Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 23
Planos de ação


Notas iniciais do capítulo

Iaê galera!
Tô postando adiantado como prometi, e bem maior que os outros.
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/77321/chapter/23

Ouvíamos o mar bater contra as conchas e sentíamos o vento salgado brincando com nossos cabelos enquanto eu cantarolava uma canção. Eu me prometi não chorar. Quando eu vi o corpo do Dobby na grama, eu me lembrei do corpo do meu padrinho e da dor que eu senti, mas não chorei. Naquela noite, eu andei até a borda do penhasco e olhei pro nada por horas. Não lembro quem me levou pra dentro, só de não deixar me carregarem. Eu não iria mais ser um fardo pra ninguém. Nem pros meus pais, pro Damon, pro Edward ou pros meus amigos. O fato de eu ter sido presa como uma trouxa já foi humilhante o suficiente.

A Mione estava de olhos fechados, com a cabeça nas pernas do Rony, me ouvindo cantar e o Harry estava sentado ao meu lado, as mãos segurando os joelhos, com o pensamento longe daqui. Ambas, eu e a Mione, estávamos nos cicatrizando psicologicamente. A casa do Gui e da Fleur era aconchegante e por alguns dias nos nós demos ao luxo de esquecer tudo. A dor do Harry pelo Dobby era visível, mas ele parecia melhor. Ele cavou sem magia a cova do elfo em um canto que agora está cheio de flores. O enterro foi digno do Dobby. Todos nós prestamos homenagem a ele e, se ele estivesse olhando de onde estava, pode ver o quanto é querido e o quanto nos somos gratos a ele.

Logo depois do enterro, Harry pôs seus planos em ação. Primeiro ele pediu pra ver o duende, que se chama Grampo, depois pra ver o senhor Olivaras. No começo eu fiquei boiando, mas depois eu percebi onde ele queria chegar. Meu padrinho era um bruxo com uma mente privilegiada por conseguir ver o potencial desse garoto antes dele mesmo. O Harry mudou. A aura que emanava dele era de confiança.

Ao duende ele perguntou se era possível roubar o Gringotes, o banco bruxo. Primeiramente, ficamos sem ação, depois entendemos a lógica da coisa. Uma Horcruxes poderia estar no cofre dos Lestrange. Belatriz ficou apavorada quando viu a espada e achou que tínhamos entrado no cofre. Ela escondia algo e nós iríamos atrás disso. Segundo Harry, Voldemort quando jovem teria invejado qualquer um que tinha algo no Gringotes e teria achado seguro guardar uma Horcruxes lá, primeiro por achar seguro, segundo por confiar na Belatriz, sua mais leal serva que o procurou quando ele caiu.

Eu sabia de tudo aquilo. Harry contou seus encontros com Voldemort em detalhes quando estávamos em Hogwarts e meu padrinho me mostrou as lembranças do jovem Ridler para que eu podesse ajudar o Harry, caso ele precisasse. Harry pediu minha ajuda no projeto de arrombar o banco e eu senti um sentimento de satisfação por dentro por estar sendo útil na derrubada de Voldemort. Harry pareceu mais confiante de sucesso na empreitada quando eu aceitei. Ele queria poupar a Mione de mais pressão. O doende prometeu pensar no assunto, ele ficou muito curioso com o modo como tratamos a ele e ao Dobby.

Ao Sr. Olivaras, Harry pediu que concertasse sua varinha que tinha se partido. Só depois a Mione me contou como se sentia culpada por isso no que eu a consolei. Nesses tempos malucos, acidentes são mais comuns. Senti-me um pouco egoísta ao ficar aliviada por ter minha varinha de volta.

Depois de constatar que a varinha não tinha concerto, Harry fez perguntas sobre a Varinha das Varinhas. Enquanto ele perguntava para o Sr. Olivaras que confirmava que Voldemort estava atrás dela, senti meu rosto empalidecer e tentei, em vão, esconder isso. Como o Harry sabia, era um mistério. Meu padrinho nunca mencionou que contara a ele.

Depois da entrevista com o fabricante de varinhas, seguimos Harry até o jardim. Quando chegamos ao túmulo do Dobby, ele se virou pra mim.

-Izy, você sabia que era Dumbledore que tinha a Varinha das Varinhas não é?

