Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 7
Amizades


Notas iniciais do capítulo

Descupem o atrazo.
Taí o cap.
Espero que gostem.



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Acordei cedo e fui dar uma olhada na minha horta. Minhas plantinhas gostavam do clima de Forks. Pelo menos elas gostavam. Entrei e dei uma geral da gaiola da Brida. Ela me seguia onde quer que eu fosse deixando Charlie, que tinha medo dela, nervoso. Ele saiu pra delegacia e eu pra escola. Hoje iria ser um dia chato: Edward não estaria na aula.

Na aula de Trigonometria, Jéssica ficou tentando arrancar alguma coisa de mim que pudesse ser uma boa fofoca. Primeiro sobre meu mal-estar, depois sobre a conversa com Edward na hora do almoço.

 

-Então o que Edward Cullen queria ontem na hora do almoço? -Jéssica perguntou.

-Eu não sei, ele não chegou ao ponto. –disse, dispistando.

-Você parecia um pouco aborrecida.

-Eu? –disse neutra.

-Sabe, eu nunca tinha visto ele sentar com ninguém além da sua família antes. Aquilo foi estranho.

-Estranho.

 

Apesar de saber que ele não estaria no refeitório, não pude deixar de dar uma olhadinha, só pra ter certeza. Quando meus olhos confirmaram o que meu coração não queria acreditar, foi estranho. Senti um vazio que não vinha da fome. Sentei junto com Mike e Jéssica na mesa de sempre com Angela, Bem e Luren. Mike estava ansioso por La Push.

Percebi Lauren me olhando de modo nada amistoso. Como uma boa futura aurora, desconfiei. Na saída do refeitório ouvi ela falando com Mike. Ela estava claramente inconsciente disso.

 

-...Não sei porque Bella não se senta com os Cullen de agora em diante. –ela disse fazendo careta ao pronunciar meu nome.

 

-Ela é minha amiga; ela se senta conosco. -Mike disse lealmente, mas eu sabia que tinha segundas intenções.

 

Eu parei pra deixar Jess e Angela me passarem e com um movimento discreto de varinha eu fiz com que o Milk Shake que ela estava tomando derramasse na sua blusa.

Eu sei, isso foi a cara dos Weasley...mas adorei. Eu ri muito da cara dela e boa parte do colégio também. É isso que dá irritar uma bruxa.

Fui pra casa terminar de ler o grimório. Emily era uma feiticeira muito poderosa. Ela tinha uma dívida para com Katherine e lhe era fiel, mas pelas costas dela, ela fazia artefatos que prejudicavam vampiros e fazia com que os créditos ficassem com um trouxa chamado Gilbert. Pelo que eu pude entender, era preciso um colar para abrir a cripta onde jaz a Katherine, mas Dam disse que uma Emily encarnou sua descendente, também bruxa, e o destruiu. Ela não queria os vampiros fora da cripta. Tomara que Dam esteja sendo sincero quando diz que só vai reviver a fingida. Suspirei. O encantamento é poderoso.

Fechei o livro e encarei a janela do meu quarto. A chuva ainda caia forte. Meu Bisbilhoscópio me avisou da chegada de Charlie. Desci pra ajeitar o jantar. Damon não viria hoje. Ele me ligou dizendo que iria ver o irmão em Mystic Falls. Aí tem coisa.

Charlie pareceu entusiasmado com a minha viagem á La Push na manhã seguinte. Achou legal eu me enturmar com os trouxas. Percebi que ele estava com medo que eu ficasse deprimida pela falta dos meus pais. Eu estava, mas ninguém saberia.

 

-Bells, eu tenho que te contar uma coisa. –ele disse um pouco sem graça.

 

-Pode falar Charlie.

 

-Eh...Se você vai a La Push, provavelmente você vai ver o filho do Billy, Jacob. Você se lembra o que eu disse sobre eles?

