Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 19
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Eu sei: Estuo atrasada de novo.
Mas é que eu tive uma viagem e depois tive que fazer um trabalho.
Ah, claro, as insistencias da Thvyolet me ajudaram a acelerar.
bjim.



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Uma hora depois, eu deixei o caldeirão fervendo e levei o Edward pro meu quarto. Quando eu o chamei, ele me lançou um olhar cheio de significados.

 

-Ei, só quero te mostrar algo tá? – falei, rezando pra que ele ignorar meu aviso, mas fazendo cara de inocente.

 

            -O que tem no seu quarto que eu não sei? –perguntou rindo.

 

            -Isso por que você não olhou na minha bolsa... –se ele soubesse tudo o que eu guardo lá, ele não diria isso. Minha bolsa, que eu ganhei de presente da Mione, tem um fundo mágico e tem quilometros de extensão.

Entramos no quarto. Edward sentou na poltrona e eu me sentei na cama na sua frente. Peguei minha varinha da manga da minha blusa.

 

            -Accio penseira. – falei com a varinha em punho.

 

            Minha penseira veio e parou na minha frente. Edward riu alto. Ele estava de muito bom humor ultimamente.

 

-Ela podia ter se abaixado pra pegar mais não, é esforço demais... –falou ironico.

 

-Há, há. –revirei os olhos. –Acustume-se. Bruxos gostam de conforto.

 

Pus a penseira na minha mesa de cabeceira e comecei a coçar minha cabeça com minha varinha, tirando minhas ultimas lembranças da minha cabeça e pondo na penseira. Edward ficou olhando atentamente.

 

-Isso se chama penseira e é onde se colocam as memórias. Ela é um artefato raro, utilizada principalmente por grandes bruxos, que quardam muitas coisas na cabeça. Foi meu padrinho quem me deu de presente quando eu tinha onze anos e entrei no colégio. Ninguém sabe dela, nem o Damon, que é meu melhor amigo, sabe. Sei lá, só queria que você soubesse...

 

-Por que Bella? Por que eu sinto como se você tivesse algo mais em mente, como desaparecer por exemplo... –ele disse, sua voz cheia de dor.

 

Me levantei de um pulo e me sentei no seu colo, mas ele ainda estava tenso. De repente me abraçou forte, respirando forte em meu cabelo, como se quisesse me colar a ele para sempre. Seu corpo começou a relachar e eu fiquei quieta, enrolando meus dedos em sua gola.

 

-Não estou dizendo adeus. Só queria te mostrar minhas memórias. Eu não quero entrar nesse assunto de novo. –disse.

 

-Você não me prometeu que não iria se arriscar, que não iria à Londres.

 

-Eu prometo. Não vou a lugar nenhum. Está bom assim?

 

-Eu só me preocupo com você Bella. Se você morresse – ele folou com dor – eu, ... não conseguiria existir em um mundo em que você não viva. Entenda. Se acontecesse algo, eu ...

 

-O que quer dizer com não conseguiria existir? Quer dizer morreria? Edward, eu vou morrer, algum dia. Você não pode viver em função de mim.

 

-Você não entende o quanto eu te amo Bella. Eu quero que você morra de velhice, em uma cama quentinha, sem dor, e quando você for, eu não terei mais nada pra fazer aqui.

 

-Isso é injusto! Você viveu sem mim esse tempo todo...

 

-Isso não é vida Bells. È somente uma existência, que você conseguiu deixar mais bonita. Sem você... nada vale a pena. E nós não vamos mais discutir isso.

 

-E se fosse o contrário? Se você morresse, eu iria morrer também...

 

-Não! Que comparação! A sua vida preciosa pela minha existencia inútil.

 

-Não é inútil. – disse fazendo biquinho. Edward riu e me beijou.

 

Me perdi, momentaneamente, e quando  nós nos separamos, eu voltei pra minha cama, em frente à penseira.

