Orgulho, Preconceito e.. Georgiana? escrita por Chibi Lele


Capítulo 6
Eutanásia.


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, eu lido muito mal com prazos kkkkkkk só me resta pedir perdão pra vocês. Eu não pretendo abandonar essa fic e eu já estava com metade do capítulo pronto, mas eu realmente não consigo escrever com barulho ao meu redor, o que é muito difícil de se obter kkkkkkk Por favor, me digam o que estão achando, o que não estão gostando e o que querem que eu melhores. Beijinhos ;)



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Há horas Georgiana não era incomodada, agora deitada em sua cama, já mais calma, repassava em sua mente tudo que havia acontecido nos últimos dias.

Quando chegou, a menos de um mês, ficou apenas dois dias sozinha. Nem havia tido tempo para repensar tudo o que havia conversado com o primo quando George Wickham reapareceu em sua vida, como um perfeito cavalheiro. 

Agora, pensando melhor, tinha sido a pior das ingênuas, era tudo tão óbvio, se encontravam por acaso tantas vezes, era como se Wickham fosse o único jovem daquela pacata cidade. Sra Younge também não tinha sido nada discreta, apesar de tudo, Georgiana sentia que a culpa era exclusivamente sua. 

~x~

    Usando o vestido dado pelo irmão antes de sua partida, Georgiana se mantinha sentada na areia com uma prancheta em suas pernas enquanto desenhava a vista marinha. 

A garota apreciava muito aqueles momentos, era uma solidão confortável, apesar de sua acompanhante não estar muito longe. Sra Younge conversava com alguns pescadores a apenas alguns metros de si. 

Senhorita Darcy?! - uma voz grave e aparentando espanto soou por cima de sua cabeça.

Georgiana logo seguiu com seus olhos a voz, mas o sol forte a impedia de distinguir o cavalheiro que parecia lhe conhecer. O homem ao se abaixar acabou sendo atingido pela sombra do guarda sol da menina, podendo enfim se fazer reconhecido, fosse pelo caloroso sorriso ou pelos olhos cor de mel. 

~x~

Talvez, se tivesse ficado em casa aquele dia, não estivesse tão vulnerável nos próximos.

Nunca tendo espaço para pensar, com o tempo, sufocou seus sentimentos, e focou apenas no que poderia vir a ser útil e agradável. 

~x~

    A presença de Wickham sempre foi agradável, para quem quer que fosse, até sua tia parecia gostar do filho do administrador de seu pai.

Faziam apenas 5 dias que se viam, quando o homem lhe propôs pela primeira vez, falando sobre destino e oportunidade, ela realmente pensou que talvez fosse Deus intercedendo em seu caso.

— Sabe Georgiana, nos conhecemos a tanto tempo, e eu, particularmente, gosto muito da sua companhia. 

— Saiba que é recíproco Senhor Wickham - respondeu a menina sorrindo com os olhos. 

Aquele era realmente um ótimo dia para passear. Ao lado do homem desfrutava de uma boa conversa, sendo a maior parte histórias dele, se aventurando pelo mundo, depois de deixar Pemberley, enquanto sua acompanhante e sua empregada iam logo atrás se certificando de não deixá-los sozinhos. 

— Já disse para me chamar por George. - ele a repreendeu enquanto sorria. - É minha mais antiga amiga e te considero muito, mais até do que talvez devesse. 

A jovem se limitou a olhá-lo em dúvida sobre o que o homem realmente queria expressar. 

— Sabe Georgie. - o homem parou de repente, pegando em suas mãos - não espero que responda qualquer coisa agora, apenas gostaria de deixar claro meus sentimentos por ti, sentimentos que imploram para serem ditos. Quando lhe reencontrei nessa praia foi como se os momentos mais felizes que já tive o prazer de viver viessem junto, nenhuma de minhas aventuras se compara ao prazer de estar ao seu lado caminhando nessa praia, não sei quando, ou o momento exato, mas sei que meu amor de amigo por ti evoluiu para uma admiração de cavalheiro para senhorita. És realmente uma jovem magnífica.

Georgiana não sabia o que pensar naquele momento, aquilo era uma declaração? Nunca havia parado para pensar no velho e bom amigo daquela forma, mas olhando-o agora, com surpresa, realmente notava um homem muito bem apessoado, na flor de sua juventude. Mas com uma névoa, rondando em sua cabeça, por não saber reagir, simplesmente agradeceu os elogios e continuou a caminhar. 

Aparentando desapontamento o homem se ofereceu para deixá-la em casa, e assim se seguiu aquele “desastroso” dia.

