Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 29
Por que não se pode ter tudo?


Notas iniciais do capítulo

Fiquei ocupada estudando pras provas por isso não deu pra postar. Sorry. ^^



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Eu sou muito egoísta. Bruxos estão sendo caçados, trouxas estão sendo assassinados, o mundo está um caos e eu nunca me senti tão feliz. A brisa marinha roçava minha pele enquanto o sol batia forte em meu corpo, mas eu não sentia calor. Muito pelo contrário, eu sentia um pouco de frio. Isso por que Edward me abraçava fortemente.

Na floresta Proibida eu fui um fracasso. Não consegui convencer os centauros a lutar conosco. Eles acreditam que o futuro dos dois mundos está escrito nas estrelas e que eles não podem interferir. Eu e Hagrid tentamos de tudo, apelamos até para o nome do meu padrinho, mas foi em vão. Será que os centauros sabem que perderemos e por isso não querem interferir? Estremeci levemente pensando nisso e Edward se afastou um pouco, pensando que era frio o que eu sentia.

-Não estou com frio amor. Só estava pensando em coisas ruins...

-Então não pense. - e dizendo isso, ele me trouxe mais pra perto e começou a brincar com meu cabelo, com minha nuca, com minha boca...

Hagrid ficou comigo enquanto Edward foi caçar e foi só depois disso que ele finalmente ficou perto de mim. Ele não demorou nem meia hora direito caçando. Definitivamente, ele estava com medo de alguma coisa acontecer comigo de novo.

Depois de nos despedimos de Hagrid, andamos até um ponto onde nós poderíamos aparatar.

-Essa floresta é muito importante pra mim. Já vim aqui tantas vezes... – disse, mais pra mim mesma que para o Edward.

-E o que você fazia aqui? - Edward perguntou, uma sobrancelha levemente levantada.

-Às vezes fugindo do zelador, o Sr. Filch, que queria me pegar no flagra em alguma coisa, outras vezes testando feitiços e logros com os gêmeos, outras só mesmo caminhando sozinha...

Encostei-me em um tronco de árvore e parei observando-o. Ele cruzou os braços na frente do peito esperando uma resposta, mais eu simplesmente ri. Damon era bonito, outros garotos que eu já tinha conhecido também, mas nada se comparava à beleza dele. Era muito irreal. Ele, com aquela roupa preta, aquela blusa tão justa, os cabelos acobreados, que sobre o sol ficavam mais claros, e os olhos. Dei uma atenção especial aos olhos cor-de-mel que pareciam querer vasculhar a minha alma. Ele deu meu sorriso torto preferido e eu esqueci como se respira.

-Melhor sairmos daqui. Er... não é seguro. –falei meio torpe. Edward se aproximou e me abraçou o mais ternamente possível e eu aparatei. Nem o desconforto da aparatação me tirou o ânimo.    

POV Edward

Chegamos a um lugar deserto, perto do mar. O único som que eu ouvia era o da água batendo nas rochas e da suave respiração dela em conjunto com o bater acelerado de seu coração. Eu não mereço tamanha felicidade! Tê-la só para mim, saber que ela estava perto, é mais do que eu pedi.

Quando chegamos, vi que havia um túmulo perto de nós com os dizeres “Aqui jaz Dobby, um Elfo Livre”. Bella se ajoelhou na frente do túmulo e da ponta da varinha dela surgiram tulipas brancas que ela depositou cuidadosamente sobre a lápide.

Depois de algum tempo, ela se virou para mim e eu me aproximei cuidadosamente. Como ela estava desejável! Na floresta, quando ela me olhou com seus lindos olhos cor-de-chocolate, seu rosto todo corou fazendo um lindo contraste na sua pela alva. E agora ela estava ali, na minha frente, esperando por mim.

Estiquei minha mão para tocar seu rosto e ela segurou-a entre seus dedos e beijou a palma da minha mão. Não pude mais esperar. Segurei seu rosto entre minhas mãos e a beijei, a princípio delicadamente, mas nossa necessidade falou mais alto e quando dei por mim, estávamos sobre a grama. Na verdade ela estava. Eu estava sobre ela, com todo cuidado para não machucá-la. Suas mãos seguravam delicadamente meus cabelos, apesar de que sua intenção era puxar, e minhas mãos passearam pelo seu corpo, puxando-a mais para mim, assim nunca mais ninguém a tiraria de mim. Nunca.

