Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 33
Uma mulher


Notas iniciais do capítulo

O capítulo saiu na hora dessa vez!
rsrsrs
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/77321/chapter/33

 

Mais um dia nublado amanheceu e a melancolia causada pelos Dementadores, que eu tive o desprazer de enfrentar algumas horas antes. Eu, Alice, Jasper e Gui estávamos seguindo os rastros de Lobo Greenback por uma densa floresta e desagradáveis surpresas estavam se tornando rotina. O corpo de uma jovem jogado displicentemente em um barranco. Meu corpo se encheu de ódio e fúria compartilhado por meus companheiros. Gui rapidamente enterrou a pobre moça o mais honrosamente possível e seguimos floresta adentro.

           

“Edward, encontraremos ele em breve e ele não está só.”

           

Assenti, vendo a imagem de uma luta na mente dela. Repassei a informação aos demais e todos se prepararam. O bando consistia em cinco bruxos e mais o odioso Greenback, que nos farejou com minutos preciosos de antecedência, tirando nossa vantagem e deixando o embate mais difícil, mas nunca impossível para nós. Alice previa todos os ataques com precisão e nem mesmo o mais terrível feitiço a acertava. Jarper, com seus anos de experiência em luta era um oponente impiedoso. Os bruxos tentavam acertá-lo, mas ele blefava com seus movimentos, deixando-os desorientados até sentirem mãos poderosas quebrando seu pescoço.

Gui cuidava de um bruxo muito forte que lançava feitiços para todos os lados, dificultando até para seus companheiros desviarem. Eu estava focado em Greenback e em seus dentes ainda sujos do sangue da garota morta no barranco. Ele era rápido, atingindo uma velocidade quase vampírica e portava uma varinha bruxa cujo único feitiço desferido era o de morte. Ficamos em uma espécie de dança em que ele tentava me acertar com a varinha e com os dentes e eu com as mãos.

Depois que Alice matou um, Jasper outro e Gui petrificou o mais forte deles Greenback se sentiu acuado. Era só ele e mais dois bruxos.

“Não, eles vão sumir!” – viu Alice em sua visão.

-Não tão rápido! – gruni.

Quando um bruxo avançou tentando pegar o braço de Greenback para aparatarem, dei um salto e, com os dentes, arranquei seu braço. Greenback usando sua velocidade desferiu vários Avadas Quedavras até nós lhe dando a chance de chegar perto do bruxo que não tinha sido atingido e desaparecer.

Gui rosnou alto e descontou sua fúria no bruxo desmembrado que resistiu bravamente antes de ter sua cabeça arrancada. Gui usou sua magia para cavar uma cova e enterrar os bruxos mortos dentro.

-Hora de voltar para minha esposa. – Gui suspirou. –Nem minha sede de vingança me faz ficar afastado por muito tempo.

-Também tenho que ir para casa. É perigoso passar tanto tempo matando esses lixos. Faz com que eu me sinta mais animal que homem. – falei.

-E onde é exatamente sua casa irmãozinho? Forks? – perguntou Jasper com um meio sorriso. Aquela jornada era especialmente difícil para ele pois o trazia lembranças desagradáveis.

-Não sei. – respondi calmamente. –Onde a Bella esta Alice?

Os três riram pela primeira vê em dias e Alice se concentrou em Bella. Se ela não estivesse usando magia seria mais fácil. Começamos a correr até uma clareira e paramos para Alice continuar. Ela não via nada. Haviam vários vazios em seu futuro até que ele simplesmente desapareceu. Um estremecimento percorreu meu corpo e Alice pos a mão no meu braço.

“Isso é normal, se tratando da Bella. Ela deve estar na casa do Gui esperando você.”

Consegui me acalmar um pouco mais com esse pensamento. Alice contou aos outros o que estava havendo e Gui fez uma cara de culpado quando ela falou da possibilidade de a Bella estar na casa dele.

- O que está escondendo Gui? Por que essa cara? – perguntei odiando não poder ler a mente de bruxos.

-Ela não está lá em casa já faz algum tempo.

-E para onde ela foi? Por que não disse nada? – perguntou Alice irritada também.

-Ela saiu logo depois de você, Edward, no dia seguinte para ser mais exato. Ela foi com Harry, Rony , Hermione e o duende não sei para onde, mas não foram fazer coisa boa. Já fazia tempo que eles andavam pra cima e pra baixo tramando algo.

-E por que você deixou. –perdi o controle e Jasper e Alice me seguraram.