Já em casa, descansando na varanda, pôde ter a companhia da Senhora Younge. 

— Parecia incomodada hoje. - a mais velha começou - O Senhor Wickham fez algo que a desagradou? - perguntou com cautela.

— Não, claro que não. - a menina logo tratou de esclarecer o ocorrido de antes para que sua acompanhante não criasse um mau juízo do rapaz. 

— Entendo. - ela disse por fim. - Mas, o que o respondeu. 

— Bem, eu o agradeci.

— Então, não gosta dele?!

— Não é bem assim, eu gosto dele, mas como amigo. - Georgiana começava a se explicar sem entender nem mesmo o que sentia, sua cabeça estava uma zona ultimamente, e havia considerado pouco a proposta antes de ser interrompida pela Sra Younge. - Nunca tinha parado para vê-lo dessa forma, apenas isso. 

— Hm. - a mulher mais velha resmungou enquanto coçava seu queixo e olhava para paisagem de forma enigmática. 

Georgiana logo ficou curiosa: 

— O que está pensando Senhora? 

— Não é nada. - respondeu a mulher endireitando sua postura.

— Pode me falar. - Georgiana que tinha conhecimento da sabedoria de sua acompanhante ansiava por saber o que a mulher pensava da situação, talvez clareasse suas ideias. 

A senhora então se levantou, andou de um lado para o outro e finalmente parou em frente a mais nova, olhando-a nos olhos. 

— Deveria decidir o que sente pelo cavalheiro o mais rápido possível. Jovens dessa idade mudam de pensamento a cada semana. Veja mesmo o amigo de seu irmão, a cada vez que eu o vejo o garoto parece prestes a se casar, isso não o faz ruim, de modo algum, mas a indiferença que as moças demonstram hoje em dia afugentam o que poderia ser uma perfeita união. 

— Mas por mais perfeita que seja essa união ainda não se tem certeza sobre o amor. - Georgiana começava a argumentar - Se Charles desistiu tantas vezes assim era porque realmente não amava a garota. 

— O amor se constrói depois, com o tempo. Se nos prendemos a tais futilidades corremos riscos desnecessários, o que quero dizer querida é que com as suas ligações talvez esta seja a única oportunidade que terá de se apaixonar. 

— Não concordo com o que diz. - a menina respondeu se levantando, não gostando do rumo que a conversa tomava  - Estou exausta, estarei no meu quarto.

 

Na manhã seguinte era como se nada tivesse acontecido no dia anterior, Wickham as havia encontrado, novamente caminhando pela orla, mas dessa vez tomaram um caminho diferente, o homem as convidou para passear pela pequena cidade, visitando praças, lojas, tendo conversas agradáveis e fazendo brincadeiras. O clima não era pesado, o jovem não parecia se importar com o fato de ter quase sido rejeitado pela mesma senhorita com quem se encontrava hoje, Georgiana gostava daquela postura, não se via pressionada, mas as palavra da Sra. Younge a incomodavam. 

Wickham de repente se precipitou em uma loja mais a frente, retornando com um sorvete para a menina, lhe fazendo sorrir e pegando novamente seu braço. Era quase final de tarde quando finalmente retornaram a casa em que estava hospedada, com o homem beijando-lhe a mão se despediram, mas antes de entrar a casa Georgiana se pôs a falar, se mantendo séria:

— Sra. Younge, por que ontem disse que com minhas atuais ligações está seria a única chance de me apaixonar? 

A Sra em questão ficou um tanto quanto encabulada, retorceu a barra de seu vestido mas logo se pôs a falar:

— O que quis dizer ontem Srta. Darcy - a mulher disse frisando o sobrenome de sua protegida - é que uma dama, principalmente da alta sociedade, depende apenas de suas ligações familiares para dispor de conhecidos. O que direi a seguir não é julgando a postura do jovem mestre Darcy, mas apenas expondo a realidade, seu irmão não frequenta bailes e suas amizades se resumem a alguns colegas de escola, em sua maioria já casados, e a comerciantes com quem negocia, e tão pouco parece interessado em se comprometer. A idade não importa para os homens, mas para as damas faz grande diferença. A Srta ainda é jovem… mas, por quanto tempo? Não se sabe se o destino irá presenteá-la com outra chance de poder escolher seu prometido. 

A última parte do pequeno discurso da senhora atingiu em cheio o turbilhão em que a menina se tornava, mas como que para encerrar de forma majestosa, adicionou. 

