Return to Paradise escrita por Lily


Capítulo 14
14. Someone Saved My Life Tonight




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"Someone Saved My Life Tonight"

I

“-O que você está fazendo aqui? - Steven sorriu para a pergunta dela. Jackie franziu a testa para seu ex-namorado que estava parado na porta de seu apartamento às três da manhã quando ela havia acabado de voltar do trabalho.

—Precisamos conversar, posso entrar?

Jackie deu um passo para o lado e deixou que ele entrasse, de repente ela sentiu o aroma do perfume dele, era a mesma colônia que ela havia comprado para ele quando eles namoravam. Esse pequeno detalhe fez as malditas borboletas em seu estômago se agitarem, Jackie podia jurar que elas estavam mortas e seus pequenos corpos haviam se dissolvido no meio do tantos antiácidos que ela tomava.

—O que de tão urgente aconteceu para você vir aqui no meio da madrugada? - ela questionou tentando não soar curiosa. Normalmente suas conversas com Steven acontecia por telefone, quando ele tinha preguiça de cruzar o parque e ir até ela, ou quando eles se encontravam para ir às reuniões do AA. Jackie não participava, apenas o acompanhava todas as vezes.

—Precisamos falar sobre nós. - ele disse e ela não pode deixar de arregalar os olhos surpresa.

—Como?

—Precisamos decidir em que pé estamos.

—E de novo, como?

—Veja Jackie, você sabe que eu sou péssimo com esse negócio de sentimentos. Mas agora eu estou tentando ser sincero comigo mesmo e com você. Eu preciso saber onde estamos ou para onde estamos indo.

Jackie piscou rapidamente sem saber o que falar. Se ela não soubesse do historio dele, poderia jurar que Steven estava bêbado. Ele só era sincero daquela maneira quando estava bêbado.

—Steven, do que você está falando? Que eu me lembro da última vez que chequei nós éramos amigos.

—Se lembra do passo oito da AA? - ele indagou e ela assentiu.

—Sim. Fazer uma lista de todas as pessoas que você prejudicou ou magoou e pedir desculpas. Você fez uma lista das pessoas com quem você errou e então se desculpou.

—Mas eu não me desculpei com todas as pessoas. Eu não me desculpei com você.

—Não Steven, você se desculpou comigo. Eu fui a primeira.

—E foi com quem eu mais errei.

—Isso é passado, Steven. Estamos melhor agora. Você está melhor. - ela assegurou colocando a mão sobre o braço dele. Jackie sorriu com calma para ele. Os últimos dois anos haviam sido difíceis, desde 91 Steven tentava se reerguer, começar de novo e ele estava conseguindo. Jackie se sentia orgulhosa por ele, o que Steven havia feito era algo que poucos conseguiam. - E nós?  Nós somos amigos, Steven. Acho que estamos bem com isso.

—Eu não. - ele disse pegando a mão dela. - Eu não estou bem com isso.

—Steven…

—Só me escuta, está bem? Quando eu terminar, você pode me expulsar se quiser, mas agora só me escuta. - ele pediu. Jackie mordeu o lábio inferior e assentiu ainda incerta. - O meu maior erro nunca foi perdoado, porque eu nunca tive coragem de pedir desculpas por ele. - Jackie franziu a testa. Ela havia acompanho Steven em todos os momentos, ido atrás de todas as pessoas da lista e havia visto ele pedir desculpa a todos. Ela mesma havia escrito lista e não lembrava de ter faltado alguém. - Eu nunca pedi desculpa a você por Chicago. Esse foi meu maior erro, ter sido orgulhoso e deixado você ir.

—Steven, pensei que já tivéssemos superado isso.

—Bem, nós fizemos. Mas eu não te pedi desculpa por ter sido um covarde e ter deixado você sair do porão. Eu deveria ter dito que estava com tanto medo de te perder que deixar você ir parecia uma opção mais fácil do que me esforçar para você ficar. Que eu era um garoto assustado, porque sentia que todas as pessoas que eu amava iam para longe de mim.

—Você me amava? - Jackie indagou sem conseguir se segurar.

