Jeller escrita por Lucca


Capítulo 8
Família


Notas iniciais do capítulo

Escrito às pressas no meio de uma viagem de férias com a família quando as diferenças se tornam ainda mais perceptíveis fora da rotina, mas o amor também é mais evidente.
Essa one-shot é dedicada a aniversariante da semana: Márcia. Minha flor, você conhwce os limites do meu vício, mesma assim, espero que goste.
Boa leitura a todos.



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Eram aproximadamente 7 pm quando a campanhia do apartamento de Tasha Zapata tocou. Tinha sido um dia longo e entedianfe no sioc, ela sobreviveu a isso e não estava espersndo ninguém. Na verdade, ela nem desejava ver ninguém. Deixar sua mente vazia em frente a imagens da TV enqua to trocava repetidas vezes de canal parecia estar mantendo seu tedio sobre controle.
Quem seria ?
Arrasriu-se para fora do sofá e foi até a porta verificar a visita indesejada.
— Surpresa! – Jane e Patterson disseram juntas quando ela abriu a porta.
— Trouxemos cervejas! É uma otima oferenda por nos receber essa noite.
— E suco natural pra mim já que ainda não posso beber. – Jane completou mostrando a sacola em sua mão- Achamos que você teria alguns petiscos aqui.
Um largo sorriso se formou no rosto de Tasha fazendo-a descobrir que não desejava a solidão tanto quanto a companhia das amigaa.
— Vocês duas não tem jeito. Entrem. Devia deixa-las sem petiscos para aprenderem ligar antes combinando tudo.
Jane e Patterson se entreolharam.
— preferimos arriscar a falta de petiscos do que ver nossos planos arruinados por uma desculoa que você pudesse nos dar pelo telefone.- Jane disse.
— Por Deus, você recuperou a memória, mas continua sem entender os limites da sinceridade, Jane. – a latina retrucou enquanto as amigas penduravam os casacos e se acomodavam no sofá - Acho que só preciso de um tempo para me adaptar nesse novo ritmo.
— Está sendo difícil para todos nós. Também andei distante por causa dos comorimissos com entrevistas de adoção. – Patterson disse.
— E como tem sido? – Tasha perguntou.
— Os perfis das crianças são adoráveis, mas ainda não tive coragem de encarar nenhuma delas pessoalmente. Marquei para depois de amanhã com uma garotinha de 5 anos.
— Vai dar tudo certo. Vocês vão amar uma a outra, Patterson.
— Ser mãe é a coisa mais maravilhosa do mundo! – Jane completou - O segredo é comer e respirar enquanto eles dormem.
— Nossa, Jane, você consefue nos levsr do céu ao inferno numa única descrição da maternidsde. – Tasha disse rindo.
— Não, meninas, por fsvor, não deixem que isso as desencoragem. Os bebês ainda são muito pequenos. Alwm disso, Allie voltou a morar em NYC e as visitas de Bethany estão careegadas de ciumes. Avery esta aqui conosco essa semana e também já demonstrou ciúmes, não dos bebês, mas da Bethany. Então as coisas estão estão bem agitadas. Nesses quase vinte dias, nosso maior problema não foi a mudanca na rotina, mas o fato de não termos rotina nenhuma. Por enquanto, tenho focado em ser grata por poder reuniar nossa família. Logo tudo estará normal.
Foi a vez de Tasha e Patterson se entreolharem e rirem.
— Ok, eu sei que “normal" não é um adjetivo que se encaixe em nada que eu e Kurt vivemos, mas vamos encontrar nosso novo ritmo. E falando em “mas...” não viemos até aqui para falarmos de nós e sim de você, Tasha.
— E... sobre o Reade, Tash. – Patterson completou .
— Eu e Reade? Não há nada pra falar sobre nós dois. Lembrem-se que disse que minha casa sempre estaria de portas abertas para vocês duas e que NUNCA adoraríamos esse tipo de assunto.
