Protocolo - Bebê Desaparecido escrita por Pixel


Capítulo 14
Capítulo 14 - Vingadores


Notas iniciais do capítulo

Atrasada, muito atrasada, mas ainda estou aqui ;)

~~ Boa Leitura



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 Peter emergiu do mundo dos sonhos lentamente, rodando em sua cama apenas para ficar preso no meio dos cobertores. Estava quente e confortável, tanto que por um momento ele se recusou a abrir os olhos, optando por abraçar o travesseiro macio.

 Ele ficou alguns minutos assim, entre o sono e consciência, antes de decidir abrir os olhos.

 Seu corpo congelou por um instante quando Peter se virou e encarou o teto branco, sem pisca-pisca lhe cumprimentando como a muito tempo ele tinha se acostumado. Seu coração gaguejou no peito ele sentiu uma pontada de desespero florescer em seu corpo.

 Por um momento, ele não sabia aonde estava.

 Até que as memórias do dia anterior lhe atingiram.

 Peter olhou ao redor do quarto, espantado ainda com tudo o que estava acontecendo. Ele não pode deixar de sentir uma pitada de medo e excitação, não sabendo ainda o que pensar. Ele se viu sem muitas opções aqui.

 Ele estava feliz? Ele estava triste? Bem, seja lá qual for o sentimento que estava pairando sobre seu estômago, não chegava a mudar o rumo da sua vida de agora em diante. Ele ainda é o Peter, ainda é o filho perdido de Tony Stark, ainda está quebrando e com um passado sombrio nas costas.

 Ele ainda é o Homem-Aranha e tem uma responsabilidade.

 Peter então suspirou, enterrando o rosto no travesseiro mais uma vez quando pensamento veio até ele. Até agora ele não tinha parado para pensar no “amigo da vizinhança”, sua mente estava ocupada demais com outras coisas. O que ele ia fazer sobre o Homem-Aranha?

 Deixar de ser o vigilante estava completamente fora de cogitação. Ele sempre foi o Homem-Aranha por causa de um motivo; ajudar quem precisava, assim como ele queria que alguém o tivesse ajudado. Não é porque agora ele tem um teto sobre a cabeça que ele vai simplesmente deixar tudo de lado, ainda tinham pessoas em Nova York que precisavam de ajuda.

 Mas é um pouco duvidoso sobre como o sr. Stark vai agir quando descobrir. Peter não acha que o bilionário vai gostar muito da ideia de seu filho, aquele que ficou longe por tanto tempo, estar se balançando em teias pela cidade e salvando pessoas de assaltos. Ele pode chegar a proibir Peter, e o jovem não sabe como viver sem essa grande parte dele.

 Sem o Homem-Aranha.

 Sem seu alter ego, Peter não é o mesmo. Só lhe resta a parte podre e quebrada dele, não existe coragem ou força em Peter Parker, mas o Homem-Aranha tem isso de sobra.

 O Homem-Aranha não tem medo daquilo que está escondido nas sombras, mas Peter tem.

 Se não fosse pela picada, Peter jamais teria conseguido fugir. Ele jamais teria forças para encarar a vida nas ruas, mas graças a isso ele está aqui agora. Longe de Skip, mas perto o suficiente do homem que ele nunca imaginou que seria o seu pai.

 Certo. Contar para seu pai que ele é o Homem-Aranha está fora de cogitação; e parar com seus atos de vigilante também. O que resta então é mentir, continuar dizendo que ele apenas ajuda o Homem-Aranha com seus equipamentos. Nada mais. Não é complicado.

 Se ao menos Peter soubesse mentir.

 Richard sempre disse que a maior qualidade que alguém pode ter é a honestidade. Peter levou esse conceito consigo nas costas, pensando e analisando por muito tempo. Ele meio que perdeu a capacidade de mentir e não sentir remorso. Era um efeito colateral, que iria atingi-lo não importa a mentira. Esse também é um dos maiores fardos de ter um alter ego.

 Peter já tentou se convencer de que ele está omitindo e não mentindo, mesmo que ambos sejam a mesma coisa.

 Certo. Ele tinha um segredo e tinha que mantê-lo a salvo de heróis, super-saldados, espiões treinados e um homem que claramente ficará no seu pé durante muito, muito tempo.

 É. Peter estava ferrado. Ele já podia sentir a dor de cabeça começando a se formar no seu lóbulo frontal, e isso só fez com que o desejo de voltar a dormir se intensificasse mais ainda. Essa cama era tão confortável, nenhum pouco parecia com o chão sujo em que ele estava acostumado a dormir. Era como dormir em uma nuvem, quente e protegido.

 Ele poderia ficar ali o dia todo e realmente considerar a hibernação.

 — Jovem Peter? — A voz de Sexta-Feira, estranhamente gentil e apreensiva para uma voz robótica, surgiu por toda a extensão do quarto.

  Peter deu um salto, se levantando parcialmente da cama para olhar para o teto com a boca aberta.

 — Sexta-Feira? Você funciona dentro do quarto? — Ele perguntou, impressionado com toda a tecnologia que tinha dentro da Torre dos Vingadores. Era como um paraíso nerd e Peter estava se sentindo incrivelmente excitado por poder presenciar isso, algo tão diferente da sua antiga realidade.

