It´s Troublesome escrita por Netuno


Capítulo 2
Saudável


Notas iniciais do capítulo

eu estava vagando pela internet quando achei um post interessante que dizia "10 sinais que você está em um relacionamento saudável".... por que não?



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"10 sinais que você está em um relacionamento saudável."

 

"Vocês se comunicam muito bem."

Reunião mensal da União Shinobi no País do Ferro, os assuntos se dão por encerrados, o próximo encontro é marcado, os representantes de cada aldeia se despedem e saem silenciosamente da sala.

Temari se direciona a saída antes dele, mas é parada por Kurotsuchi que toca seu ombro e sorri para ela.

Nada muito fora do comum, elas são amigas afinal.

Elas deixam o caminho livre para que os outros ninjas se retirem.

Ainda caminhando, Shikamaru a encara.

Estarei esperando lá fora.

Ela assente minimamente com a cabeça enquanto a representante de Iwa murmura algo, vasculhando em uma série de papeis.

Shikamaru ergue uma sobrancelha, ela lança um pequeno sorriso de volta.

Sim, estarei indo para Konoha com você.

Ele sorri e ela volta atenção para a kunoichi do País da Terra.

Isso ocorre em menos de um segundo e com a completa ausência de falas, afinal, um olhar era o bastante para que um compreendesse o outro.

 

"Sua qualidade de vida é melhor porque vocês estão juntos."

— Seus ombros estão tensos.

Shikamaru encara a namorada do outro lado da pequena mesa. Ela organizava sua papelada.

Eles estavam em um pequeno escritório na Torre do Hokage, terminando de analisar a documentação oficial da última reunião.

— O que?

— Seus ombros, estão tensos, eu percebi quando nos encontramos no portão. E você está contorcendo o pescoço a cada dez segundos.

Bem, ela estava certa, suas costas doíam como o inferno agora mesmo, o motivo disso era vergonhoso, no entanto. Shikamaru havia dormido na mesa na noite passada, não trabalhando ou revisando algo que envolvesse o mundo ninja em si, mas sim relendo as cartas que ela havia enviado a ele no último mês distante.

Era ridículo, estúpido, um delírio infantil, ele sabia que ela chegaria à aldeia pela manhã, mas a ansiedade pelo reencontro o fez correr para qualquer coisa que o fizesse mais perto dela. E as palavras dela eram tão reconfortantes quanto as fotos que ele havia tirado sem que ela percebesse.

Mas ele não admitiria isso para ela, não quando sabia que ela imediatamente zombaria dele por isso.

— Ah. – Ele coçou a nuca. – Eu dormi mal. – Não era uma mentira.

Temari levantou os olhos da papelada e o encarou por alguns segundos. A testa franzida, o olhar intenso.

— Levante-se – Ela se ergueu e foi para seu lado.

Exigindo, não pedindo, nada de novo por aqui.

Shikamaru se ergueu, e no mesmo segundo ela empurrou seu troco para frente enquanto mantinha seus ombros parados.

— O que...

— Agora coloque as mãos no fim das costas e erga a cabeça.

Ah, ele conhecia aquele alongamento, então fez o que ela disse e permaneceu parado pelos próximos três minutos, até ela pegar cada um de seus braços e puxar para trás, os soltando em seguida.

— Melhor? – Ela perguntou, um sorriso presunçoso moldando os lábios.

— Sim, obrigado. – Shikamaru tentou, mas não conseguiu evitar sorrir de volta pra ela.

— Ótimo, - Ela disse, voltando a se sentar. – duas vezes por dia, ao acordar e antes de dormir, por cinco minutos no mínimo.

Ele franziu a testa para ela, Temari poderia conseguir força-lo a isso durante suas visitas, mas não havia maneira dele fazer isso por vontade própria quando ela não estivesse na aldeia.

Ela cerrou os olhos na direção dele.

— Isso é para seu próprio bem, não me faça pedir para sua mãe te obrigar, Bebê Chorão.

Oh sim, havia uma maneira.

 

"Você apoia e se sente apoiado."

Ele estava prestes a ser nomeado assistente do Hokage, não um “treino” como fora com Kakashi, era oficial, Naruto seria nomeado como o sétimo Hokage e ele seria seu braço direito. Algo que ele havia decidido há muito tempo atrás.

Shikamaru sentiu a mão de sua esposa em suas costas e sorriu em sua direção.

Temari tinha muito orgulho em seu sorriso e em seus olhos verdes.

