[N/a.: Notas importantes + MUDEI DE NÚMERO]

Uma semana havia se passado e a existência de James Potter foi totalmente ignorada por Lily Evans, embora ele era tudo o que ela conseguia pensar. Será que tudo o que ele havia dito e feito por ela antes apenas fazia parte de um joguinho doentio? Por que a dor era tão insuportável? Por que ela pensava nele até pegar no sono todas as noites?

Na noite seguinte eles se preparariam para a lua cheia e Lupin ainda parecia irritado com o ocorrido. Potter não o culpava, sabia que tinha sido um completo idiota. Enquanto isso, Black havia cedido as provocações de McKinnon, embora ainda não estivesse nada feliz com a ideia de que ela dedicava muito tempo a outro.

Foram juntos para a aula de defesa contra as artes das trevas e aguardaram o professor, que estranhamente havia marcado a aula em frente da cabana de Hagrid. Quando finalmente chegaram, ele estava acompanhado do guarda caça e ambos pareciam bastante animado.

—Boa tarde, alunos! –O meio gigante começou, com um sorriso nos lábios. – O professor Culbert me procurou na semana passada e me pediu ajuda para organizar uma atividade diferente para a aula de hoje.

—Antes de tudo peço que se juntem a sua dupla de duelos. –Ele começou. –A atividade será a seguinte: A única pessoa em quem podem confiar é sua dupla, portanto você deve protegê-la a todo o custo. Os outros alunos são seus inimigos. Mas lembrem-se, isso é apenas uma atividade, não quero que se machuquem, então azarações mais forte estão proibidas.

—O que acontece se eu matar a minha dupla?

—Bem, senhorita Evans, você perderá seus pontos da atividade.

Os alunos logo perceberam do que aquilo realmente se tratava. Aquela era a forma que Hogwarts encontrou de preparar seus alunos para a ascensão de Você-Sabe-Quem e o massacre que com certeza aconteceria. A situação era desesperadora, principalmente porque sabiam que embora fosse apenas uma atividade, a rivalidade era real e alguns alunos já estavam sendo recrutados pelo Lorde das Trevas.

Hagrid e Culbert haviam limpado uma parte da floresta proibida para os alunos realizarem a atividade e, quando conseguissem derrotar alguém, deveriam lançar faíscas vermelhas com a varinha do oponente, tirando-o do jogo. Os Marotos, porém, já tinham uma vantagem, pois conheciam aquela floresta melhor até mesmo do que Hagrid, afinal tinham certeza de que ele nunca havia ido tão longe lá dentro devido ao perigo que aquele lugar oferecia.

James se aproximou de Lily, parando ao lado dela enquanto o professor continuava a explicar o que havia sido feito para isolar a área. A ruiva tinha os braços cruzados e uma expressão nada feliz, que arrancou um sorriso do garoto. Ela revirou os olhos e começou, com seu tom autoritário de sempre:

—Escuta, não precisamos fazer isso, nos separamos e tentamos desarmar o máximo de pessoas possível. Nos encontramos no fim da aula e fingimos que sempre estivemos juntos.

—De jeito nenhum. –James disse e ela arqueou as sobrancelhas com irritação no olhar. –Somos uma equipe, Evans. Teremos vantagem se ficarmos juntos.

—Não preciso de vantagem nenhuma, posso me virar muito melhor sem você por perto, obrigada.

—Infelizmente terei que descordar.

—Não sou uma donzela em perigo que você precisa salvar, Potter. –Ela disse com raiva e por um momento pareceu que ela não estava se referindo apenas a atividade.

—Você não conhece a floresta, vai se perder e acabar sendo eliminada por um dos nossos oponentes.

—E é claro que você, como o aluno irresponsável que é, conhece o lugar que somos proibidos de entrar desde o nosso primeiro dia aqui.

—Exatamente. –Ele sorriu. –E eu sei que isso não é uma competição, mas não costumo participar de jogos como esse e perder.

—Você é um idiota. –Ela revirou os olhos.

—Aposto que consigo desarmar mais gente do que você.

—E o que eu ganho com isso?

—O que quiser.