 — Eu funciono em todos os cômodos da Torre — Ela disse. O sentimento tão claro em sua voz deixou Peter mais impressionado ainda. Era como se Sexta-Feira realmente tivesse sentimentos e não apenas uma inteligência artificial.

 Peter podia imaginar claramente o sorriso em sua voz quando ela falou.

 — Lamento incomoda-lo, mas o chefe está esperando por você no andar de baixo — Ela explicou e Peter precisou pensar por alguns segundos até identificar o que isso significava.

 Significava, apenas, que o sr. Stark estava esperando por ele no andar de baixo, provavelmente por um café da manhã, e Peter não pode deixar de se sentir ansioso com isso.

 Ele caiu de bruços na cama, um sorriso no rosto. Ele não podia ter certeza agora sobre toda a sorte dos Parker; Peter acreditou nisso durante muito tempo, pois realmente fazia sentido. Sua vida sempre foi um tombo atrás do outro e mesmo sendo adotado, ele chegou à conclusão de que adquiriu essa má sorte.

 Mas agora aqui estava ele, deitado em uma cama rodeado de travesseiros e cobertores, quente e protegido da neve e do frio que fazia lá fora. Ele se sentia a pessoa mais sortuda do mundo, e por um momento se permitiu acreditar nisso.

 Peter ficou um pouco mais naquela posição, como se estivesse se preparando mentalmente para se despedir da cama e de todo o seu conforto. Finalmente, ele impulsionou o corpo para cima e se levantou.

 — Sexta-Feira, você sabe que horas são? — Ele perguntou, parando para encara o novo monte de roupa que estava em cima do criado mudo.

 Peter se sentiu quente por dentro ao perceber que a única pessoa que podia ter deixado aquilo ali foi o sr. Stark, e isso significava que ele se preocupava com Peter. Ele estendeu as mãos e pegou a nova muda de roupa, percebendo que tinha bem mais conteúdo do que antes.

 — Agora são oito e vinte e dois — Ela disse e Peter levantou uma sobrancelha. Ele não se lembre de ter dormido até as oito, pelo menos desde que passou a viver nas ruas. Às vezes, ele passava a noite inteira como Homem-Aranha, voltando para a sua velha “casa” somente depois das nove; no inverno, ele acordava por causa do seu sentido aranha, um aviso sempre presente de que tinha algo lhe fazendo mal; no caso, o frio extremo — Gostaria de saber a previsão do tempo para hoje?

 A pergunta o pegou desprevenido. Peter afastou os cobertores do seu corpo, sentindo o ar levemente frio rodear suas pernas instantaneamente mesmo com a calça de moletom as protegendo. Ele sabia que lá fora estava nevando, com uma temperatura abaixo de zero que provavelmente iria mata-lo mais cedo ou mais tarde.

 Ele decidiu que não queria saber.

 — Não, obrigado — Ele respondeu, descendo da cama.

 O piso estava frio sobre seus pés mesmo com as meias o protegendo e Peter tremeu com o extremo contraste. Ele puxou as roupas para a cama e analisou suas opções.

 Haviam três suéteres, um azul, um cinza e outro vermelho, todos parecendo quente e confortáveis. Tinha uma camisa de moletom com a logo da NASA e Peter sorriu para isso. As calças eram parecidas, mudando somente a cor e Peter sorriu quando viu a touca e o par de luvas.

 Ele decidiu então vestir tudo que desse. Peter era sensível ao frio, não importa se tinha um aquecedor ou não, ele ainda iria tremer e amaldiçoar os calafrios que iriam rastejar pela sua espinha. Peter trocou de roupa, se encaixando em dois dos três suéteres, tendo uma preferência especifica pelo vermelho e azul, depois vestiu o moletom, ficando levemente chateado quando percebeu que não tinha um capuz.

 Ele vestiu uma das calças, um preta que surpreendentemente serviu direitinho. Peter considerou colocar as luvas e a touca, mas então reconsiderou, optando apenas por colocar as luvas no bolso da calça, caso suas mãos resolvessem ficar muito geladas.

 Ele olhou para a cama enorme na sua frente, encarando a confusão de cobertores e lençóis que ele causou durante a noite. Peter não ficou nenhum pouco chateado quando começou a arrumar a cama, ajeitando os edredons e os lençóis nos lugares apropriados. Era um hábito que ele tinha adquirido e era difícil lutar contra.

  Quando terminou, Peter saiu do quarto, encontrando com um corredor vazio e levemente mal iluminado. Seus ouvidos não captaram nenhuma movimentação naquele andar, tanto que o silêncio chegou a ser levemente doloroso. Peter tomou seu caminho pelo corredor, passando pela cozinha/sala e alcançando o elevador.

 Foi só então que ansiedade se revirou no seu interior, fazendo sua postura ficar ereta e as mãos inquietas.

 Peter ainda não sabia como agir, ele não sabia nem o que pensar. O que ele deveria dizer ao seu herói, seu modelo, o homem que ele sempre admirou, sabendo agora que ele era o seu pai? O que ele deveria dizer aos Vingadores?