 

-De qualquer modo, eu me sinto eufórico por saber que esse é um segredo só nosso, e que eu saiba algo sobre você que o Damon não sabe.

 

Eu comecei a rir. Homens. Procurei por uma lembrança, não muito comprometedora.

 

-Mergulhe a cabeça aqui.

 

Edward exitou, mas logo obedeceu. Senti meus pés deixarem o chão e me senti caindo por um torvelinho escuro e então, inesperadamente eu me vi em Hogwarts, em um dia ensolarado, onde os pássaros cantavam e uma brisa suave de primavera soprava com cheiro de carvalhos e o salgueiro lutador se balançava preguiçosamente. Alunos andavam pelos jardins com roupas mais leves e se divertiam nas sombras das árvores. Edward olhava a cena com assombro.

 

-Nós aparatamos?

 

-Não. Nós estamos vendo Hogwarts a dois anos atrás. Era aqui que eu estudava e ainda estaria estudando, se não fosse por toda essa loucura. Ali, veja eu sentada embaixo daquela árvore. Aqueles são Rony Weasley, Harry Potter e Hermione Granger.

 

Fomos nos aproximando até que conseguimos ouvir a conversa. Eu estava com uma boa aparência naquele dia, com minha farda (saia preta e blusa branca). Eu estava sem o sobretudo preto e a manga da minha blusa branca estava dobrada até meu cotovelo. Meu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo e eu sorria de uma piada recém contada pelo Rony.

 

-Eu ainda acho que nós deviámos estar estudando. Estamos no N.I.E.M. isso quer dizer mais estudos. Davíamos estar praticando o feitiço Aguamenti para o Flitwick!

 

-Relacha Mione. Ainda temos semanas para as provas. – falou, bocejando, a Bella do passado.

 

-Eu vou estudar depois dos testes de quadribol. –Harry tranquilizou-a. –Mas, pelo número de pessoas que se inscreveram, os testes podem levar a manhã toda. Não sei por que de repente a equipe ficou tão popular.

 

-Ah, fala sério Harry. Não foi o Quadribol que ficou popular, foi você! –falei impaciente.

 

-É verdade. Você nunca foi tão interessante e, para ser sincera, tão desejável. –completou a Mione.

 

Rony se engasgou tendo um acesso de tosse. Hermione lançou-lhe um olhar  de desprezo e eu e Harry nos olhamos desconfortáveis.

 

Edward olhava a cena impassível. Eu girei minha varinha fazendo a cena mudar. Agora estávamos em uma casa pequena e confortável: A toca. Meus pais estavam sentados conversando com o Senhor Weasley. Eu podia sentir o cheiro de cervejas amanteigadas e de tortinhas de frutas.

A Bella do passado estava na cozinha com Rony e Harry limpando couves-de-bruxelas para a sra. Weasley. A neve passava pelas janelas e a lareira da sala aquecia a casa.

 

-Hum, vocês sabem o que acontece se você quebrar um voto perpétuo? -Harry perguntou.

 

-Por que você quer saber Harry? –eu perrguntei

 

-Esquece Izy, o Harry está pertubado. Sabe como é né? A perseguição por tudo que se refere ao Snape... – respondeu Rony.

 

-Não é perseguição. Eu ouvi ele dizer que tinha prometido à mãe do Malfoy proteger ele, que tinha feito um voto perpétuo ou coisa parecida. –retrucou Harry.

 

-Sabe Harry, meu padrinho confia no Snape então eu também confio. Eu já perguntei pro meu padrinho e ele sempre deixa claro essa confiança e, bem, é meio difícil enrolar um bruxo brilhante como Dumbledore. –comentei.

 

-Foi o que eu disse. – concluiu Rony. Harry olhou feio pra ele. –E depois não pode ser um voto perpétuo.

 

-Por que não? -perguntou Harry.

