Natal das Swan escrita por Lola Royal, Chloe Less, Nyna Mota


Capítulo 3
Bella


Notas iniciais do capítulo

Lola Royal: Último capítulo da short, gente.

Estou postando pela Chloe, que está viajando hoje, aproveitem o capítulo que tá sensacional.

Boa leitura e feliz Natal!



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Bella

Eu sempre fui uma pessoa fã de feriados, todos eles. Amava datas comemorativas. Dia dos namorados, meu aniversário, 4 de julho, Halloween – que era o favorito da minha irmã mais velha, Rosalie – e até mesmo o dia da árvore. Mas o Natal era de longe o meu favorito.

Ele era como o Dia de Ação de Graças, mas mais decorado e com presentes, ou seja, era perfeito.

Renée era como eu, uma grande fã do natal e todo ano dava uma festa de natal incrível, com comida em abundância, música boa e praticamente todas as pessoas de Forks.

Eu e minhas irmãs havíamos crescido com aquelas tradições de natal, o incrível jantar na véspera e um almoço calmo e tranquilo com trocas de presente apenas para nós no dia seguinte. Era uma tradição realmente importante para mim e eu queria muito que meu namorado começasse a participar disso. Mas ele continuava insistindo para que fossemos passar o feriado com os pais dele, já que no Ação de Graças eu havia ido sozinha para a casa dos meus pais, evitando brigarmos como estávamos fazendo por causa do Natal.

— Eu já sei, babe! — exclamou Edward enquanto comíamos.

Ele era como um modelo, mas em uma versão com aversão a ser o centro das atenções e uma risada horrível — que agora eu achava insuportavelmente fofa —. Os cabelos em um tom cor de cobre e os olhos mais brilhantes que eu já vi, verdes intensos, além do sorriso torto que fazia meu coração palpitar.

A primeira vez que nos vimos foi na biblioteca da universidade. Era época de provas, a biblioteca estava lotada porque todos estavam desesperados para garantir boas notas e ele ofereceu um lugar na mesa dele para eu estudar.

Nós nos esbarramos várias vezes pelo campus, até que tornamos nossos encontros na biblioteca algo combinado. Mas só começamos a sair no final do semestre, ambos com medo demais para dar um passo adiante. Por sorte ele havia sido um pouco mais rápido com o pedido de namoro, no dia dos namorados no começo desse ano, mais um motivo para eu amar feriados.

— Vamos tirar na moeda. Cara nós vamos passar o Natal com os seus pais, coroa nós vamos para Tacoma passar o Natal com os meus — sugeriu Edward parando de mexer em seu almoço.

— Você quer mesmo deixar uma moeda decidir onde vamos passar o natal? — questionei com a sobrancelha arqueada.

— É a opção mais imparcial. — Deu de ombros. — Deixe o destino decidir o que ele quer para nós.

— Bem, vá buscar a moeda então.

Não importava o resultado daquilo, eu iria passar o natal com meus pais. Não por odiar os pais de Edward, com certeza aquilo não era o motivo.

Eu havia conhecido seus pais no aniversário de Edward e eles eram incríveis. Carlisle e Esme pareciam um casal modelo Hollywood, com sua beleza de tirar o fôlego, mas eles também eram divertidos e amorosos, me fazendo sentir parte da pequena família deles. Desde então nós os visitamos mais 5 vezes, já que eles moravam perto de Seattle, em Tacoma.

Mas o natal era o feriado mais importante para mim e eu apenas não conseguia me manter longe da tradição de família. Eu queria que Edward fizesse parte daquilo e apesar de eu esconder, a negação dele em ir comigo para Forks estava me deixando realmente magoada.

Então, se ele não podia abrir mão de um pouquinho de orgulho para ir conhecer meus pais, eu passaria o natal sem ele. Não importa o que aquela moeda decidisse.

— Quer fazer as honras? — perguntou quando voltou com a moeda.

— Com certeza.

Eu a joguei sobre a mesa e deu cara.

— Ora, ora. Parece que o destino quer que você vá a Forks comigo — falei rindo de alegria.

— Melhor de três — pediu ele pegando a moeda e jogando. Dando coroa dessa vez.

Nós trocamos um olhar silencioso, tentando pegar a moeda ao mesmo tempo, que acabou esbarrando e saindo da mesa, o que nos fez levantar e a acompanhar até o corredor, onde ela girou, girou e girou, até parar. De lado. Nem cara, nem coroa.