— Às vezes seu casamento até mesmo proporcione novos conhecimentos ao seu irmão.

~x~

Relembrar tudo, daquela forma tão vivida, a fez chorar novamente. Como fora burra, se sentia tão envergonhada que se recusava a lembrar dos dias seguintes, mas ainda sim pequenos flashes permeavam sua mente. 

Wickham no dia seguinte falando palavras bonitas e reiterando seus desejos, naquele momento nada parecia ensaiado, não parecia uma tragédia romântica, e quem diria que se trataria de uma! 

Ver a si mesma sorrindo e aceitando era um punhal em seu coração, mas o que lhe dava mais raiva era imaginar sua boca pronunciando que seu “noivo” deveria pedir a benção de seu irmão assim que ele chegasse em alguns dias. 

O travesseiro agora encharcado de lágrimas antigas e novas já não aguentava mais a surra que estava levando, lágrimas quentes e frias se misturavam. As de dor com as de raiva.

Ela era um mar sem descanso, calmo, e em alguns minutos, pura tempestade.

—---x----

Havia um pequeno cômodo após a sala de entrada, comumente usado para o descanso das damas, mas por ser deveras afastado dos quartos principais Darcy decidiu transformá-lo em seu gabinete temporário. As férias se foram antes de realmente começarem, e ele já previa que seu passatempo transitaria entre autoflagelação e taças carregadas de bebidas.

Após correr atrás de sua irmã horas antes, e não obter sucesso algum, decidiu, pela primeira vez em anos, desde sua juventude, ignorar suas responsabilidades e focar apenas em si, mas não da maneira mais saudável e indicada.

Quando o Coronel entrou  na sala sem bater ou se apresentar Darcy já deveria estar em sua oitava ou nona taça vazia, ele claramente não estava preocupado em contar. Com um semblante de aversão a sabe se lá o que ele olhou para o primo como se esperasse a razão para vê-lo ali.

— Não ouse me olhar como uma criança mimada Darcy. - o Coronel começou, retirando das mãos do homem a garrafa e a taça que se encontrava prestes a ser preenchida novamente. 

— Eiii - Darcy gruniu com um soluço sem realmente conseguir uma ação efetiva para impedir o mais novo de retirar o que estava em suas mãos a poucos segundos.

Enquanto o Coronel se encarregava de guardar em algum local a desgraça de seu primo, Darcy começava a massagear suas têmporas e com um suspiro tentou iniciar algumas frases até finalmente, com uma voz grogue e tentando aparentar serenidade disse:

— Imagino que já tenha organizado tudo. Obrigado! - com mais um suspiro e dessa vez olhando nos olhos do homem à sua frente continuou - Eu sei que sumi com a velocidade de um furacão, mas eu estava esgotado.

— Você me deve muito mais que um obrigado Darcy! - dessa vez o Coronel que grunhiu olhando com intensidade pela primeira vez para o primo. 

— Como disse? - Darcy começou mas logo foi interrompido.

— Você foi completamente egoísta! Acha que também não estou esgotado com toda essa situação. Eu entendo que eu não saí no tapa com o antigo protegido de meu pai, mas desde que chegamos aqui eu levo bomba atrás de bomba, juntamente com você! E sozinho eu tive que lidar com uma equipe de funcionários cuja responsável acabou de ser demitida por algo muito grave. Enquanto isso você se esconde e se embebeda, e não me interrompa - o coronel falou levantando a mão, visto que Darcy abria a boca pretendendo se defender. 

Andando de uma lado para o outro e respirando fundo diversas vezes Richard tentava se acalmar e organizar seus pensamentos para continuar a falar. 

— Willian - ele começava com cautela - eu realmente o entendo, a guarda de Georgiana também está em meu nome, e não é apenas por isso, eu a amo como se fosse minha própria irmã, você sabe que são minha família. A parte que mais amo. Vocês perderam os pais cedo demais, e entendo que isso aumenta a responsabilidade em seus ombros de uma forma que jamais serei capaz, e nem pretendo tentar compreender, por que sei que não é possível. Eu realmente acho que ao se esconder você agiu de forma infantil, e que não combina com você, abandonando suas responsabilidades quando eu sei que você jamais lidaria com a situação dessa forma. E o que mais me preocupa é você ter se embebedado, eu olho para você meu primo, e realmente não consigo enxergá-lo. Nem sei se é capaz de ficar de pé nessa situação.

— Richard… - Darcy começou como uma lamúria.

— Sabia que é a terceira vez pela qual me chama pelo meu primeiro nome hoje? Não me trata assim desde que éramos crianças.. Sei que não lida bem com seus próprios sentimentos, mas estou preocupado.

