Tsuyoku escrita por Mine113


Capítulo 2
Um assistente


Notas iniciais do capítulo

Oi o/
Não consegui uma capa legal pra esse cap e.e



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771373/chapter/2

No telefone:

— Pixis, encontrou alguma forma de me ajudar? – Mikaela estava no escritório de sua casa, conversando com o comandante das Tropas Estacionárias.

— Você já não deveria saber se cuidar?

— Não volte nesse assunto. Eu já te expliquei minha situação.

— Sim, eu encontrei uma forma. – Respondeu, finalmente, a pergunta da mulher. – Ele deve estar chegando aí agora.

— O que? – Mikaela não entendeu.

— Acho que você deve conhece-lo. Escolhi de uma unidade que já visitou.

— Você mandou alguém pra cá? – A mulher disse, um tanto indignada. - Eu só precisava que me ajudasse com todos aqueles relatórios.

— O que é isso, Mikaela? Você está sempre me pedindo ajuda em algo. Eu sou o comandante, não tenho muito tempo livre pra estar te ajudando com essas coisas.

Mikaela estava ouvindo, segurando o telefone no ouvido com o ombro, enquanto alinhava alguns papeis, os batendo juntos, em sua mesa. Pixis continuou:

— Então, resolvi mandar um estagiário pra você.

— O que?? – A mulher, espantada, soltou os papeis no exato momento da palavra “estagiário”. Os relatórios se espalharam por sua mesa e alguns caíram no chão. – Pixis! Você está louco? Sabe que eu não lido bem com jovens e me mandou um cadete?!

— Boa noite, Sulyn. – Pixis desligou, deixando a mulher reclamando só.

Mikaela ouviu o telefone de seu comandante bater no gancho e então ficar sem linha.

— Pixis, seu... velho bêbado!

A mulher colocou o telefone no gancho e começou a juntar os relatórios em sua mesa, até que ouviu batidas na porta. Foi abrir, já sabendo que seria o tal “cadete estagiário”.

O garoto, que mal tinha soltado as malas no chão, voltou a pega-las ao ouvir que a porta estava sendo destrancada. A porta finalmente abriu e a mulher uniformizada, de pés no chão, não disse nada, apenas ficou encarando o garoto que era uns 3 centímetros maior que ela.

O garoto teve a atenção atraída para o uniforme da mulher: no braço direito tinha o símbolo das Tropas Estacionárias e no esquerdo das Tropas de Exploração.

O silêncio pairou pelo ar por breves segundos, até que a mulher resolveu falar.

— Veio pra ficar me admirando?

— Ah, me desculpe, senhora. – O garoto pôs-se em sentido, com o punho direito no peito e o outro braço para trás de si. – Sou o cadete Kenedy Oliver, da unidade 06, ainda em treinamento. Fui designado pelo Comandante Pixis, das Tropas Estacionárias, para ser seu estagiário. É um prazer conhece-la.

A mulher respirou fundo.

— Olá, Kenedy Oliver. – Apertou a mão do garoto. – Suponho que já me conheça. Já passei por sua unidade pra resolver algumas questões.

O garoto assentiu levemente com a cabeça. A mulher continuou.

— Sou um soldado duplo. Sirvo em duas tropas. Me chamo Mikaela Sulyn, tenente das Tropas Estacionárias e cabo nas Tropas de Exploração, além de estrategista.

— Nossa... a senhora deve ser muito ocupada.

— Sou, e é por isso que você está aqui. Vamos, entre.

Depois do garoto ajeitar suas coisas em um quarto, foi até Mikaela, no escritório.

— O que aconteceu aqui?

A mulher não respondeu.

— Vou ser sincera, garoto. Eu não queria um estagiário, mas já que Pixis te mandou... – Ela sorriu. – Junte esses relatórios pra mim. – Deu um leve tapa no ombro do garoto e foi saindo do escritório.

— Senhora, nós precisamos – Teve sua fala interrompida.

— Vou tomar um banho.

Quando a mulher voltou, seu escritório estava organizado.

