A Cada Dia Que Passa escrita por Ocarina


Capítulo 3
Apaixonada?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inserido dentro do contexto do episódio 6 da primeira temporada do anime.



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O aroma convidativo da comida invadiu o olfato de Akane, abrindo o apetite que desde cedo não saciava. Preocupada demais com o que havia descoberto, assim que acordou, correu para o trabalho às pressas com o intuito de investigar a fundo todos os detalhes da situação de Kogami.

— E por que você não procura no banco de dados? — Kagari perguntou sem se desconcentrar da frigideira que manipulava — Você é a inspetora! Tem autorização, não é?

— Se eu acessar esses arquivos, Kogami saberá.

— Não quer que ele saiba? Você se preocupa tento assim com o Ko? — provocativamente, ele a olhou por cima dos ombros — Está apaixonada?

No mesmo instante, Akane gargalhou em negação. Aquela ideia era tão absurda que chegava a ser cômica. Somente Kagari para imaginar algo assim. Sem intenções de falar sobre os próprios sentimentos, a inspetora desviou o assunto, devolvendo-lhe a pergunta. Descontraído, Kagari então lhe ofereceu bebida para que pudessem conversar mais a vontade.

Após alguns copos, Akane sentia-se levemente tonta. O efeito do álcool tentava embaralhar a sua mente, a impedindo de raciocinar com perfeição. Ainda assim, estava muito melhor do que o seu subordinado, cujo rosto avermelhado indicava o estado embriagado que se encontrava. Atenta a tudo o que ele dizia, Akane conseguiu absorver todas as informações necessárias sobre a vida de Kogami, surpreendendo-se com os relatos do colega. Jamais imaginaria que a perda de um amigo teria feito com que o coeficiente criminal do ex-inspetor se elevasse tanto. Cabisbaixa, ela permaneceu em silêncio, imaginando o quão difícil para ele deve ter sido aguentar aquele fardo. 

Se pelo menos houvesse uma maneira de ajudá-lo...

— Como você ainda está bem depois de beber tanto? — Kagari afundou no sofá, completamente derrotado para o álcool.  

— Você que fica bêbado fácil — ao sair do estupor, Akane engoliu de uma só vez só o restante da bebida que ainda preenchia o seu copo, devolvendo-o em seguida à mesa.  

— Pode ser...— Kagari resmungou, apoiando todo o corpo sobre o estofado macio em que repousava.

— Preciso ir, tenho coisas a fazer. Obrigada por tudo, Kagari — Akane disse ao se colocar de pé, dirigindo-se à saída em seguida.

Porém, antes que pudesse atravessar a porta, ele novamente a chamou, fazendo que ela estancasse os passos ao se voltar em sua direção.

— Ei, inspetora...— analisando-a cuidadosamente, Kagari cruzou os pés no sofá, apoiando os braços por trás da cabeça — Tem certeza que não está apaixonada? Essas coisas nem sempre são fáceis de perceber. E Kogami...bem, ele é o tipo de cara que chama atenção das garotas, se é que você me entende.

— Não diga bobagens, Kagari — ela sorriu, desviando o olhar.

Enquanto caminhava pelos corredores do edifício em direção à sala de Shion, a inspetora remoeu as palavras de seu subordinado. 

“...ele é o tipo de cara que chama atenção das garotas...”

Inevitavelmente ela perguntou a si mesma em que aspecto Kogami chamava a atenção das mulheres. Seria pelo comportamento rebelde ou pelo porte físico? Ou ainda pela forma intensa que os olhos acizentados se fixavam em seus alvos durante as perseguições criminais? Tentando entender, a imagem do executor se apossou de sua mente. Ela analisou todo o conjunto, lembrando da forma que ele a encarava quando estavam juntos, de como a animava quando estava chateada, e principalmente, da estranha maneira em que como suas mentes pareciam trabalhar em sincronia. Talvez Kagari estivesse certo, afinal. Muitas coisas em Kogami eram capazes de atrair uma garota. Se não fosse assim, ela nem sequer o estaria investigando.

“Essas coisas nem sempre são fáceis de perceber.”

Aquela fala rebateu em sua mente inúmeras vezes. Akane nunca havia se apaixonado, pelo menos não de verdade. Portanto, Kagari tinha razão. Como poderia reconhecer um sentimento que nunca havia experimentado?

Envergonhada com a sua linha de raciocínio, ela sentiu o calor lhe subir à cabeça.

“No que está pensando, Akane?! Para com isso!”, ela ordenou a si mesma, ruborizada. Espantando para longe aqueles pensamentos, retomou o foco em seu caminho, convicta de que havia superestimado a sua capacidade de suportar o álcool. 

Toda aquela bebida havia a deixado mais confusa do que podia imaginar. 


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