-Eu entendo que você queira protegê-la, mas lembre-se de quem ela é. Dumbledore, antes de morrer, nos disse para não nos metermos nas “missões” deles, que eles sabiam o que fazer e, francamente, a Bella não é um trasgo! Ela não vai morrer assim tão fácil. – Gui falou como se um vampiro irritado não estivesse para pular em seu pescoço.

-Edward, vamos achá-la. Eu tenho certeza. Acalme-se! – Alice falou exasperada.

Depois de algum tempo, Gui desaparatou e nos três fomos correndo até Londres. Roubamos uma Ferrari amarela no caminho e chegamos mais cedo que o esperado. Fomos até onde os Weasley estavam escondidos e fomos recebidos pelos gêmeos que eram os únicos em casa no momento.

Nos já havíamos conversado antes, muito vagamente, na Ordem e por isso foi fácil falar com eles de novo. Vê-los me lembrou dela e das coisas que ela me contou uma tarde na cozinha do Charlie...

“-Eu gostava de me meter em encrenca. Na escola, eu era unha e carne com os gêmeos Weasley, filhos do amigo do meu padrinho. Nós costumávamos afanar doces da cozinha, sair da escola escondidos, jogar bombas de bosta nos corredores,... Ai, ai,... Bom tempos!”

Reprimi um gemido ao lembrar de suas palavras, de seu jeito, de seu rosto... depois de alguns minutos de amenidades, perguntei o que me interessava aos gêmeos:

-Vocês sabem onde a Bella está?

-É confidencial. –falou o Fred.

-Totalmente. –completou George.

-Ela é minha. –falei ameaçadoramente. Quando vi suas caras de espanto completei. – Namorada. Onde ela está?

-Uau, você nos assustou, não foi Fred?

-Foi George.

-Parem com isso! Não vêem como é cruel? – disse Alice.

-Tô me sentido culpado Fred.

-Também George.

Um sorriso se mostrou em meus lábios quando Alice teve mais uma visão e os gêmeos nos olharam confusos.

-Vamos rapazes, sei onde a Bella está. –Alice falou, triunfante.

-Sabe? Sabe como? – perguntou Fred.

-Quando você, mesmo que por um segundo, pensou em nos dizer a verdade, seu futuro mudou e eu pude ver você contando e nós indo até Forks. Então ela deve estar lá.

-Sua, sua... –falou Fred com cara de derrota.

-Sua culpa.

E os dois começaram uma briga infantil. Quando estávamos saindo, eles nos barraram.

-Não tão rápido. Vamos com vocês.

-Não. –falou Jasper, exasperado em ter que aturá-los.

-Nos podemos levar vocês mais rapidamente. –falou George.

-E por que querem ir? –perguntei, já vendo a resposta na cabeça da Alice.

-Para protegê-la, caso vocês sejam Comensais disfarçados.

***

Abri a porta da cozinha e saí para o jardim. A primeira neve daquele inverno havia caído durante a noite e a paisagem es­tava completamente mudada. Eu inspirei suavemente o ar frio, saboreando a beleza do lugar e admirando, ao longe, o céu acin­zentado. A sensação de estar ali era deliciosa.

Da fogueira feita por Sam, subia uma tênue fumaça que se confundia com a linha do horizonte, até se misturar ao tom cin­zento das nuvens.

Além do jardim, salpicado de branco pela neve recente, bosques de pinheiros cortavam os campos que se estendiam até o começo das colinas. Sem dúvida, um daqueles típicos dias do frio mês de janeiro, cuja atmosfera lhe era tão familiar, apesar dos longos dias de ausência. Ali, na casa de Sam tudo era tão diferente de Londres e da vida que levava na grande capital...

  O dia prometia ser tão calmo quanto os outros e me senti entediada. A amizade que se firmou entre bruxos e lobos era prazerosa e me fez esquecer temporariamente os meus problemas, mas quando eu ficava sozinha ou à noite, antes de dormir, meus pensamentos voavam para eles. Meus dois vampiros.

Será que Damon superou o que sentia por mim? Será que voltaremos algum dia a sermos amigos? E Edward? Como ele está? Ele estará bem, enfrentando tantos perigos?

Minha cabeça rodava com tantas dúvidas e eu, sempre que podia, ia esquecê-las na garagem do Jacob. Mas não hoje. Não quando essa dor parece querer me devorar.

Andei um pouco pelo pequeno jardim, me sentindo muito protegida por estar rodeada de amigos, quando ouvi passos vindo até mim. Me virei devagar e fiquei, no mínimo, surpresa ao ver meus adorados amigos de colégio vindo até mim.

-Antes que você saque a varinha, nos podemos dizer todos os seus podres, assim saberá que somos nós mesmos. –brincou Fred.

