_Não.

 

Dissemos todos juntos.

 

_Ele tá espalhando convites pra galera inteira. Ninguém quer ficar de fora.

 

_Legal.

 

           Disse o Lucas sem muita animação, ele não ligava pra essas coisa, já eu ligava e muito. Tinha uma paixão platônica pelo Eduardo. Também lindo daquele jeito, todas as meninas da escola morriam por ele. Olhos azuis, pele branca, lábios vermelhos, musculoso e super bad boy, o meu tipo.

 

           Fomos subindo a rampa quando vimos uma cabecinha loira e saltitante vindo em nossa direção, ela chegou perto do Lucas e deu um enorme beijo nele, quase o derrubou. O nome da ovelhinha saltitante é Sarah. Sarah é a namorada do meu irmão e minha amiga. Sarah é uma das garotas mais fofas que eu já vi. Sonhadora, doce, gentil e muito animada não deixa ninguém pra baixo. Ela é muito alegre e extrovertida. No começo era meio tímida tanto que se não fosse por mim ela e meu irmão nunca teriam ficado juntos.

 

_Oiii geente! Tão sabendo da festa?

 

_Sim.

 

Respondemos todos sorrindo da alegria extravagante da Sarah.

 

_Ah, que bom. Eu vou.

 

_E posso saber com quem a senhorita vai?

 

_Hum, deixa eu ver, eu estava pensando em ir com o meu namorado lindo. Mais sera que ele vai querer ir comigo?

 

_Não sei, ele não tá muito afim de ir não. Mais quem sabe se você não encher ele de beijinhos ele não muda de ideia?

 

_Boa ideia.

 

Vendo aquela cena que pra mim dava vontade de vomitar, gritei.

 

_Hei! Vocês não estão sozinhos.

 

_Inútil amiga.

 

_É vamos embora.

 

Continuamos subindo a rampa, Vick e eu já que os pombinhos não paravam com a pegação.

 

_Seu irmão é um fofo Anne.

 

_Você quis dizer chato né?

 

_Não fofo mesmo.

 

_Afe!

 

_Nossa você fala tão mal dele.

 

_Se você acha ele tão legal assim, vai morar com ele. Não dou uma semana pra você sair correndo lá de casa.

 

_E que história é essa de noite da família?

 

_Todos os sábados, eu e minha família nos reunimos para ficar sem fazer nada sabe? Mais com a família. Podemos só comer pipoca e assistir tv mais é com todo mundo junto.

 

_Que legal.

 

_Legal nada. Com tanta coisa melhor pra fazer, tenho que que ficar presa com a minha família em um sábado.

 

Entramos na sala e lá estava ele, meu deus grego Eduardo. Assim que eu entrei os olhos dele bateram em mim e ficamos nos paquerando com os olhos, já esta vamos nessa brincadeira a semanas mais nunca falamos nada um com o outro. Encarei aqueles lindo olhos azuis e ele os meus, quando que para o meu espanto, ele se levantou e veio em minha direção.

 

_Oi Anne.

 

Meu deus ele sabe meu nome.

 

_Oi Ed.

 

_Você vai vir na minha festa na sexta?

 

_Eu não recebi o convite ainda.

 

_Mais você já estava convidada antes de eu pensar na festa.

 

Sorri pra ele que me encarava.

 

_Então você vem?

 

_Claro.

 

_Que ótimo. Eu sempre quis te convidar pra sair mesmo.

 

_Serio?

 

_Sim. Acho você a garota mais linda da nossa escola. Adoro seu estilo, seu cabelo, seus olhos.

 

_Eu também adoro você. Digo, seu estilo.

 

         Nessa hora o professor entrou na sala com um monte de livros na mão. Eduardo sorriu me deu um beijo na bochecha e foi se sentar. Foi uma sensação ótima. Do beijo, dos olhares invejosos das meninas da sala e do meu coração batendo como um tambor de escola de samba. Fui me sentar na minha mesa ao lado de Vick, que me olhava com um enorme sorriso.

 

_Feliz?

 

_Totalmente.

 

_Compras?

