Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 22
Sombras do porão


Notas iniciais do capítulo

Postei mais cedo pra compensar os atrasos que eu tive.
Espero que gostem!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/77321/chapter/22

-Izy? - ouvi um sussurro na escuridão. –É você?

Ouvi um movimento perto de mim, então vi uma sombra se aproximar.

-Izy?

-Luna? - sussurrei com um fio de voz.

-É sou eu. Ah não Izy, o que fizeram com você?

Luna se aproximou com cuidado. Recuei ao seu toque e ela recuou.

-O sr. Olivaras também está aqui. –lembrei que Lupin disse que ele foi levado.

-A quanto tempo eu estou aqui?

-Não temos certeza do tempo, mas foi a oito refeições, ou seja, uns quatro dias.

Quatro dias? Meu Deus! Damon deve estar louco, Edward deve estar louco. E se ele se matar como prometeu? Merlin, é melhor morrer!

Quando veio a outra refeição Luna me fez comer um pouco. Meu estômago se acostumou a pouca comida e eu só consegui beliscar um pouco.

Passei horas me martirizando por ter sido capturada pela nojenta da Belatriz no que Luna dizia que com Aquele-que-não-deve-ser-nomeado esperando por ela, seria difícil conseguir fugir. Estávamos nessa discussão, quando ouvimos um barulho anormal no andar de cima.

-Que é isso? -perguntou uma fria voz feminina.

-Estamos aqui para ver Aquele-que-não-deve-ser-nomeado! – respondeu uma voz áspera.

-Quem é você?

-Você me conhece! Lobo Greyback! Capturamos Harry Potter!

-Não pode ser! – Luna exclamou.

-Fique calma Luna. Há muitos impostores por aí e eles fariam qualquer coisa para capturar o Harry, mesmo que seja falso. Afinal, o Harry não é tão idiota quanto eu pra ser capturado assim tão fácil!

Luna começou a se lamuriar e não consegui distinguir mais as vozes até que ouvimos passos descendo até onde estávamos e minhas palavras se tornaram falsas. Afinal, Harry era tão idiota quanto eu. Um grito agudo horrivelmente familiar me arrepiou e eu fiquei em choque.

-HERMIONE! HERMIONE! – urrou outra voz familiar e meu estomago se revirou. Se eu tivesse comido mais, teria vomitado. Uma parte de mim, que se fortalecera depois da tortura me mantia racional e fria.

-Fique quieto! Cala a boca Rony, precisamos descobrir um jeito...

-HERMIONE! HERMIONE! –Rony, a essa altura eu já sabia que era ele, continuou urrando.

-Precisamos de um plano, pare de berrar... precisamos soltar essas cordas...

-Harry? Rony? São vocês? – sussurrou Luna e Rony parou de gritar. Luna se aproximou deles.

-Luna?

-É, sou eu! Ah, não, eu não queria que vocês fossem apanhados?

-Luna, você pode nos ajudar a cortar essas cordas? - perguntou Harry.

-Ah, sim, espero que sim... tem um prego velho que usamos quando precisamos partir alguma coisa... espere um instante...

Ouviu-se um novo grito da Hermione e um grito da Belatriz, mas este ficou inaldível por que o Rony voltou a berrar também.

            -HERMIONE! HERMIONE!

            -Izy? Izy, o prego está com você? Se você se afastar um pouquinho, acho que estava do lado da jarra de água... –eu me esforcei pra me arrastar e pegar o bendito prego. Eu o dei pra Luna que voltou até onde o Harry estava.

            -Vocês precisam ficar parados. – recomendou Luna.

            -Vou lhe perguntar mais uma vez! Onde conseguiram esta espeda? Onde? - ouvimos Belatriz gritar e eu senti a mesma dor que a Mione sentia.

            -Achamos... Achamos... POR FAVOR! – gritou Hermione.

            -Rony, por favor, fique parado! Não consigo ver o que estou fazendo... – sussurrou Luna.

            -Meu bolso! No meu bolso tem um desiluminador, e cheio de luz! – disse Rony, num raro momento de lucidez.

            Ouviu-se um clique e esferas de luz voaram para o porão. Elas ficaram suspensas no ar, como minúsculos sóis, clareando tudo, como eu já tinha visto meu padrinho fazer. Eu vi Luna abaixada com um prego na mão trabalhando nas cordas que prendiam um Harry com a cara inchada, um Rony desesperado e mais um garoto e um duende. Harry olhou pra todos até parar em mim e sua boca abriu. Dei um sorriso amarelo, pois sabia o que ele via: apesar dos dias de descanso, eu ainda tinha partes roxas, vermelhas, inchadas e sangrentas pelo corpo.