 

Sim, eu lembrava. Os trouxas amigos do Charlie que sabiam a verdade sobre quem eu era. Charlie prometeu que eles são confiáveis e meus pais não mexeram com suas lembranças. Eles sabiam o que eu era, mas não por que eu estava aqui. Eu não culpo Charlie por não querer que seu amigo e o filho dele ficassem meio alienados como ficaram alguns amigos dele. Tivemos que inserir lembranças de Charlie falando sobre a filha, pra soar mais convincênte.

 

-Não se preocupe, se eles não piraram por saber a verdade e não contaram pra ninguém, eu não me importo. Pode ser até legal ser amiga desse Jacob.

 

Charlie riu satisfeito. Acho que tirei um peso das suas costas. Me lembrei de algo.

 

-Charlie, você conhece algum lugar chamado Pedra da Cabra ou alguma coisa assim? Eu acho que é a sul da montanha Rainier. -eu perguntei casualmente.

 

-Sim, porque?

 

-Alguns garotos estão falando de ir acampar lá.

 

-Não é um lugar muito bom pra acampar. Ursos demais. Algumas pessoas vão lá na

temporada de caça.

 

-Oh, Talvez eu tenha ouvido o nome errado.

 

Então ele gostava de sangue de urso. Nossa! Eu nunca conversei muito sobre coisas de vampiro com ele pois percebia sua tensão ao tocar no assunto e tinha medo que ele me achasse intrometida e fugisse de mim. Eu sou um pouco insegura com esses assuntos, ... mas não com Basiliscos. Essa sou eu.

 

Na manhã seguinte, me surpreendi com o sol. Afinal de contas, o sol também brilha em Forks. Fui até a Loja de Equipamentos Atléticos dos Newton me encontrar com o grupo. Estavam lá Eric, Bem, Angela, Tyler, Jess, Lauren, Mike e Cornner. Lauren me mandou um olhar assassino e cochichou com uma outra garota. Ia ser um dia daqueles.

 

Pelo menos Mike estava feliz em me ver.

 

-Você veio! E eu disse que ia fazer sol, não disse?

 

-Eu disse que viria.

 

-Só estamos esperando Lee e Samantha...a não ser que você tenha convidado mais alguém.

 

-Não. -Mike pareceu satisfeito.

 

-Você vai no meu carro? É isso ou a minivan da mãe do Lee.

 

-Claro. -Ele sorriu cheio de alegria. Deixar Mike feliz é tão fácil. Mas é impossível deixar Mike e Jess felizes ao mesmo tempo.

 

-Você pode ir na janela.

 

A viagem foi boa, eu tentei absorver todos os raios de sol que pude. Ao estacinonarmos, os garotos fizeram uma fogueira e armaram uma tenda improvizada. Demos uma volta pelas piscinas naturais e quando voltamos ao acampamento vimos os garotos da reserva. O almoço estava quase pronto, enquanto esperavamos, Eric nos apresentou aos nossos visitantes. Um deles, o mais novo, me olhava com interresse. O mais velho do grupo deles o apresentaram. Eu só me liguei no nome do Jacob por que eu tinha ouvido Charlie falar. Depois do almoço, o grupo se disperçou. Quando eu fiquei praticamente só na tenda Jacob veio falar comigo.

 

-Você é Isabella Swan, não é?

 

-Bella. -eu corrigi.

 

-Eu sou Jacob Black, você comprou a caminhonete do meu pai.

 

-Oh. Você é o filho de Billy; eu ouvi falar de você.

 

-Então você gosta da caminhonete? -ele perguntou.

 

-Eu adoro. Trabalha muito bem.

 

-É, mas é muito lenta. Eu fiquei muito aliviado quando Charlie comprou ela. Meu pai não me deixaria trabalhar em construir outro carro quando tínhamos outro carro perfeitamente bom lá.

 

-É um pouco lenta se comparado... –ops falei demais.

 

-A uma vassoura? Não  se preocupe. Seu segredo está guardado.

Eu não pude deixar de rir. Era fácil gostar dele.

 

-Então você constrói carros? -eu perguntei impressionada.