— Estamos preocupadas com vocês, Tasha. – Jane insistiu.
— Sim! Vocês estavam tão unidos durante o tempo que estivemos em fuga. Bastava provarmos nossa inocência para darem o proximo passo. – Patterson relembrou.
— O que aconteceu? Por favor, se abra conosco... – Jane pediu com os olhos carregados de empatia
Tasha aspirou o ar enchendo os pulmões tudo que podia. Ela sabia que seria inútil tentar fugir do assunto, só não sabia qual resposta dar porque ela mesma não conhecia exatamente a resposta.
Ela lancou-se sobre a mesa de centro, servindo-se de mais uma cerveja. Depois se jogou de volta no sofá e disse:
— Eu não sei. Talvez a gente só funcione como casal em tempos de crise. Depois que voltamos, Reade ficou frio e distante. Eu também não colaborei. Meu lado competitivo deu as caras. Meg se reaproximou dele e... bem, ela é perfeita pra ele. Simpática, bem sucedida. Enquanto eu... bem, acho que há muita bagagem entre nós.
— O nome dessa bagagem que você insiste em descrever como um peso negativo é amizade, Tash. E isso é bom. Vocês se conhecem e se um sentimento se mantem vivo após o mergulho no lado mais sombrio do outro é porque é amor de verdade. – Patterson não queria ter dito isso tão claramente. Sua primeira intensao era fazer com que Tasha descobrisse isso sozinha. Mas a loira sentiu que precisava apelar ao ouvir o relato dolorido da amiga.
— Meg pode ser uma mulher perfeita para o Reade, mas se ele te ama, só será feliz com você. – Jane salientou.
— Qual é, Jane. Só falta você dizer que devemos vicer numa ilha deserta ao estilo “amor e muitos cocos" – e tomou outro gole da cerveja - A vida real é diferente dos contos de fadas e frases prontas. Alem disso tem nossas careeiras no meio. – disse olhando para o nada e sentindo a tristeza inundar seu olhar.
—-Amor e felicidade não são utopias, Tasha. E um está ligado ao outro. Quando estamos ao lado de quem amamos, os problemas da visa parecem mais faceis de serem superados. Olhe para mim e Kurt. Se eu for pensar numa mulher perfeita para ele, com certeza não seria eu. Nas ou Allie que é a mãe da filha dele, seriam opções muito mais viaveis. Ao lado delas, ele teria excelentes e merecidas oportunidades profissionais que casado com um ex-terrorista nunca terá.
— Mas não estaria feliz! – Patterson fez questao de enfatizar isso. – teríamos o Weller de antes: agente modelo, ranzinza, vivendo sua profissional e pessoal como um rotina rígida em preto e branco.
Tasha inclinou-se para a mesa de centro e deu três batidinhas:
— Ninguém merece aquele Weller de volta. Ao invés de brincar com Bethany, ia colocar a menina em aulas de defesa pessoal. – e a latina riu imaginando a cena de Kurt com a pequena.
— Está vendo? Até você concorda.
— Ah, Jane, pra você assumir o que sentia por Kurt foi facil. Ele se declarou pra você com os-comunicadores ligados no desfecho do maior caso de terrorismo domestico que esse país já viveu! O FBI inteiro ouviu.
— E eu era a terrorista por trás daquele plano, Tash. Bagagem, Kurt e eu também carregavamos quando decidimos assumir o que sentimos. No meio do caos que eu trouxe para a visa dele, o amor entre nós nos faz felizes todos os dias. Mesmo em meio a tantas fraldas, ciúmes, pouco tempo e espaço pessoal e praticamente nenhuma perspectiva de ascensão profissional dentro FBI pra nenhum de nos dois. Mas temos a família mais loucamente perfeita que poderíamos desejar. E, mesmo após terminar uma maratona com os gêmeos no meio da madrugada enquanto ele simplesmente não acordou nem com todo o nosso barulho, eu me deito ao lado dele e sinto o quanto ele está em paz, músculos relaxados, quase um sorriso no rosto – e sorriu ao lembrar do marido.