Ficamos assim até que eu parei o beijo, o mais delicadamente possível. Eu queria mais, mas é arriscado. Mesmo depois de ter-me alimentado, eu ainda sentia atração pelo seu sangue. Ficamos um bom tempo deitados, abraçados só sentindo a brisa salgada do mar e ouvindo o barulho das ondas.

POV Bella

            Eu me sentei e olhei o Edward que ainda estava deitado preguiçosamente na grama. Abracei meus joelhos e fechei os olhos por alguns minutos. Eu precisava voltar ao mundo real, aos meus problemas que não são poucos. Damon, Voltures, meus pais, o banco... Suspirei e abri os olhos. Edward estava sentado também, me observando atentamente.

            -Precisamos voltar. Devem estar preocupados comigo e o Damon deve estar pirando. – falei balançando a cabeça. Edward pegou um fio do meu cabelo e o pôs atrás da minha orelha.

            -A preocupação do Damon é irritante. Ele não tem obrigação nenhuma com você. – sorri com isso.

            -Damon é ligado a mim de várias maneiras. Tem o sangue que eu bebi dele, mas também tem o voto perpétuo que ele fez com meu padrinho para me proteger enquanto durar essa guerra. – Edward franziu o cenho e eu sorri de novo. –Se o Dan quebrar o voto, ele morre. Literalmente.

            Ele me encarou por algum tempo. Eu me levantei e o puxei, como se eu pudesse realmente levantá-lo. Ele perdeu a seriedade e gargalhou. Fiz uma cara que devia ter sido de raiva se eu não tivesse me juntado a ele.

Andamos até perto da casa do Gui, que saiu com a varinha em punho. Seus cabelos amarrados em um rabo-de-cavalo e seu rosto com uma expressão desconfiada.

-Demorou Izy. –começou ele.

-Tive problemas com os centauros. Eles não tomarão partido. Ah, a senha é o presente que o Dan me deu que é uma cainhinha de música que ele punha para tocar sempre que meus pais viajavam e me deixavam sozinha com ele.

Gui baixou a varinha e suspirou. Ele deu um passo em direção ao Ed e lhe disse o endereço do Chalé. Edward então olhou para cima, vendo pela primeira vez a pequena bonita e solitária casa. Entramos atrás do Gui e vimos a Luna e o Dino abaixados, pondo lenha na lareira apagada. Luna se levantou e sorriu para nós.

-Oi Izy, parece que seu plano deu certo. –disse olhando curiosamente para o Edward.

-Legal! Outro vampiro! Como se aturar o Damon não fosse o suficiente. – Dino falou com sarcasmo. -Ele ameaçou quebrar minha varinha se eu não desse o fora do jardim e começou a quebrar tudo. Sinceramente, Izy! Controle seu vampiro! –ele continuou com raiva e eu engoli em seco.

-Eu vou falar com ele. Depois eu te conto tudo Gui. –disse, indo para o jardim. Quando Ed começou a me acompanhar, eu parei. –Não Edward, eu vou sozinha.

POV Edward

Bella se dirigiu ao jardim e eu fiquei na sala com Gui, e outros dois bruxos. Uma era uma garota loira com ar sonhador e uma roupa florida, o outro era moreno de olhos negros que não pareceu gostar da minha chegada. “Não sei o que a Izy vê nesses vampiros...” A garota tinha pensamentos infantis, mas era uma garota legal. Fiquei quieto, escutando. Eles eram os primeiro bruxos que eu pude ouvir os pensamentos.

-Edward Cullen, estes são Luna Lovegood e Dino Thomas. – nessa hora, chegaram mais três bruxos. – Ah, e estes são Hermione Granger, Harry Potter e Rony Weasley, meu irmão.

Os três me olharam de modo diferente, Harry com desconfiança, Hermione com preocupação e Rony com inveja. Só pude ouvir os pensamentos do Rony: “Então esse é o namorado da Izy? Droga! O cara é sarado. Será que a Mione notou? Será que ela está de olho nele[ ...”

-Se você está aqui, onde está a Izy? Ela está bem. Não é? - perguntou Hermione com a voz afetada.

-Diga vampiro. Onde ela está? -disse, querendo soar ameaçadoramente. Ri irônico e franzi a testa.

-Ela está bem. Eu não a matei, se esse é seu medo. Ela está conversando com o Damon.- os dois relaxaram e Gui riu.

