Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 50
Encurralada pelo Homem de Ferro e Capitão América


Notas iniciais do capítulo

Oie, galerinha do bem? Tudo bem com vocês? Espero que sim.
Esse capítulo está comprido, e acho (não tenho certeza, porque vocês são muito imprevisíveis) que todos vão adorar. Teremos uma interação bem detalhada dos dois melhores Vingadores com a nossa estagiária atrapalhada. Isso dará uma bela confusão.
Sempre pode haver erros, então relevem até que eu conserte.
Divirtam-se.



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Darcy e Nathan chegavam no salão e logo percebiam a movimentação.

A garota tentou correr, mas o satã a segurou pelo braço, impedindo-a de fugir.

— Tire essa máscara de cavalo agora! – O estagiário a repreendia, um tanto impaciente.

— Você me arrastou até aqui e eu cedi, mas não vou tirar a minha máscara, nem sob tortura, entendeu!? – Ela redarguiu, com ódio. Queria realizar um de seus sonhos mais secretos, que era atirar Nathan do alto de um edifício.

A estudante saiu de perto do colega de trabalho e passou a andar pelos cantos, atônita e muito atenciosa, olhando para os lados o tempo todo.

Tinha de se esconder de todos, mas principalmente Bruce Banner, Natasha Romanoff e Steve Rogers.

Não tinha sentido se esconder do Capitão América, mas sua mente lhe dizia que de alguma forma, o loiro podia descobrir que seu melhor amigo estava no apartamento dela...

Como...? Nem ela sabia. Apenas queria evitar que tal informação chegasse em seus ouvidos, e como ela era especialista em fazer tudo errado, o mais sensato era se manter longe, no entanto, para o seu azar...

Ela avistou Steve e Natasha...

O loiro e a ruiva estavam juntos, do outro lado do salão...

A garota os espionou, olhando para os dois discretamente, embora a máscara de cavalo não lhe deixasse ser discreta como queria...

Natasha Romanoff era linda... tão perfeita que qualquer homem no mundo diria sim para ela...

E Steve Rogers era um homem incrivelmente lindo também. Ele tinha a beleza mais alto padrão da América dos 40, mas mesmo agora, no século 21, sua aparência era majestosamente digna.

Loiro, branco, alto, forte, olhos claros, tinha uma postura imponente, uma elegância exímia, e emanava uma aura heroica e patriótica.

Ela teve de chacoalhar a cabeça pra sair do transe, mas era difícil não se sentir enfeitiçada pelo maior herói da América.

E... olhar para Steve Rogers lhe fazia automaticamente se lembrar de Bucky Barnes, o que não era uma boa ideia, por conta das circunstâncias terríveis daquela manhã.

— Eu preciso beber pra decidir o que fazer. – Dizia para si mesma, e tal frase não fazia sentido, já que as pessoas tomavam decisões só quando estavam sóbrias e não bêbadas.

No caso de Darcy, era o contrário...

A garota foi para o balcão do bar e começou a se servir. Não havia um garçom ali, então tudo o que a mesma precisava era encontrar uma boa bebida que lhe fizesse esquecer de vez o Sargento Barnes.

Em meio à sua busca, a garota achou uma garrafa de vodka. Era perfeito, porque vodka era forte e uma de suas bebidas favoritas.

Darcy se agachou atrás do balcão, ficando escondida de todas as pessoas no salão. Ninguém lhe descobriria ali, e ela poderia sair sem chamar atenção depois de alguns minutos.

A estagiária colocou a garrafa no chão, enquanto bebia o líquido num copo minúsculo.

Ela continuou com seu disfarce, mas teve um pouco de dificuldade de levar o copo por dentro da máscara.

Então, repentinamente, Helena e Andrew entraram no bar, por trás do balcão e deram de cara com Darcy enchendo a cara...

Ambos lançaram olhares perplexos para a garota, já que a cena se resumia...

A uma mulher cavalo tomando vodka no chão de um bar...

— Darcy!? Por que você tá aqui se escondendo!? – Helena a indagou, assustada.

— Fiquem quietos! Não façam barulho ou vão descobrir que estou aqui! – A garota sussurrava, temerosa.

— Péssimo lugar pra se esconder, amiga. Por que você veio pra cá!? – Andrew se agachava, para também não chamar atenção.

— O satã me arrastou pra cá a força! Eu só preciso ficar aqui mais 15 minutos e então vou embora! – A estudante gesticulava, com o copo de vodka na mão.

— Então vamos aproveitar e beber junto com você. – Helena também se agachava.