 

-Quando eu tenho tempo livre, e partes. Você não saberia como eu posso pôr as mãos num cilíndro mestre para um Volkswagen Rabbit 1986, saberia? -ele disse brincando. Ele tinha uma vóz rouca, prazerosa.

 

-Desculpa. Eu não tenho visto nenhum ultimamente, mas eu vou manter meus olhos abertos pra você, assim que eu descobrir o quê diabos é isso.

 

Ele me mostrou um sorriso brilhante, olhando pra mim de um jeito apreciativo que eu estava começando a reconhecer. Eu não fui a única a reparar.

 

-Você já conhece Bella, Jacob? -Lauren perguntou num tom que me pareceu insolente.

 

-Nós meio que nos conhecemos desde que eu nascí. -ele sorriu olhando pra mim como um cúmplice. Quê mentiroso!

 

-Que legal. –ela falou ironicamente.

 

-Bella. Eu acabei de falar com Tyler que era uma pena que nenhum dos Cullen possa ter vindo hoje. Ninguém pensou em convidá-los? –falou tentando me atingir.

 

-Você quer dizer a família do doutor Carlisle Cullen? –um garoto mais velho perguntou.

 

-Sim, você conhece eles? -ela perguntou.

 

-Os Cullen não vem aqui. –ele disse de um jeito que pareceu um comensal, ameaçador. Eles devem saber o segredo dos Cullen, ou devem desconfiar. A raiva nas palavras dele eram evidentes. Jacob atrapalhou minha meditação.

 

-Então, Forks já está te levando á loucura?

 

-Oh, eu diria que isso é uma confidência. -eu sorrí. Ele sorriu compreendendo.

 

-Você quer caminhar pela praia comigo? -eu perguntei. Queria conversar com ele sem platéia. Ele concordou. Andamos pela praia lado a lado.

 

-Então, você tem quantos? Dezesseis?

 

-Eu acabei de fazer quinze. –ele respondeu lisongeado.

 

-Mesmo? Eu pensei que você fosse mais velho.

 

-Eu sou alto pra minha idade. -ele explicou.

 

-Você vem muito á Forks? –perguntei.

 

-Não muito. -ele admitiu com uma careta.-Mas quando meu carro estiver pronto eu posso vir quantas vezes eu quiser, quando eu tiver minha carteira de motorista. –ele ecrescentou, rápido.

 

-Quem era o outro garoto falando com Lauren? Ele pareceu um pouco velho pra estar andando com a gente. –não consegui conter a curiosidade.

 

-Aquele é Sam, ele tem dezenove. -ele me informou.

 

-O que era que ele estava falando sobre a família do doutor? -eu perguntei inocentemente.

 

-Os Cullen? Oh, eles não podem entrar na reserva. -ele olhou pra longe, na direção do mar, enquanto ele confirmava o que eu pensava ter ouvido na voz de Sam.

 

-Por que não?

Ele olhou de volta pra mim, mordendo o lábio.

 

-Oops. Eu não devia estar falando nada sobre isso.

 

-Oh, não é justo. Você sabe meu segredo. –falei fazendo biquinho. Ele riu.

 

-Uma troca então? Eu te conto minhas histórias e você me conta mais de como é ser uma bruxa.

 

-Fechado. –ele já sabia mesmo, podia ser divertido e eu estava curiosa.

 

-Você gosta de histórias assustadoras? -ele perguntou obscuramente.

 

-Eu adoro. Minha vida é uma.

Jacob caminhou para uma árvore próxima e se sentou no seu tronco branco. Eu me sentei perto dele.

 

-Você conhece alguma das nossas antigas histórias, sobre de onde viemos os Quileutes, eu digo? -ele começou.

 

-Na verdade não. -eu admití.

 

-Existe uma lenda que diz que nós somos descendentes dos lobos, e que os lobos ainda são nossos irmãos. É contra a lei tribal matar eles. Então tem as lendas sobre “Os Frios". -a voz dele ficou um pouco mais baixa

 

-Os Frios? –perguntei intrigada.