 Céus! Os Vingadores. Ele iria encontrar com os super-heróis mais poderoso da Terra hoje.

 Peter engoliu em seco. Ele não se sentia merecedor de tudo isso.

 Quantas pessoas no mundo foram capazes de conhecer os Vingadores pessoalmente? Bem, ele realmente não deveria estar entre elas. Peter era, literalmente, um ladrão, como ele poderia encarar os maiores heróis da Terra sabendo que tinha esse fardo nas costas?

 Ele podia sentir seu peito se apertar com cada respiração, chegando a ser doloroso.

 Peter resolveu se mexer em vez de ficar pensando, pois certamente ele era capaz de passar o resto do dia ali, matutando sem parar. Ele chamou o elevador e esperou, inquieto, mudando o peso de um pé para o outro sem parar.

 Logo, as portas se abriram e a cabine vazia apareceu. Peter entrou um pouco hesitante, brincando com as mãos agora úmidas de suor frio. Ele pigarreou antes de pedir ajuda a Sexta-Feira.

 — Sexta-Feira? Pode me levar até o andar onde o sr. Stark está? — Ele perguntou, voz fraca e tímida, mesmo quando ele sabia perfeitamente que estava falando com uma I.A que não iria julga-lo.

 — Claro, Peter — As portas se fecharam e o elevador começou a descer. Peter se perguntou o quão fácil era a vida quando se tinha uma inteligência artificial ao seu lado; certamente estudar ou fazer o dever de casa não podia ser algo difícil.

 Não demorou muito e o elevador parou, fazendo a ansiedade revirar quase que dolorosamente na barriga de Peter. As portas se abriram e ele se encontrou olhando para uma enorme sala, tão grande quanto o antigo apartamento onde Peter morava com seus pais. O cheiro agradável de panquecas alcançou os seu sentindo, fazendo seu estômago rosnar em uma constante onda de fome.

 Seu queixo caiu por um instante e Peter deu alguns passos para fora do elevador. Seus olhos foram automaticamente para as janelas, que iam do chão ao teto com toda a sua magnificência. A visão era de tirar o folego e Peter provavelmente se sentiria assim sempre que a visse.

 Era a cidade de Nova York por cima, parecendo bem mais bela do que quando ele está se balançando com as suas teias. Claro, as teias lhe proporcionam um sentimento de liberdade, um sentimento único que sempre ficará marcado em Peter, mas ele quase nunca tem tempo para admirar a vista da cidade apropriadamente.

 Era por isso que toda essa visão era tão bela e encantadora para ele.

 Fazia quase um mês que ele não saia como Homem-Aranha, e a visão da cidade de cima fez seu coração se apertar. Ele tinha saudades de se balançar pelos prédios, de cair em queda livre e saber que nunca iria atingir o chão.

 Essa era uma das melhores partes de ser o Homem-Aranha.

 — Peter! — Uma voz o chamou, tirando Peter dos seus pensamentos. Ele olhou na direção da voz e só então notou a presença do sr. Stark na sala, encostado em uma parede distante.

 O bilionário estava falando ao telefone, então ele fez um movimento para Peter se aproximar. O jovem aranha franziu os lábios antes de decidir se aproximar, evitando sequer tocar na mobília ao redor da sala.

 — Sim ele está aqui — Sr. Stark lhe lançou um breve sorriso, afastando o celular da orelha para falar com Peter. — Gostaria de falar com os seus tios?

 Peter arfou, não contendo o sorriso que tomou conta do seu resto. Há quanto tempo ele não falava com os seus tios? Parecia séculos! Ele nem ao menos se lembra de como é a voz de May ou Ben.

 Ele não hesitou em acenar firmemente, sendo que nem sabia o que iria dizer.

 Sr. Stark entregou o telefone e Peter foi rápido em colocá-lo no ouvido, sentindo seu coração vibrar quando ouviu a voz do outro lado.

 — -uando você pode vir?

 — Oi Tia May... — Ele a cumprimentou, ainda um pouco hesitante.

 — Peter? Oh meu Deus querido como você está? — Tia May começou a falar, rápido demais. Ele podia ver o sorriso em seu rosto e sentiu-se quente por dentro. — Ben! É o Peter! Venha falar com ele

 Peter sorriu, sentindo-se nostálgico. Ele realmente tinha esquecido de como era a voz da Tia May

 — Estou bem — Ele disse, rindo levemente. Era meio obvio que May não tinha escutado, mas Peter falou mesmo assim.

 Ouve um alvoroço na outra linha e Peter se permitiu desviar o olhar para o sr. Stark que ainda estava na sua frente, lhe encarando com um brilho nos olhos.

 — Peter? — A voz do tio Ben o pegou desprevenido. Sua garganta fechou de repente Peter estava muito consciente dos seus sentimentos.

 Ele sempre amou seus tios, algo espontâneo e que veio desde o primeiro momento que os conheceu. Peter esteve longe dessa vida por muito tempo, ele se esqueceu que ainda restava uma pequena parte da sua família lá fora.

 Ele se esqueceu de que ainda era um Parker, mesmo que de fachada.