Bem, o destino aparentemente não queria se responsabilizar pela nossa briga.

— Está decidido. Eu vou para Forks — falei ao notar sua expressão assustada.

— Mas, Bella.

— Eu entendo que você queira passar o feriado com seus pais, realmente entendo. Eles são pessoas maravilhosas, não tem como você não querer estar perto deles. Mas eu também preciso passar um tempo com os meus próprios pais, esse ano eu vi mais os seus pais do que os meus — argumentei. — Mas tudo bem e vou te respeitar.

Agradeci por termos decidido ficar no meu apartamento, então apenas virei as costas, caminhei para o meu quarto e tranquei a porta.

***

Passei quase uma hora terminando de arrumar minha mala, ignorando as batidas de Edward na porta com música alta.

Quando ela finalmente ficou pronta, praguejei ao lembrar que minha picape estava na oficina. Isso tinha sido mais um motivo para combinarmos de passar o natal juntos, mas agora comigo decidindo ir sozinha para Forks eu estava ferrada, seria obrigada a cruzar os dedos e torcer para encontrar um táxi que me levasse bem na véspera de natal.

Quando sai do meu quarto e desliguei o som, notei que Edward estava no banheiro, o barulho do chuveiro ligado o denunciava. A chave de seu Volvo pareceu cantar para mim, então em um ato impulsivo peguei um post it e deixei um bilhete.

Peguei seu volvo porque a minha picape está na oficina e com certeza seria mais fácil achar um táxi para Tacoma do que para Forks.

Espero que tenha um ótimo natal e se divirta, mande um abraço aos seus pais.

Amo você, mesmo que você não possa passar o natal comigo.

Com amor,

Bella.

Colei o bilhete no lugar onde a chave estava, abri a porta e sai do apartamento, torcendo para que Edward demorasse muito no banho, ou pelo menos até eu partir.

Coloquei minha mala no banco traseiro, ajustei o banco do motorista e conectei meu celular no aparelho de som, eu precisaria de companhia afinal e minha playlist era a melhor opção.

Eu teria que arranjar uma desculpa para os meus pais sobre a falta de Edward, eles entenderam no Dia de Ação de Graças, mas ficaram realmente animados para conhecê-lo, já que Alice e Rosalie o conheceram logo no começo do namoro e o adoravam.

Alice foi a primeira a conhecê-lo, já que o chefe gostoso e workaholic de Rosalie tinha a feito trabalhar até mais tarde naquele dia. Mas Edward conquistou as duas rapidamente, o que fez com que elas falassem um monte dele para os nossos pais, aumentando a vontade deles de o conhecer.

Eles com certeza ficariam decepcionados se soubessem da recusa de Edward em passar o natal com a gente, principalmente Renée, por causa da festa.

***

Eu tentei manter a viagem animada, mas o carro estava impregnado com o cheiro dele e toda música me lembrava Edward, eu não conseguia desviar meus pensamentos dele.

Os seus sorrisos não saiam da minha mente, a maneira tosca com que ele ria, o jeito com que bagunçava ainda mais seu cabelo quando ficava nervoso, o seu costume de brincar com meus dedos enquanto conversávamos no sofá ou na cama... Cada detalhe dele parecia saltar nos meus pensamentos e eu só conseguia desejar que ele estivesse aqui.

Meu celular me denunciava diversas ligações e mensagens dele, mas eu não queria vê-las e ficar triste, ou pior ainda, brigar ainda mais com ele.

Eu parei em um restaurante de beira de estrada, querendo animar meu espírito com um pouco de comida natalina. O local tinha uma aparência rústica, todo de madeira, luzes de natal penduradas por todo o lado de fora. Por dentro ele mantinha o ar rústico com uma pitada de aconchego, decorações de natal por todo lado, cheiro de assado e os funcionários com gorros natalinos.

Mesmo com meu péssimo humor sorri um pouco ao ver a decoração do lugar, me sentindo abraçada pelo clima familiar e natalino do lugar.

Eu fui até o caixa e pedi um chocolate quente e uma torta de abóbora que parecia deliciosa.

Sentei em uma mesa próximo a janela e não resisti, acabei pegando o celular.

Passei pelas mensagens de Edward, ainda o ignorando e abri as das minhas irmãs. Alice estava entrando em contato comigo desde cedo.

Alice: Meu dia não começou muito bem, posso ganhar biscoitos para me alegrar?