 

-Sim. Existem lendas sobre os frios como existem sobre os lobos, e algumas delas são muito mais recentes. De acordo com a lenda, o meu próprio tataravô conhecia alguns deles. Foi ele quem criou o tratado que os mantêm fora das nossas terras. -ele revirou os olhos.

 

-Seu tataravô? -eu encoragei.

 

-Ele era um líder tribal, como meu pai. Sabe, os frios são os inimígos naturais dos lobos, bem, não do lobo, mas os lobos que se transformam em homens, como os nossos ancestrais. Você os chamaria de lobisomens.

 

-Lobisomens têm inimigos? –encoragei, já sabendo que era mentira. Lupin é lobisomem e não é bem um homen que se transforma em lobo.

 

-Só um. Entenda, os frios são tradicionalmente nossos inimigos. Mas esse grupo que veio para o nosso território na época do meu tataravô era diferente. Eles não caçavam do jeito que os outros caçavam, eles não representavam perigo para a nossa tribo. Então meu tataravô fez um trato com eles. Se eles prometessem ficar longe das nossas terras, nós não iriamos expor eles para os cara-pálida. -ele piscou pra mim.

 

Eu ri. Aqueles eram os Cullens concerteza. Vampiros que não se alimentam de humanos não são tão perigosos.

 

-Se eles não eram perigosos, então porque eles não podem vir aqui?

 

-É sempre um risco para os humanos ficar perto dos frios, mesmo se eles forem civilizados como esse clã era. Nunca se sabe quando eles podem estar com fome demais pra resistir. -ele deliberadamente colocou um tom de ameaça na voz dele.

 

-O que você quer dizer com “civilizados”?

 

-Eles diziam que não caçavam humanos. Ao invés disso, eles supostamente eram capazes de se alimentar de animais.

 

-Então o que eles tinham a ver com os Cullen? Eles são parecidos com os frios que seu avô conheceu? –queria saber se ele sabia.

 

-Não. Eles são os mesmos. Tem mais deles agora, uma nova fêmea e um novo macho, mas os outros são os mesmos. Na época do meu tatarâvo eles já conheciam o líder, Carlisle. Ele esteve aqui e foi embora antes que o seu povo chegasse. -ele estava lutando pra não sorrir, como se não acreditasse naquilo.

 

-E o que eles são?  O que são os frios?

Ele sorriu obscuramente.

 

-Bebedores de sangue. Vocês chamam eles de Vampiros.

 

Eu olhei para as ondas depois que ele disse isso, sem ter certeza do que o meu rosto estava demonstrando.

 

-Você ficou com medo. -ele disse deliciado.

 

-Você é um bom contador de histórias. -eu cumprimentei ele, ainda olhando para as ondas.

 

-Uma história bem louca, não é? Não é de se admirar que o meu pai não quer que a gente fale disso pra ninguém.

Eu ainda não conseguia controlar a minha expressão o suficiente pra olhar pra ele.

 

-Não se preocupe, eu não vou espalhar.

 

-O que nos leva a suas histórias. –olhei seu ohar de expectativa.

 

-Também é uma história de terror. Era uma vez... –ele riu alto.

 

-Por favor Bella. –disse rindo. Eu fiquei sombria. Era por causa dela que eu estava aqui. Ele se calou.

 

-Não me interrompa. Era uma vez um bruxo que odiava trouxas, pessoas não bruxas, e seus amigos. Ele acreditava que era preciso exterminar os trouxas e perpetuar o poder dos bruxos puros-sangues. Ele começou conseguindo aliados os quais ele chamou de Comensais da Morte. Depois ele mudou o nome para um tão temido que ninguém ousa pronunciar.

 

-Qual é o nome? -Jacob perguntou curioso. Engoli em seco.

 

-Nem mesmo eu ouso dizer. –ele revirou os olhos.

 

-Fala sério.

 

-Eu acho que é melhor voltarmos. –falei séria. Ele ficou triste.

 

-Ah Bella. Estava ficando legal. –ele choramingou.