Eu não esperava que ele fosse tão direto. Estanquei no lugar e fiquei o encarando boquiaberta. Rony me olhou com olhos acusadores, como se eu estivesse os traído.

-Harry, meu padrinho nunca quis que você a possuísse. Ele queria que você destruísse as Horcruxes. A verdade é que... – parei um pouco olhando pros seus rostos cansados. – O livro da Rita Skeeter está certo sobre isso, Harry. Alvo ficou obcecado pelas relíquias quando mais moço e temeu que você também ficasse. Você viu a mão dele. Ele foi tão afoito em usar a porcaria do anel que... ele pagou um preço alto pela cobiça e...

-Dumbledore tinha a Varinha das Varinhas? -admirou-se Rony, ignorando o que eu disse. – Mas então... onde está agora?

-Em Hogwarts. – respondeu Harry, que ainda me encarava.

-Pois então vamos! – disse Rony. – Harry, vamos buscá-la antes que ele a consiga!

-Não! Harry, meu padrinho não queria isso. – falei com urgência.

- É tarde demais para isso. – respondeu Harry ao Rony. Ele parecia estranho, como se sentisse dor, levou as mãos à cabeça. – Você-Sabe-Quem sabe onde está. E está lá agora.

-Harry! – exclamou Rony furioso. – Há quanto tempo você sabe disso... por que estivemos perdendo tempo? Já poderíamos ter ido. Se a Izy tivesse usado a cabeça e nos dito antes...

-Ah Rony, você se acha muito inteligente não é? Mais até que Alvo Dumbledore. – falei com o mesmo escárnio que aprendi com Damon.

- Você e seu padrinho ferraram com a gente, isso sim. Se tivesse simplesmente deixado a varinha como herança pro Harry...

-Não seja estúpido, ele...

-Chega! A Izy tem razão. Dumbledore não queria que eu a possuísse. Não queria que eu a tomasse. Queria que eu encontrasse as Horcruxes. – disse Harry, e caiu de joelhos no capim.

-A varinha é invencível, Harry! – gemeu Rony.

-Minha obrigação é... é encontrar as Horcruxes. – disse Harry e caiu.

O mar avançava e recuava; era um som triste. O Chalé das Conchas era um lugar belo e solitário. Depois da discussão com Rony, nos não nos falamos mais. Harry passava muito tempo sozinho inspecionando os rochedos. Rony não saia de perto da Mione e meu coração, ao vê-los, se apertava de saudade do Edward. A única coisa que me mantia longe dele era a certeza de que ele ficaria melhor sem mim. Eu prometi ajudar o Harry e não podia voltar atrás pra correr pro meu namorado, quando o próprio Harry tinha deixado a namorada dele pra cumprir sua missão.

Eu encostei minha cabeça no ombro do Harry e ele me abraçou, ainda olhando o Horizonte. Por um tempo eu tive medo de que ele ficasse com raiva de mim, mas ele me disse que já tinha cumprido promessas absurdas do meu padrinho e sabia como eu me sentia. Claro que o Rony não pensava assim. Até a Hermione me entendeu e me apoiou, não na frente do Rony, claro.

Em uma das tardes em que o Rony deixou a Mione em paz, eu contei a ela sobre o Damon e o Edward e ela riu um pouco das brigas dos dois. Ela me apoiou sobre o Edward e me entendeu sobre não ir até ele. Ela me contou tudo sobre os dias em que eles tinham se escondidos, sobre o Rony ter ido embora e depois voltado e sobre a ida dela e do Harry à Godric´s Hollow, sobre o mistério da corsa prateada...

Eu me senti culpada por ter passado tanto tempo feliz e segura, enquanto eles sofriam tantas intempéries.

Eu terminei mais uma canção e o Harry me encarou. Ele tinha dúvidas se tinha agido corretamente deixando Voldemort ficar com a varinha. O Rony também não ajudava. Ele sempre ficava dizendo: “E se Dubledore quis que a gente decifrasse os símbolos para obter a varinha? E se a decifração dos símbolos o tornasse ‘merecedor’ das Relíquias? Harry, se aquela é realmente a Varinha das Varinhas, como vamos derotar Você-Sabe-Quem?”

-Você jamais faria isso, Harry. – falei pra ele. – Você não poderia ter violado o túmulo de Dumbledore e sabe disso.