Alice: Dobre a quantidade de biscoitos, Bells. Riley me traiu e terminou comigo. Vou comer muito e ficar muito bêbada hoje.

Alice: Espero que meus biscoitos estejam prontos, estou a caminho.

Riley tinha terminado com ela? E a traiu? Idiota!

Bella: MEU DEUS!

Bella: Riley terminou com você e te traiu? Que idiota, mas ao menos se livrou desse canalha.

Bella: Eu ainda estou a caminho de Forks também, mas farei todos os biscoitos do mundo para você.

Alice: Obrigada, irmã. Te amo!

Recebi uma mensagem de Rosalie.

Rosalie: Eu não vou conseguir ir para a festa, meu chefe me atolou de trabalho.

Ah não, aquilo era chato demais! Sem Rose nossa família estaria incompleta.

Bella: Tinha que ser você faltando na festa de Natal, né, Grinch? Você é uma idiota!

Brinquei com ela, mas aquela altura estava muito nervosa com a ideia do Natal fracassando, sem ela e sem Edward...

Rosalie: Ei, controle sua língua!

Bella: Ai, desculpa, eu estou com raiva do idiota do meu namorado. Eu te amo.

Rosalie: Também te amo. E pare de brigar com o Edward, ele é legal.

Bella: Vai se foder!

As mensagens das minhas irmãs acabaram me incentivando a olhar as mensagens de Edward, havia diversas. Pedindo para que eu atendesse as ligações, pedindo desculpas,  perguntando onde eu estava, dizendo que estava indo para Forks e dizendo que me amava. Acabei ligando para ele.

— Amor, finalmente! — exclamou Edward assim que atendeu. — Eu fiquei tão preocupado, procurei você por todo canto.

— Desculpa ter sido assim tão impulsiva — falei, a voz preocupada dele mandando toda a raiva embora. — Você tá mesmo indo para Forks?

— Sim, estou dentro de um táxi, suas irmãs me mandaram o endereço dos seus pais em Forks. Não sei exatamente a localização de onde estou agora, mas sai pouco tempo depois que você, acho.

— Eu parei em um restaurante na estrada, vem pra cá — pedi.

— Certo, me passa o endereço, por favor.

Eu mandei minha localização por mensagem e me despedi mandando um beijo.

A minha torta tinha ido embora, então pedi mais uma e alguns biscoitos de gengibre, pensando em Edward, além de pedir para entregarem um cappuccino em 10 minutos, tempo que eu achava que Edward levaria para chegar.

Eu fiquei animada com a perspectiva de Edward chegar, ele havia ido atrás de mim afinal. E mesmo que eu tivesse raptado seu carro, ele não perguntou pelo volvo uma única vez.

Como eu previ, em dez minutos eu consegui vê-lo descer de um táxi pela janela, ao mesmo tempo em que deixaram o cappuccino e biscoitos fresquinhos.

Ele vestia um suéter vinho de gola V e uma calça preta justa, carregava uma mochila pequena nas costas. Tinha uma expressão preocupada no rosto, mas assim que me viu abriu um sorriso e andou apressado até mim.

— Eu fiquei tão preocupado — falou me abraçando apertado.

— Me desculpa — falei ainda nos braços dele. — Você parecia não querer vir e eu estava tão chateada que apenas agi por impulso

— Não precisa se desculpar, a culpa é minha — falou ele me soltando.

Nós dois sentamos na mesinha e eu dei a ele o cappuccino que havia acabado de chegar. Ele provou e deu um gemido rouco, aprovando o cappuccino.

— Eu estava com tanto medo que não percebi que estava magoando você — contou. Uma mão segurando a minha sobre a mesa.

— Medo, mas medo de que? — indaguei.

— De conhecer seus pais.

— Conhecer meus pais? Mas você não precisa ter medo.

— Como não ter? Você é a filha mais nova, com certeza é o bebê deles.

— Não, isso com certeza é a Alice. Porque ela é a menor — garanti.

— Bella! — exclamou ele tentando não rir. — Sem contar que você já contou que as meninas falaram de mim para os seus pais. E se elas tiverem exagerando? E se eu não for tudo isso.

— Mas é claro que você é tudo isso, baby. Eu tenho certeza.

— E seu pai ainda tem uma arma — continuou enumerando assustado.

— Baby, ele não vai atirar em você — falei rindo. — Se ele não atirou nem em Riley, com certeza não atiraria em você.