 

-Não fica legal Jacob. Ele começa a matar, torturar, destruir. Até que ele é semi-destruido. Muito tempo passou até que ele voltou e agora está matando, torturando e destruindo de novo...

 

Falei rápido e estava quase chorando. Jacob me abraçou. Sua pele macia e quente me reconfortou. Ficamos em silêncio um bom tempo, com seu braço ao redor dos meus ombros. Mike e Jéssica á cinquenta metros de nós estavam vindo na nossa direção.

 

-Aí estava você, Bella. -Mike disse aliviado, balançando seu braço sobre a cabeça.

 

-Esse é o seu namorado? -Jacob perguntou.

 

-Não, definitivamente não. -eu cochichei. Eu pisquei pra ele, me virando de costas pra Mike quando fiz isso. Ele sorriu.

 

-Então quando eu conseguir a minha carteira de motorista... -ele começou.

 

-Você devia vir me visitar em Forks. Nós podemos sair uma hora dessas. -eu realmente gostei de Jacob. Ele era alguém que podia facilmente ser meu amigo.

Mike nos alcançou agora, com Jéssica alguns passos atrás.

 

-Onde você esteve? -ele perguntou com raiva  mal contida.

 

-Jacob estava apenas me contando umas histórias locais. Foi muito interessante.

Eu sorri calidamente pra Jacob e ele sorriu abertamente de volta.

 

-Bem. Já estamos indo embora, parece que vai chover logo.

Ok, eu estou indo. –disse me levantando.

 

-Foi bom te ver. –Jacob disse, provocando Mike.

 

-Foi mesmo. Da próxima vez que Charlie for visitar Billy, eu vou junto. -eu prometí.

O sorriso cresceu no seu rosto.

 

-Isso seria legal.

 

-E obrigada. -eu disse sinceramente.

 

Andamos de volta pros carros. Aviagem de volta foi mais difícil. Eu fui apertada entre duas pessoas.

 

Em casa, tomei banho, me troquei e fui pra cama com o Grimório. Fiquei pensando no que Jacob disse sobre os Frios. Eram definitivamente os Cullens. Eu preciso de um livro de história local. Muitos deles tem histórias nas entrelinhas, para quem sabe procurar. Também vou comprar o livro da horrorosa da Rita. Droga. Não tem uma livraria descente em Forks. Sonhei com lobos e vampiros.

 

 

No outro dia, eu decidi que era hora de ver a história do Damon de perto. Vesti um vestido florido e uma capa preta por cima. Coloquei botas de couro sem salto e fiz uma trança. Saí de casa até a floresta e aparatei em Mystic Falls.

 

Aparatei em um beco entre duas casas. Era uma cidade pequena como Forks. Eram oito horas da manhã. Andei até a casa dos Salvatores com o Grimório escondido em uma pequena bolsa enfeitiçada para caber até um carro. A cidade tinha pouco movimento, pessoas se cumprimentavam quando passavam umas pelas outras. Andei até um lugar mais deserto, aonde tinha uma casa cercada de árvores. Damon estava me esperando na porta, ele sorriu quando me viu.

 

-Izy! Você chegou na hora certa. –disse fazendo um gesto para que eu entrasse.

 

-O quê está havendo? -perguntei preocupada, mas Dam não teve tempo de me responder. Stefan surgiu do nada na minha frente e me abraçou.

 

-É bom ver você também Stefan. –disse sem fôlego. Ele me soltou.

 

-Ela pegou a Elena. Izy, por favor me ajude. –disse um ansioso Stefan.

 

-Espera, vamos sentar aí você me conta tudo.

 

Ele fez que sim com a cabeça, e eu fui me sentar no sofá com os irmãos Salvatores atrás de mim. A sala era linda como sempre. Já tinha vindo aqui com meu padrinho uma vez, e me senti, de novo, no século passado. Os dois se sentaram. Dam do meu lado e Stefy na minha frente, de costas pra lareira.

