Vick agora chorava em dobro. Nunca imaginei que uma mãe podia ser tão fria como Carla estava sendo.

_Oque? Não por favor.

_Pense bem. Eu não tenho o dia todo.

_Ela não vai tirar essa criança. _ me levantei. _ Se você não quer que ela fique na sua casa ela vai pra minha casa.

_Oque? - Vick perguntou.

_É isso mesmo. Vick vamos. Você vai ficar na minha casa.

_Por que esta fazendo isso? - Carla perguntou.

_Eu crio duas crianças sozinha. Quando meus pais morreram eu não me perguntei o porque. Só me preocupei em dar todo o amor que os meus irmãos precisam. Você devia fazer o mesmo.

           Saímos da casa, Vitoria chorando muito e eu com muita raiva de Carla. Tinha vários lugares para mandar aquela mulher ir mais aquela não era a hora. Vick estava horrível e aparentemente com muito medo. Pegamos um ônibus e fomos para minha casa. Assim que chegamos Lúcio e Anita estavam vendo tv sentados no sofá.

_Oi gente.

Minhas duas coisinhas me olharam curiosos e eu tratei logo de explicar.

_Galera a Vick vai ficar um tempo aqui em casa ok?

Os dois balançaram a cabeça e vieram nos abraçar.

_Vocês comeram?

_Sim. Eu fiz o lanche. - disse o Lúcio todo orgulhoso.

_Bom trabalho. Gente eu vou levar a Vick lá pra cima. Vejam tv e não comam nada ate o jantar.

Subimos a escada e levei Vitoria te meu quarto.

_Senta.

Fui ate o guarda roupa, peguei um pijama e o dei a ela.

_Tome um banho e vista. Vou trazer um lanche pra você, já que pela sua cara você não vai querer jantar.

_Obrigada Anne.

_De nada. Procure descansar tá.

_Eu não vou incomodar morando aqui?

_Claro que não. você nunca incomoda. E também você precisa de uma casa. Você e esse menininho fofo.

Disse apontando para a barriga da Vick.

_Anne nem sabemos se é menino ou menina.

_Não importa. Seja o que for vai ser muito amado. Agora eu vou fazer seu lanche. E chega de choro. Quero ver você sorrindo como sempre.

_Obrigada. Amo-te.

_Amo-te.

              Sai do quarto quase chorando. Não sabia muito bem o que estava por vir mais seja lá o que viesse eu estaria ao lado da minha amiga. Fui até a cozinha preparar o lanche da Vick. Assim que terminei levei ate ela e depois fui tomar banho e trocar de roupa. Desci para prepara o jantar. Fiz uma coisa leve já que tive um pressentimento de que ninguém iria comer hoje.

Estava arrumando a mesa quando ouvi a campainha tocar.

_ Sera que o Lucas esqueceu as chaves?

Quando abri a porta vi Sarah com os olheiras profundas, provavelmente de tanto chorar.

_O seu irmão esta? - perguntou com voz trêmula.

_Não.

Ela correu e me abraçou.

_Calma Sarah. Crianças por que vocês não vão desenhar lá em cima.

            Sarah e eu sentamos no sofá e então conversamos sobre a briga dela com o Lucas. Meu irmão é um amor de pessoa mas com tanto problema na cabeça dele era normal ele explodir.

_Eu não sei o que fazer. Você acha que ele não me ama mais?

_Não. Claro que ele te ama. O Lucas é doido por você. Sarah se acalma. Vai dar tudo certo.

_Tomara. - Disse ela chorosa.

_Eu vou fazer um chocolate quente. É a melhor coisa nessas situações.

            E agora oque que eu faço? Ou melhor o que eu falo? Eu não sei muito sobre relacionamentos. Só namorei uma vez e olha que só duro 3 meses. A verdade é que não posso me intrometer. Esse assunto é dela com ele.

           O barulho da porta abrindo me tirou dos meus pensamentos. Era Lucas que avia chego. Agora sim estava mais calma. Calculei que eles conversariam e voltariam a ser o meu casal fofo e favorito. Mais, parece que eu calculei mal. As únicas coisas que vieram foram gritos e mais discussões.