 — Oi tio Ben — Ele disse, com uma leve pontada de tristeza em sua voz. Peter realmente queria que eles estivessem na sua frente agora.

 — Peter! Como você está? Já faz tanto tempo!

 — Nós estávamos falando com o Stark agora. Diga pra ele que é melhor ele trazer você aqui pra uma visita — Isso foi a tia May, claramente dividindo o telefone para conseguir falar alguma coisa.

 Peter se encolheu quando, de repente, um peso a mais recaiu sobre seus olhos. Ele estava distraído e não percebeu quando o sr. Stark se aproximou e jogou um dos braços ao redor dos seus ombros, o puxando para mais perto.

 Ele não lutou contra o aperto, tentando ao máximo relaxar os seus ombros mesmo com a proximidade.

 — Sim, eu vou falar pra ele — Peter olhou se soslaio para o bilionário, sentindo um rubor subir ao seu rosto quando notou o sorriso contente que estava estampado no rosto do homem.

 — O que aconteceu Peter? Aonde você esteve todo esse tempo? — Isso foi Ben, e na mesma hora Peter sentiu seus ombros caírem.

 Ele ficou tenso, sem ter o que dizer.

 Existia, claro, um motivo de ele ter fugido, mas era fácil admitir isso para si mesmo, mas agora falar abertamente o que aconteceu? Isso era algo completamente diferente!

 Peter sentiu a amargura na boca e o um sentimento doente apertar seu coração. Ele não podia evitar; isso era apenas as memórias de Skip agindo. Ele estava com medo — apavorado na verdade — e falar sobre isso era como admitir o seu passado, era como admitir que ele passou por tudo aquilo e que as marcas ainda existiam em seu corpo e mente.

 Ele tinha tomado uma decisão a muito tempo, a decisão de que iria fazer o possível para deixar o passado no passado e lembrar apenas das coisas boas, nesse caso, Richard e Mary.

 — Tudo bem, tudo bem, não precisa responder garoto — Ben disse apressadamente, sua voz cheia de apreensão. Peter se sentiu grato por seu tio não ter investido no assunto. — Mas nós ainda temos muito o que conversar

 — Eu vou fazer um bolo de chocolate pra você! — Peter riu.

  Memórias de quando ele ainda era uma criança vieram a sua mente. Houve dias em que Peter iria passar horas e horas com seus tios, geralmente quando Richard e Mary estavam ocupados.

 Sempre que ele estava por perto, May tentava cozinhar alguma coisa, o que na maioria das vezes resultava no alarme de incêndio sendo acionado. Certa vez todo o prédio onde eles viviam foi evacuado por causa de tacos queimados.

 Essas eram as memórias que traziam um sorriso ao seu rosto, parecendo agora de outra vida.

 — Tente não botar fogo na casa tia May — Ele disse, claramente brincando. Seu sorriso se ampliou quando ele ouviu um suspiro indignado do outro lado da linha.

 — Eu não acredito — Tia May disse, incrédula. — Ben, ele se lembra! Como você se lembra?

 — Como eu vou esquecer...?

 Peter sentiu seu coração derreter, tanto pela briga que começou a florescer do outro lado da linha quando pela forma que o sr. Stark estava acariciando seu ombro. Era o tipo de afeto que ele não se lembra de ter tido nos últimos anos, e foi mais do que bem-vindo.

 Tony estão o puxou para o lado, começando a guia-lo pela enorme sala até uma outra porta.

 — Pelo menos você não mudou em nada Pete — Ben disse depois que conseguiu acalmar um pouco sua esposa. Peter podia claramente ver o orgulho em sua voz e por causa disso ele se permitiu relaxar. — Você pode passar por seu pai? Nós temos algumas coisas pra falar com ele

 — Certo — Peter acenou, mas antes de entregar o celular para o sr. Stark ele pode ouvir a voz de May.

 — E não fuja de novo, senão quem vai atrás de você vai ser eu! — Ele riu disso.

 — Tchau tia May. Tchau tio Ben — Peter sorriu ao ouvir as despedidas calorosas de seus tios e entregou o celular para o sr. Stark.

 O bilionário tinha lhe puxado para uma espécie de sala de jantar, com uma enorme mesa no centro e uma cozinha ao longe. Ele suspirou quando percebeu o quão elegante era o lugar, se sentindo instantaneamente deslocado no meio de tudo aquilo.

 A mesa tinha pelo menos 12 lugares, se estendendo por grande parte da sala. Havia também mais ao longe um minibar, com armário por toda a extensão das paredes. A iluminação era forte e Peter evitou olhar para cima, sentindo seus olhos doerem apenas com o breve olhar que ele deu para o lustre aceso.

 O jovem aranha então sentiu metade do seu calor corporal ir embora quando Tony se afastou, agora com o telefone em mãos. Ele fez um esforço para espantar a admiração da sua mente e tentar entender o que o bilionário estava falando.

 — Vocês vão estar em casa na semana que vem? — Tony perguntou, contornando a enorme mesa.

 Logo atrás dele Pepper se aproximou, parecendo agora mais casual do que ontem. Peter não pode deixar de notar o prato com uma pilha de panquecas que ela estava trazendo.