 

-Izy, lembra o que eu te contei sobre a nossa história. –perguntou Dam.

Ele estava despreocupado. Eu fiz que sim com a cabeça e ele continuou.

 

-Bem, lembra da Ana, filha da Pearl? Pois bem ela quer tirar a mãe dela da tumba. E pra conseguir isso, ela sequestrou a Elena. Ela quer que nos tiremos as duas de lá. Katherine e Pearl.

-Izy, você pode fazer isso, tirar as duas?

 

Observei os dois por um momento. Damon estava normal, como se nada importasse, mas eu sabia que estava ansioso e com medo que eu desistisse. Stefam estava desesperado, me olhava com uma ansiedade de quem pode perder a pessoa amada.

 

-Outra vampira... –falei devagar. Os dois se mexeram desconfortavelmente.

 

-Tudo bem. Quando? -falei. Damon voltou a respirar e Stefam pulou do sofá.

 

-Eu...-começou Stefan, mas depois ficou sem fala. Eu ri disso.

 

-Vou precisar da Bonie. –Stefam não disse nada e saiu atrás dela.

 

-Pra que você quer a Bonie? -perguntou Damon.

 

-É ela quem precisa abrir a tumba. Vou usar meus poderes, mas é ela quem precisa entoar os encantamentos. Acha que ela fará?

 

-Elena é sua amiga, ela fará.

 

O telefone do Damon tocou e ele atendeu. Depois de um tempo ouvindo, ele fez uma careta ao desligar.

 

-Era o Stefan, parece que não foi só a Elena quem a Ana pegou. Ela pegou a Bonie também.

Ficamos nos olhando por algum tempo calculando as possibilidades.

 

-Preciso ir na casa da Bonnie. Talvez, como ela é uma simples feiticeira, eu consiga fazer uma mágica de localização.

 

Damon riu, se levantando do sofá, veio até a minha frente, tomou minhas mãos nas suas e me puxou pra ele. Parei de respirar. Ele se aproximou da minha orelha e sussurrou:

 

-Você não existe. Obrigado. –Pensei em responder algo mas minha boca estava seca. Eu não gosto do Damon de outra forma que não seja como amigo, mas não posso negar que ele tem certo efeito sobre meus batimentos cardíacos.

 

-Vamos. –disse me afastando dele e indo em direção à porta, ele me seguiu

silencioso. Abriu a porta do carro pra que eu entrasse. Fiz uma careta e ele revirou vos olhos.

 

Sei que ele detesta aparatar, por isso o carro. Entrei obediente, pois não queria começar uma discussão que eu sabia que ele ganharia. Damon dirigiu rapidamente até uma casa um pouco afastada do centro da cidade. Uma mulher morena, de cabelo revoltos, aparentando sessenta anos nos recebeu à porta.

 

-O que está fazendo aqui?

Ela foi rude e eu percebi que se dirigia ao Damon. Ele permaneceu impassível.

 

-Viemos ajudar. –falei.

 

Quando expliquei a ela o que queria, ela ajudou. Ela era a avó da Bonnie e feiticeira como ela. Foi fácil fazer o feitiço com sua ajuda. Stefan estava lá. Quando dissemos a localização ele saiu correndo. Damon ficou. Me proteger era sua prioridade.

Stefan ligou pouco tempo depois dizendo que estava com as duas, era um alívio pra mim pois não precisaria mais tirar a mãe da Ana também. Bonnie e sua avó concordaram em me ajudar. Elas não estavam felizes com isso, mas fariam pro Damon sair da cidade e deixá-los em paz. Ri e olhei pro Damon conspiratóriamente como quem diz: coitado, eles te detestam. Ele revirou os olhos, capitando a mensagem.

Ao anoitecer, fomos ao cemitério onde fica a tumba. Invoquei tochas e as fiz se posicionarem em círculo. Todos, menos os Salvatores, olharam boquiabertos. Estava concentrada. Se isso faria o Damon feliz, eu faria bem feito. Apesar de ter que fazer a parte pesada de colocar mágia no círculo, era Bonnie e sua vó que fariam a parte importante de entoar as palavras certas.