-Ah, assim é mais fácil, obrigada, Rony. Olá Dino!

-Você está mentindo sua sangue-ruim imunda, sei que está! Você esteve em meu cofre em Gringotes! Diga a verdade, diga a verdade! –houve outro grito lascinante.

-HERMIONE!

-O que mais você tirou? O que mais tem com você? Diga-me a verdade ou, eu juro, vou furar você com esta faca!

-Pronto! – disse a Luna.

As cordas caíram e, enquanto Harry esfregava os pulsos, Rony corria feito um doido pelo porão, procurando uma brecha, uma fenda, qualquer coisa que nos tirasse dali. Dino, que estava roxo e ferido, agradeceu Luna. O doende tombou de lado, visivelmente esgotado, seu rosto coberto de vergões. Rony tentava, agora, desaparatar sem varinha.

-Não temos saída Rony. O porão é completamente à prova de fugas. No começo eu tentei e o Sr. Olivaras que está aqui há mais tempo também. A Izy nem tentou. – Luna disse.

Não gostei disso. Eu não tentei por que não consegui me mexer. Hermione voltou a gritar e eu me senti agredida. Sua dor me trouxe imagens da minha própria dor que eu tentei esconder. Harry se uniu ao Rony e ficou andando pelo porão, procurando uma saída.

Outro grito da Mione ecoou pelo porão e eu me vi empurrada para àquela sala de novo. Imagens que minha mente tinha bloqueado voltaram. Voldemort me olhava como se estivesse torturando um animal particularmente asqueroso. Ele brincava com Nagini, se enroscava nele e me fitava, esperançosa de que eu seria seu jantar. Belatriz se deliciava me torturando com a cruciatus.

-Chega Bela! Ela precisa pensar um pouco antes de abrir a boca imunda. – silvou. Se virou pra mim e fez uma careta que deveria ser um sorriso. – Você dirá o que sabe sobre as viagens do seu padrinho e o que ele pesquisou sobre mim. Também me dirá sobre a varinha que ele esconde...

Voltei ao presente, ainda sentido as dores da tortura, com Harry que berrava para um espelho, desesperado.

-Nos ajude! Estamos no porão da mansão dos Malfoy, nos ajude!

Harry passou a virar o pedaço de espelho enquanto Hermione voltava a gritar mais horrivelmente. Rony se desesperou e também voltou a gritar o nome da Mione. Voltei a ver cenas da minha tortura e comecei me contorcer. Dino veio até mim e pôs minha cabeça no seu ombro, me embalando como se eu fosse um bebê gigante. Fechei meus olhos apertados imaginando que era minha mãe.

Não consegui ouvir mais nada, por que Dino estava cantando uma música pra mim. Ele parou, de repente, e eu abri meus olhos a tempo de ver que Harry correndo pro lado do doende e cochichar algo na orelha dele. Nós ouvimos alguém descer correndo a escada para o porão e a voz do Draco veio tremula do outro lado da porta.

-Afastem-se. Se enfileirem na parede do fundo. Não tentem nada, ou mato vocês!

Eu me levantei decidida e Dino me olhou preocupado. Todos fomos até o fundo do porão. Quando a maçaneta girou, Rony clicou no desiluminador, restaurando as trevas do porão. A porta se abriu de chofre; Malfoy entrou, com a varinha à frente, pálido e decidido. Agarrou o pequeno doende pelo braço e recuou com ele.

Rony clicou no desiluminador e as luzes voltaram a iluminar o porão, revelando Dobby, o elfo doméstico de Hogwarts, que acabara de aparatar entre eles.

-DOB...!

Harry fez Rony se calar e ele ficou envergonhado pelo erro que iria cometer. Dobby, que olhava para nós com seus olhos enormes, tremia todo. Lembrei, o que parecia ser em outra vida, de Harry me contando na escola que Dobby era um elfo dos Malfoy que foi libertado com a ajuda dele. Por isso ele devia estar aterrorizado.

-Harry Potter. – falou com um fiapinho de voz. –Dobby veio lhe salvar.

-Como foi que você...? -um grito da Mione fez o Harry se calar.