Edward fez uma careta com a menção de Riley. Achava o namorado de Alice um filho da puta, ele estava certo afinal.

— Eu quero muito que seus pais gostem de mim — declarou por fim.

— E eles vão. E sabe por que? — questionei e ele negou. — Porque você é incrível. É divertido, inteligente e o mais importante, você me faz bem. Confia em mim, eles vão amar você.

— Eu confio em você — falou beijando minha mão.

— Agora vamos comer logo, porque eu prometi biscoitos para Alice e a minha mãe só vai fazer se eu estiver lá, ela sabe que é minha parte favorita.

Ele concordou e nós terminamos os biscoitos rapidamente, pagamos a conta e fomos para o carro dele.

Eu continuei como motorista, já que era a casa dos meus pais afinal.

— Você não esqueceu nada no táxi? — questionei enquanto acelerava.

— Não.

— E veio só com essa mochila pequena? — questionei.

— A minha mala está no porta malas — falou rindo. — Arrumei ela no começo da semana e deixei no carro, não importava o lugar que fôssemos, eu sabia que teríamos que ir no volvo porque a sua picape não aguentaria a viagem.

— Ei, mais respeito com a sra. Kirova. Ela é uma é uma senhora idosa e merece respeito!

— Ela é uma senhora idosa e merece uma aposentadoria, baby.

— Não vou discutir com você.

— Porque você sabe que eu estou certo.

É, ele estava mesmo. Dirigir o volvo era uma maravilha, eu não queria dirigir Kirova nunca mais.

***

Na próxima hora eu dirigi o volvo e Edward e eu falamos sobre minhas irmãs. Contei sobre o fim do namoro de Alice e sobre Rosalie que não iria mais para a festa.

Ele também me disse que tinha falado com seus pais, enquanto estava no táxi e que eles entenderam sua ausência no Natal deles. Iríamos os visitar em breve para compensar.

Assim que chegamos na casa dos meus pais pegamos as malas.

Eu parei para observar a decoração tipicamente de Natal, luzes de natal por toda a casa, uma guirlanda na porta e um visco bem em cima dela. Eu ri com o padrão de mamãe e puxei Edward para perto antes de tocar a campainha.

— Eu amo você — falei antes de beijá-lo.

— Eu amo você também — sorriu grudando sua testa na minha antes de me beijar novamente.

Nós ficamos alguns minutos ali, nos beijando, até que a porta foi aberta.

— A tradição diz um beijo sob o visco. Não 50 — gracejou mamãe abrindo a porta.

— Renée, deixe a menina — falou Charlie aparecendo na porta.

Eu me sentia como na primeira vez que meus pais me pegaram beijando um garoto. Depois daquele dia papai nunca mais chamou Jacob Black de filho.

— Eu escutei o barulho do motor e fiquei ansiosa — falou Renée rindo e me abraçando em seguida, eu amava o som da risada dela.

— Que saudades de você, Bells — falou papai depois que Renée me soltou, também me pegando em seus braços.

Eu amava a vida em Seattle, mas não podia negar que sentia falta dos meus pais.

— Pais, esse é o Edward — falei assim que papai me soltou.

— Nós ouvimos falar tanto de você — falou Renée o abraçando, um sorriso grande em seu rosto e me fazendo um sinal de positivo.

— Eu também ouvi falar muito de vocês — respondeu Edward.

Em seguida ele cumprimentou meu pai e nós quatro entramos em casa.

— Bella falou que você cozinha, vai ser ótimo ter uma mãozinha a mais para fazer o jantar — falou Renée.

— Renée, não vá botar o rapaz para trabalhar. Assim ele não vai querer voltar, ele ainda é visita — argumentou meu pai. — Você gosta de futebol? Tem um jogo que vai começar daqui a pouco.

— Adoro futebol — falou Edward animado. — Mas se precisar de ajuda na cozinha pode falar — ofereceu.

— Eu vou lembrar — prometeu Renée.

Charlie ajudou Edward a levar as nossas malas para o meu quarto, enquanto mamãe me arrastou para a cozinha.

— Meu Deus. Ele é ainda mais bonito do que nas fotos que você mandou! — exclamou mamãe.

— Eu tenho bom gosto — respondi piscando.

***

Ajudei Renée até quase a hora do jantar, Edward e papai haviam passado na cozinha para ajudar no intervalo do jogo. Renée estava ansiosa demais, disse que precisava falar com nós três — eu, Alice e Rosalie —, mas o universo parecia não colaborar com ela.