— Se o Doutor Banner descobre que estou aqui, é capaz de se transformar no Hulk e fazer esse prédio desabar... – Darcy afirmava, enquanto bebia mais um copo de vodka por dentro da máscara de cavalo.

— Vamos esquecer um pouco esses assuntos chatos, então agora me diz uma coisa... como anda o TCC...? – Andrew a indagava, curioso, já que Darcy não apareceu no laboratório nos últimos dias.

— Indo... a apresentação é na semana que vem.

— Uau... Finalmente o seu pesadelo vai acabar e você vai se formar...! – Helena replicava, lembrando da sofrência da amiga nos últimos meses.

— Sim...! Não vejo a hora desse pesadelo acabar... foram longos quatro anos...

— E o que você pretende fazer depois que se formar!? Vai continuar em Nova York trabalhando com a Jane? – Andrew a questionava, curioso.

— Ainda não sei... estou pensando em me mudar pra Califórnia... Los Angeles, pra ser mais exata. – Ela olhou para cima, relaxando suas costas na madeira do balcão do bar.

— Sério? Recebeu alguma proposta de trabalho por lá?

— Não exatamente... uns anos atrás esse era o meu plano, mas por algum motivo continuei aqui em Nova York, trabalhando com Jane e com Erik, então eu meio que adiei muitas coisas, mas estou bem arrependida...

— Por quê? – Andrew continuava curioso.

— Sei lá... É um antigo sonho viver perto do mar da costa oeste... eu sou uma pessoa que ama altas temperaturas... gosto do verão...

— Só por isso!? – Helena estava espantada. Por que havia pessoas que trocariam Nova York por Los Angeles?

— Hmm... não é só por isso... anos atrás pensei em ir para a Inglaterra, mas desisti...

— É mesmo, seus avós paternos são ingleses, não é?

— Sim...

— Certo... todo esse assunto é bem legal, mas... por que não nos entretemos de outra forma? – Helena sugeria.

— Que forma?

.

— Uma aposta... Só eu e você, Darcy... – As sobrancelhas da garota pulavam e um sorriso malicioso se formava em seus lábios.

.

— Iih, lá vem... – Andrew já virava o rosto, sabendo que coisa boa não viria dali...

Helena adorava competir por coisas, e apostas era um de seus hobbies favoritos.

— Você não é a primeira que me sugere uma aposta essa noite... – Darcy terminava de virar o copo com vodka, se lembrando que Nathan havia lhe proposto algo ridículo, antes de entrar naquele salão.

— O que você quer apostar, senhorita competidora...? – Andrew contestava, revirando os olhos.

.

.

— Vamos apostar quem fica com o Capitão América nessa festa!

.

.

Quando Helena terminou de falar, os olhos de Darcy arregalaram por trás da máscara de cavalo.

E Andrew se sentiu ofendido por não ser mencionado.

Por que só ela e a Darcy...?

— Hey, por que eu não posso entrar nessa aposta!? – O rapaz inquiria, irritado.

— Por que o Capitão é hétero, oww inteligência! – Helena replicava, desaforada.

— Nós não podemos ter cem por cento de certeza, queridinha... – O estagiário piscou, sugestivo. Vai que ele era enrustido e não tinha saído do armário por medo da pressão da sociedade?

— Céus, Andrew, para de viajar! Mas e aí, Darcy!? Topa!?? – A garota estava afoita por uma aposta. Tinha certeza que se chegasse com jeitinho no loiro, poderia levar, já que ele tinha preferência por morenas, segundo suas fontes...

— Eu não vou entrar nisso não. Aposte você e o Andrew. – Darcy já ia procurando outra garrafa de vodka no bar.

.

Que Capitão América o quê... ela queria um certo Sargento que estava em seu apartamento...

.

— Eu aposto dez mil pratas! – A voz de Helena soou alta e Andrew caiu para trás com o valor da aposta.

— Tá falando sério, coração...? – O rapaz estava pasmo. Helena tinha essa quantia pra apostar? Desde quando aquela pobretona arrumou tanta grana?

— Dez mil pratas...? Uau, tentador, mas... NÃO! – Darcy largou o copo e resolveu virar a garrafa de vodka goela abaixo, pouco se importando com aquela aposta ridícula.

— Uau, amiga... onde você arrumou tudo isso...? Em vez de apostar, não quer me emprestar essa grana? Tô com meu aluguel atrasado... – Andrew falava num tom manso, mas foi completamente ignorado.

— Vamos lá, Darcy! Tire essa máscara de cavalo e vamos competir!