—Eu sei que nos últimos meses do nosso relacionamento eu fui um idiota, mas eu nunca deixei de te amar, Jacks. Eu sempre fui um bobo quando se tratava de você. Eu ainda sou. - ele afirmou e ela não conseguiu evitar o sorriso. - Eu estava no meu apartamento assistindo ao jornal, apenas para ver minha apresentadora favorita, então eu percebi uma coisa. Eu estava assistindo a um jornal e não gosto dos jornais, porque como você sabe…

—Eles mascaram a realidade tornando a população alienada a toda a situação. - ela disse se lembrando de todas as discussões bobas entre eles. - Eu sei.

—Mas por algum motivo, eu sempre ligo a TV quando chego do trabalho e coloco no jornal. Eu não consigo assistir mais nada enquanto não ouvir sua voz. Você me lançou a porra de um feitiço que eu simplesmente não consigo quebrar. Você me faz parecer o Forman!

—Você definitivamente não é o Eric. - ela assegurou. - Porque se você fosse como Eric, eu já teria lhe socado a cara. Porque eu sou uma boa amiga e não deixaria você descer tão baixo.

Steven jogou a cabeça para trás rindo. Ele então parou e retirou seus óculos. O coração de Jackie parou por alguns segundos enquanto ela encarava aqueles olhos azuis, uma calor familiar percorreu seu corpo ao se lembrar como aqueles olhos a encaravam com paixão quando eles passavam as noites no porão.

—Mas veja bem, é aí que está o problema. Eu não quero ser seu amigo, Jackie. - ele revelou. Ela abriu a boca indignada, porém Steven foi mais rápido.  - Eu nunca quis ser seu amigo, porque amigos não se beijam do jeito que eu quero te beijar, ou se tocam, como eu quero te tocar. A última década foi uma droga, eu pensava que iria conseguir superar você, mas veja só, você é insuperável, Jaqueline Burkhart! Você é uma doença incurável. O sol que aparece todas as manhãs e mesmo quando o tempo está nublado, eu sei que você está lá. Você é meu raio de sol.

—Own Steven! Você está me fazendo chorar. - ela murmurou enquanto se afastava dele para evitar que a visse chorar. - Por que você quer me fazer chorar? Por que você está falando isso? Por que está sendo sincero? Você não é sincero. Você esconde seus sentimentos atrás desses malditos óculos e seu zen. Por que justo agora?

Por que justo agora que Margot está com outro?, ela pensou, mas mordeu a língua para não falar nada.

—Porque eu percebi que está na hora de honesto com você. Honesto sobre nós. E isso não tem nada haver com Margot ou com ela está com alguém. Ela nunca foi pareo para você.

—E por acaso estávamos em uma competição?

—Não. Até porque você já está com o prêmio há anos. Ninguém nunca conseguiu substituir você na minha vida.

Jackie mordeu o lábio e balançou a cabeça. Durante anos ela havia sonhado em ouvir uma declaração, nem que fosse uma simples palavra. E agora ele estava ali, na sua frente abrindo o coração, e ela simplesmente não conseguia falar nada. Por que ela não conseguia falar nada?

—Jacks, eu não vim aqui te forçar a nada. Não vim aqui para te convencer a voltar comigo. Ou para te intimar. Eu apenas vim aqui porque precisava saber se existe alguma chance de você ainda sentir o que sentia por mim. Eu apenas preciso saber o que você quer que sejamos.

—O que eu quero? - ela sussurrou baixinho, respirando fundo encarou Steven. Então as palavras saíram de sua boca como um discurso já decorado. - O que eu quero é acordar com você ao meu lado. Ouvir você cantarolar enquanto prepara o café. Eu quero escutar aquelas suas músicas estranhas enquanto estamos na cama. Ver você fingindo prestar atenção enquanto eu conto sobre o meu dia. Eu quero dormir com você. Eu quero que você me leve para o cinema ou um restaurante ou para qualquer lugar. Eu quero passar os dias com você. E estar ao seu lado independente de qualquer coisa. Eu quero ouvir você cantar para mim enquanto dançamos na sala. E eu quero que os meus filhos tenham cabelos encaracolados e olhos azuis, que tenham um gosto horrível para música e queimem todo mundo em um porão. Eu quero ter o meu desleixado namorado de volta, porque eu nunca amei ninguém como eu te amo. E principalmente, eu quero ouvir você falar que me ama.