O dia de merda de Alice estava um caos e eu tinha certeza que ela acabaria se atrasando.

Além disso havia Rosalie, que por pouco não teve que faltar a festa, por culpa de seu chefe idiota e gostoso. Porém o modo mamãe urso ativou em Renée e foi muito divertido ver ela gritando com o chefe de Rose para que ela viesse pelo menos ao fim da festa, era o que ele merecia por estragar nossa tradição.

Quando estava próximo ao horário da festa, subi para tomar um banho e me trocar. Edward estava lá, com uma toalha na cintura e os cabelos molhados, tão sexy.

— Ei, baby — falei me aproximando e ficando na ponta dos pés para tocar em seus cabelos. — Você é muito sexy.

Eu não resisti e me aproximei mais, o suficiente para beija-lo, assim como ele também me prendeu pela cintura.

Beijar Edward era sempre incrível, eu ainda sentia as borboletas no estômago e os fogos de artifício, aquela coisa toda como em O diário da princesa. E pelas batidas do seu coração eu tinha certeza que ele sentia o mesmo.

— Eu amo você — murmurou em meus lábios.

— Eu também amo você — respondi. — E eu quero muito transar com você.

— Você estava certa sobre seu pai gostar de mim. Mas de jeito nenhum que vamos transar antes da festa de natal — falou aterrorizado.

— E que tal depois? — questionei passando a unha de leve pelo seu abdômen. Olhando pra cima com meu melhor olhar de cachorrinho.

— Vou contar os minutos — falou me beijando mais uma vez.

Eu o soltei em seguida, sabia que se eu ficasse mais um pouquinho com ele a festa seria esquecida.

Tomei um banho rápido e coloquei um vestido vermelho com uma gola branca, deixei o cabelo solto e passei um batom escuro e um delineador.

Edward estava sentado na minha cama, uma calça jeans e um suéter vermelho.

— Estamos combinando — riu Edward.

— Você leu a minha mente — falei rindo. — Antes de descer eu preciso te avisar uma coisa. Fuja do tio Rogers.

— Por quê?

— Sabe o tio do pavê? Ele é pior. E ele ainda solta pum sem perceber, é um horror. Sem contar o bafo.

— Nossa, agora você me assustou.

— É melhor estar preparado — avisei.

Entrelacei nossas mãos e o arrastei pela escada para o andar de baixo. Mesmo antes de descer eu conseguia ouvir o barulho das conversas, as pessoas eram pontuais quando se tratava da festa de natal dos Swan.

Assim que desci as escadas, minha mãe me puxou para a cozinha.

— O carro da Alice quebrou na estrada — contou mamãe com cara de desânimo — Seu pai pediu para dois amigos de trabalho dele irem buscá-la, incluindo aquele bonitinho, o Jasper que quero apresentar para Rosalie.

 

Rosalie que estava louca para pegar seu chefe? Bom...

 

— Meu Deus, hoje a Alice tá muito azarada! — exclamei e eu nem tinha contado para meus pais  sobre o fim do namoro dela e de Riley, tinha preferido deixar ela fazer aquilo.

— Acho que a azarada sou eu. Seu pai e eu precisamos contar algo para vocês — falou de novo, meio cabisbaixa.

— Vocês estão bem? — questionei com medo.

— Mas é claro, Bella — falou mamãe revirando os olhos. — Mas é natal e eu quero minhas crianças por perto.

— Vai ficar tudo bem, mãe. As meninas vão chegar — tentei consolá-la.

— Agora vamos para a sala, tenho quase certeza que ouvi seu pai falando que ia apresentar o Tio Rogers para Edward — falou mamãe com uma careta.

Quando ela falou isso apressei o passo para a sala, vasculhando o local que já estava começando a ficar cheio, até achar meu namorado.

Mamãe tinha razão, Edward estava lá com tio Rogers, bem próximo. Tio Rogers ria de algo e Edward parecia tentar esconder uma careta com a proximidade da boca aberta do tio no nariz dele.

Eu corri para socorrer, dando um oi e dizendo que eu queria apresentar Edward para minha antiga professora de literatura.

***

Nós fugimos de tio Rogers e falamos com todos da festa enquanto fazíamos isso.

Em um momento da festa Alice chegou junto com quem deduzi ser Jasper, um policial novinho colega de trabalho do papai. Quando a campainha tocou, eu corri para atender, o que foi uma sorte para Alice, já que peguei os dois se beijando.