-Eles são os melhores amigos dela, só estão preocupados. Não leve pro lado pessoal. – Gui falou, ainda rindo.

-São só crianças. –concordei.

-Crianças que matarão Você-Sabe-Quem e que já o enfrentaram várias vezes. – falou Hermione com ar de superioridade. – E você vampiro, que é? - desafiou-me.

-Nada. Não me levem a mal. Eu sou décadas mais velho que vocês. –falei.

            Isso pareceu acalmá-los. Logo estavam perguntando sobre os Voltures, os centauros e Hagrid. Hermione era a mais inteligente. Sabia muito sobre vampiros e sobre os Voltures. Rony ficou mais irritado por ela estar falando comigo. Harry ouvia em silêncio na maioria das vezes assim como o Gui. Mas quando falei de Hagrid todos mostraram interesse.

            -Ele está bem? Ai que alívio! – exclamou Hermione.

            -Snape não achou vocês? Que sorte! –falou Harry.

-Hagrid disse que ele teme os centauros. – falei e os três se entreolharam.

-Snape não teme os centauros. Teme a Izy. De algum modo ele escapou dela uma vez... – Hermione falou tensa.

-Quem pegará o Snape sou eu. Ainda bem que ele não apareceu por lá ou a Izy iria me tirar esse prazer. – Harry disse com ódio, o mesmo que eu vi nos olhos da Bella.

Gui mudou de assunto e eu continuei a falar sobre os Voltures. A esposa de Gui, Fleur, chegou e ele me apresentou a ela. Depois de um tempo de conversa, Gui trouxe um rádio e ficamos ouvindo as notícias dos desaparecidos. Me concentrei no rádio, mas parte de mim estava concentrada no jardim.

POV Bella

            Edward rosnou, mas não me seguiu. Andei até a cozinha, saindo para o jardim. Se Damon quebrou algo, deve ter ajeitado, pois tudo estava como hoje de manhã. Ele estava deitado na grama olhando o céu.

Quando eu tinha treze anos, já conhecia o Damon há dois. Naquele ano, nas férias, minha mãe e meu pai estavam em serviço e Damon estava cuidando de mim. Eu fiquei furiosa depois que ele me impediu de sair com um garoto trouxa dois anos mais velho que eu. Eu passei horas emburrada, olhando pro céu. Damon simplesmente se deitou ao meu lado e ficou comigo todo tempo, até que meu estômago roncou e ele olhou com aquele ar de superioridade para mim, como se dissesse: Eu venci. Eu tentei, mas não pude deixar de rir com ele, que foi buscar algo para que eu comesse. Não me lembro de ter ficado com raiva dele por muito tempo desde então.

   Deitei-me ao seu lado e fiquei olhando o céu também. Damon não olhou para mim. O que eu fiz para ele não tem desculpas. Eu queria que ele gritasse, brigasse e então eu me defenderia, mas ele só ficou em silêncio e eu me desesperei. Senti uma culpa imensa e pigarriei duas vezes.

-Acho que meu estômago não vai ajudar dessa vez. – comecei. Era para soar engraçado, mas eu estava triste e minha voz saiu rouca.

-Preciso ir ver como anda meu irmão. Ele deve estar feliz sem mim por perto e isso não é bom. –falou impassível.

-Adiantaria se eu pedir pra você ficar? - perguntei insegura.

 

            -Nop, você se vira sozinha. –falou, se levantando. Sentei-me magoada.

-Izy. –chamou se virando pra mim e olhando no fundo dos meus olhos. Os minutos se passaram e ele continuou me olhando, depois fez menção de dizer algo e desistiu.

Damon se dirigiu à floresta, que ficava atrás da casa, e se transformou em corvo. Fiquei ali parada com os olhos marejados, mas não chorei. Depois eu me puniria por isso. Não agora.

Voltei à sala e encarei meus amigos e o amor da minha vida com a expressão mais impassível possível. Harry me olhou desconfiado e Mione também, mas os outros estavam mais ocupados com as notícias que vinham do rádio, inclusive o Edward. Lembrei que ele tem que ficar informado para ajudar os Voltures.

           

            -Já apresentei Edward aos outros Izy. – falou Gui. Dei um riso amarelo e me sentei ao lado do Edward que me puxou para perto dele, enlaçando minha cintura. Encostei a cabeça no seu ombro e fiquei ouvindo os nomes dos bruxos e trouxas desaparecidos.


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Notas finais do capítulo

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