Jackie pode sentir as malditas borboletas esbarrarem uma na outra enquanto se agitavam desesperadamente. Ela voltou a morder o lábio enquanto esperava a resposta de Steven. Porém ele não falou nada por intensos minutos. Não foi um silêncio ruim, os olhos deles eram perfeitos para se perder.

Jackie não podia deixar de lado aquele receio de que Steven estivesse apenas em um surto momentâneo e que logo esqueceria tudo aquilo. Ela tentou se agarrar naquele pequeno fio de esperança, porém era difícil quando ele não falava nada. Jackie fechou os olhos com força sentindo seu coração vacilar.

—Ok. Acho que todos estavam certos, a gente é péssimo nisso. Não demos certos. Já tentamos uma vez e você viu como acabou. Eu não quero…

—Eu te amo. - Jackie abriu os olhos deixando as palavras prenderem em sua garganta. - E não estou falando isso apenas porque quero que me perdoe. Eu te amo e nunca deixei de te amar. E eu não me importo com que os outros pensam. Nós podemos fazer isso dar certo, porque eu quero que isso dê certo e eu vou me esforçar para isso. Eu vou ser o namorado que você merece. Desta vez eu vou te ouvir e não vou hesitar, está bem? Eu vou até deixar você me arrastar para fazer compras.

—Mas você já me deixa fazer isso.

—Eu sei. Mas é porque eu amo seu sorriso toda vez que percebe que acertou em algo que eu gosto. - ele disse e então a puxou pela mão para que seus corpos se encontrassem. - Eu amo o jeito como você chama meu nome. Eu amo o jeito como você fica feliz quando está nevando ou chovendo. Eu amo o jeito como você tenta parecer zen diante daquele seu colega de trabalho idiota e como usa o “tanto faz” com classe. Eu amo tudo em você.

—Oh Steven, você está falando de seus sentimentos e eu nem precisei te coagir para isso. - ela sussurrou fazendo-o rir. Jackie ergueu a mão e tocou o rosto dele, sua barba fez cócegas contra a palma dela. - Eu te amo. E eu quero ficar com você.

Steven sorriu, então se inclinou e a beijou. Ela sentiu tanta falta daquele beijo, daquele homem.

—Eu quero começar de novo. - Steven disse contra os lábios dela sem conseguir se afastar.  Jackie também não tinha forças, nem vontade para isso. - Que tal um primeiro encontro decente? Eu te levo para um musical se você quiser.

Os olhos de Jackie se arregalaram novamente. Ela sorriu e voltou a beijá-lo. Não havia como dizer em palavras o quanto ela o amava.”

 

II

A porta foi aberta deixando uma linda Jackie Burk… Hyde entrar no quarto. Ela usava um longo vestido azul escuro com um decote em V e seu cabelo estava preso em um coque com alguns cachos soltos ao redor de seu rosto. Kitty observou ela caminhar lentamente até ela e se sentar na cama.

—Querida, nada o que você falaria irá me tirar desta cama. Hoje não é um bom dia para mim, eu já disse para Red cancelar a festa. - Kitty falou, mas Jackie manteve seu sorriso.

—E eu disse para ele não fazer isso. Hoje é sua noite, sra. Forman.

—Jackie, eu não tenho ânimo para isso. Meus filhos não confiam em mim. O que eu tenho para comemorar? Minha velhice?