           De repente os ânimos foram se acalmando. Os dois pareciam não querer mais discutir. Depois que Sarah fui ate a porta da sala. Lucas estava sentado no sofá com as mãos no rosto.

_Tudo bem?

_Que pergunta idiota. - ele falou irônico.

_Desculpe.

Falei olhando para o chão e em seguida pra ele.

_Eu sei que você esta cansado mais preciso te contar. A Vitoria vai morar conosco a partir de hoje.

_Oque? Como assim morar?

_Ela tá grávida. A mãe dela pos ela pra fora de casa. E agora ela vai morar com a gente.

Dei um sorriso igual ao gato da Alice, fico fofo mas parece que o Lucas não achou. Ele se levantou e veio na minha direção gritando.

_Você ficou maluca Annelise!

_Não grita ela tá dormindo.

_Não grita? Não grita? Você não acha que já não temos problemas de mais? Ainda trás a Vitoria grávida pra morar com agente. Você percebe no problema que você me meteu.

_Mas...

_Annelise não cuidamos nem de nós mesmos quanto mais de um bebê. Você ficou maluca! Responde garota!

           Lucas estava gritando comigo como se eu tivesse culpa de todos os problemas do mundo. Pela primeira vez na minha vida tive medo dele. Meu desespero foi tão grande que comecei a chorar. Não aguentava mais era muito pressão.

_Eu não aguento mais! - gritei bem alto para que ele pudesse escutar. _Eu venho cuidando de você é das crianças durante essas semanas. Eu lavo, passo, cozinho e arrumo a casa inteira. Eu não tenho mais vida social. Meus colegas sumiram. Eu não durmo direito me sinto frustrada. Poxa será que você não me entende Lucas. Eu não pedi pra ter esses “problemas”. Aconteceu. _me acalmei respirei fundo e disse _ Me desculpe se eu e os pequenos, somos problemas pra você.

           Essa “explosão” foi intensa. Não avia chorado nem no enterro dos meus pais. Mais aquilo foi a gota que faltava para o meu copo de emoções transbordar. Ninguém é de ferro, muito menos eu. Não aguentava mais então chorei tudo o que pude.

De repente o semblante furioso do meu irmão deu lugar a um arrependido e triste.

_Anne, me desculpe. Eu não queria dizer aquilo. Eu sou um idiota. Olha pra mim. _ele segurou meu rosto me obrigando a olha-lo. Ele estava quase chorando. _ Você e os meus pequenos são tudo na minha vida. Eu não me arrependo de todo o esforço que eu to fazendo. E admiro muito o seu. Você é ótima. E se não fosse você, eu com certeza já teria desabado. Me desculpe.

Eu abracei o Lucas. O cabeção estava realmente arrependido. Ficamos um tempo abraçados e então veio a pergunta.

_Anne, os pais da Vitoria sabem que ela esta aqui?

_Bem, a mãe dela sabe. Agora o pai... acho que ele esta viajando.

_Ela não pode ficar aqui. E o cara que fez isso onde ele está?

_Ele disse que não vai assumir o bebê.

Meu irmão respirou fundo e depois soltou o ar.

_Por que você não me disse antes?

_Achei que você fosse ficar nervoso.

_Bem, como acha que estou agora?

_Vai ficar bravo de novo. - fiz bico. Isso sempre funciona.

_Não. Desculpe. Vou deixar pra discutir isso amanha.

_Tá bem.

_Eu vou tomar banho.

_Vou colocar sua comida.

_Leva no meu quarto por favor?

_Levo.

Fui para a cozinha preparar o jantar do Lucas quando os pestinhas um e dois desceram. Eles caminharam ate o balcão e se sentaram me fitando.

_Oque foi?

_Você e o Lucas brigaram?

_Vocês ouviram a conversa?

_Não.

_Meninos?

_Agente ouviu. Mas também não tinha como não ouvir. Você grita muito.

_Oque ouviram.

_Que nos somos um problema. É verdade Anne.