—Ótimo, se eu ganhar você nunca mais se aproxima de mim. –Ela disse séria. Aquilo doeu, mas Potter apenas balançou a cabeça assentindo e concordando com a ruiva.

—E se eu ganhar tenho direito a uma pergunta.

—Feito, mas saiba que eu também não gosto da ideia de perder.

Quando o professor terminou de dar as instruções, os alunos entraram na Floresta Proibida. Alguns deles pareciam apavorados com a ideia de ficar lá por algum tempo, mas Potter estava tranquilo.

—Então, aonde estamos indo? –Lily perguntou após um tempo seguindo James em silêncio.

—Tem um pequeno rio por ali, acho que é um bom esconderijo e tenho certeza de que Remus, Sirius e Peter não se lembram dele.

Um barulho fez com que os dois parassem e rapidamente levantassem suas varinhas, atentos. Os dois se juntaram e Evans logo fez uma barreira ao redor de ambos com um feitiço não verbal. Não demorou para que um feitiço atingisse a proteção, revelando a localização de quem os estava seguindo.

Os dois se separaram e correram na direção do feitiço, encontrando Dorcas e Scott, do time de Quadribol. Ele lançou um feitiço que, por pouco, não acertou o Potter em cheio e, enquanto ele duelava com o garoto, Evans e Meadowes entraram em um duelo repleto de pedidos de desculpas, elas eram amigas apesar de tudo.

Depois de alguns minutos de um duelo intenso, James conseguiu finalmente desarmar Scott, eliminando-o da atividade e se juntou a Lily, tornando mais difícil para Dorcas enfrentar os dois. Foi Evans quem desarmou sua amiga, lançando as faíscas vermelhas com sua varinha e deixando o placar de ambos empatado.

Os dois seguiram em direção ao lugar indicado por Potter e, tudo estava bem, até Evans gritar, atraindo a atenção de James.

—O que foi? Se machucou? –Ele disse preocupado.

—R-ra-rato. –Ela respondeu, apontando.

—Droga! Acha que consegue estuporá-lo?

—Estuporá-lo? Não vou atacar um rato, Potter, se esperarmos ele vai embora. Eu espero. –Acrescentou, torcendo para que sim, pois não queria que ele viesse em sua direção.

James revirou os olhos, bufando, disparando uma sequência de feitiços na direção do animal, que por pouco conseguiu fugir. Lily o olhou como se ele fosse maluco ao ouví-lo xingar quando o bicho escapou, mais ainda quando, em seguida, ele se virou para ela e disse:

—Precisamos nos apressar ou perderemos nosso elemento surpresa. Peter e Remus sabem aonde estamos indo.

—Você é maluco.

—Apenas maluco o suficiente. –Rebateu.

Continuaram seu caminho apressados e, quando finalmente chegaram ao rio, o placar estava seis para a ruiva e quatro para o capitão do time de quadribol da Grifinória.

—Você vai entrar aí? –Evans questionou.

—Prefere passar por ali? –Potter questionou, indicando o tronco de uma árvore que havia sido derrubada e formava uma espécie de ponte sobre o rio.

—Na verdade, prefiro sim.

—Está escorregadio, você vai cair e se molhar de qualquer jeito.

—Eu não sei nadar, idiota.

—Pode se segurar em mim, se quiser.

—Prefiro morrer.

—Qual é, Evans, sei que sonha que está agarrada ao meu corpo molhado toda a noite. –James disse com um sorriso nos lábios, tentando deixar o clima mais leve ou irritá-la mais. Ele não sabia.

—Pelas barbas de Merlin, como descobriu, Potter? Espera, é óbvio, esse é o sonho de todas as garotas do universo. –Ela ironizou, revirando os olhos.

—Prefere ficar aqui?

—Não. Se atravessarmos ouviremos todos que cruzarem o rio. Vamos logo.- Ela subiu no tronco e ele a acompanhou, mesmo sabendo que aquela era uma péssima ideia. –O que está fazendo?

—O que acha que estou fazendo? Estou indo com você. –Respondeu.

Ela deu os primeiros passos, abrindo bem os braços em busca de equilíbrio. Lentamente os dois iam progredindo, até que chegaram no meio do tronco. Ela olhou para baixo por um momento e então se virou, com medo.