— Nem a pau! Eu não quero que o Doutor Banner me reconheça! E nem mesmo Steve Rogers! Eu preciso vazar daqui o quanto antes! – A garota já se levantava, meio tonta, pensando em sair dali, mas Helena a impediu.

— Hey, são dez mil pratas!

— Eu não tenho dez mil pratas, Helena!

— Aposte o seu carro! É uma lata velha mesmo!

— Tá maluca!? Se eu perder, vou andar do quê!? De charrete!?

— Você tem uma moto!

— Aah... é verdade... mas, não! Esquece isso! – A estagiária tinha se esquecido que sua moto era usada na maior parte das vezes por Bucky e não por ela.

— Então está decidido! Eu e a Darcy vamos apostar dez mil pratas pra ver quem traça o Capitão América, ihuuuuuuu!!! – Ela gritava e Andrew e Darcy tapavam a boca da garota.

— Para de gritar, embuste! tá louca!? E se alguém escutar e acreditar nessa palhaçada!? – O rapaz apertava a palma da mão na cara da colega de trabalho.

— Eu espero que não tenham ouvido mesmo... tô bêbada, mas não tô louca...! – Darcy cochichava, com medo, olhando para os dois lados.

Mas...

Havia alguém ali que tinha ouvido tal insanidade...

.

Sam Wilson...

.

E ele parecia ter acreditado, já que olhou para os três com muita desconfiança.

O Falcão prestava atenção neles, de longe...

Sempre os achou muito suspeitos...

.

Um tempo se passou e os três estagiários idiotas permaneceram ali.

Darcy estava bêbada, mas ainda não havia perdido as estribeiras...

Ainda...

No entanto, em meio a algazarra dos três, entretidos na conversa, os trio percebeu alguém se aproximando...

.

Era Tony Stark, que entrava no bar, notando a presença dos três ali, agachados, tomando vodka no chão.

.

O Homem de Ferro exibiu uma feição de assombro.

— Tá rolando algum ritual satânico aqui nesse bar e eu estou interrompendo? – O bilionário ironizava o fato de uma pessoa estar com uma máscara de cabeça de cavalo, segurando uma garrafa de vodka, prestes virar o líquido garganta abaixo.

— É o Homem de Ferro! – Andrew meio que soltou um grito.

— Sim... é ele...! – Helena estava com os olhos arregalados, pois nunca tinha visto Tony Stark pessoalmente.

— Eu mereço... – Darcy, que se encontrava levemente embriagada, nem ligou que o Homem de Ferro estivesse ali. Ela apenas terminava de beber o resto da vodka por dentro da máscara, como se aquilo fosse algo totalmente normal.

O Vingador revirou os olhos e os ignorou, passando a procurar algo para beber.

Andrew e Helena babavam no Homem de Ferro...

Darcy continuava bebendo, como se nada estivesse acontecendo...

Tony tentava achar algo decente para beber, mas não conseguia encontrar.

Ele prometeu a si mesmo que não voltaria a encher a cara de novo, mas sua briga com Pepper Potts naquela manhã, lhe fez mudar de ideia.

Impaciente por não achar nada decente, Tony resolveu pedir ajuda aos três.

— Com licença, será que vocês podem me ajudar...? Esse whisky aqui é da Macallan mesmo ou é alguma marca barata? – O gênio, bilionário, playboy e filantropo perguntava, enquanto segurava uma garrafa, analisando atentamente o rótulo.

Andrew e Helena continuaram em silêncio, com um sorriso estranho e os olhos arregalados.

Pareciam dois cachorros hipnotizados...

— Vocês não vão me responder...? – O bilionário indagou-os novamente.

— Sim, esse whisky é Macallan, mas não é dos melhores... – Darcy respondia a pergunta de Tony Stark, enquanto seus amigos continuavam babando pelo fato de Homem de Ferro estar ali, do lado deles.

— Bem... não é nenhuma Isabella Islay, mas deve valer a pena... eu acho... – Tony se referia a uma bebida de mais de um milhão de dólares, afinal, ele não se contentaria com algo que custasse menos.

O bilionário despejou o líquido num pequeno copo, e então... lançou um olhar desconfiado na direção de Darcy, que a essa hora, pressentia que algo podia dar errado e sua identidade fosse descoberta.

— Vem cá... era você que estava cantando Malibu no karaokê outro dia, não é...?

E então...

.

Darcy cuspiu o líquido num jato ao ouvir a pergunta de Tony Stark.

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— E-eu não! Deve estar me confundindo! – Redarguia, totalmente alarmada.