— É mais difícil do que parece… Existe mais a me atormentar do que imagino que você saiba.

— Pode me contar tudo, sempre pode. 

— Eu só não queria estressá-lo com as minhas preocupações...

—---x----

Georgiana tentava se manter calma novamente, ela não sabia quando suas lembranças a causariam um novo surto. Uma batida suave em sua porta a fez esquecer do passado por um segundo e focar nas consequências do presente. Ela não tinha a menor ideia de quem poderia ser, mas ter que olhar qualquer um a causava um sentimento de vergonha. 

— Srta. Georgiana - uma voz moderada de mulher começou - Seu primo, Coronel Fitzwillian, pediu que a entregássemos um prato de sopa. 

A jovem criada entrou em seu quarto com uma bandeja, deixando-a à sua frente, fazendo uma breve reverência e saindo com a mesma rapidez com a qual entrou. 

Os olhos da garota novamente se enchiam de lágrimas, ela não queria uma criada lhe trazendo um prato de sopa, fingindo que tudo estava na mais simples normalidade, ela queria um de seus familiares ali. Na verdade, ela não tinha a menor ideia do que precisava naquele momento, se sentia o mais perfeito caos. 

Ela queria discutir, chorar, ser consolada, ela queria viver. Aquela polidez com a qual a casa continuava a sufocava cada vez mais. Quando tudo deveria estar uma bagunça, ainda se mantinha em ordem. Os criados deveriam estar comentando, ela sabia, mas eram discretos o suficiente para não deixarem suas opiniões transparecerem, e isso a matava. Ela mal tinha 16 anos e já estava cansada de todo aquele fingimento, seria egoísta pedir por mais quando já se sente culpada por tanto? 

A sopa esfriou e ela não comeu. Ela não poderia seguir em frente quando nada parecia perto de estar concluído.

Ainda relembrando os acontecimentos antes da chegada de seu irmão, com grande pesar no coração, Georgiana percebeu que por certo, não amava George, mas o sentimento de se arriscar por um pseudo amor, por mais horrível que fosse, ainda era quente e reconfortante. 

Deitada, abraçando o próprio corpo, em posição fetal, ela continuava a refletir, por si mesma, e pela conversa que ela esperava ter com o irmão, a menina sabia que precisava chegar ao final daquela tragédia. 

~x~

Faltava uma semana para a chegada de seu irmão, mas o entusiasmo de revê-lo era nada perto do desejo de contar-lhe sobre sua vontade de unir-se em matrimônio com seu velho amigo.

Ao contrário dos outros dias, este em questão se mantinha chuvoso e cinzento, da varanda de sua casa dava para ver alguns pescadores retirando seus barcos do mar, seria uma bela pintura, mas hoje, estando com uma visita suas atenções se mantinham no homem a sua frente, com um sorriso largo parecendo feliz em ouvir sua futura noiva falar sobre suas ideias para o matrimônio. 

O que a alguns dias era um ideia bizarra para Georgiana, agora parecia ser seu maior sonho, com uma animação que ela jamais imaginou ser possível sentir a menina dissertava a quase dois quartos de hora sobre os locais que poderiam visitar quando fossem casados, as atividades que poderiam exercer juntos, o que pretendia para um futuro mais longínquo, quantas pessoas novas e diferentes poderia finalmente conhecer. A vida parecia finalmente estar começando quando Wickham fez uma expressão de dúvida e logo uma de decepção. 

— Está tudo bem? Eu estou lhe aborrecendo? - a menina perguntou visivelmente preocupada com o que poderia ter lhe causado aquela súbita mudança de expressão, temendo que o problema fossem seus ideais de um futuro feliz. 

— Jamais Georgie. - o homem lhe respondeu prontamente lhe fazendo um cafuné - Só me entristece o fato de não podermos realizar tão encantadores sonhos por hora. 

— Oras, por que não? - Georgiana parecia visivelmente chocada, o que poderia impedi-los de realizar atividades que ao seu ver eram tão simplistas? 

— Duvido muito que, apesar de nosso desejo, consigamos nos casar antes da senhorita completar dezoito anos. - o homem comentou com uma pequena risada dando um peteleco no nariz da jovem que parecia surpresa.

— Que eu saiba o senhor pretende pedir a permissão de meu irmão tão logo ele chegue. - ela respondeu risonha, tentando entrar naquela brincadeira que ainda não entendia o sentido - E depois disso não vejo mais impedimento algum. 