Harry me olhou surpreso, depois esboçou um sorriso. Ele me abraçou com mais força e relachou. Harry contou-nos que viu Voldemort violar o túmulo do meu padrinho e pegar a varinha dele. Eu fiquei um pouco chocada, mas já esperava algo assim. Eu sabia que era questão de tempo.

-Esqueça isso Izy. Sinto muito pelo túmulo do seu padrinho. – sussurrou.

Fleur saíra do chalé, seus longos cabelos prateados esvoaçando à brisa.

-Arry, Grrampo gostarria de falarr com você. Ele sta no quarrto menorrzinhe, e diz que nam querr que o oucem.

Ela parecia irritada por está servindo de garota de recados do Grampo. Subimos os quatro até o quarto que a Fleur indicara que era o que eu dividia com a Mione e com a Luna. As cortinas estavam fechadas para filtrar a pouca claridade do dia. O barulhos das ondas ainda era alto aqui. Grampo estava sentado de pernas cruzadas em uma poltrona baixa, tamborilando os dedos finos nos braços do móvel.

-Cheguei à uma decisão, Harry Potter. Ainda que os duendes de Gringotes considerem isso uma viu traição, decidi ajudá-lo...

-Que ótimo! – exclamou Harry. – Grampo, obrigado, estamos realmente...

-mediante – continuou o duende. – pagamento.

-Quanto você quer? Tenho ouro.

-Eu também. – disse, pensando se poderia pegar o ouro que meu padrinho me deixou.

-Não em ouro. Tenho ouro. – disse o duende. – Quero a espada. A espada de Godrico Gryffindor.

-Não posso lhe dar isso. Lamento. – disse Harry.

-Então, temos um problema. –disse, mansamente, Grampo.

-Podemos lhe dar outra coisa. – disse Rony. – Aposto que os Letrange tem uma porção de coisas, pode escolher o que quiser quando entrarmos no cofre.

-Não sou um ladrão moleque! – disse Grampo com raiva. – Não estou tentando obter tesouros a que não tenho direitos.

-A espada é nossa...

-Não é. – respondeu o duende.

-Somos da Grifinória, e ela pertenceu a Godrico Gryffindor...

-E antes de Gryffindor, a quem ela pertenceu? - perguntou o duende.

-A ninguém. – Rony respondeu.

-Outra vez a arrogância dos bruxos! A espada era de Ragnok, o primeiro, e foi tomada por Gryffindor! É um tesouro perdido, uma obra-prima do artesanato dos duendes! Pertence aos duendes! A espada é o preço do meu serviço, é pegar ou largar.

Grampo nos encarou irritado e Harry suspirou. Ele parecia ter envelhecido com tantas decisões a tomar. Ele nos olhou e disse:

- Grampo, precisamos discutir seus termos, se concordar. Pode nos dar uns minutos?

O duende assentiu e nos fomos até a sala de estar que estava vazia. Harry se postou em frente à lareira e eu efundei em uma poltrona. Rony começou a xingar o duende afirmando que era loucura darmos a espada pra ele. A espada, alem do valor sentimental, serviria para destruir futuras Horcruxes. Eu concordava com o Rony, mais sabia que precisavamos dar a maldita espada a ele, se quisséssemos entrar no cofre.

-É verdade? - perguntou Harry. – A espada foi roubada por Gryffindor?

Eu e a Mione nos olhamos e ela respondeu:

-Não sei. Nossa história bruxa com frequência passa por cima do que fizemos à outras raças mágicas.

-Eu nunca li que Gryffindor tivesse roubado a espada. – disse.

-Tá vendo? Se a Izy, que é afilhada de Dumbledore, disse que nunca ouviu falar, é por que deve ser umadessas histórias de duendes. – falou Rony, com uma ironia que não soube disfarçar.

Olhei pra ele com ódio e me retirei da sala pra não socá-lo e fui até o penhasco observar as ondas. Merlin! Como eu queria que o Edward estivesse comigo. Lágrimas de raiva, frustração e saudade ameaçaram cair, mas eu as segurei. Eu não chorarei. Não mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Antes que vcs peçam mais Edward, o próximo capítulo provavelmente vai tê-lo.
E aí, estão gostando do rumo da história?