 Seu estômago roncou com a visão.

 — Bom dia Peter — Ela o cumprimentou, oferecendo um sorriso amigável e incrivelmente caloroso.

 Por um momento, Peter a comparou com Mary, já que sua mãe adotiva tinha esse mesmo sorriso no rosto quando o encarava. Ele deixou que seu peito se aquecesse por um instante, mas logo se forçou a deixar esses pensamentos de lado.

 Pepper não era Mary. Ela provavelmente nem tinha a intenção de ser sua mãe. Ela estava apenas sendo amigável com o filho do seu namorado, algo que todas as mulheres boas fazem.

 — Bom dia srta. Potts — Ele a cumprimentou, tentando retribuir o sorriso, mas ainda se sentindo assombrado pelos pensamentos anteriores.

 — Me chame de Pepper querido. É mais fácil — Ela disse e colocou o prato fumegante de panquecas logo no assento na sua frente. — Coma. Fiz esses especialmente pra você

 — Sério? — Peter não pode conter a pergunta, saiu completamente no automático.

 — Bem... eu gostaria de dar créditos ao Scott, mas a única coisa que ele fez foi derrubar dois quilos de trigo em si mesmo — Ela mesma riu, parecendo divertida. Peter por sua vez franziu o cenho, tentando se lembrar quem era Scott. — Eu vou pegar um suco pra você

 Antes que Peter pudesse responder, Pepper já estava voltando para a cozinha. Ele engoliu em seco, sem saber muito bem o que fazer e ainda se sentindo ansioso.

 Peter olhou para baixo, paras as panquecas cobertas com calda de chocolate. Ele franziu os lábios sem saber muito bem quando foi a última vez que ele comeu panquecas no café da manhã, ou quando sequer comeu um café da manhã completo.

 Seu estômago roncou mais uma vez, fazendo Peter encolher os ombros. Ele puxou a cadeira e se sentou, se sentindo desconexo no meio daquela enorme mesa.

 Peter respirou fundo e pegou o garfo, resolvendo simplesmente ignorar o ambiente a sua volta e satisfazer o seu estômago. Ele mastigou a primeira garfada e sentiu um sorriso se formar em seu rosto.

 Essas panquecas eram ótimas! As melhores que ele comeu em anos.

 Peter se forçou a comer devagar, em vez de simplesmente devorar a pilha de panquecas. Ele tentou prestar atenção em outra coisa, que no caso foi a conversa que seu pai ainda estava tendo no telefone não muito longe.

 — Sim, certo. Mas eu ainda tenho que resolver algumas coisas — Ele parou de falar, franzindo os lábios, parecendo pensativo. —Acho que em uma semana... talvez duas. Vai depender do tempo na verdade... certo. Sexta que vem então

 Peter acabou se distraindo, tanto que ele nem reparou na nova figura que tinha entrado na sala e agora estava batendo em seu ombro amigavelmente. Ele congelou e instantaneamente se virou para ver quem era.

 — Você deve ser o Peter! — Era um homem.

 Peter arregalou os olhos quando o reconheceu, sentindo seu coração gaguejar no peito.

 Ele esteve longe da internet e das notícias durantes os últimos anos, mas de vez em quando ele parava para ver o noticiário — geralmente exibido em uma televisão exposta em uma vidraça de uma loja de eletrodomésticos —, onde J. Jonah Jameson gritava para uma câmera. As vezes ele tinha a sorte de encontrar um jornal do Clarim Diário jogado no chão.

 E as vezes ele tinha a sorte de encontrar algo relacionado aos Vingadores, mas nunca foi capaz de entender completamente as notícias.

 Certa vez ele encontrou um pedaço de jornal rasgado que falava sobre o mais novo Vingador, um tal de Homem-Formiga. Haviam boatos nas ruas de que ele era um ladrão antes de se tornar um Vingador, mas agora, olhando para o herói de perto, Peter realmente não conseguia colocar uma ligação entre as duas linhas.

 — Scott Lang — Ele estendeu uma mão para Peter, que não hesitou em cumprimenta-lo com um enorme sorriso no rosto.

 Ele estava, de fato, conhecendo um Vingador, um sonho de muitas crianças por aí. Peter não pode evitar, ele estava borbulhando por dentro, a mesma sensação que ele teve ontem quando percebeu que Tony Stark estava ao seu lado.

 — É um prazer conhece-lo — Peter sorriu, não conseguindo conter a sua excitação. Talvez ele estivesse apertando a mão do Homem-Formiga forte demais, mas o herói não pareceu se incomodar. — Peter Parker... eu acho!

 Scott riu e soltou sua mão, apenas para bagunçar os seus cabelos amigavelmente.

 — Você tem energia garoto — Ele brincou. — E um aperto de mão bem forte

 — Desculpa por isso sr. Lang — Peter levantou as mãos, tentando se desculpar. Ele logo começou a divagar como sempre fazia quando estava entusiasmado.  — É só que- Wow isso é tão incrível! Eu realmente estou falando com o Homem-Formiga!