Os mesmos olhos e sorriso que o chutavam para frente com provocações sempre que ele perdia o caminho, o riso que zombava e flertava palavras que o incentivavam a crescer.

Ela era seu maior suporte, seu confidente mais intimo.

Droga, como ele amava essa mulher.

 

"Seu relacionamento se torna mais forte com o tempo."

— Faça uma boa viagem.

— Eu enviarei uma carta assim que chegar.

— Vá em segurança.

—Não seja dramático.

— Não faça pouco caso, um mês por vir?

— Vinte e três dias na verdade, reunião da União.

— Nós nos encontraremos no caminho.

— Como fazemos geralmente.

— Certo.

— Espero por você.

— Quem está sendo dramático agora... ai, não precisa do tapa, eu espero por você também.

 

"Vocês se inspiram para ser melhores."

Ela tinha dito a ele para usar seu potencial para coisas grandes, se tornar um jonin de uma vez, foi um conselho que ele achou irritante e problemático, mas ela sorriu para ele daquela forma antes de ir embora.

Shikamaru não queria mais responsabilidades.

Mas se tornou esquisito lutar contra a maré quando havia Asuma, Ino, Chouji, seu pai, sua mãe e ela, que antes não era nada mais que uma aliada irritante, o dizendo para se erguer, que ele era bom, mais do que útil, que ele valia mais.

Ele considerou isso.

Mas Asuma se foi e ele não pode fazer nada, seu pai se foi e ele não tinha ideia do que fazer.

A guerra acabou, ele se tornou jounin, e assistente de Kakashi, a vida continuava e ele estava quebrado.

Shikamaru teve ter seu traseiro salvo por ela mais uma vez (eles faziam isso usualmente, salvar um ao outro no último minuto) para voltar ao normal.

Eles eram um casal agora, e ele usava todo seu potencial para ajudar e proteger sua amada vila, e sempre que ele ameaçava cair ela o dizia para se erguer, como antigamente, e assim como naquela época, era um conselho irritante, mas que ele acatava sem pensar duas vezes, porque aquela mulher problemática e de sorriso bonito o ajudava a ser um homem melhor.

 

"Você é capaz de deixar o passado ir."

— Mas você sabe, eu realmente fiquei irritada com você.

— Sim, o tapa me fez perceber isso.

Shikamaru observa as costas dela tremerem enquanto ela esta virada para o fogão, aquilo claramente era uma risada.

— Oh, mas foi merecido, você teve a ousadia de usar o cartão “aldeias diferentes” comigo, Nara.

Ele coçou a nuca e gemeu.

— Eu estava tentando manter minha missão em segredo.

Temari se voltou para ele com o buli de chá nas mãos.

— Com um comportamento suspeito como aquele? – Ela ergue uma sobrancelha. – Você realmente achou que eu não fosse perceber que algo estava errado?

— Eu não estava pensando muito nisso. – Temari riu servindo a bebida, ele estalou a língua. – Você não achou muito divertido na época.

Ele alfinetou, claramente se referindo as pequenas, mas ainda sim presentes, lágrimas dela naquele dia, e se arrependeu disso imediatamente, ele ainda se culpa por tê-la feito chorar.

Ao contrário da reação que ele esperava, Temari apenas balançou os ombros.

— Considerando onde estamos agora, é difícil não achar.

Ele sorriu para ela, sim, ele gostava muito do jeito que eles estavam agora, Temari sentada a sua frente, as pernas dela brincando com as dele em seu pequeno quarto de hotel, enquanto saboreavam um chá típico de Suna.

— Mas obvio, eu tive de salvar a sua bunda preguiçosa de qualquer jeito.

Shikamaru bufou.

 

"Vocês se abraçam nos momentos difíceis."

Uma nova coroa de flores e um incenso.

Temari estava ao lado de Shikamaru, em frente ao tumulo do pai dele.

Era o aniversário da morte de Shikaku Nara.

Ele não tinha dito para que ela fosse com ele, Shikamaru apenas saiu caminhando e ela entrelaçou seus dedos com os dele, deixando claro que ela estava o acompanhando.

Temari sabia que ele visitava o tumulo do pai e do professor, como em busca de um conselho antes de sair em uma grande missão, embora fosse uma conversa unilateral.

Mas Shikamaru não dissera uma única palavra, e nem demonstrava qualquer gesto que pudesse ter ligação emocional. Era um copo vazio e Temari viu o quão desolado ele estava.

Sem nenhum tipo de aviso, ela joga os braços ao redor dele e o abraça, fazendo carinho em suas costas.