Damon esvava com uma bolsa de sangue pra sua amada, e eu senti mais simpatia por ele. Damon era bom, so tinha feito coisas ruins por tristeza, não que isso justifique, mas, quem poderá julgá-lo? Stefan saiu pra pegar querosene com o qual iria queimar o resto dos vampiros da tumba. Elena estava em um canto, só olhando, assustada. Com a minha varinha fui acendendo as tochas:

 

-Ar. Terra. Fogo. Água.

 

Quando terminei as chamas aumentaram. Fiz um sinal com a cabeça pra que a Bonnie e sua vó, que estavam no centro do círculo, começassem. As palavras eram diferentes. Eu já havia as lido, só não lembrava aonde. A porta da tumba abriu e Damon correu pra dentro, carregando a Elena junto dele.

 

-Apenas pra garantir que não irão me trancar lá dentro. –disse Damon. Elena concordou.

 

-É justo. –ela disse e eu me adimirei com sua coragem. Damon olhou pra mim enquanto entrava e eu lhe lancei um olhar ressentido que dizia: você não confia em mim. Ele me olhou se descupando e entrou com a Elena. De repente, lembrei onde tinha ouvido as paravras.

 

-Nãããooooo! –gritei, mas era tarde. –Vocês...o quê vocês fizeram?

 

Bonie me olhou assombrada. Sua avó estava com uma expressão desafiadora. Ergui minha varinha pra ela. Uma garota, que devia ser a Ana chegou e se encaminhou pra tumba.

 

-Não pode entrar lá. –falei, quase chorando.

 

-Acha que pode me deter? -ela se abaixou pra pegar uma lanterna que tinhamos trazido e entrou. Que burra.

 

-Por quê deixou ela entrar? -Bonnie perguntou. Ela obviamente não sabia. Lancei um olhar irado à sua avó que vacilou um pouco, mas logo recuperou o jeito desafiador.

 

-Por que ela não sairá. Nenhum deles sairão. –ela disse e eu continuei apontando a varinha pra ela, me perguntando o que eu faria. Sim por que eu tiraria ele de lá, nem que eu explodisse tudo. Stefan chegou na hora, e me olhou assustado.

 

-Cadê a Elena? -perguntou.

 

-Damon levou-a para dentro. –eu respondi.

 

-Quê? - ele disse, se encaminhando pra dentro.

 

-Stefan, se entrar, não sairá. –disse a vó da Bonnie. Ela queria que o Damon se ferrasse sozinho.

 

-Ter aberto a porta, não removeu o selo. Só se pode entrar.-expliquei.

 

-O que é esse selo? -Stefan perguntou.

 

-Alguns selo impedem a entrada de vampiros, este os impede de sair. Elena é humana. Ela pode sair. Ana e Katherine não podem sair. Damon não pode sair. –falei chorando.

Stefan se virou pra Bonie e sua avó.

 

-Vocês não planejavam quebrar o feitiço não é?

 

-Eu te disse. Eu protejerei os meus. Elena pode sair. É o que importa. –disse a vó da Bonnie.

Em algum lugar da tumba, Elena gritou. Stefam não exitou. Entrou atrás dela.

 

-Stefan! –gritou Bonnie.

 

Eu estava meio perdida, como se estivesse em um sonho ruim, do qual eu não pudesse acordar. Me sentei no chão, peguei o grimório. Exigiria muita concentração, mas talvez eu conseguisse fazer duas coisas as mesmo tempo. Lancei um Petrificus Totalus em Bonnie e sua avó e as tirei do meio. Recitei as palavras certas decorando-as. Stefan surgiu com a Elena. Só ela pôde sair.

 

-Stefan, vem. –ela chamou.

 

-Ele não pode sair. O selo não foi retirado. –falei.

Ela me olhou horrorizada e procurou as culpadas que se encontravam imóveis.

 

-O quê você fez? -perguntou.