 — Tudo bem garoto — Scott riu, seus olhos ganhando um brilho a mais enquanto observava o mais novo. — Estou feliz que eu tenha outro fã além da minha filha

 Peter abriu a boca para responder, esquecendo completamente das panquecas na sua frente, quando Pepper saiu da cozinha com um copo de suco de laranja em mãos.

 — Você vai limpar a cozinha Scott — Ela disse e caminhou até Peter, deixando o copo na frente do garoto que aceitou de bom grado.

 — Ahh sério Pep? Estou falando com um fã aqui! — Ele gesticulou para Peter, parecendo agora um pouco chateado.

 — Ninguém manda sujar toda a cozinha com trigo — Ela disse e praticamente enxotou Scott da sala de jantar.

 Peter deixou seus ombros caírem, voltando sua atenção para as panquecas meio comidas na sua frente. Ele pegou de novo o garfo e voltou a comer. Peter levantou um olhar quando registrou uma movimentação logo na sua frente.

 Era o sr. Stark, e ele estava puxando uma cadeira para se sentar na frente de Peter.

 — Desculpa Tony, mas as ruas estão completamente fechadas — Ele ouviu Pepper dizer enquanto ela passava por Peter e arrumava um lugar logo ao seu lado. O mais novo não pode deixar de notar quando o sr. Stark resmungou, encolhendo os ombros.

 —E a dra. Cho não pode fazer isso? — Ele perguntou, passando a mão pelo rosto. Peter notou que ele parecia um pouco mais descansado agora, sem as olheiras e a pele corada, apesar de que sua barba estava precisando de um aparo.

 — Tony, amanhã é ano novo, duvido muito que ela queria trabalhar — Pepper explicou, quase como se fosse um assunto obvio demais.

 Peter arregalou os olhos para a nova informação, ele realmente não prestava muita atenção nos dias quando estava nas ruas, mas pensar que o ano já estava acabando o deixou assustado.

 As férias de fim de ano terminam em uma semana então, isso quer dizer que ele provavelmente vai voltar a estudar logo, logo. A ideia em si não era aterrorizante, mas pensar que ele teria que voltar a ter uma vida de adolescente normal o deixou ansioso.

 — Sexta-Feira, podemos fazer um teste de DNA com os equipamentos do Medbay? — Tony perguntou, cruzando os braços enquanto esperava uma resposta. Peter não pode deixar de sentir que estava perdendo algo.

 — Sim, chefe, não é necessário muita coisa — A I.A não demorou muito para responder.

 — Ótimo! — Ele disse quase que aliviado. — Prepare tudo então, nós já vamos descer

 Peter se encolheu quando sentiu uma mão alisando amorosamente seus cabelos, ele se virou e encarou Pepper, que parecia estar pensando em alguma coisa. Ele não reclamou ou tentou se afastar, apenas deixou que ela brincasse com os fios castanhos.

 — Você precisa cortar o cabelo Pete — Ela brincou e Peter sentiu seu rosto esquentar com isso. — O que achou das panquecas?

  Isso sim causou um sorriso no rosto do menor, que respondeu rapidamente.

 — Estão ótimas srta. Potts — Ele disse, mas Pepper levantou uma sobrancelha e parou de mexer no seu cabelo instantaneamente. Peter pegou a mensagem. — Pepper —Ele se corrigiu com um encolher de ombro.

 — Que bom! Acho que fui bem para uma primeira tentativa — Ela piscou.

 Peter voltou a comer em silêncio, tentando ainda assim prestar atenção na conversa que começou a florescer entre Pepper e Tony.

 — Nós vamos ter que ir as compras amanhã — Pepper disse, deixando em fim o cabelo de Peter em paz. — Ele não pode ficar usando as suas roupas pra sempre

 — É eu já sei. Você vai vir junto? — Tony se inclinou para frente na mesa, alternando seu olhar entre Peter e Pepper.

 — É claro. Ou você acha que eu vou deixar vocês sozinhos em um shopping?

 — Claramente não

  Ele se deixou ouvir a conversa do casal, prestando atenção nos planos dos próximos dias. Peter tentou reprimir a ansiedade quando Tony começou a falar sobre os planos para a próxima semana.

 Céus! Era muita coisa e ele podia se sentir cansado só de pensar.

 Peter estava imerso, mas ainda capaz de ouvir todos os sons no andar — incluindo o de a confusão de panelas e armários na cozinha—, então ele foi mais do que capaz de ouvir quando, de repente, as portas do elevador se abriram. Era leve, mas o que mais ficou claro para Peter foram os passos que vieram logo em seguida.

 Ele sentiu todo o seu corpo congelar e então ele se lembrou de quem mais vivia nessa Torre.

 Engolindo em seco, Peter fez um esforço para ouvir os outros moradores, ignorando a conversa do casal na sua frente.

 — Aonde ele está? — Alguém disse, como se estivesse olhando ao redor, mas foi baixo, apenas um sussurro curioso.

 Peter deixou o garfo cair no prato em um baque surdo. As panquecas estavam quase acabando agora, mas ele estava se sentindo enjoado e considerou deixa-las de lado por agora.