— Ninguém pior para ser esposa do agente modelo do FBI que uma terrorista. E ninguém pior para a terrorista que o agente modelo do FBI. No entanto, olha pra eles, Tasha! Estão felizes como não seriam com qualquer outra pessoa. Não deixe o amor passar por sua vida e ir embora! – Patterson quase implorou.
As três continuaram conversando por mais algum tempo. Tasha parecia irredutível. De repente, Jane se levantou:
— Meninas, eu preciso ir. Os bebês estão acordando. Kurt e Avery entram em pânico rápido.
— Agora você tem algum sexto sentido materno? Ou vai dizer que é o amor falando de novo?
Jane apontou para a blusa onde a pequena mancha de leite comecava a se mostrar aparente na blusa.
— Não é amor, Tash, é só leite materno mesmo. Quando desce, logo eles acordam. – e se aproximando da latina para um abraço de despedida, disse – Você é uma amiga muito especial para mim. Por favor, dê uma chance ao amor. Não espere que ele venha. Vá até ele e abra seu coração. “PREPARE O QUARTO" você se lembra de quando me explicou isso?
Tasha se lancou sobre Jane numa forte abraço depois a soltou e secou as lagrimas.
— Eu vou pensar, ok? É tudo que posso prometer.
Patterson tambem se despediu e saiu com Jane pois estava de carona com ela.
Assim que as amigas saíram, Tasha ficou pensando em tudo que haviam dito. Num impulso, pegou o celular e digitou uma mensagem para Reade:
“Estou saindo para beber algo naquele bar de sempre. Quer ir também?”
Logo ele visualizou, mas a resposta demorou. Ela já estava no carro quando leu “Talvez"
Tasha bufou e revirou os olhos: “Homens!” pensou. E digitou: “Estarei lá caso você se decida.” E saiu disposta a se divertir.
Que engano. Ficou tão entediada no bar quanto em casa. Já resolvera pedir a conta quando a voz de Reade soou quase na sua nuca:
—Você precisa beber algo mais suave.
A vontade de dar uma resposta ácida a essa mania que ele tinha de cuidar dela se debatia com as palavras de Jane mandando ela abrir seu coração. Então, respirou e respondeu:
— Hoje eu precisava de algo forte... Achei que não viria e que estava com a Meg...
— Eu estava...
— Nossa, você não muda. Vai acabar perdendo ela de novo.
— Meg é realmente uma mulher maravilhosa. Para um cara não querer estar com ela, só se ... Olha, Tasha, eu tô tentando reconstruir minha vida que a Madeline destruiu...
— Todos nós estamos.
— Sim, todos nós. Mas a questão é que toda resolução que tomo, você acaba interferindo, seja no sioc ou na minha vida pessoal.
— Eu não quero atrapalhar, Reade. Estou tentando ajudar.
— mas você atrapalha. Eu crio um ordem, você chega e aponta um erro. Eu estou com a Meg e você me convida para um bar... Eu preciso que você entenda a dimensão do quanto você impacta a minha vida.
Tasha sentiu o sangue ferver. Como ele ousava dizer isso? Acusa-la assim? Ela não ficaria calada, respondeu com a voz num tom bem mais alto que o que usava convencionalmente, tanto pela musica alta quanto pela urgencia que tinha em deixar seus sentimentos transbordarem:
— A questão é que eu entendo, Reade! Porque eu sinto o mesmo. Tudo que vem de você impacta a minha vida. E, mesmo com você se mantendo afastado, a sua ausência continuou ali, marcando todos os meus planos!
Ele se jogou para trás, deixando o corpo cair contra o encosto da cadeira, desnorteado. Entao, desabafou:
— Eu sei o que é o certo a fazer. E também sei o que é o caminho mais arriscado. Ainda assim, estou aqui. Porque eu não consigo escolher o certo se você estiver na outra opção .- ele parecia cansado e em conflito.

