Operação Cupido escrita por JadeHoran


Capítulo 4
Capítulo 4




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Quarta 8:30

O dia amanheceu chuvoso, por isso todas as atividades foram suspensas. Anna e Sophia estavam ocupadas pensando no que as familias poderias estar fazendo.

Anna estava abraçada a sua jaqueta de couro vermelha. Desde que se entendia por gente usava uma jaqueta vermelha. Isso porque sua mãe também tinha uma jaqueta e ela fazia questão de usar sempre. Sophia estava brincando com sua pulseira de berloques.

— O que são? - Anna perguntou quando percebeu que a menina brincava com a pulseira.

— Como? - Sophia deixou a pulseira de lado e olhou para a loira. 

— Seus pingentes, o que são? - Anna perguntou mais claramente. Ela também tinha uma pulseira de berloques mas nunca usava.

— Ah, bom. Tem uma maçã e uma coroa em homenagem a uma das minhas mães, um cisne e um fusca em homenagem a outra e uma sapatilha em minha homenagem. - Sophia mostrava cada pingente enquanto mostrava.

— Legal, você também tem duas mães. - Anna sorriu. 

— Sim, mas eu não conheço uma delas. - Sophia respondeu desanimada. Anna ficou surpresa com a consciência mas ficou quieta. 

— Está com fome? - Anna foi até o baú que ficava aos pés da sua cama e pegou um saco de biscoitos e um pote de geleia de maçã. - Minha mãe diz que é uma combinação nojenta, mas eu adoro.

— Eu também. - Sophia sorri animada. - Me fala, como é morar na Califórnia? 

— É muito bom, minha mãe tem um vinhedo, as vezes ela me deixa provar vinho de verdade. - Anna ri ao lembrar que sua tia não gostava muito dessa regalia. - E a sua? 

— Minha mãe é estilista. Ela acabou de desenhar um modelo lindo de vestido de noiva pra uma princesa grega. - Sophia disse orgulhosa, amava o trabalho da mãe. - Você disse que tem duas mães também não é? Como a sua outra mãe é?

— Eu não sei, não a conheci. - Anna olhou para o braço da nova amiga e teve quase cem porcento de certeza de que suas pulseiras eram iguais. - Mas pelo menos eu tenho uma foto. Ela é linda. 

— Eu também tenho uma foto da minha mãe. Foi meio que um presente de aniversário a uns anos. - Sophia olhou para a mesinha onde a foto estava guardada. 

— Eu também tenho uma foto, mas eu peguei escondida da minha mãe. - as duas começaram a rir. 

— Temos muitas coisas em comum. 

— Verdade, daqui a pouco vamos descobrir que nascemos no mesmo dia. - elas se olharam e riram mais. 

— Bom, eu nasci no dia 23 de agosto.

— Não creio. - Anna arregalou os olhos em total surpresa, afinal, aquela também era a sua data de aniversário.

— O que? 

— Eu também nasci no dia 23 de agosto. - Anna se levantou. - Pega sua foto. 

— Pra que? 

— Pega logo Sophia. - a loirinha revirou os olhos e fez o que Anna pediu. Enquanto isso a outra foi até o seu baú e pegou uma foto.

— Peguei. - Sophia sorriu ao olhar para a mãe. - E agora. 

— No três a gente vira as fotos. 

— Ok. 1...

— 2...

— 3... - as duas soltaram gritinhos de exclamação. 

— Essa é a minha... É a sua? - as mal conseguiam falar. - Isso quer dizer que nós. 

— Nós somos irmãs. - Anna concluiu emocionada. Sempre quis ter uma irmã mas nunca imaginaria ter uma gêmea. 

— Mas como? Por que? - Sophia não entendia o motivo de não saber da existência da sua irmã. 

— Eu não sei, mas... Eu não acredito. Você é minha irmã. 

— Bom, isso explica muita coisa não é mesmo? - Sophia disse rindo. 

As meninas passaram o dia inteiro conversando e se conhecendo, até que Sophia teve uma ideia brilhante. 

— Anna? - ela se sentou ao lado da irmã com carinha de travessa. 

— Hey, eu conheço essa cara. - Anna olhou desconfiada. - Essa é a cara que eu faço quando vou aprontar. 

— E se a gente trocasse. 

—Trocasse o que? 