— Aí que está o ‘x’ da questão minha doce Georgie. - Wickham dizia enquanto se levantava em uma posse pomposa de quem lamenta algo, retirando gostosas risadas da menina a sua frente. - Duvido que seu irmão nos conceda sua bênção antes que vossa senhoria complete dezoito anos. Sabe como nosso amigo preza pelos costumes. - agora sério Wickham andava de uma lado para o outro - Imagino que apesar de nosso fervor Darcy conclua que seu desejo de se unir a mim seja apenas fruto de uma passageira animação juvenil. 

— Deixe-me então acabar com seus temores - Georgiana dizia séria, mas ao mesmo tempo bem humorada - Não é nada que uma conversa entre mim e meu irmão não resolva, e se não surtir efeito - a menina continuava com um teatro bem humorado enquanto observava suas unhas e fingia uma solitude que não era de seu feitio, mas que envelhecia sua postura, a fazendo parecer mais madura - tenho certeza que três anos torrando sua paciência, e provando-lhe os benefícios que o casamento traz, surtirá. Afinal, o que são três anos perto de uma vida inteira. - a felicidade de Georgiana era legítima ao encerrar a frase. 

— Não me leve a mal Georgie - Wickham ainda sim parecia desanimado - mas três anos é muita coisa. Não quero perder o tempo em que estaríamos nos aventurando pelo mundo lhe cortejando como um cavalheiro chato, desses que não aproveita a vida. 

Aquilo realmente a havia magoado, mas não tinha razão para persistir no assunto, é claro que Georgiana gostaria de ser cortejada, e via com muita diversão esses momentos, que ao seu ver eram essenciais, mas tentando compreender o lado de seu noivo, se resignou com o pensamento de que para um homem que já havia explorado tanto, cortejos e floreios nunca mais seriam interessantes.

— Bem, de qualquer forma é um assunto que pretendo resolver antes do final da semana que vem, que imagino ser o dia em que meu irmão chegará. 

Wickham de repente fez uma ligeira careta e parecia desconfortável.

— Não sabia que ele viria tão cedo… - o homem respondeu com um murmúrio sem fim

— Por mim que chegasse mais cedo ainda. - Georgiana respondeu muitíssimo animada, querendo mostrar ao noivo o quanto se mantinha ansiosa pelo compromisso, mas após essa informação Wickham passou o resto da tarde a se distanciar, até que decidiu ir embora antes do jantar ser servido. 

No dia seguinte Wickham chegou tão cedo quanto no dia anterior, e com um sorriso maior também. Passou a manhã e a tarde desenvolvendo planos com sua futura noiva sobre o que poderiam fazer após se casarem, alimentando ainda mais suas esperanças e parecendo ter se esquecido do balde de água fria que levou no dia anterior. Georgiana sempre admirou essa postura, era bom não se sentir pressionada. 

O dia seguinte após este se seguiu da mesma forma, exceto pelo fim da tarde, onde Wickham parecia mais animado do que nunca, com uma novidade que prometera contar a Georgiana no dia seguinte, quando a Sra Younge os desse um pouco de privacidade ao caminharem pela praia. 

Como as noites de verão não são longas, a tão esperada conversa não tardou a começar, o sol salpicava suas peles de uma forma acolhedora, não havia sentimento melhor. 

— Tive uma ideia que imagino que gostará muitíssimo, e se aceitar, saiba que já estou com tudo preparado para realizarmos. - o homem dizia com tamanho entusiasmo . 

Georgiana mal aguentando em si, não podia esperar mais um segundo para saber do que se tratava. 

— Será uma aventura, como as que você espera para depois do casamento, mas essa poderemos realizar antes mesmo da chegada de seu irmão. 

Os olhos de Georgiana brilhavam em êxtase. 

— Vamos fugir para Lake District, nos casamos e de lá mandamos uma carta para teu irmão. Com a certidão de casamento e tudo que tens direito. 

O olhar de decepção se instaurou no rosto de Georgiana sem que a mesma tivesse qualquer controle. 

— Será perfeito - o homem continuava, sem a menor ideia do que ocorria ao seu redor - em menos de dois dias seremos marido e mulher. 

Sem vestido, sem amigos, sem festa e sem a união que ela tanto imaginou para si a vida inteira. 


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Notas finais do capítulo

Esse não teve tantas emoções e ação como o último, mas teve as consequências e algumas explicações da história que ainda não tínhamos totais informações.
E ai, o que acharam??
Pretendo postar o próximo logo logo, dessa vez vai dar bom!!!



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