Tasha levantou a cabeça com determinação e secou as lágrimas que insistiam em brotar contra a sua vontade e ego.
— Foi um erro te chamar. Vamos deixar tudo isso no passado. Amanhã mesmo meu pedido de demissão estará em sua mesa. Vou te deixar livre para seguir sem minha presença incômoda. – e foi se levantar da mesa.
Mas a mão de Reade alcançou seu braço antes que estivesse em pé.
— Espere, Tash... Eu estou cansado, mas é de lutar contra o que sinto. Eu sempre lutei muito para provar à todos que era capaz. Sabe, ser bom não bastava, eu tinha que ser o melhor se quisesse realmente ter uma chance porque o preconceito ainda influência a sociedade. Sair as linha não era uma opção.
Ouvi-lo se abrindo era algo valioso demais para ela, então recuou e sentou-se ao seu lado.
—-Existem múltiplas formas de resistência. Você escolheu a sua. E é só isso que deve ser: uma escolha. Você deve estar no controle da estratégia e não ela controlando você. A minha estratégia sempre foi transgredir a linha, escolhendo caminhos que a sociedade queria me negar. Nem sempre isso me fez bem. Também existem limites éticos que, quando desconsiderados, nada justificará o que fizemos.
— Vivemos meses na clandestinidade e isso não parece ter me ajudado, Tash. Eu não quero mais ser o dono da razão. Quero aprender a me soltar, aceitar quando as pessoas agem de forma diferente de mim porque não tiveram outra opção e seus objetivos eram bons. Quero ser feliz. Quero você.
E sua mão alcançou a dela numa declaração de amor que pulsava em cada veia de seu corpo.
Tasha ficou paralisada por alguns segundos, olhos fixos na mão coberta pela dele. O desejo de mergulhar com tudo nesse relacionamento ao lado dele e novamente a medo de nada dar certo. Então, olhou cabisbaixa para ele, mas com um olhar que, apesar das lagrimas, já carregava muita sensualidade:
— Você está mesmo me pedindo para sair da linha com você?
Ele respondeu mais serio do que ela esperava:
— Você é a única mulher capaz de me levar a isso. Mas você me conhece, teremos momentos em que eu vou pedir pra irmos mais devagar.- e num tom menos sério, acreecentou - Sem tatuagens. Jane já tem todas que essa familia precisa.
E som do riso dela ecoou mais nitido que qualquer musica pelo coração dele. Reade tinha a certeza que estava comentendo o maior erro da sua vida, mas nunca se sentiu tão feliz.
Apartamento dos Wellers
Jane mal passou pela poeta e viu Kurt e Avery caminhando em sua direção, cada um com um bebê resmungando nos braços.
— o que aconteceu? Eles nunca acordam na mesma hora. – perguntou pendurando o casaco e já indo ao lavabo lavar aa mãos. Depois pegou Ben, o mais nervoso e guloso dos gêmeos, para amamentar e sentou-se no sofá.
Avery sentou-se ao seu lado com Liz numa tentativa de que a presença da mãe acalmasse a irmãzinha. Kurt foi para a cozinha preparar os complementos.
— Acho que os dois sabiam que você estava fora. Nós quatro sentimos muito sua falta.
Quando Ben terminou a mamada, Jane o entregou já choramingando para Kurt que disse ao filho:
— Vamos lá, garotão. Você sabe que o outro é da sua irmã. Você bebe o que falta na mamadeira com o papai.
Jane colocou Liz no outro peito.Avery se levantou e disse:
— Vou tomar um banho e descansar um pouco. – e se abaixou para dar um beijo na mãe e sussurrou em seu ouvido. - Kurt disse que a sorte de vocês é que os bebês dormem a noite toda.
Jane sorriu com cumplicidade para a filha que, desde que chegou da faculdade, ajudava Jane nas madrugadas com os gêmeos. Assim que ela saiu, Kurt perguntou:
— Conseguiu se divertir com as meninas?
O olhar triste de Jane antecipou a resposta:
— Acho que fiz uma tentativa que deu em nada. Não entendo a resistência de Tasha e Reade em assumirem que se amam. Achava que poderia convencer Tasha a procurá-lo, mas ela estava irredutível.
Ben terminou a mamadeira e Kurt o aconchegou nos braços para arrotar, sem conseguir tirar os olhos da esposa:
— Você tem dois recém nascidos, uma enteada ciumenta, uma filha universitária teimosa, um marido com sérios problemas para acordar no meio da noite e está preocupada com Tasha e Reade?
Jane terminou de amamentar Liz e ofereceu a mamadeira à pequena.
— Eu sinto muito, Kurt. Realmente não era minha intenção colocar nada acima de nossa família Eu só queria ajudá-los a chegarem até aqui. Eu sei que tudo está complicado desde que os gêmeos chegaram, mas eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida.
Kurt tinha se levantado da poltrona e agora estava sentado na mesinha de centro em frente à ela. Com uma mão sustentava o corpinho de Bencontra seu peito. Com a outra, alcançou o rosto da esposa, roçando as costas dos dedos por sua bochecha.
— Não foi uma crítica, Jane. A forma como você se preocupa com todas da nossa familia é uma das coisas que mais amo em você.
Um sorriso malicioso se formou no rosto dela:
— Falando desse jeito, eu vou ter que te acordar no meio da noite e enquanto todos os filhos estiverem dormindo.
— Nem pense nisso. Você sabe que temos aguardar a liberação médica. – Kurt insistiu fazendo Jane revirar os olhos – Mas depois disso, eu mesmo vou convocar Tasha, Patterson e Allie para assumirem o comando da creche por um dia inteiro e você será só minha! – e beijou o pescoço da esposa que murmurou seu nome quase suplicando para que parasse.
Mais tarde, já de madrugada
Jane voltou para a cama exausta após amamentar e trocar os gêmeos. Assim que se deitou, viu seu celular acender sobre a mesa de cabeceira. Era uma mensagem de Tasha.
“OBRIGADA!” estava na legenda da foto. Em primeiro plano, Tasha tinha um sorriso travesso, atras dela, Reade adormecido com os braços ao redor dela não fazia ideia de que estava sendo fotografado.
Jane apagou a tela, recolocou o celular sobre a mesa de cabeceira e deitou-se virada para Kurt, sentindo a paz de saber que todos na sua família estavam bem.


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Notas finais do capítulo

Críticas e sugestões são bem vindas. Além disso, são uma otima forma de incentivo para novas histórias. Divida comigo suas emoções e percepções dessa leitura deixando um comentário.
Muito obrigada por ter lido.



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