O.m.g escrita por Alice


Capítulo 6
Conversa




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08 de Setembro de algum ano

“Não faça perguntas e não te direi mentiras.” 

Gina estava com as pernas apoiadas na parede e olhava de ponta cabeça para Hermione que se encontrava sentada no tapete de seu quarto. Era sábado a noite e ela se encontrava em silêncio. Haviam cumprido o primeiro sábado da detenção e ela sabia que a amiga se sentia culpada por esconder esse fato de seus pais, no momento ela estava em um monólogo sobre isso.

— Eles não merecem que eu minta, são tão bons pra mim, mas não posso chegar e dizer o motivo da minha detenção. A última vez que eu fiquei de castigo foi por culpa dos meninos e eles me disseram o quanto estavam decepcionados comigo e foi tão ruim Giny. Imagina se eles descobrirem o motivo dessa.

— Até porque não tem nada de glamoroso em ser descoberta pela vice diretora enquanto da uns pegas no Malfoy em um armário de vassouras. – Gina quebrou seu silêncio sorrindo da cara que a amiga fez e sendo derrubada da cama por um puxão. – Ai, minha cabeça sua louca!

— Você merece. – justificou sorrindo.

A ruiva sentou de pernas cruzadas a frente dela e pegou uma almofada para apoiar seus braços.

— Cadê a Luna?

— Tá na sala com o George. – Hermione respondeu sorrindo. – Tá rolando algo que eu não sei?

— Na verdade não. – Gina respondeu sincera e parou para pensar por alguns segundos. – É ,tem nada não. Ela disse que só foi coisa de momento e que por mais que ele beije bem nada vai acontecer. Eles são muito diferentes.

— Quem sabe? Os opostos se atraem.

— Disso você entende, né senhorita Granger? – Ela provocou recebendo um tapa no braço e uma cara feia. – Mas sério Mi, você tá mesmo apaixonada por ele, né?

— Olha. – começou enquanto torcia a ponta de um cacho solto de seu coque. – Tô, mas você conhece ele. É uma das amigas mais próximas, ele não presta.

— Pior que é verdade. – a ruiva teve que concordar. – Mas ele parece gostar de você de verdade.

— Eu sei, mas parece que os nossos momentos bons são atolados e soterrados pelos ruins. Ele beija muito bem, é divertido e supreendentemente carinhoso, mas ele me sufoca e não entende o que significa ter uma relação estável.

— O Draco ama a liberdade dele, pode até gostar de você, mas infelizmente ainda é bem imaturo.

— Exato! Eu quero um namorado e não uma criança pra disciplinar.

— Te entendo, totalmente, mas por que você não aproveita? Sabe, vocês já vão seguir caminhos diferentes mesmo, não custa nada aproveitar o momento em que parece que vocês estão em sincronia de novo. – Gina aconselhou enquanto Hermione se aproximava dela e sentava ao seu lado, apoiando a cabeça em seu ombro.

— Não custa nada, né?

— Até agora custou?

— Só a minha sanidade. – respondeu sorrindo e a fazendo sorrir também. – Mas eu vou conversar com ele depois, uma conversa séria.

Elas ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia da outra já que no próximo ano seus caminhos iriam se distanciar drasticamente.

— Garotas! Jantar! – Mas foram despertadas pelos gritos de Molly que vinham do andar abaixo.

○○○○○

A mesa estava cheia, como a dona da casa ama ver. Somente quatro de seus filhos estavam ali, mas Luna e Hermione já eram praticamente parte da família, ela adotava a todos com o coração aberto.

— O que acharam da lasanha?

— Estava deliciosa, dona Molly. – Luna respondeu simpática assim que terminou de comer.

Todos já estavam satisfeitos, menos Ron que observava o último pedaço de lasanha na travessa.

— Como sempre, o último pedaço vem para mim. – ele comentou alegre levando seu garfo em direção à lasanha, mas foi parado por Luna que tentou puxar a vasilha de cerâmica para si. – Tá fazendo o que, Lua?

— Pegando meu pedaço. – Ela respondeu abrindo um sorriso doce.

A mesa caiu em um silêncio cortante. Ronald sempre fazia a maior confusão se não ficasse com o último pedaço de sua comida predileta. Gina sabia onde a amiga queria chegar, estava surpresa por Luna ser vingativa, mas estava adorando o teatro particular.

— Como assim seu? – Ele indagou tentando manter a calma e puxando a vasilha em sua direção, mas ela não a soltou e a puxou de volta.

— Acho que você me deve esse pedaço. – ela frisou ainda estampando um sorriso doce, mas com uma pitada de irritação que só Ron conseguia tirar dela.

— Não devo nada não. – rebateu já perdendo a calma.