— Eca! Ainda bem que foi na direção oposta! Já pensou se você tivesse cuspido em mim, igual fez com o Nathan aquela vez!? – Andrew se afastava da colega.

Já o Homem de Ferro, sabia que ela era a garota do karaokê.

— Eu tenho certeza que você é aquela garota. O timbre é o mesmo...

— Não sou não!!! – A estagiária virou o rosto, ainda com a máscara de cavalo, pronta para sair correndo dali, porém...

Foi impedida de prosseguir, porque o gênio, bilionário, playboy e filantropo agarrou seu braço.

— Não tá a fim de dançar? – Ele esbanjou um sorriso presunçoso, e Darcy congelou por dentro.

.

Tony Stark estava aprontando um plano maquiavélico em sua mente. O sorriso obstinado dele, deixava isso bem claro.

.

Ele sabia que ela era Darcy Lewis, a estagiária de Jane e a garota que fez Bruce Banner quase virar o Hulk dias atrás.

— Eu não sei dançar!

— Não tem problema. Eu te ensino. - E então, ele a puxou dali...

A garota era arrastada para a pista de dança...

Em pânico...

No desespero, a estagiária virou para trás, estendendo a mão na direção de Andrew e Helena que deram de ombros e não fizeram nada além de darem tchauzinho com um risinho bobo nos lábios.

“Meu Deus... se o senhor me tirar dessa, eu juro que vou oferecer minha vida para a causa cristã e me trancarei em um convento e virarei uma freira!” – Ela pensava, completamente amedrontada, fazendo falsas promessas para Deus, mais uma vez.

Do outro lado do salão, Steve e Sam viam a cena bizarra, de Tony Stark começando uma dança com uma garota que usava a máscara de cavalo.

Era um tanto estranho todos estarem vestidos normalmente e só ela usando aquela máscara bizarra.

As pessoas ao redor, observavam a cena grotesca, e cochichavam sobre o ocorrido.

A maioria já estava acostumada com as extravagâncias de Tony Stark...

O Homem de Ferro tentava olhar para ela por dentro da máscara, mas a garota estava tão alarmada que não conseguia sequer olhar pra frente.

O bilionário segurava a mão direita da estudante, enquanto a esquerda se mantinha em seu ombro.

— Me diga... porque está com essa cabeça de cavalo? – Contestou-a, achando a reação da estudante muito engraçada.

— Por que eu estou com uma alergia terrível no rosto, então sugiro que não tente tirá-la, se não quiser ser atingido por uma doença contagiosa. – Ela o ameaçou. Estava com tanta raiva de se sentir exposta, que sequer pensou no que responder.

— Sou imune a alergias. – Tony sorriu enquanto conduzia a dança.

Aquilo era divertido pra ele...

Darcy estava implorando para alguém salvá-la, mas quando olhava para os lados só via Nathan e Dylan rindo como duas hienas, Andrew e Helena bebendo e encarando-a com um sorriso do tipo: ‘vai fundo’ e os demais convidados achando a cena bizarra.

Sam e Steve continuaram observando tudo, achando aquilo estranho demais.

— Parece que o Stark gosta de dançar com cavalos... – Sam comentava, rindo da cena.

— É, parece que ele adora esse tipo de coisa mesmo... – Steve não estava surpreso. O Homem de Ferro sempre foi alguém de personalidade espalhafatosa, que fazia de tudo pra ser o centro das atenções.

— Você entende de bebidas? – Tony fez mais uma pergunta para a garota, percebendo o seu embaraço.

— Por que eu entenderia de bebidas?

— Soube me dizer sobre aquele whisky...

— Isso não quer dizer que sou uma perita em bebidas alcóolicas! – Ela protestava. Estava tão indignada por todos à sua volta rirem de sua cara, que se pudesse, cavaria um buraco bem fundo e se enterraria nele.

— Mas você bebe...

— Bebo pouco e socialmente...

— Uau... aquele dia no karaokê, não parecia que tinha bebido pouco... – Tony soltou uma risada de escárnio, e a estudante estava cada vez mais apreensiva por dançar com ele.

— Eu... exagerei, mas foi só nesse dia...

— Sei... bebeu por que estava tentando esquecer algum cara... isso é tão clichê... – O Homem de Ferro a provocava, deduzindo algo que para ele era bem obvio e deixando-a ainda mais constrangida.

— Estava tentando esquecer um cara sim e me orgulho disso! Se der asas ao amor, ele voa e caga em cima de você!

Tony riu alto da piada. Aquela garota tinha um excelente senso de humor.