 

_Depois do colégio.

 

              Não precisava de muitas palavras na nossa conversa pra saber que tínhamos que achar a roupa certa para festa na sexta-feira. Depois da aula chata de história, fomos até o pátio atrás do casal mais romântico da escola, e lá estavam eles sentados em uma das mesinhas. Vick e eu compramos nosso lanche e depois voltamos para mesa onde eles estavam.

 

_Oi gente.

 

_Oi.

 

_Lucas você vai na festa do Ed amanha não vai?

 

Disse direta e olhando nos seus olhos.

 

_Ed? Que intimidade é essa Anne?

 

_Responde.

 

_Eu não sei. Não tô afim de ir. Festa de criança.

 

_Mais você sabe que se você não for, eu também não irei não sabe?

 

_Correto.

 

_Por que tá nessa maior tranquilidade?

 

_É engraçado ver você toda preocupada por causa de uma festinha.

 

_Não é uma festinha. Eu posso entrar solteira e sair de lá namorando.

 

_Que história é essa?

 

_Por favor Lu.

 

Eu só chamava o Lucas de Lu em público quando a coisa estava feia. O safado me olhou e deu aquele sorrisinho.

 

_Você sabe que eu vou querer favores em troca.

 

_Como o que?

 

_Vai lavar minha louça por um mês.

 

Olhei pra Sarah com meus olhinhos de anjinha.

 

_Sarah.

 

Ela intendeu o recado e disse:

 

_Amor eu também to louca pra ir nessa festa. Não custa nada agente levar as meninas.

 

Lucas olhou pra mim depois pra Sarah e disse:

 

_Tudo bem. Eu levo vocês.

 

Parecia magica, era só a Sarah falar com ele que ele cedia na hora.

 

_A também vamos no shopping depois da aula.

 

_Ah! Shopping não. Não nada pior que ficar vendo mulher escolher roupa.

 

_Deixa de ser chato.

 

_Deixa que eu levo elas amor.

 

 

              Lucas bufou mais concordou com a ideia. Depois da aula na saída Lucas se despedia de Sarah com seu jeito meloso, a Vick ligava pro pai avisando que ia ao shopping e eu fiquei vendo o Ed indo embora no carro do pai dele.

 

        Depois de meia hora finalmente esta vamos no shopping, ficamos lá a tarde inteira. Lanchamos e finalmente achamos os vestidos. O meu era preto e cheio de brilhantes com um decote pequeno, o da Vick era vermelho e com decote imenso e o da Sarah como sempre era o mais fofo, rosa com umas caveirinhas pretas.

 

            Depois das compras já eram umas seis, quase sete horas e já estava na hora de voltar pra casa, a Sarah ligou para os pais dela que vieram nos buscar e deixou cada uma de nós em suas casas. Assim que abri a porta de casa lá estavam eles com aquelas caras.

 

_Oi.

 

Disse sorrindo.

 

_Demorou hein filha.

 

Disse meu pai com o jornal na mão.

 

_É que as roupas eram tão lindas.

 

_Comeu alguma coisa filha? - como sempre minha mãe preocupada com a minha alimentação.

 

_Comi.

 

_E o vestido cade?

 

_Aqui é lindo. Quero que você veja.

 

_Ok. Suba, troque de roupa e desça para o jantar. Depois eu vejo com mais calma.

 

_Tá mãe.

 

       Dei um beijo em meu pai, cumprimentei os pequenos, bati no Lucas e subi para tomar banho. Troquei de roupa e desci correndo para o jantar.

 

_Vem filha senta. Como foi na escola?

 

Perguntou minha mãe colocando um monte de ervilhas no meu prato.

 

_Bem.

 

_Aconteceu alguma coisa de novo?

 

Meu pai perguntou curioso.

 

_Vai ter uma festa na sexta. Eu queria saber se posso ir.

 

_Horas?

 

Perguntou meu pai com os cutuvelos na mesa.

 

_Nove.

 

Disse quase sem voz.

 

_Não.

 

_Mais pai!

 

_Você é muito nova pra essas festas.