— Olha só, você é rápida hein Alice! — zombei pegando-os no flagra.

— Estraga prazeres! — riu Alice dando de ombros e vindo me abraçar.

Jasper, completamente corado pelo flagra, se apresentou para mim. Envergonhado, ele entrou em casa, deixando a mala de Alice com ela.

— Alice, vamos pegar os seus biscoitos — falei pegando Alice pela mão, agarrei sua mala e a joguei dentro do armário de entrada. — Os pais querem nos contar algo e só vão falar quando a Rose chegar, ela virá agora.

Deixei Alice falar com nossos pais, ela contou sobre o fim do seu namoro, mas logo eles tiveram de ir falar com seus convidados. Meu namorado estava numa conversa que parecia divertida com alguns colegas de trabalho do meu pai, incluindo Jasper.

A cozinha por sorte estava vazia, então peguei os biscoitos, uma taça de champanhe e falei para Alice me contar sobre seu dia.

***

Quando Rosalie chegou, mamãe já mandou Alice e eu subirmos para o quarto dos meus pais.

— Família, eu estou pegando meu chefe! — anunciou assim que entrou no quarto.

Nós estávamos sentadas juntas na beirada da cama e eu tinha certeza que elas também sentiam como se fosse um flashback de quando fomos pegas fumando maconha no meu aniversário.

— Oi, Rosalie… Espera, o que? — Charlie indagou confuso.

Rose tirou o casaco e nos cumprimentou com beijinho.

— Você tá pegando seu chefe? — Alice perguntou.

— Tô e como assim a mamãe disse que você viu o Jasper primeiro? Já superou o Riley?

Alice revirou seus olhos.

— Riley é um grande babaca. Mas, que se dane, Jasper é muito melhor que aquele idiota.

— Ei, calem-se — falei. — Estou nessa casa desde cedo esperando esse bendito segredo do papai e da mamãe.

Nós três olhamos para nossos pais e Rose disse:

— Contem o segredo!

— Bem, nós estamos pensando — começou Renée.

— E bem, nós pesquisamos antes — continuou Charlie.

— Falem logo! Ou eu vou ter um ataque! — falou Alice.

— Nós estamos pensando em adotar uma criança — falou Charlie de uma vez.

— E nós queríamos a opinião de vocês.  Vocês estão grandes, não dependem mais de nós. Mas mesmo assim não queremos que se sintam substituídas — esclareceu mamãe. — Então antes de entrarmos com o processo queríamos o apoio de vocês.

Nós cinco ficamos em silêncio por o que pareceu uma eternidade, digerindo o que nossos pais falaram.

Até que Rosalie quebrou o silêncio.

— Eu apoio. Acho que vai ser bom ter alguém novo na família e eu definitivamente não vou ter filhos agora.

— Eu também apoio. Vocês criaram três filhas incríveis e tenho certeza que estão mais do que preparados para criar mais um — falou Alice.

Eu não comecei a falar em seguida, o que resultou nos quatro me olhando com expectativa.

— O quê? — questionei. — Vocês sabem que eu sempre quis ser promovida a irmã mais velha!

Meus pais abriram um sorriso aliviado e as meninas me cutucaram com os ombros.

— Vai ser uma fase difícil a partir de agora, a burocracia é complicada. Mas com o apoio de vocês vai ficar tudo bem — disse mamãe aliviada e com lágrimas nos olhos.

— Acho que é hora de abraço em grupo! — exclamei fazendo minhas irmãs levantarem.

Eu amava momentos em família!

Nós ficamos juntos por alguns momentos, mamãe no centro, rodeada por nós.

— Agora vamos descer e abrir um champanhe, temos que ser bons anfitriões — falou mamãe enxugando os olhos marejados.

Papai e mamãe foram na frente, eu olhei para minhas irmãs e Rose segurou em nossas cinturas.

Se tivéssemos sorte, ano que vem nós teríamos um membro novo na família, podia ser a quarta irmã, seria mesmo muito legal. E eu não via a hora de introduzi-la ao Natal das meninas Swan.

 




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Notas finais do capítulo

Chloe Less: Feliz natal! Espero que tenham se divertido lendo.

Lola Royal: Anny e eu desejamos um excelente Natal para vocês, nós três também queremos agradecer pelos comentários e acompanhamentos nesses três dias.

Muito obrigada por tudo. Beijos, feliz Natal!

25.12.18