-Seus bobos! Coloquei um feitiço ao redor da casa contra intrusos. –falei, indo até eles.

-Nos somos intrusos! –falou George.

-É, adoramos nos intrometer. –completou Fred.

-Ai, como eu senti falta disso. – falei, abraçando os dois ao mesmo tempo.

Depois de algumas brincadeiras, eles me contaram que Edward estava me esperando na casa dele. Meu coração pareceu sair pela boca. Rapidamente encerrei a conversa e andei em direção à floresta para aparatar. Fui impedida por cinco bruxos chatos e insistentes que quiseram me proteger, ou seria vigiar? Não sei. Só sei que meus pensamentos estavam focados nele e só nele.

Por fim, nós aparatamos perto da casa do Edward. Eu comecei a correr e quando avistei a casa, pude vê-lo esperando por mim na soleira da porta. Corremos um para o outro e, quando nos encontramos ficamos parados, um em frente o outro, nos certificando que ambos estávamos bem.

Meus amigos foram convidados a entrar pela matreira Alice e quando nos vimos a sós, Edward me pegou no colo, e me levou para longe. Quando chegamos a uma distância em que não seríamos ouvidos nem interrompidos Edward me pos no chão e ficou me observando. Decidi tomar a iniciativa.

Segurei seu queixo com carinho, meus dedos seguiram naturalmente, do queixo para a boca dele. Acariciei com delicadeza os lábios e, seguindo um impulso, passei os meus próprios lábios sobre os dele.

Beijei-o de leve, traçando o contorno da boca com a língua, até que os lábios doces e frios entreabriram-se num convite, e sem o menor traço de hesitação aumentei a intensidade do beijo.

Edward permaneceu parado, sem nem mesmo respirar. Por um momento, eu pensei que ele se afastaria, que estivesse com fome como da última vez. Então, com um gemido explosivo, ele segurou minha cabeça com ambas as mãos, esmagando sua boca contra a minha.

Beijou-me como se aquele fosse o último gesto de sua vida. Como se conseguisse, finalmente, algo que por muito tempo lhe fora negado, tentando desesperadamente saciar-se, antes que me tirassem dele outra vez.

Nunca em minha vida eu fui beijada dessa maneira e, com uma paixão rude e incontrolável, vi-me correspondendo ao beijo como nunca fiz antes.

A boca ávida de Edward movia-se sobre a minha, fazendo o meu corpo ser assaltado por ondas de tremores. Não era um beijo contido, com medo de me quebrar, como os que eu estava acostumada a experimentar dele, mas a ânsia sem limites. Eu estremecia sob o efeito íntimo daquela carícia, minha mente girando, toda a preocupação levada embora pela onda de sensações que me subiam pela espinha.

Passamos várias horas juntos. Ele me levou até nossa clareira e ficamos contando o que tínhamos feito na ausência um do outro. Nem preciso dizer que ele pirou ao saber o perigo que eu tinha corrido e quando falei dos lobos, me proibiu de voltar à La Push. Quando foi sua vez de falar, o senti reticente, como se fosse demais pra mim saber de tudo.

-Bella, lobisomens, ainda mais jovens, são perigosos.

-Falando em perigo, por que não me conta os que você correu?

-Não tente mudar de assunto mocinha. – ele falou brincando, mas foi a gota d’água para mim.

-Não me trate como criança, Edward Cullen! –falei me levantando. Senti meu rosto ficar quente. –Agora já é demais. Não basta meus pais, agora você também? Estou farta disso! Pelo menos o Damon me trata como uma mulher e não como uma criança!

-O que aquele cara tem haver com isso? – perguntou desconfiado. –Como exatamente ele te trata como mulher, Bella?

Ops! Percebi que me traí tarde demais. Mantí minha cara zangada, dei meia volta e caminhei em direção a casa. Ele rapidamente me seguiu, insistindo no assunto.

-Espera Bella. O que foi tudo isso?

-Olha pra mim Edward, olha tudo o que eu fiz. Acha mesmo que simples transmorfos me amedrontam?

-Amedrontam a mim. Me deixam em pânico com a possibilidade de machucarem você.

-E isso se chama falta de confiança. Realmente me machuca Edward, não os lobos, mas você.

Atingi o alvo. Ele fez uma careta de dor e me segurei para não ir de encontro a ele. Em vez disso, segui decidida para as árvores e aparatei. Talvez ele pensasse melhor no jeito de me tratar. Quando a hora do combate chegar, e ela vai chegar, quero lutar ao lado dele e quero que ele veja do que sou capaz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, gostaram do cap?