—Seus netos? Sua nova e favorita nora? O amor de todas as pessoas a sua volta? O seu relacionamento que é mais duradouro que a idade da terra? Eu tenho uma lista de coisas que você pode comemorar. E eu poderia mesmo listar todos eles, mas eu não quero perder tempo. Você convenceu o sr. Forman a fazer essa festa, mesmo que ele tenha dito com todas as forças que odiava isso tudo. Sra. Forman, hoje não é uma noite especial para você, hoje é a primeira noite em que eu e Steven podemos realmente ser um casal perto de vocês. Hoje é uma noite para a família. Essa louca e estranha família. - Jackie disse, mas Kitty apenas balançou a cabeça soltando um suspiro entristecido. - Olha sra. Forman, sei que está irritada porque não contamos sobre o casamento e o bebê. Mas não foi por sua culpa, eu e Steven apenas queríamos fazer as coisas do nosso jeito, tentar nos entender e ver se funcionava ou não antes de falar para vocês. Acho que ficamos tão focados em fazer dar certo que tudo ao nosso redor pareceu uma ameaça. Você sabe o quanto eu e Steven somos inseguros sobre isso, eu principalmente, porque havia Margot e toda a história dela com Steven. - Kitty assentiu lentamente. Red havia contando sobre Daniel e sobre Margot. Steven havia sofrido muito nos últimos meses e ela nem podia estar lá por ele. - Quando Margot sofreu aquele acidente há sete meses, eu fiquei devastada, ela era uma boa pessoa, uma boa amiga. Mas então eu descobri sobre Daniel, e mesmo que Steven não soubesse a verdade, foi como uma traição. Havíamos acabado de perder o nosso bebê e estávamos abalados, então Daniel apareceu e Steven só teve olhos para ele. Eu me senti deixada de lado, sei que ele fazia o possível para eu não me sentir assim, mas algumas vezes simplesmente acontecia. Eu não culpo Danny pelo o que aconteceu, eu amo ele e nos últimos meses vinha tentando ser uma boa mãe para ele, mas as coisas entre Steven e eu começaram a piorar, até que brigamos e eu decidi ir para São Francisco. Eu estava tão devastada naquela noite que a única coisa que eu conseguia fazer era chorar, foi então que eu liguei para você, lembra? Naquela noite há uns três meses.

—Você me pediu uma receita de biscoito. - Kitty disse dando um pequeno sorriso.

—Eu não queria a receita. Eu só precisava ouvir sua voz. Você sabe, sra. Forman, meus pais nunca foram presentes, mamãe nunca foi um exemplo, então eu me apeguei a primeira figura materna que eu vi e que me viu como eu era. Eu te amo, sra. Forman. Você é como uma mãe para mim e sinto muito se te magoei, sinto muito se fiz algo que lhe irritou ou lhe entristeceu. Não tivemos a intenção de lhe machucar, apenas agimos como achamos certo. Sinto muito.

Kitty sentiu aquela tensão em seu coração se esvair, ela não estava com raiva por eles não terem contado, ela apenas estava triste por não estar ao lado deles quando eles precisavam. Como uma mãe faria. Estendendo a mão ela agarrou a de Jackie e lhe deu um sorriso gentil.

—Não se preocupe, querida. Está tudo bem agora. Você e Steven estão se mudando para cá, eu vou ver meu netinho crescer e vou estar ao seu lado sempre que possível. Só não escondam nada de mim, está bem?

Jackie mordeu o lábio e piscou atordoada. Então ela se afastou e levantou-se da cama.

—Sra. Forman, sei que estamos um pouco atrasadas e eu deveria vir aqui apenas para lhe convencer a se arrumar, e correndo um grande risco de Red chutar o meu traseiro, tenho que pedir que você espere aqui por alguns minutos. Steven tem algo para lhe dizer.

Jackie puxou o tecido do vestido acima do joelho e então se apressou para sair pela porta. Kitty franziu a testa para sua nora. Então um sorriso tomou conta de seu rosto. Jackie era sua nora e seu bebê órfão estava feliz. Talvez ela fosse realmente uma boa mãe.

 

III

Jackie desceu a escada tomando cuidado para não rolar escada abaixo. Seu vestido era azul escuro com gola e recorte no busto em forma de um losango em pé, ele era de camurça macia e brilhante. Steven quase havia decidido não ir à festa assim que a viu nele, Jackie havia rido daquele elogio. Mas naquele momento, não era seu vestido que importava ou o quanto ela estava linda nele, e ela estava maravilhosa, o que importava era ser sincera com Kitty. Lhe dizer a verdade, principalmente sobre o que aconteceu em 16 de março de 1991.

Jackie caminhou até a cozinhando empurrando a porta vai e vem apenas para ver Red e Steven sentando na mesa conversando.

—Então, conseguiu convencer Kitty a se arrumar? - Red indagou quando notou a presença dela.

—Sim. A sra. Forman está preste a se arrumar, mas antes ela precisa falar com Steven. - Jackie disse já caminhando até o marido e o puxando pela mão. Red a olhou um pouco surpreso e irritado.

