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 Encaro o teto branco. A noite havia sido maravilhosa, não me arrependo nenhum pouco dessa vez.  Mas me sinto um pouco mal, Will tem feito tudo por mim, bem mais do que eu um dia esperaria, mas e eu? Eu só tenho me escondido dele.

 - Bom dia.- o moreno mordisca minha orelha.

 - O nome dele era Carl Stenphe.- solto de uma vez, todo embolado.

 - Oque?- William se apoia com os cotovelos e me encara.

 - O nome dele.- suspiro.- O nome dele era Carl Stenphe. A gente namorou por um ano, e eu ia me casar com ele.

 - Você... ia se casar?- ele estava sério e prestava atenção em cada palavra que dizia.

 - Sim, eu conheci ele quando fui fazer um curso em NY, a gente começou a sair. Ele era inteligente e divertido, acho que fiquei cega com seu carisma, porque deixava ele falar atrocidades pra mim e me tratar como um lixo.- paro pra respirar, volto a encarar o teto como se ele tivesse todas as respostas do mundo.- Aguentei isso por um ano, a gente já estava até noivo. Mas ele chegou um dia e estava ainda mais estranho que o normal, ele virou me xingando de um monte de coisas.

 Olho para o homem ao meu lado, ele parece com muita raiva.

 - Aí ele me disse que estava tudo terminado e que ele tinha voltado com a ex, que alias, havia traído ele. E disse ainda que era tudo culpa minha, por que eu humilhava ele com minha condição financeira. E...-começo a chorar muito. Ele me abraça com força e me beija.

 - Ei calma, ta tudo bem.

 - Ele... ele...

 - Respira anjo.- ele não me larga de seu abraço.

 - Eu descobri que estava grávida, semanas depois. -os olhos de Willi estavam arregalados.- Eu nem falei nada pro Carl, tinha decidido seguir minha vida, mas ele descobriu e foi tirar satisfação, ele chamou o bebê de monstro e disse que não merecia viver. Então ele... ele chutou a minha barriga, o bebê era muito novinho e não sobreviveu.

 Eu não parava de chorar e Will parecia em choque. Ele levanta com a raiva então, nem ligando em estar totalmente nu.

 - Onde eu encontro esse desgraçado?- pergunta irado, seus olhos ardiam em ódio, mas não me amedrontavam como os olhos odiosos de Carl, os de Will me traziam conforto e segurança. E isso é assustador, por que consigo sorrir em meio aquele desespero que o local estava cercado.

 - Não Will.- digo com a voz ainda rouca pelo choro.

 - Você não proteger aquele monstro, vai?- ele me olha incrédulo. Mas não era Carl que eu queria defender era Will.- Vou dar um jeito daquele desgraçado pegar pena de morte.

 - William, não! Por favor, me escuta, eu não estou defendendo ele! - digo e ele para pra me olhar.- Ele já está preso, pegou pena de 30 anos.- ele parece se acalmar um pouco mais, o puxo pelo braço e ele se deixa vir, se sentando na cama comigo.

 - Como? Como eu nunca soube? Estive tão cego todos esses anos.-ele diz num sussurro.- Tudo o que eu queria era conseguir afastar você da minha mente, bloquear a ideia de que um dia teríamos alguma coisa. Então eu consegui.- admite, sinto o arrependimento em sua voz.

 - Ei, não é culpa sua, fui eu a burra, por ter fechado os olhos para as evidencias, se eu tivesse sido mais atenta nada disso teria acontecido. Eu paguei milhares e milhares de reais para juízes e advogados conseguirem manter isso longe da mídia, eu consegui superar o bebe, havia descoberto a pouco tempo, ainda odeio por isso ter acontecido a um ser tão inocente, mas superei a perda.- suspiro.- E apesar disso, aquele troço consegue infernizar minha vida até hoje.

 - Não se preocupe, eu estou aqui novamente do seu lado, de onde eu nunca deveria ter saído, aquilo nunca mais vai te fazer mal. Eu juro!- Me beija de forma carinhosa e delicada.

 - Está cada vez mais difícil te odiar,Jeksforld.- sussurro entre um beijo e outro.

 - Este é o plano,Jane.- ele faz o mesmo.