—Não consigo. –Ela disse –Sinto muito, mas eu não consigo.

—Me dá sua mão. –Ele pediu e, mesmo não querendo, ela obedeceu. –Vamos devagar, okay?

—Potter, nós vamos cair!

—Não vamos não.

—Eu acho que alguém está vindo. –Ela murmurou ao ouvir algumas vozes. –Okay, não vamos ter tempo de voltar. –Evans respirou fundo e se virou novamente, ainda segurando a mão dele, e deu mais um passo.

Mas ao dar o terceiro, James escorregou e, ao tentar segurá-lo, ambos caíram na água. Quando finalmente emergiram, Lily se segurou nele e ficou de pé, notando que a água mal estava na altura de sua cintura e ela poderia atravessar tranquilamente. Os dois se encararam por um tempo.

As mãos da ruiva o seguravam de maneira um tanto apavorada enquanto ele mantinha as suas na cintura dela de maneira firme, e estavam tão próximos que sentiam a respiração do outro tocando sua pele. Evans, porém, não se deixaria enganar por ele novamente. Logo percebeu o que aconteceria se continuassem com aquilo e ela o empurrou rapidamente e saiu do lago furiosa, pois não suportaria se outra cena como aquela no lago negro acontecesse novamente.

—Por que não disse que não era fundo?

—Porque você não perguntou.

—Você é detestável, sabia? –Ela cruzou os braços, sem nem se preocupar em se secar, enquanto ele também saia da água.

—É, você deixou bem claro na semana passada como se sente em relação a mim, Evans. –Resmungou, passando uma das mãos pelos cabelos rebeldes e encharcados.

—Espero que tenha entendido bem. –Lily se aproximou, seu rosto vermelho de irritação. –Eu não faço ideia do que se passa nessa sua mente perturbada, James Potter, e eu estou cansada de tentar entender, então estou te pedindo, por favor, fique longe de mim.

—Você não venceu ainda, ruiva. –Ela soltou uma risada sem humor nenhum.

—É claro. Como, por algum momento, eu pude acreditar que você respeitaria a minha escolha? –Ele abriu a boca pronto para responder, mas ela o interrompeu. –Quer saber? Não se dê o trabalho, Potter.

—Expelliarmus!

—Protego! –Potter gritou ao mesmo tempo, defendendo os dois a tempo do feitiço. –Estava esperando vocês chegarem.

Ele disse já em posição, enquanto Evans preparava sua varinha. Diante de ambos estavam Remus e Peter, mas a expressão do primeiro não era das melhores. Com certeza havia ouvido parte da discussão, e o Potter seria obrigado a ouvi-lo depois.

—Parece que somos só nós agora. –Lupin respondeu.

—Ótimo, assim acabamos de uma vez com isso. –Evans disse, mal-humorada.

—Estupefaça! –A ruiva e o castanho gritaram juntos. Ele lançando o feitiço contra o lobisomem enquanto ela o mandava direto para o rato.

—Protego Totalum! –Remus foi rápido e ambos tiveram que se abaixar para não serem acertados pelo feitiço, que ricocheteou.

—Expelliarmus! –Peter lançou e Lily nem mesmo tentou se defender. A varinha dela foi parar direto nas mãos do outro. Wormtail logo lançou as faíscas vermelhas e Potter se virou para a garota, inconformado.

—Você nem ao menos tentou se defender!

—Pois é, parece que perdemos. –Ela deu de ombros, cansada.

—Expelliarmus! –Remus lançou quando James se distraiu assistindo Lily atravessar o lago sozinha para pegar sua varinha.

Ele fuzilou o amigo com o olhar quando sua varinha foi atraída para a mão dele, mas não teve tempo para reclamar muito. A ruiva sorriu para Peter e pegou sua varinha de volta, seguindo seu caminho de volta para o lugar onde os professores estavam. James se apressou, atravessando rapidamente, mas Remus se colocou no caminho.

—Você deveria deixá-la ir. –Aconselhou, mas ele ignorou, desviando dele e continuando a andar atrás da garota, mas não a alcançou.