 — Eu não sei. Ele pode estar dormindo ainda

 Peter prendeu a respiração, se sentindo extremamente nervoso agora e querendo apenas que o chão se abrisse e o engolisse, talvez assim ele não tivesse que lidar com os heróis mais poderosos da Terra.

 — Você está bem Peter? — A voz do sr. Stark foi um alivio para Peter, era como ter algo em que se segurar. Ele empurrou mais uma garfada de panquecas para a boca e se forçou a engoli-la, tentando ao máximo oferecer um sorriso leve ao homem na sua frente,

 — Estou bem — Ele disse, uma mentira fajuta. Para se distrair, Peter comeu outra garfada, como se isso fosse diminuir o nó de nervosismo que estava se contorcendo no seu estômago.

 — Parece que hoje temos panquecas. Eu vou querer um pouco! — Alguém disse, uma voz divertida que tinha acabado de invadir a sala de jantar.

 — Perto do fogão, Clint — Pepper disse, gesticulando para a cozinha com um aceno.

 Peter olhou por cima do ombro, ainda não preparado mentalmente para encontrar com outro Vingador tão cedo. Dessa vez era alguém que ele conheceu diversas e diversas vezes na televisão, admirando de longe.

 O Gavião Arqueiro estava logo ali, e apenas a visão do herói fez o coração de Peter saltar e ele se sentiu animado, nervoso, ansioso e completamente perdido. Era uma mistura de sentimentos estranha, mas que ele teve que lidar para simplesmente não pirar.

 — Ele já acordou? — O herói perguntou, cenho franzido enquanto olhava para Peter com uma enorme simpatia brilhando nos olhos. Ele se aproximou e estendeu a mão para bagunçar os cabelos de Peter, deixando o garoto em êxtase com o toque inesperado.

 No primeiro momento, Peter queria se afastar, mas se viu paralisado.

 — Eu sou Clint garoto, mas você já deve saber disso — Ele disse, cumprimentando Peter da forma mais estranha possível.

 Apesar disso, Peter realmente apreciou as boas-vindas. Por um momento ele considerou contar quantas vezes alguém bagunçou seus cabelos hoje, mas então percebeu que não valia a pena.

 Gavião arqueiro então se afastou, tão rápido quanto veio.

 — Quanta modéstia Barton — Scott resmungou de dentro da cozinha, alto o suficiente para que Peter conseguisse ouvir.

 — Que que aconteceu aqui? — Gavião Arqueiro perguntou assim que botou os pés na cozinha, parecendo indignado.

 — Aconteceu que alguém deixou o trigo aberto! — Scott respondeu, parecendo agora irritado. — Como se já não bastasse jogarem o pó de café na pia agora deixam o pacote de trigo aberto

 Peter desviou o olhar, tentando ignorar a discussão. Ele então percebeu que tinha acabado suas panquecas e resolveu tomar o suco que Pepper lhe trouxe. Ele esperava que isso ajudasse a relaxar a tensão em seu estômago, mas não aconteceu nada.

 — Quem foi que fez panquecas? — Alguém perguntou, ao mesmo tempo que alguns murmúrios de “bom dia” ecoavam pela sala.

 — Foi eu — Pepper disse, se levantando da cadeira ao mesmo tempo que puxava um celular para fora do bolso. — Preciso ir agora — Ela disse, olhando especificamente para Tony e Peter. —E Tony, eu vou mandar a sua agenda pra semana que vem por mensagem, é melhor visualizar — Ela disse Peter viu quando o sr. Stark revirou os olhos e acenou brevemente.

 Pepper então bagunçou seus cabelos uma última vez antes de se afastar. Ele foi rápido em terminar seu suco, seguindo a mulher com o olhar, mas ele não estava preparado para encontrar com o Capitão América e o Falcão que entraram na sala de jantar logo depois que Pepper saiu.

 Os olhos do Capitão pousaram em Peter automaticamente, fazendo com que ele se encolhesse com a visão do herói e saldado lendário.

 Peter não pode evitar, ele se lembrou dos quadrinhos do Capitão América que Richard tinha guardados em uma caixa e que em dias chuvosos ele se permitia ler tranquilamente. Lembranças de tempos bons e queridos que estavam apenas na sua memória agora.

 Talvez foram essas lembranças que o fez sorrir para o saldado.

 Por um momento, ambos ficaram quietos. Peter podia dizer que o falcão também tinha lhe visto, mas por algum motivo tinha se virado, voltando para a sala enquanto dizia alguma coisa.

 Ele sabia que se tivesse feito um esforço, teria ouvido o que o homem disse, mas como sua atenção estava totalmente focada no Vingador logo na sua frente, Peter não ouviu.

 — Você deve ser o Peter. É um prazer conhece-lo — O Capitão disse, estendendo a mão para Peter que não hesitou em cumprimenta-lo, seu coração saltando no peito ao perceber que ele realmente estava aqui, falando com um saldado de quase 100 anos.

 Novamente, ele pode ou não ter apertado a mão do capitão forte demais.

 — Pode me chamar de Steve

 — É-É uma honra conhece-lo capitão! — Peter disse, não fazendo o menor esforço para conter o sorriso que dominou suas feições.