 

_Eu levo ela pai.

 

Para o meu alivio meu pai olhou para o Lucas e sua expressão mudou.

 

_Bem se você vai leva-la... Mais me prometa que não vai tirar os olhos dela.

 

 

Lucas assentiu com a cabeça e voltou a comer. Depois do jantar ajudei minha mãe com a louça e então subimos para ver meu vestido.

 

_Que lindo filha.

 

_Eu adorei ele.

 

_Esta feliz né?

 

_Sim. Mãe ele é O cara. Sabe eu sempre amei ele.

 

_Vá com calma filha. Você ainda é muita nova pra ter tanta certeza assim.

 

_Mais não importa ele me chamou então ele gosta de mim.

 

_Filha nos só percebemos que um cara nos ama com o tempo e com as atitudes dele.

 

_Entendo. Olha que brincos lindos!

 

           Minha mãe me olhou e sorriu, logo depois me beijou na testa e desejou boa noite. Fui dormir feliz tudo na minha vida estava indo maravilhosamente bem.

 

              Na manha seguinte acordei muito bem disposta, ninguém precisou me acordar levantei, tomei banho e me arrumei pra escola. Desci correndo e lá estavam eles, sempre faço isso, fico parada na escada vendo minha mãe na cozinha, meu pai lendo o jornal, meu irmão vendo tv e os pequenos brincando no chão da sala. Parece uma coisa idiota mais eu adoro vê-los assim.

 

               Fui até a cozinha beijei minha mãe e me sentei, tomamos café todos juntos só que meu pai saiu mais cedo então minha mãe nos levaria a aula. Chegamos a escola e estava aquele tumulto, não via a hora da noite chegar.

 

              Depois de cinco aulas horrorosas finalmente o sinal bateu, saímos correndo eu e a Vick. Fomos pra minha casa e ficamos horas escolhendo nossas roupas, acessórios, tudo tinha que estar perfeito para aquela noite. As vezes minha mãe ia até o quarto e ficava nos olhando com cara de paisagem, mais era ótimo saber que ela se importava.

 

              Quando deu oito horas e quarente minutos já esta vamos prontas, o Lucas bateu na porta do meu quarto lindo com uma calça jeans, camisa preta e um colonia muito cheirosa tinha que comentar.

 

_A Sarah vai amar irmãozinho.

 

_É da pra sentir seu cheiro do outro lado da rua.

 

Disse a Vick rindo.

 

_Tá ruim?

 

_Não tá ótima.

 

             Caminhamos pelo corredor e ao descer as escadas lá estavam eles. Meus pais com câmeras e uma filmadora.

 

_O que é isso?!

 

Lucas perguntou rindo.

 

_Queremos registrar esse momento tão importante na vida de vocês meninas.

 

Disse minha mãe sorrindo.

 

_Parem com isso.

 

           Minha mãe tirou algumas fotos comigo e Vick, e meu pai filmou tudo momento super constrangedor mais contado que eles deixassem eu sair estava tudo certo.

 

 

            Saímos em direção a porta nos despedimos dos meus pais e fomos até a garagem. Meu pai avia emprestado o carro então esta vamos saltitantes. Lucas entrou no carro se sentindo o máximo nos mandou colocar o sinto e tudo. Antes de irmos pra festa fomos buscar a Sarah que estava linda.

 

          Quando finalmente chegamos a casa do Eduardo, tudo estava uma bagunça tinha gente na piscina gente no telhado uma desordem total. Eu entrei e fiquei o procurando com os olhos. Logo ele desceu a escada e quando meu viu abriu um enorme sorriso. Ele veio ate mim e beijou meu pescoço.

 

_Ou! Ou! É minha irmãzinha cara qual é?

 

Disse o Lucas quase que aos gritos.

 

_Desculpa cara. Como vão vocês meninas?

 

_Bem.

 

Sarah e Vitória responderam timidamente.

 

_Aproveitem a festa.

 

Eduardo disse me puxando para o centro da sala onde todos estavam dançando.

 

_Você esta linda.

