Oneshots Havaianas escrita por Any Sciuto


Capítulo 61
Terapia McDanno




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— Bem, quem gostaria de começar essa sessão? – A psicóloga começou. – Senhores, fui instruída a conduzir suas sessões de teria depois que a doutora Lucy pediu licença. Ela me disse que vocês dois tem problemas.

— Eu não vejo problemas. – Danno cruzou a perna. – Ele é meu parceiro, mas não me ouve. É um pré-requisito de parceiros.

— Na verdade, a falta de comunicação é por parte dele. – Steve começou. – Semana passada ele me pediu para comprar um bolinho inglês e eu fui. Quando cheguei, ele simplesmente disse que tinha passado a vontade e jogou o bolinho na gaveta.

— E ainda estaria lá se você não tivesse comido ele depois que eu sai. – Danno reclamou. – Eu cheguei no dia seguinte e a embalagem estava no cesto. Achou que eu não notaria?

— Eu salvei aquele bolinho. – Steve apenas sorriu para o amigo. – Lide com isso.

— Assim como você lidou com a vitória sobre Chin e Kono e tivemos que voltar para salvar eles? – Danno começou a se irritar. – Eles poderiam ter morrido.

— Senhores, já chega. – A psicóloga interrompeu. – Já vi que há questão não resolvidas aqui.

— Você nem imagina. – Steve olhou para o amigo. – Eu te ajudei quando seu irmão faleceu e você me ajudou quando eu passei por tudo aquilo, mas parece que somos como cão e gato.

— Na verdade, eu aprecio bastante a ajuda que você me deu. – Danny deu um sorriso quase infantil. – Foi muito bom saber que eu tinha um amigo por perto.

A médica sorriu com satisfação. Aquilo parecia um belo começo e ela esperava que os dois se reconciliassem ainda mais.

— Certo, nosso tempo acabou por hoje, mas eu vou dar algo para os dois. – Ela entregou um caderno para cada um. – Esse caderno vai ser uma ferramenta para conhecer melhor um e outro. Tragam ele na próxima sessão.

— Obrigado. – Steve apertou a mão da mulher e Danny logo o seguiu.

— Então, o que acha disso tudo? – Danny perguntou no elevador. – Parece que estamos de volta a isso.

Ele exibiu o seu exemplar de “Guia para conhecer seu parceiro” e deu um sorriso. Steve olhou para o amigo, agradecendo que até aquele momento eles não tivessem um caso como na última vez.

Steve começou a pensar nas respostas e logo chegou à conclusão que sabia muito sobre Danno. Ele até mesmo sabia a comida favorita do amigo e claro, o filme dele.

Já Danny estava tendo um problema para conseguir completar o caderno. Ele mal conhecia Steve intimamente e eles estavam juntos por todos os cinco ou seis anos.

— Steve? – Danno se aproximou do amigo. – Está acordado?

— Sim. – Steve desviou o olhar da lua no céu. – Eu só estava tentando imaginar o que meu pai diria sobre a terapia.

— Acho que ele ficaria feliz que você tentasse conversar com um amigo. – Danno o viu olhar para ele. – Então, eu estava tentando imaginar qual o seu maior sonho e eu não consegui pensar em nada além de um cachorro e um engradado de cerveja.

— Acho que eu tenho sonhos maiores. – Ele se acomodou na poltrona. – Filhos, meus pais juntos de novo, um camaro preto e quem sabe aquela torta de nozes da Leilani’s.

— Eu deveria escrever isso? – Danno se perguntou.

— Talvez o camaro. – Steve sorriu. – E qual o seu?

— Dirigir o meu próprio carro. – Os dois caíram em uma gargalhada fácil. – Mas eu me contento se tiver sua amizade.

Enquanto Steve dormia, Danno pegou seu telefone celular e conseguiu fazer Jerry lhe dar o contato da padaria que fazia a torta de nozes. Ele foi até lá depois de deixar um bilhete para Steve e tinha outra parada depois.

— Temos cães de todas as idades aqui. – A cuidadora do abrigo disse. – Eddie é nosso novo morador. Ele era de um agente da equipe antinarcóticos. Ele recebeu um tiro e agora está bem e procura um novo dono.

Danny deu um sorriso ao pequeno cão e decidiu que seria ele. Assinando os papeis de adoção, ele pegou a torta em cima do balcão e colocou o cãozinho dentro d camaro.

Steve acordou com alguém em sua cama, aninhado contra ele. Primeiro ele achou que era Danny ou alguma mulher, mas quando ele tocou as patinhas, ele deu de cara com um lindo cão caramelo na sua frente.

— Eu o resgatei. – Danno sorriu para o amigo. – E tem torta.

Steve acarinhou o cãozinho e o viu acordar. Ele tinha uma pequena marca em seu abdômen e suspirou.

Saindo do banho, Steve colocou uma roupa e desceu. O cão logo o seguiu, deixando ele perceber que ele era dono de um super cãozinho.

— Danno, você foi até a Leilani’s. – Steve sorriu para a torta de nozes. – Se você não tiver alergia a nozes, quero que se junte para comer esse precioso doce. E depois, eu tenho algo para dar a você.

Danny cortou um pedaço para si mesmo e os dois amigos sorriram enquanto conversavam e descobriam algo em comum. Era bom uma trégua de todas as brigas.

Eles pegaram um caso naquele dia. Parecia que o assassino estava matando rapazes parecidos com Danno e Steve se tornou superprotetor com Danny.

Eles conseguiram pegar o assassino logo depois de muito trabalho.

A consulta na psicóloga já havia chegado e os dois se sentaram um na frente do outro. Seus cadernos em mãos e eles deram uma pequena risada.

— Então, parece que vocês fizeram um certo progresso. – A médica falou, feliz. – Agora, parece que tem uma questão ainda não resolvida.

— Nós já decidimos sobre o carro. – Danny mostrou as chaves. – Eu fiz uma cópia dela, assim, se eu quiser dirigir, eu simplesmente posso entrar antes dele.

— Não era bem disso que eu estava falando. – A médica viu os dois olharem um para o outro. – Você guarda um segredo do Steve.

— Sim, mas eu prefiro não contar. – Danno se fechou. – Ainda não de qualquer jeito.

— Eu não vou te julgar. – Steve disse.

— Certo. Eu estou fazendo planos para aposentadoria. – Danno mostrou a folha. – Abrir um restaurante, montar um boi, me casar pela segunda vez e por aí vai.

— Que lindo. – Steve viu Danno revirar os olhos. – Mas eu não entendo porque abrir um restaurante.

— Porque eu sempre sonhei em fazer massas. – Danno viu Steve segurando a risada. – Ah é? Então que tal eu contar que você dorme com o cachorro que eu te dei? Sabia que ele foi em um pet shop e gastou 100 dólares em ração e caminha? E ele quando vai ao bar, não paga nem gelo.

— E você sempre volta a questão do pagar ou não. – Steve olhou para o amigo. – O que aconteceu com “eu vou pagar as rodadas”?

— Não quis dizer para a vida toda. – Danny rebateu.

A psicóloga lentamente arrastou a cadeira até a mesa e puxou o telefone.

— Hellen, transfira a próxima consulta. – Ela revirou os olhos. – Acho que vai demorar um pouco.

Ela arrastou a cadeira de volta enquanto Steve e Danno discutiam sobre a cor do papel de parede que Steve instalou no quarto de hospedes.

Ela realmente poderia dizer que se aposentou cedo depois de tratar os dois.


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