Está tudo bem, ele te amava, ele tinha muito orgulho de você e teria mais orgulho ainda de ver quem você é agora, você não está sozinho, você não está sozinho.

E ele esconde o rosto no pescoço dela e chora fraquinho e ela se sente aliviada, porque ele não está vazio, e ainda é Shikamaru, e ele não vai se perder de novo.

 

"Seu parceiro fica entusiasmado quando algo dá certo para você."

Ela percebeu como os olhos dos outros cresceram sobre ele.

O garoto que foi vaiado e teve lixo atirado pela própria aldeia por sua atitude preguiçosa agora recebe olhares cheios de respeito e reverencias educadas.

Ele se tornara um homem forte e necessário para com os seus.

Eu vou ajudar Naruto a se tornar o próximo Hokage e serei seu conselheiro.

Shikamaru confidenciou para ela uma vez e ela sorriu.

Era obvio que esse seria seu sonho, nada tão ambicioso, realizar o sonho de seu amigo e apoia-lo nisso.

Temari sorriu porque aquilo era algo extremamente Shikamaru de ser.

— Sim, você vai.

 

"Vocês são íntimos."

Shikamaru traçava os dedos levemente nas costas de Temari.

Ela riu baixinho.

—O que? – Ele perguntou olhando no rosto dela, o sorriso pequeno e olhos afetuosos.

Estavam lado a lado, suados e deitados de bruços na cama do quarto dele.

—O que você vive desenhando afinal? – Ela questionou e ele corou maneando a cabeça. – Sim, você sempre faz isso, e é exatamente o mesmo desenho toda vez, o que é?

— Hum..suas sardas... – Ele sorriu para si mesmo, a ponta das orelhas vermelhas. – Elas remetem a constelação de Andrômeda.

— O que? Não! – Ela apoiou a cabeça em um braço para encara-lo melhor.

Ele imitou o movimento dela.

— Aqui, veja.

E ele caminhou com a mão lentamente pelas costas dela, apontando onde estaria uma pequena sarda e a associando cada uma com uma estrela da constelação, nomeando uma por uma.

— Certo, você claramente está inventando isso agora. – Ela tentava inutilmente virar o pescoço para enxergar algo.

— Não seja problemática, por que eu inventaria algo assim?

Ela cerrou os olhos em sua direção e calmamente se aproximou, deixando um leve beijo com ele, um beijo lento e suave, diferentes dos de poucos minutos atrás.

Mas ela se afastou rápido demais.

— Onde tem um espelho? Eu quero confirmar isso agora.

E se levantou em toda sua gloriosa nudez o puxando para fora da cama.

Ao menos dessa vez ele não se sentiu tão disposto a reclamar da situação.

— É uma bela vista.

— Não seja um espertinho Nara, espelho, vamos! 

 

"Você e seu parceiro são brincalhões."

— O que você pensa que está fazendo?

Shikamaru a ignorou e continuou a seguir com os hashis em direção ao prato dela.

Temari puxou o prato de volta para si.

— O.Que.Você.Pensa.Que.Está.Fazendo?

Shikamaru estalou a língua, ainda em sua direção.

— Vamos lá, você tem um monte de castanhas aí, me dê apenas uma.

— Não! – Ela bateu nos hashis dele com os seus próprios. – Você poderia pedir bolo de castanhas para você ao invés dessa gororoba branca.

— A gororoba branca é creme. – Ele tenta novamente. – E é delicioso.

— Ótimo, então se contente com ele, dê o fora do meu prato.

— O que é isso? Reacionamentos não são sobre compartilhar as coisas? – Ela continuava bloqueando seus ataques.

— Sim, compartilhar interesses, sentimentos, não doces que sua namorada não come há meses!

Ele bufou e parou de tentar pegar sua sobremesa, indo para sua própria, ou isso foi o que Temari imaginou até um pouco de glacê branco sujar seu nariz.

— Ora, seu...

E deixando a sobremesa de lado, foi a vez dela ataca-lo com os hashis e ele tentar se defender.

Era uma cena um tanto incomum para as pessoas que passavam em frente daquele banco da praça naquele momento, dois jounins de alto escalão, figuras de autoridade em suas respectivas aldeias, sujos de doce e brincando de espadinha com os talheres.


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Notas finais do capítulo

já que chegou até aqui, que tal um comentário para dizer o que achou? eu sou uma escritora horrivel, mas sou uma pessoa legal (eu acho, não, na verdade não acho), seja bem vindo.



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