 

-Por que não se pode quebrar um voto perpétuo, se não você morre. Fred e Jorge tentaram me convencer a fazer um quando eu era menor. Eu quase fiz, estava segurando a mão do Fred e tudo, quando papai nos encontrou. Ele pirou. Fred diz que a nádega esquerda dele nunca mais foi a mesma.

 

-É bem, deixando de lado a nádega esquerda do Fred... –falei.

 

-Perdão? - Fred falou, entrando com o Jorge na cozinha. – Aaah, Jorge, olha só isso. Eles estão usando facas e tudo. Deus os abençoe.

 

-Vou fazer dezessete anos dentro de dois meses e uns dias, então vou poder usar magia pra fazer isso. –retrucou Rony, mal-humorado.

 

-Fred, por favor, pode limpar minha parte? -perguntei com uma voz suave.

 

-Claro Izy. –disse Fred, limpando minha parte com magia.

 

-Pode nos ajudar também? -perguntou o Rony esperaçoso.

 

-Não, acho que não podemos fazer isso. É bom pra formação de caráter, limpar couves-de-bruxelas sem usar magia, faz você pensar na vida difícil dos trouxas...

 

-E quanto a Izy?

 

-Temos algo pra mostrar pra ela.

 

–Ei Rony, eu soube algo sobre uma menina chamada Lilá Brown... –eu disse inocente.

 

-Cuide de sua vida. –disse Rony corado.

 

-Que resposta malcriada. Não sei onde você vai buscá-las. Eu queria saber é... como foi que aconteceu? -perguntou Fred.

 

-Que é que você quer dizer com isso?

 

-Ela teve um acidente ou coisa parecida?

 

Eu tive um ataque de riso e Harry disfarçou seu riso com tosse.

 

-Quê?

 

-Bem, como foi que ela sofreu um dano cerebral tão intenso? Cuidado com isso!

 

A sra. Weasley chegou a tempo de ver Rony atirando uma faca no Fred, que ela transformou em aviãozinho de papel.

 

-Venha. –falei pro Edward, enquanto a sra. Weasley brigava com o Rony. –Já naquela época o Harry foi mais atento que eu. Ele percebeu o perigo do Snape e eu fui tão cega...

 

-Você não tinha como advinhar o futuro Bella. –ele falou me consolando.

 

-Mas o Harry percebeu. Venha ver isso. –eu disse seguindo a mim e os gêmeos pelas escadas.

Nós cinco entramos no quarto e um fedor tão forte invadiu as minhas antigas narinas que eu comecei a ter ânsias de vômito poderosas. Fred correu e escancarou a janela, fazendo- me respirar ar puro.

-Minha nossa, o que vocês fizeram aqui dentro?- a Bella do passado perguntou, engasgando.

-Não é o que você está pensando!- eles exclamaram em uníssono. - Foi uma bomba de bosta por controle remoto que estourou por acidente.

-Merlin! Façam isso fora de casa. - eu disse, desabando na cama.

Aproveitando que eu sentara, eles pegaram um saquinho dentro do qual havia balas coloridas que pareciam ser de chocolate e me entregaram.

-O que é isso?- eu perguntei.

Eu olhei para as balas de aparência apetitosa e inocente e conclui que ninguém recusaria comer algo como aquilo.

-Acabamos de desenvolver. Elas deixam a pessoa da cor da bala.

-E agora você pode escolher uma cobaia!- contou o outro, com cara de inocência.

-Cobaia? Como assim?- eu questionei.

-Bom, é o seguinte...- começou George.

-Você vai precisar de alguém para experimentar a coisa...- continuou Fred.

-Hum!- fez eu, pensando.- Pode ser o Harry?

-Seria suicídio, Bella!- afirmou Fred, penalizado.

-Certo! Rony, então?- tentei.

-Isso mesmo, assim está ótimo! Sua chance será hoje à tarde, longe de mamãe!- eles disseram.