 Ele estava realmente falando com Steve Rogers.

 Peter nem ao menos notou quando, de repente, Tony estava pairando sobre ele, quase que de forma protetora. O jovem aranha olhou para o pai por cima do ombro, percebendo que havia um meio sorriso no rosto do bilionário, mas algo sobre ele deixava claro que Tony estava tenso.

 O Capitão sorriu, levantando o olhar para o sr. Stark.

 — Ele parece ser um bom garoto Tony — Ele disse, fazendo o coração de Peter gaguejar quando ele percebeu que o Capitão América simplesmente o elogiou gratuitamente.

 — Preciso concordar com você — Tony disse, estendo a mão para apertar protetoramente o ombro de Peter, um gesto simples, mas que ainda deixou o menor levemente confuso.

 Havia uma tensão no ar, e ele não precisava de um sentido aranha para saber disso.

 Os próximos minutos passaram como um borrão, praticamente. Natasha Romanoff — a própria Viúva Negra! O quão incrível isso era? — o cumprimentou, não parecendo assustadora ou intimidante enquanto oferecia um meio-sorriso para ele. Na verdade, ela parecia tão casual com o cabelo preso e a roupa de treino que Peter se viu espantado com o quão simples os heróis mais poderosos da Terra poderiam ser.

 Falcão foi o último a falar com ele, brincando com Tony sobre alguma piada interna que Peter não entendeu.

 — Vamos Pete, nós temos algumas coisas pra fazer — Sr. Stark bateu em seu ombro e Peter tomou isso como um aviso para ele se levantar.

 — O que? Você já está levando ele Stark? — O Gavião Arqueiro perguntou, com a boca cheia de panquecas.

 — Temos algumas coisas para resolver — Tony disse, alcançando o ombro de Peter para guia-lo, novamente. Isso estava se tornando um gesto comum e ele resolveu se acostumar com ele. — Depois vocês podem jogar Mario Kart com ele

 Talvez Peter estivesse ficando maluco, mas ele com certeza viu uma onda de excitação passar tanto pelo Gavião Arqueiro quanto pelo Capitão América, como se ambos estivessem ansiosos por isso.

 Então era isso que os Vingadores faziam enquanto não estavam salvando o mundo? O qual casual tudo isso poderia ser?

 Sr. Stark começou a guiar Peter de volta para a sala de estar. Peter realmente queria contraria-lo apenas para ficar e ouvir o que os heróis tinham para dizer, mas acabou decidindo que o sr. Stark provavelmente tinha algo importante para fazer sobre ele, já que ele e Pepper estão conversando sobre “exame de DNA” e “assistente social” desde ontem.

 Por causa da sua audição aprimorada, Peter pode ouvir alguns murmúrios antes do elevador chegar.

 — Ele é a cara do Tony! — Alguém disse.

 — Eu achei ele bem-educado, isso não é normal...

 — Que que vocês estão falando? Eu só espero que ele seja bom no Mario Kart porque você Cap é horrível

 — Fecha a boca enquanto come Clint

 Peter franziu o cenho, fazendo um pequeno esforço para não rir da conversa que ele acabou de ouvir. De repente ficou claro que todo o nervosismo que ele estava sentindo antes foi em vão e isso o deixou mais leve.

 As portas do elevador se abriram e ambos entraram.

 — Onde estamos indo? — Peter perguntou, se virando para encarar o bilionário ao seu lado, ganhando um olhar calmo e amoroso em troca. Claramente não tinha com o que se preocupar.

 — Eu preciso apenas fazer alguns testes garoto — Ele disse, erguendo sua mão para afagar os cabelos de Peter assim como Clint fez há alguns minutos.

 A diferença dessa vez foi que o garoto se derreteu no toque carinhoso, se inclinando para mais, realmente carente por algum tipo de afeição que não lhe causasse nenhuma dor ou desconforto.

 Peter nem se sentiu envergonhado, mesmo sabendo com absoluta certeza que Tony tinha notado.

 — Espero que não se importe em ser minha pequena cobaia — Tony disse, afastando a mão de forma relutante. Peter não reclamou, mesmo sentindo falta do toque carinhoso.

 As portas do elevador se abriram e Peter se viu dentro do que parecia uma enfermaria enorme e chique, cheia de equipamentos médicos e até mesmo alguns bancos de espera. Era como um mini hospital dentro da Torre.

  — Bem, aparentemente o ano novo é uma comemoração importante para grande parte da população, isso inclui a dra. Cho— Tony disse, avançando para dentro do lugar, Peter o seguiu, ficando logo atrás. — Então vamos fazer isso sozinhos. A única coisa que vou precisar é de um fio de cabelo

 Peter entendeu o que ele queria dizer, e por algum motivo se sentiu nervoso.

 Uma parte obscura da sua mente começou a trabalhar e ele podia jurar que era agora que a as coisas iriam dar errado. Era apenas a sorte dos Parker afinal.


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Notas finais do capítulo

Me perdoe por qualquer erro, grande parte desse capítulo foram cenas adicionais, o que quer dizer que eu escrevi em cima da hora. Não ligue para os error ortográficos!

~~ See Ya Later



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