—Temos apenas trinta minutos. - ele a lembrou. Jackie assentiu e sem falar nada puxou Steven para o segundo andar, eles foram seguidos de perto por Red.

Kitty estava no mesmo lugar que Jackie tinha deixado-a. Empurrando Steven, ela o fez se sentar na cama de frente para Kitty.

—Jackie? - Steven a olhou confuso. Ela respirou fundo apenas uma vez antes de dizer.

—Conte a ela sobre 91.

Steven subitamente se virou para ela e mesmo com aqueles óculos escuros ela podia ver que ele estava surpreso com aquilo. Jackie sabia que seus planos não incluíam contar aos Forman sobre o que aconteceu naquele maldito show.

Então silenciosamente ele disse a ela. Jackie acho melhor não.

Óbvio que não era o melhor momento para contar aquilo, eles estavam a poucos minutos do começo de uma festa e Kitty nem estava arrumada, aquela conversa só os atrasaria ainda mais. Porém Jackie queria ser sincera e queria que Steven também fosse.

—Que tal os idiotas pararem com isso e falarem logo. Estou velho demais para esses dramas. - Red resmungou. - Vocês têm dez segundos para falar ou eu juro que chuto o traseiro de vocês daqui até o hotel.

Jackie resolveu ignorar as ameaças nada veladas de Red, colocando a mão sobre o ombro de Steven ela tentou demonstrar que estaria com ela independente do que acontecesse. Steven então abaixou a cabeça e retirou os óculos antes de se voltar para Kitty.

—Você sabe que eu conheci Margot naquela noite durante o show e que eu não lembro do show porque estava alto. - Steven disse e Kitty assentiu. - Mas eu não conhecia Margot durante o show, ela era enfermeira no hospital.

—Hospital? O que você estava fazendo no hospital, Steven? - Kitty indagou com seu sorriso nervoso.

—Eu tive uma overdose com alguma droga que um cara me deu. Eu quase morri e Margot me salvou, literalmente. - Jackie observou Kitty colocar as mãos sobre a boca em choque. E pelo canto do olho notou a expressão de Red passar de irritada para preocupada. - Eu fui um idiota naquela noite, tinha acabado de fechar um contrato e queria comemorar. Acabei exagerando. Tive uma parada cardíaca.

—Oh meu Deus, Steven! Por que não nos chamou?

—Eu estava envergonhado demais para isso, eu fui um idiota e não queria que vocês me vissem assim.

—Seu panaca! - Red grunhiu passando a mão pelo rosto. Kitty então começou a chorar. - Eu não acredito que nem mesmo quase morrendo você deixa esse maldito orgulho de lado.

—Acredite Red, essa é uma das coisas que eu me arrependo. Eu deveria ter chamado vocês, mas não fiz e também fiz Jackie prometer que não falaria nada.

O olhar de Kitty foi direto para ela. Jackie se encolheu mordeu o lábio.

—Você pequena mentirosa!

—Mãe. - Steven a chamou fazendo Kitty relaxar. - Jackie apenas fez o que eu pedi, e se serve de consolo, ela passou os últimos anos me fazendo falar a verdade. Ela me coagiu de todas as formas possíveis, me lembrou um pouco você. - ele disse rindo. - Quando eu era mais novo as pessoas diziam que eu iria morrer sozinho em algum chão sujo, e naquele dia parecia que elas estavam certas, eu estava seguindo meu destino. Mas eu não queria isso. Não queria morrer porque havia sido um idiota. Eu não poderia morrer da forma mais idiota possível e deixar Red pensar que eu era um panaca. Eu não queria morrer. Porque eu não queria fazer ninguém sofrer. Principalmente você. Sinto muito se não contei antes, eu estava envergonhado demais para isso.

—Oh Steven! - Kitty se jogou contra ele. Jackie deu um passo para trás e olhou para Red, ele parecia cansado e um pouco aliviado por Steven estar bem. Jackie não pode evitar de abraçar Red pela cintura e deitar a cabeça contra o ombro dele, mas ela se surpreendeu quando ele a abraçou de volta e afagou seu braço com carinho. Jackie sorriu se sentindo em casa.


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