-Vamos embora Ed. Quero lhe mostra algo ainda. –disse rindo.

-O que aconteceu? Você deu a bala para o Rony?

-Sim, foi hilário. Ele passou o Natal inteiro azul.

-Você era cruel Bella. –Edward disse rindo. Ele não assumiu mais gostou da piada.

Eu o levei até outra memória, essa no escritório do meu padrinho. Meus olhos marejaram ao rever os instrumentos delicados que apitavam e se mechiam nas prateleiras. A fênix estava em seu esplendor e meu padrinho estava sentado atrás da escrivaninha me encarando por cima de seus aclinhos de meia lua. O vento frio da noite entrava pela janela e a fênix cantou sua música melodiosa.

 

-Eu não gosto do Snape.

 

-Professor Snape, Isabella. –me corrigiu Dumbledore.- É importante você aprender oclumência, assim como o Harry.

 

-E por que o senhor não me ensina?

 

-Eu estou sem tempo.

 

-Antes o senhor sempre achava tempo pra me ensinar. -falei teimosamente.

 

-Antes você me obedecia. –Alvo falou com tom sério e eu me afundei na poltrona.

 

-Desculpe professor Dumbledore.

 

-Oras Isabella, você sabe que não precisa me chamar de professor Dumbledore. Sou seu padrinho e me preocupo com você.

 

-É fácil falar. O senhor não tem ninguém entrando em sua mente.

 

-O prof. Snape é de confiança. Acho que você tem andado muito com o Potter.

 

-Como assim?

 

- Não me faça de bobo e não finja que não sabe que o Harry tem uma aversão particular pelo Snape. Isso vem desde o pai dele, você não tem motivos pra não gostar dele.

 

-Tá brincando? E todas as detenções que ele me dá?

 

-Se você fosse mais cuidadosa nas suas fugas e não fosse pega, não levaria detenção. Depois, os gêmeos Weasley sempre dão um jeito de livrar você delas que eu sei. 

 

-Por favor...

 

-Esqueça. Me traga amanhã uma pesquisa sobre as as maldições mais malígnas nesse mesmo horário.

 

-Eu tenho prova padrinho.

 

-É bom manter a mente ocupada com coisas úteis. Andaste com muito tempo pra pensar mal do professor. Afinal, queres ou não ser minha sucessora?

 

A Bella do passado, abriu um sorriso vaidoso e se sentiu conformada. Saber que esses eram os planos dele pra mim me deixava orgulhosa. Agora eu, do futuro, estava triste. Todas as horas que ele dedicou a minha instrução não estão me servindo em Forks. Eu me pergunto se seria diferente se ele estivesse vivo, se eu estaria em Londres lutando com ele.

Peguei a mão de Edward e voltamos pra casa. Eu me sentei na cama sentindo o vento frio da janela, tão frio quanto o da minha lembrança. Ed me abraçou e ficou afagando meu braço.

 

-Era incrível a confiança do meu padrinho no Snape.

 

-As pessoas erram.

 

-Pessoas comuns erram. Alvo Dumbledore não era comum. Ele foi um dos bruxos mais poderosos de todos os tempos, temido até por você-sabe-quem.

 

-Quero ver seu duelo com seu professor, mas tenho que caçar primeiro. –disse ele, mudando de assunto.

 

-Vou esperar por você.

 

Nós nos beijamos. No começo só uns selinhos até que eu me agarrei a ele, que gemeu baixinho se rendendo. Num minuto estavamos em um beijo mais intenso e quente, como se precisassemos da boca do outro pra respirar e, ao mesmo tempo, procurássemos ar em algum lugar.

Como sempre Edward se afastou primeiro, não sem antes eu morder seu lábio inferior lhe arrancando um gemido rouco, quase um grunido.

 

-Bruxinha. Que feitiço você lançou em mim?

 

-Você nunca saberá...

 


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Notas finais do capítulo

Valeu a pena esperar?



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