—Deixa de ser lerda. - Sophia revirou os olhos. - Vamos trocar de lugar. Você quer conhecer a mamãe e eu quero conhecer a mamãe. 

—Não sei se é uma boa ideia. - Anna queria muito conhecer sua outra mãe, mas como Anna. 

—Pensa comigo, elas guardaram essas fotos por anos, isso quer dizer que ainda existe sentimento, se existe sentimento elas podem ficar juntas, se ela ficarem juntas poderemos ser uma família completa. 

—Bom. 

—Anna, nós podemos fazer isso dar certo. Por favor, eu quero tanto conhecê-la. 

—Tá bom Sophia, e como destrocamos depois? 

—Contamos a verdade. - Sophia disse como se fosse a coisa mais óbvio da vida. 

—Tudo bem, eu concordo. - as duas apertaram as mãos e sorriram. 

Durante as 7 semanas seguintes Anna ensinou Sophia a ser ela e Sophia fez o mesmo com a irmã. Nada poderia dar errado ou elas poderiam ser descobertas antes do esperado. 

—Não sei se eu quero fazer isso. - Sophia olhou para Anna que estava com uma agulha em mãos. 

—A ideia foi sua. - Anna pegou um cubo de gelo e entregou a irmã. - Agora coloca isso na orelha. 

—Você tem certeza? 

—Sophia, eu uso brincos e se você vai ser eu vai ter que furar as orelhas. 

—Tem certeza? - tinha um bom motivo para Sophia nunca ter furado as orelhas. 

—Tenho Sophia, um furo de orelha não fecha em 7 semanas, na verdade depois de anos não fecha mais. Agora tira o gelo. Eu vou furar. 

 Anna queimou a ponta da agulha e foi até a loira de cabelos longos, contou até três e enfiou com tudo a ponta da agulha na orelha da irmã. O grito de Sophia foi escutado por quase todo o acampamento, mas os funcionários já estavam acostumados a isso. 

—Pronto, nem doeu tanto assim não é mesmo? 

—Diga isso por você. - Sophia limpava as lágrimas que caiam tímidas. 

—Tanto faz, agora vamos repassar algumas coisas. Pode ser? - Anna encarava com do Sophia, furar as orelhas não seria nada comparado ao que iria fazer. 

—Ok. Eu começo. - Sophia se sentou no banco e se sentou como uma verdadeira dama. - Você mora em uma casa com nossa mãe Regina, nossa tia Zelena e nossa avó Cora. Tia Zelena está quase sempre viajando então eu não sei se você vai conseguir vê-la. Vovó Cora está quase sempre no escritório e a mamãe sempre está em algum canto desenhado. Tem o mordomo Henry que é praticamente da família, exceto que ela ganha dinheiro pra aturar a gente. Tem a Ashley que é a arrumadeira e o Jefferson que é o motorista. Não sei o nome dos outros empregados mas seja sempre educada e gentil. Não atrapalhe o trabalho deles. 

—Tudo bem. Bom, não temos empregados, fui criada pela mamãe e pela tia Ruby, a gente chama ela de Rubs, temos uma cachorro que chama Pongo. Não conheço os outros funcionários porque eles só ficam no vinhedo. Moramos no campo por isso vez ou outra andamos a cavalo. 

—Tudo bem. 

—Sophia, a gente vai embora amanhã. 

—Sim, sim. Tem certeza que aprendeu meu cumprimento secreto que eu faço com o Henry. 

—Absoluta. Mas bom, eu... Eu tenho cabelos curtos e você tem os cabelos muito longos. Vamos ter que cortar. 

—O que?! - Sophia se inclinou pra frente pois tinha certeza que não tinha ouvido direito. 

—Olha, talvez eu deixe uns 2 centímetros mais longo, mas vamos ter que cortar. 

—Okay. - Sophia fechou os olhos. - Faz logo. 

Anna pegou uma tesoura na gaveta e mediu o cumprimento em si. 

—Vou cortar por 2 centímetros a mais okay? Não vai ser grande coisa mas já ajuda. - Anna mediu o cabelo da irmã e respirou fundo. Depois da primeira mexa já não tinha mais o que fazer. Em 10 minutos o chão já estava cheio de cabelo. - Sabe, nós fomos burra. Podíamos ter doado. 

—Acabou? 

—Acabou. 

 As duas se viraram pro espelho e viram o quão idênticas elas eram. 

—Vamos dormir, amanhã vai ser um novo dia. 


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