 

Ele sussurrou em meu ouvido enquanto me mexia como se eu fosse uma marionete.

 

_Obrigada.

 

Disse gritando, a música estava muito alta. Dançamos por alguns minutos e ele disse.

 

_Preciso te dizer uma coisa.

 

_O que?

 

_Aqui não tem muito barulho. Vem.

 

Eduardo pegou minha mão e ia me levando escada a cima quando sinto alguém me puxar.

 

_Aonde você vai?

 

Era Lucas que me olhava preocupado.

 

_Tá tudo bem eu já volto.

 

_Não se preocupa cara ela ta bem.

 

Lucas o ignorou e disse.

 

_Anne não fica sozinha com ele ok?

 

_Ok Lucas. Agora me solta eu to bem. Eu sei me cuidar.

 

              Lucas me soltou e eu senti um frio na barriga era como se tivesse perdido o chão naquela hora. Ele me olhava assustado, enquanto uma sensação ruim percorria o meu corpo, uma sensação de que algo não estava certo, mais como eu nunca a dava ouvidos mesmo, continuamos subindo ate entrarmos em um quarto.

 

                  Assim que entramos Eduardo fechou a porta e me beijou mais foi com certa força, só ai percebi que ele avia bebido. Eu o empurrei pra longe mais ele voltou estava estranho parecia que não conseguia me escutar.

 

_Para Ed, eu não vim aqui pra isso.

 

_Você não me quer? Então sou todinho seu.

 

Ele tentava tirar o meu vestido e eu já estava ficando nervosa.

 

_Sai!

 

Gritei e ele me olhou impaciente.

 

_Já chega.

 

Quando achei que ia me livrar dele ele me puxou com força e me jogou na cama.

 

_Para!

 

Gritava em vão, ele não parava puxava meu vestido parecia um monstro.

 

_Tudo bem eu vou ficar com você.

 

Ele parou e olhou nos meus olhos.

 

_Só me deixa me arrumar pra você.

 

                   Disse gaguejando. Ele finalmente saiu de cima de mim. Corri para o banheiro e me tranquei lá. Peguei meu celular e liguei para Lucas. Eu estava chorando muito Eduardo já estava batendo na porta e nada do Lucas atender, com o barulho da música talvez ele não escute o celular me desesperei. Quando já estava quase desistindo ele atendeu.

 

_Lucas socorro me ajuda!

 

Disse chorando muito.

 

_Anne? O que foi? Onde você esta?

 

_Eu to no quarto do Eduardo. Me ajuda por favor.

 

                 Eu chorava muito estava desesperada. Me agachei no chão perto do box. Depois de alguns segundos ouvi um estrondo do outro lado, e muitos gritos logo a voz da Sarah me gritava para abrir a porta. Quando abri a porta do banheiro, a porta do quarto avia sido derrubada e o Eduardo estava no chão nocauteado. Lucas me viu e me abraçou.

 

_Você esta bem?

 

_Sim.

 

_Eu vou acabar com esse desgraçado.

 

_Não Lucas ele já esta inconsciente. Deixa temos que levar sua irmã pra casa.

 

                Lucas me pegou no colo e me levou até o carro. Eu não chorava mais não tinha expressão alguma em meu rosto, só olhava para o nada.

 

_Você esta bem querida?

 

Sarah me perguntou e eu só assenti que sim com a cabeça.

 

_Aquele maldito tocou em você Annelise?

 

_Não.

 

Vitória me abraçou forte e assim fomos pra casa. Lucas deixou as meninas em casa, e depois me levou pra nossa casa.

 

            Minha mãe desesperada ligou para os pais de Eduardo querendo que o punissem. Meu pai gritava muito alguma coisa que eu não conseguia intender. Eles não brigaram comigo nem nada só queriam que o Ed pagasse. Lucas me levou pro quarto parou na porta, me abraçou forte e disse que tudo ficaria bem.

 

 

            Tomei um banho quente e longo vesti um pijama confortável e fui me deitar, minha mãe veio ao meu quarto aquela noite mais fingi que estava dormindo não queria falar com ninguém.