-Voce pode pesaparatar deste porão? - perguntei e Dobby assentiu.

-E você pode levar humanos com você? - perguntou Harry, entendendo meu plano. Dobby voltou a assentir.

-Certo Dobby, quero que você leve a Luna, o Dino, o Sr. Olivaras e a Izy com você. Leve-os para...

-A casa de Gui e Fleur. O chalé das conchas, nos arredores de Tinworth! –falou Rony.

-Só se depois ele voltar pra pegar vocês. – falei e Harry concordou.

-Claro Srta. Swan. – chiou Dobby.

-Não podemos deixar vocês aqui. –choramingou Luna.

-Não vamos deixar vocês aqui. – falou o Dino.

-Não sejam Trasgos! Tenham fé no Harry e no Rony. – falei irritada. Harry me olhou, agradecido. –Harry, eu não posso ajudar nesse estado, mais traga a Mione com vocês. Salva.

Harry assentiu, mas no minuto seguinte fechou os olhos com uma dor que eu sabia o que significava. Ele ainda tinha um elo com a mente de Voldemort. Dumbledore ficaria irritado. Olhei pra ele com censura.

-O que? Voce acha que é fácil? - o abracei e ele ficou aturdido. – traga-a pra nós. – sussurrei. – Vamos. Dobby venha aqui, Luna e Dino também.

Fomos até onde estava o Sr, Olivaras e seguramos os dedos estendidos do Dobby. O porão rodopiou ao desaparatamos e mergulhamos na escuridão.

Segundos depois, pisamos em terra firme. Senti o vento no meu rosto e o cheiro de sal do mar. Gui veio com a varinha à frente, parou a uma distância segura e observou.

-Quem são vocês? -perguntou.

-Gui, sou eu Izy.

-A Izy está na América. – suspirei fundo e ele olhou pros nossos arranhões. Fleur vinha com sua varinha e se postou atrás do marido. –Se você é a Izy, o que foi a última coisa que Dumbledore disse pra você antes de morrer?

-Não demonstre medo a ninguém. Tenha fé no Harry. Se ele falhar, tome sua missão.

Gui baixou a varinha e, junto com a Fleur levou todos pra dentro de um chalé que se encontrava a poucos metros dali.

-Venha Izy, deixe-me levá-la.

-Valeu Gui, mas eu vou esperar o Harry aqui. –disse.

Gui me olhou e meneou com a cabeça. Dobby voltou pra casa dos Malfoy e eu e Gui ficamos esperando. Eu resumi a situação pra ele. Não falei que eu fui torturada nem o que Voldemort queria de mim, mas ele suspeitou pelo meu estado. Depois esperamos o que me pareceu horas.

Deitei-me na grama, olhando o céu. As estrelas brilhavam fortes e eu fiquei pensando em como seria bom ter a Mione, o Harry e o bocó do Rony comigo. Também pensei no Edward. Eu precisava me recuperar primeiro pra depois ir até ele. Se ele me visse assim iria pirar. 

Meus pensamentos foram interrompidos por um estalo e cinco seres pousaram no jardim. Gui levantou sua varinha. Dobby, o doende, Harry, Rony e Hermione se encontravam de joelhos. Fleur correu até nós e eu até a Mione.

-Você está bem? - perguntou Harry pro duende.

-Izy, isso é seu. Pegamos da Lestrange. – disse Harry me lançando a minha varinha. Olhei embevecida pra minha varinha, depois olhei pra baixo, horrorizada.

-Dobby você está bem? - perguntei.

Harry ainda estava se situando, olhou pro lados até ver o elfo caído afastado do grupo

-DOBBY!

Harry correu até o elfo e os dois, olharam uma faca de prata no peito do elfo. Corri, trôpega, até eles.

-Dobby... não... SOCORRO!

-Gui, ajude! – gritei.

Gui veio até nós e olhou desanimado.

-Não há nada que se possa fazer. Sinto muito.

-Dobby, não, não morra. Façam algo!

-Harry.... Potter...

O elfo olhou pra todos nós, o Harry por último, quase com adoração, depois olhou o céu, se estremeceu e faleceu. Seus olhos brilhando com as estrelas do céu.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Iaê galera? gostaram do capítulo?
Pra quem pediu Harry, taí.
Os proximos capítulos serão mais emocionantes.
Esperem...

Obs.: Quanto mais rewiens eu receber, mais rápido eu posto.
^^