— Esqueceu de hoje a tarde Ronald Weasley? – O lembrou apagando qualquer sinal de sorriso do seu rosto.

Ele a encarou nervoso e depois começou a olhar ao redor da mesa. Gina e Hermione o encaravam divertidas, os gêmeos só esperavam o momento da explosão e os seus pais estavam boiando em toda a situação. Suspirando derrotado ele empurrou o pedaço para ela que abriu outro sorriso, dessa vez de vitória.

— Você é um amor.

— Que seja. – resmungou cruzando os braços e virando o rosto para o outro lado.

— Alguém me explica o que está acontecendo? – Arthur pediu confuso, mas antes que algum dos quatro pensasse em responder, a porta da casa foi aberta por um Percy completamente nervoso.

— Como você tem coragem de ficar de detenção logo no primeiro dia de aula?! – perguntou direto para Ron que abria e fechava a boca sem saber o que falar.

— Como é?

— Seu filho, mamãe, foi o assunto da reunião dos professores hoje. Conseguiu aprontar logo no primeiro dia. Adivinha como? Se agarrando em plena sala da vice diretora com a Luna!

Todos os olhares da mesa se viraram para os dois. Ron estava da cor de seu cabelo e a Lovegood comia sua lasanha totalmente indiferente ao que se passava na sala de jantar.

— O que você tem na cabeça garoto?! – Molly começou a gritar, mas ele logo desviou a atenção dela.

— A Gina também tá em detenção! – gritou apontando para a irmã do outro lado da mesa.

— Seu imbecil! – Ela rebateu tentando contornar a mesa para ataca-lo, mas foi parada por Hermione que se colocou no meio.

— Eu falei pra vocês que não queria ter que viver na diretoria de novo! Já basta o que eu passei com o Fred e o George!

— Não foi culpa minha mãe, foi do Harry!

— E nem minha foi!

— Cala a boca Ronald! A culpa é toda e completamente sua! – Luna gritou irritada o fazendo ficar calado.

Fred e George gargalhavam divertidos com toda a situação.

— Até a Hermione ficou.

— Cala essa sua boca idiota, Ron! – a Granger tentou voar para cima dele, mas dessa vez foi parada por Arthur.

Gina xingava o irmão de todos os nomes possíveis e Percy falava o quanto ficou envergonhado por descobrir que seus irmãos eram os novos desordeiros de Hogwarts, os gêmeos riam livrementes e Luna terminava de comer o último pedaço em outra dimensão.

— Calados! – Molly gritou mais alto que todos e só o que se escutou depois foi um silêncio ansioso. – Eu quero saber o que cada um fez e quero agora.

Assim que ela ordenou os três se encararam nervosos, mas Hermione logo pegou seu celular que tinha apitado por conta de uma mensagem.

— Adoraria senhora Molly, mas já tenho que ir. – Ela avisou andando apressada até a porta. – Obrigada pelo jantar, estava delicioso. – agradeceu e saiu correndo antes que a impedissem.

— O que foi que deu nela? – Fred perguntou confuso e foi em direção a janela da sala. De lá ele viu uma cena não muito agradável.

— O que foi irmãozinho?

— Malfoy, George, Malfoy. – respondeu com desgosto se jogando no sofá.

— O que o garoto Malfoy tem a ver com isso?

— Oh papai, tanta, tanta coisa. – Gina respondeu sorrindo e aproveitou o momento de distração para correr escada acima.

— Ginevra Molly Weasley! Não pense que essa conversa acabou por aqui mocinha! Ronald, nem ouse. – Ela avisou para o filho que já fazia um caminho em direção à porta da cozinha.

Ele resmungou e voltou a se sentar na mesa em frente a sua mãe que estava de pé com uma expressão furiosa. Ela olhou para Luna que já estava levantando discretamente e com um gesto a fez se sentar ao lado de Ron.

— Crianças, temos que falar sobre algo importante. Vocês não podem ficar se agarrando em qualquer lugar. – Arthur iniciou a conversa fazendo os dois adolescentes ficarem completamente envergonhados. – Sabemos que os hormônios estão a flor da pele nessa fase, mas é desrespeitoso e totalmente arriscado ficar se agarrando logo na sala da direção.

Fred que estava na sala logo se juntou ao irmão que via tudo apoiado na parede com um celular na mão.

— Melhor momento. – George comemorou baixinho esperando que sua mãe começasse a falar.

— Seu pai tem razão e esse agarramento leva a algo muito sério. Então nós também temos que falar sobre sexo.

Foi só aquela frase sair da boca de Molly para os adolescentes na sala se contorceram desconfortáveis. E era só o começo da palestra da senhora Weasley.


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