_Não. Se vocês fossem um problema teria mandado vocês para morarem com a tia Joseline. Crianças eu amo vocês. E mesmo sendo um pouco “má”.

_Só um pouco.

Lúcio e Ani riram.

_Só um pouco má. Mais eu amo vocês. Somos uma família. Estranha. Mais uma família. Agora comam.

Depois que coloquei o jantar das crianças subi com o do Lucas ate seu quarto. Alguma coisa me dizia que eu teria uma longa conversa.

_Oi. - disse abrindo a porta do quarto devagar _Vou deixar sua comida aqui. Até amanhã.

_Annelise espera. Agente tem que falar sobre a Vitoria.

_Falar o que?

_Como assim o que? Ela não pode ficar aqui aqui.

_Mais ela vai ficar la la aonde?

_Eu não sei. O pai dela. Onde ele esta?

_Viajando.

_Temos que pensar em alguma coisa.

_Vá comer eu vou pensar.

Oque eu iria fazer agora? Por mais que não quisesse concordar Lucas tinha razão. Mais eu não posso deixar a Vitoria na rua. Pensei, pensei e pensei...

_Então chegou a uma resposta?

_Não.

Meu irmão respirou fundo e disse.

_Olha, faremos o seguinte: A Vitoria ficara aqui o tempo necessário mais precisamos contar para o pai

dela.

_Mas e se ele reagir como a Carla?

_Então... Acho que vamos ter que criar um bebê.

 Lucas deu um enorme sorriso e eu o abracei. E ótimo saber que nos momentos difíceis eu posso contar

com ele.

            A noite passou e logo a manha chega com um lindo sol. Não era qualquer manhã era amanhã de sábado. E pra mim o sábado dos afazeres.

            Acordei bem mais cedo do que de costume para ajeitar as coisas. Domingo sera o meu encontro com o Nico e nada atrapalharia isso. Coloquei o café na cafeteira e deixei lá. Fui organizando o material de limpeza. A casa estava uma bagunça e eu não sabia por onde começar, então tive uma ideia. Musica!

Maas espera são cinco da manhã. Espera! Corri ate meu quarto e peguei meu mp3. Problema resolvido.

            Desci de novo e o comecei a arrumação. Fiquei surpresa com a musica que tocara a seguir, Love Story da Taylor Swift. Comecei a ouvir a musica e me vieram as seguintes perguntas: Por que essa musica está no meu mp4? Por que eu estou ouvindo? Por que ela me faz lembrar do Nicolas? Por que meu coração tá batendo tão rápido?

_Anne!

Senti alguem tocar no meu ombro e berrar ao mesmo tempo.

_Oi. - na hora tirei os fones e me virei para ver quem era. Lucas. Com sua enorme cara de sono.

_Madrugo hoje?

_Não. Só quero dar um jeito na casa. Que horas são?

_Uma da tarde.

_OQUE!

_Calma, são oito horas.

Me dei conta que já avia arrumado grande parte da casa. E olha que eu nem percebi. Fiquei o tempo pensando nele. Nicolas...

_Ô Anne! Traz meu café.

_Tá escrito escrava na minha testa?

_Ah, já que acordo cedo.

_E você por que acordo cedo?

_Eu não consegui dormir direito.

_Por causa da Sarah?

_É.

_Por que você não liga pra ela diz que a ama e depois vai a casa dela e explica tudo?

_Boa idéia. - Lucas levantou do sofá em um pulo. - Te amo mana.

_Lucas espera!

_Oque foi?

_São oito da manhã.

_I? não existe hora para o amor.

Dizendo isso ele subiu as escadas todo saltitante e feliz.

_Homens.

             Continuei a arrumar as coisas pro café da manhã. Depois fui lavar a louça do jantar. Levanto meus olhos cansados, olho pela janela e avisto a casa do Nicolas. Avia chego um carro. O mais estranho foi o que saiu do carro. Uma garota. Uma garota branca, de cabelos bem pretos, casaco vermelho, calça preta e botas da mesma cor. Ela sorria como uma princesa. Na mesma hora senti meu alerta de perigo piscar.

_Quem é ela?