho foi seu desespero quando foi contatado pela equipe de emergência, já que seu número estava na chamada de emergência, sobre um acidente com Sara. Ele se culpava por ter deixado ela sair naquele estado da cafeteria naquele fatídico dia, mas agora não havia nada a fazer além de estar ao seu lado quando ela acordasse e agora ela estava ali, confusa mas viva!

O jovem CSI deixou o quarto após o sinal afirmativo da amiga, discando imediatamente o número de Nick enquanto procurava o médico, precisavam conversar, talvez aquela fosse a chance de salvarem a amiga. A idéia que passava pela mente de Greg o assustava, mesmo assim estava convicto que aquilo seria o certo a fazer, só precisava conversar com Nick e acertar tudo. Sara precisava dar um novo rumo em sua vida e não seguiria em frente se continuasse a carregar toda aquela bagagem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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