— Senhora, precisamos conversar sobre meus horários.

— Certo, pode falar.

— Como ainda estou em treinamento, na parte da manhã vou ter que ir pra minha unidade e voltar de tarde, quando terminar.

— Tudo bem, entendi.

Durante um tempo, as coisas ficaram mais fáceis para Mikaela, mas ela tinha motivos para não gostar de lidar com jovens. No início Kenedy obedecia e ajudava, mas, depois de alguns meses, começou a se fazer mais à vontade na casa de Mikaela, o que não era bom.

Em uma noite, depois de um trabalho com alguns soldados das Estacionárias, Mikaela chegou cansada e estressada em sua casa. Quando colocou a chave para destrancar a casa a porta se abriu, estava apenas encostada. Ela entrou alguns passos. Estranhamente, todas luzes estavam apagadas. Antes que chamasse por Kenedy, percebeu que o lugar estava diferente. Tinha alguém ali. Vagarosamente pegou uma das espadas de seu DMT e andou silenciosamente pela sala à procura de algo. Seu olhar estava atento para tudo. A luz da lua que entrava pelas janelas a ajudava a enxergar. Percebeu algumas pegadas de barro no corredor, duas pessoas. Antes que começasse a segui-las, ouviu suspiros baixos.

“Atacaram o Kenedy?” A mulher pensou preocupada, seguindo as pegadas pisando vagarosamente pelo corredor. Ela chegou em frente ao seu quarto. “Ele pode estar ferido, mas ainda pode ter alguém fazendo ele de refém”. Ela abaixou encostada na parede ao lado da porta e com sua espada, a empurrou, abrindo, de modo imperceptível e silencioso. Espiou dentro do quarto e viu um suposto ser em sua cama, debaixo dos lençóis, fazendo movimentos suspeitos, encima de outro ser, provavelmente com peitos.

“Mas que...!” – Pensou brava.

Ainda em sua descrição, ela entrou no quarto e parou em pé, em frente a porta. Soltou a lâmina da espada, e com um olhar perceptivelmente bravo e irritado, lançou a lâmina na direção dos jovens ofegantes. A lâmina passou rapidamente, bem próxima de Kenedy e se cravou na cabeceira de madeira da cama. Kenedy olhou assustado para trás e viu Mikaela apoiada na parede com os braços cruzados. A mulher falou em voz alta e furiosa:

— Que tipo de merda pensa que está fazendo em minha cama, Kenedy?!

— Mikaela?? Espera! – O garoto saiu de cima de seja lá quem fosse.

Mikaela ascendeu a luz e foi até a garota, empurrando Kenedy para o lado, o tirando de seu caminho. Pegou sua lâmina e guardou de volta em seu DMT. Olhou para a garota e falou lentamente, na intenção de que as palavras causassem medo.

— Você, garota, vai se vestir, ir embora e não voltar mais nessa casa. Sugiro que se apresse, antes que uma dessas lâminas se crave em você.

— Mikaela, você tá louca? – O garoto perguntou, ao ouvir a parte sobre a lâmina.

Mikaela empurrou o garoto, que estava segurando o lençol em volta da cintura, contra a parede, que não estava tão longe.

— Quem está louco é você. – O encarou ameaçadoramente. – Você vai lavar tudo o que está encima do meu colchão e organizar o meu quarto! Espero ter sido clara...

A mulher saiu andando à passos pesados no chão.

— Anda logo, garota! – Gritou ao passar pela garota que já estava se vestindo e a mesma se apressou assustada.

Foi para sala e abriu as janelas.

— Preciso de muito ar. – Disse brava pondo o rosto para fora e respirando fundo. Lá fora, a noite já estava bem escura, mas ainda tinha um pouco de movimento na rua.

No quarto, os dois jovens se entreolharam de forma a dizer “Não devíamos ter feito isso, quase morremos”.

Depois de poucos minutos a garota foi embora e Kenedy foi para a lavanderia, cheio de lençóis e fronhas. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tsuyoku" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.