 

-Elas vão ficar bem, eu só preciso me concentrar pra tentar tirar o selo. Stefy, ache o Damon, por favor.

 

Falei sem nenhuma emoção na voz, como se estivesse meio morta. Estava tentando me concentrar. Stefan concentiu e se foi. Elena se encolheu me olhando ansiosa. Comecei a entoar as palavras e, ao mesmo tempo, girava minha varinha trazendo magia para o círculo. Era muito difícil sozinha e eles estavam demorando. Elena me olhou resignada e entrou na tumba atrás deles. Ana saiu carregando uma mulher de aparência horrível.

 

-Eu só quero minha mãe. –disse.

 

Mesmo se quisesse, não conseguiria impedi-la. Eu também queria minha mãe. Ela sempre sabia como resolver as coisas. Elena voltou, trazendo Stefan e Damon com ela. Suspirei aliviada e a tuba se fechou.

 

-Ela não estava lá. Katherine. Não estava lá. –Damon disse.

 

Sua expressão era morta e eu pude ver uma dor secular em seus olhos. Mesmo feliz por ele estar bem, me senti angustiada ao ver sua face dolorida. Tirei os feitiços de Bonnie e sua vó. Elas pediram desculpas ao Stefan e a Elena, mas não se dirigiram a mim e ao Damon. Saimos da tumba. O irmão da Elena estava estatelado no chão, mas estava bem. Ana o tinha pego porém, não tinha o machucado. Damon não via nada, como se estivesse em outro lugar. Eu o abracei e ele pareceu voltar um pouco a realidade.

 

-Sinto muito. –murmurei.

Ele me abraçou, afagando meus cabelos e sussurrou de volta.

 

-Vá com Stefan, preciso fazer algo antes de te levar comigo.

Ele se foi e Stefan segurou meu ombro, me dando força.

 

-Ele vai precisar de você.

 

-Eu sei. Vamos, esse lugar é angustiante.

 

Esperei por Dam, sentada no sofá dos Salvatores. Stefan tinha ido deixar Elena em casa. O amor dos dois era bonito. Comecei a imaginar se um dia eu e Edward daríamos certo, como eles dois. Elena é trouxa. Ele pode protegê-la. Mas, eu conseguiria proteger Edward de outros bruxos, se eu mal consigo me safar? Dam chegou, me tirando de meus devaneios. Ele estava com uma expressão pior do quê quando saiu. Olhei pra ele questionadoramente. Ele me olhou com dor, de um jeito que ele nunca deixaria ninguém ver. Ninguem veria sua fraqueza. Só eu. Ele deitou sua cabeça no meu colo e eu alisei seus cabelos. Ele ficou pensativo por um bom tempo.

 

-O guarda do caminho do julgamento, encarregado de trancar todos na tumba, tirou ela de lá. Ela prometeu transformá-lo. Ele estava obcecado por ela. Ela o tinha sobre os seus feitiços, com ao Stefan e ele a deixou ir. Ana a viu em Chicago, década passada. Ela sabia onde eu estava. Sabia e não se importava.

 

Ele virou seu rosto pra observar as chamas. Ele tinha ido falar com a Ana e tinha conhecido a resposta. Tive vontade de xingá-la, mas não o fiz. Se ele sofria é por que a amava.

 

-Eu a odeio. Por ela, eu já perdi tempo demais. Vamos.

 

Damon disse se levantando. Ele sabia o que eu pensava sem eu precisar dizer nada. Nós fomos ao jardim e ele pegou meu pulso. Eu ri.

 

-Pronto pra aparatar? -disse tentando animá-lo.

 

- Claro. –ele disse sério.

 

Aparatamos na floresta perto da casa de Charlie. Damon envolveu minha cintura, possessivamente e sussurou em meu ouvido:

 

-Seu bichinho de estimação está aqui.


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Notas finais do capítulo

O Jacke não é apaixonado pela Bella. Não quero vê-lo sofrer...
E também o Jacke é meu.
rsrsrsrs
Eu quero mais Rewiens