– Ed! - eu falei totalmente incrédula.

– Fica longe dela. - ele disse furioso olhando Brian estirado no chão.

– E quem é você? - Brian perguntou massageando o lugar do soco.

– Amigo dela. - ele disse firme.

Tá fiquei bege. O Eduardo acaba de defender a minha honra? Meio bizarro isso mais o que se fazer? Fui agradece-lo.

– Obrigada. - falei ainda meio ''hein?''.

– De nada. Quem é o idiota? - ele perguntou olhando Brian que ainda estava no chão.

– Ele é... - eu olhei para Brian e depois para o Ed. – Vamos embora tá? Eu te explico no caminho.

Puxei o Eduardo até o pátio do colégio que apesar de ser o intervalo estava vazio.

– Cadê o povo? - perguntei olhando para os lados.

– Na cantina. Hoje estão dando pudim de chocolate.

– Ah. Obrigada por me defender.

– Quem é aquele garoto Anne? - ele perguntou preocupado.

– Eu o conheci na praia. Ele estava tentando entrar no meu quarto por algum motivo. O que eu não sei é como ele veio parar aqui.

– Pode deixar. Se quiser dou um corretivo nele. - ele disse fechando o punho e batendo na mão.

– Não precisa. Serio. Esse garoto ele, não sei, mais ele não parece se normal. Muito obrigada mais me promete que vai ficar longe dele?

Ed me olhou meio confuso, ficou assim por alguns segundos e depois disse:

– Ok. Eu fico longe dele. Mas se ele aprontar mais alguma com você eu não respondo por mim. Tá?

– Tá.

Que coisa não? Eduardo me defendendo! É parece que ele mudou. Mas, o que eu vou fazer com o Mc? Se ele surtar assim de novo? Pensava nisso e em várias outras coisas no caminho de volta para sala. Eu não o vi de novo naquele dia o que me fez acreditar que ele iria embora e não voltaria mais.

Já em casa eu pensei, pensei, mas nada me vinha a cabeça.

– Tudo bem Annelise? – tio Rick perguntou preocupado.

– Sim tio.

– Parece preocupada.

– Não é nada.

– Sabe que se tiver qualquer problema pode me contar, não sabe? É por isso que estou aqui.

– Eu sei tio. - sorri tentando ao máximo disfarçar o nervosismo. – Obrigada.

Depois do jantar eu fui me deitar para continuar a pensar. Por mais que eu quisesse esquecer, eu tinha lá no fundo um medo do que o Brian podia fazer.

– Anne? - Matt bateu na porta do quarto.

– Oi amor.

Ele entrou, se sentou na beirada da cama e ficou me encarando com aqueles lindos olhos azuis.

– O que foi? - perguntei depois dos segundos de silêncio.

– Aconteceu alguma coisa com você hoje?

Como ele sabe? Será que eu não consigo esconder nada dele?

– O Brian, o garoto da praia lembra? Ele está estudando lá na escola.

– Aquele mané? Eu não gosto dele. Mais é só por isso que você está assim?

– É, eu tenho medo dele.

– Entendo. Não precisa ter. Ele não vai te fazer nada. Afinal ele não é maluco. Eu quebro ele em um milhão de pedaços.

Eu ri e o abracei. Ele estava errado. O Brian já fez alguma coisa. E agora, eu estava com mais medo ainda do Brian. Mais se ele fizer algo ao Matt eu mato ele!

Terça-feira.

Quando cheguei a escola vi Brian no portão, passei por ele como se não o tivesse visto mais ignorá-lo vai se mais difícil do que eu pensei.

– Não fala mais com os amigos?

Eu me virei e o encarei seria.

– Você não é meu amigo.

– Ah vamos, me desculpe por ontem. Você é tão linda que eu não resisti.

– Isso não é motivo pra sair agarrando as pessoas.

– Desculpe. Eu revi o que fiz e eu estava errado. Vamos ser amigos. - ele disse pela primeira vez com um sorriso de verdade.

– Bem... - tê-lo como amigo é melhor do que como inimigo. – Tudo bem. Eu aceito.

Tentei sorri mais não deu muito certo. Me virei para ir embora mais ele me chamou de novo.

– Espera! - Ele correu e entrou na minha frente abrindo os braços. – Abraço de amigo.

Ele me abraçou e eu fiquei sem reação.

– Legal!  Legal! - eu gritei me afastando – Amigo, escuta só! - ele parou e olhou pra mim – É melhor evitarmos o contato físico para o bem de todos ok?

– Ok.

Eu voltei a caminhar e ele veio logo depois. Andamos juntos até o meu armário, peguei os meus livros e ele me acompanhou até a minha sala.

Durante aula eu fiquei mais calma. Talvez agora ele pare de me perturbar. Espero...

***

Na hora do intervalo lá estava ele me esperando, parecia um carrapato. Durante todo o intervalo ele falava, e como falava. Era o tempo todo, todo o tempo. Falava da casa dele, das suas ex-namoradas, do cabelo, da mulher da cantina, dos países que ele viajo, dos presentes que ele ganho, ganha e vai ganhar, da prima que mora na frança e até da sua vida sexual...

– Para! - gritei – Eu não quero saber disso.

– Mesmo? É tão interessante. Você vai adorar.

– Até agora você só falou de você, você, você e você.

– É mesmo. Vamos falar mais sobre você. O que você mais gosta em mim?

–Agora chega! - disse furiosa.

Me levantei até da mesa e andei em direção a cantina. Como aquele garoto era chato! Narcisismo é pouco, aquele garoto se adorava. Aff!

– Por favor: uma barra de chocolate. - pedi para a moça.

– Você é muito estressada. - ele disse atrás de mim.

– Vai. Embora.

– Não até você me desculpar.

– Quem você acha que é?

– Seu amigo. Amigos se perdoam não é?

– Não... - eu já estava pronta para dar-lhe um belo esporro, mais depois parei e pensei: ele não deve ter amigos. Um garoto mimado e orgulhoso como ele deve viver entre muros e preso. Talvez eu esteja exagerando. – É. Você tem razão. Vamos conversar sobre outras coisas. Como: bandas!

– Eu vou te dizer as minha bandas preferidas... Quero dizer, você começa.