Camelot, uma história escrita por MeuNomeéElio


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior:
"Sorri para ele. Sabia que não ia conseguir dormir, mas virei e fechei os olhos. Desejei que tudo isso fosse um sonho horrível."



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Não me lembro quando adormeci. Acordei com o sol no meu rosto. Estava toda torta deitada nas raízes da árvore. Levantei e fui ver os meninos. Arthur não estava lá. Olhei para todos os lados e quando ia sentir a presença dele em algum lugar, ele apareceu. Visivelmente ele estava abalado. Só vi ele assim uma única vez, quando seu pai morreu. Olhos dele estavam muito vermelhos. Esteve chorando a noite.

—Bom dia..... -Disse. Ele só balançou a cabeça. -Eu vou....não vou voltar para Camelot. 

Ele só me olhava. Eu não soube decifrar sua expressão. 

—Não vou voltar para um lugar que proíba a vida de pessoas como eu. Um lugar que eu não....seja bem vinda.

Ele nem piscava. Meus olhos estavam voltando a se encher de lágrimas. Aquela raiva voltou e tentava me dominar. Torci o pescoço novamente, como um tique.

Ele concordou com a cabeça. Algo dentro de mim foi destruído. Quando eu estava me virando para arrumar minhas coisas ele fala:

—Eu....não quero isso. Você mentiu para mim desde....sempre. Eu tenho dever como rei. Mas o que você significa para mim.....

—Meus sentimentos por você foram e são verdadeiros. -algumas lágrimas caíram.

—Eu sei que os meus foram. E você mentiu para mim.

—Não sobre isso....

—Sobre o que então? Seu passado, quem você é....

Lance e Gwain já estavam acordados. Eu não tinha mais forças para brigar com ele. Arthur respira fundo e fala:

—Vamos voltar para Camelot e resolvemos. Quero sair desse pesadelo.

Eu estava meio desorientada e Gwain percebeu. Ele me ajudou a subir no cavalo e arrumou minhas coisas. Eu só sentia Arthur olhar para nós, um olhar horrível. 

Seguimos nosso caminho à Camelot. O único barulho era da floresta, ninguém falava nada. Nem Lance, era ele quem quebrava o gelo nessas horas. E eu fico concentrada no fluxo energético da floresta. Sentir cada folha caindo, cada sobro do vento, cada inseto andando era melhor do que encarar a realidade. Andamos mais um pouco quando senti. Não estávamos sozinhos naquela região, havia mais cavaleiros. Eles ainda estavam distantes, mas.....estavam em maior número que nós. Ainda não consigo sentir se eles são do bem.

—Arthur......-nenhuma resposta, nem uma virada de cabeça. Não o culpo, minha voz deu uma falhada e não sei se ele me ouviu. -Arthur, tem cavaleiros vindo em nossa direção.

—Como assim ? -Gwain perguntou. Todos pararam os cavalos e olharam para mim. 

—Não sei.....ainda não consigo ver -Sentia que eles se aproximavam rapidamente. Agora eles estavam próximos o bastante. –São só os cavaleiros de Camelot -Suspirei de alívio. Todos relaxaram um pouco. -Eles vão chegar daqui.....uns 2 minutos.

Arthur balançou a cabeça. Esperamos os cavaleiros chegarem. 

—Como você soube? -Gwain perguntou

—Senti as cavalgadas na terra.

—Mas como soube que eram nossos cavaleiros?

—Eu deduzi. Escutei os batimentos cardíacos deles e não parecem estarem fugindo ou prestes a cometer algum crime.

—Ouviu os batimentos cardíacos a 2 minutos de cavalo daqui? –Lance perguntou assustado.

Concordei com a cabeça

—Se trata de conexão. Eu me conecto com a terra, que se conecta com o cavalo, que, por fim, se conecta com o cavaleiro.

Lance ainda aparecia assustado, mas Gwain tem um sorriso no rosto. Só mesmo seu sorriso para iluminar meu dia.

Os cavaleiros chegaram e ficaram surpreso ao ver o rei.

—Majestade -um dos homens falou e fez um reverência que foi seguida pelos outros. -O que faz aqui, Majestade? Não é seguro.

—Estou de retorno da minha missão, cavaleiro. O que aconteceu?

—Nada, majestade. Só estamos em perseguição de um ladrão.

Me desliguei na conversa só por um instante para me concentrar e me conectar a floresta novamente. Levou um tempo até acha-lo.

—Cavaleiro -falei para o homem que falava com Arthur -O ladrão, eu....vi.....ele indo naquela direção. Está um pouco longe, mas acho que vocês conseguem pega-lo. 

Todos estavam me encarando.

—A madame tem certeza? -perguntou o homem, meio desconfiado.

—Pode confiar nela, cavaleiro. -Falou Gwain rapidamente.

O homem concordou, deu outra reverência para o rei e seguiu pela direção que eu indiquei. Os outros cavaleiros o seguiram. Pude sentir o batimento cardíaco do ladrão, que estava bem acelerado. 

—Obrigada -disse Arthur para mim. 

Eu só balancei a cabeça. Seguimos nosso caminho ao castelo. No caminho agradeci Gwain pelo voto de confiança, ainda mais agora. Chegamos ao castelo. Suspirei porque teria que me mudar, teria que sair de Camelot. Arthur desceu do cavalo, com a taça e o apito e seguiu para dentro do castelo. Lance e Gwain só desceram do cavalo e me olharam, esperando o que iria fazer. Eu desci do cavalo e me dirigi para minha casa, que ficava dentro do castelo. Mas entrei em uma outra porta, uma que ficava no lado esquerdo.

 


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