— Não devia pensar assim. Uma garota como você pode ser o motivo do sorriso de qualquer rapaz, não acha? – Ele tentava ser um conselheiro amoroso, mesmo que sua vida amorosa estivesse indo pelo ralo.

— A única vez que fui motivo do sorriso de um rapaz, foi quando eu tropecei e caí de cara no chão no meio do campo de futebol americano enquanto todos os caras treinavam.

— Uau... experiência dolorosa...

— E vergonhosa. Sou traumatizada até hoje...

— Traumatizada? Bem... acho que conheço um cara que pode lhe dizer sobre experiências bem piores que essa e te encorajar.

— É mesmo? Quem!? – Ela apenas perguntava ironicamente.

— Esse cara aqui! – E então, Tony agarrou o braço de Steve Rogers, que passava com Sam ao lado dele, no meio das pessoas do salão, prestes a ir para o balcão do bar.

— Hey, Capicolé, é sua vez de dançar com o cavalo aqui. – O Homem de Ferro sugeriu, se afastando dos dois.

— Tony, eu não sei dançar... – O loiro tentou escapar.

.

— Ela também não sabe. — Então, o bilionário empurrou Darcy na direção de Steve.

.

Tony tocou o ombro da estudante, proferindo palavras em alto tom...

— Aproveita que ele tá carente... boa sorte, cavalo. – E então, o bilionário saia dali, deixando-os sozinhos no meio da multidão que dançava.

Darcy ficou extremamente envergonhada, embaraçada, constrangida... Não sabia o que dizer ou fazer...

Vendo aquilo, Steve não podia simplesmente deixa-la ali.

Sabia exatamente como era a sensação de ser rejeitado e não desejava que ninguém passasse por aquilo...

Quando ainda era só um homem franzino, todas as mulheres lhe rejeitaram...

— Hey, garota do elevador, você... quer dançar...? – Ele sugeriu, atrapalhado, mas...

Darcy recuou dois passos para trás...

De forma alguma o Capitão América podia saber que ela tinha ligação com Bucky Barnes.

Isso era tudo que sua mente embriagada conseguia processar.

— Aah não, você não precisa fazer isso...! Eu não sei dançar e todos estão olhando pra mim e dando risadas e... eu nem devia estar aqui, então... Tchau...! – Ela deu meia volta pra ir embora, pronta para correr daquele lugar o mais rápido que podia, mas o loiro a impediu.

— Espere... não precisa ir embora...

— É sério, Capitão... não precisa se dar a esse trabalho.

— Eu não sou um bom dançarino, então pensei que pudesse treinar, até fazer isso do jeito certo... com a pessoa certa... – Steve replicou, delicadamente, ainda segurando o braço dela. Qualquer mulher se sentiria derretida depois de ouvir aquelas palavras...

Mas não ela...

Darcy estava apaixonada pelo melhor amigo dele... céus... quando parava para pensar em tamanho absurdo, ela apenas sentia vontade de chorar...

A garota quis correr dali, mas teve de ceder, porque seria estranho dizer ‘não’ para um convite do Capitão América.

— Ok... mas desde já peço desculpas por fazê-lo passar vergonha por causa da minha máscara. – A estudante se explicava, no intuito de fazê-lo fazer mudar de ideia, mesmo sabendo que seria em vão.

— Você não sabe o que é passar vergonha... – Ele sorriu, encantadoramente singelo e educado, estendendo a mão para ela.

— Acredite... eu sou a rainha da vergonha alheia... – E então, ela pegou na mão dele.

Steve posicionou a mão esquerda no ombro feminino, enquanto a mão esquerda segurava gentilmente a dela.

Os dedos de ambos se entrelaçaram, e então...

Eles começaram a girar... por que era isso que se fazia numa dança, não é mesmo...?

A estagiária apoiava a mão esquerda no ombro do Capitão...

Steve Rogers devia ter a mesma altura do sargento, pelos cálculos dela.

E por trás da máscara, a garota observava o aspecto esbelto do loiro...

Ela contemplava um oceano resplandecente de integridade nos olhos azuis do Capitão América... mas, com resquícios de melancolia...

Podia o maior herói da América ser um homem que carregava alguma carga de tristeza na alma...? Mas por quê...?

Coincidentemente, a música que começava a tocar no salão era uma versão bem conhecida pela maioria das pessoas.

Coldplay – In my place...

— Eu adoro essa música... – Darcy disse sem raciocinar direito. A vodka estava fazendo efeito a todo vapor.

— Eu não conheço... pra falar a verdade, mesmo depois de dois anos fora do gelo, continuo bem desatualizado sobre muitas coisas. – O loiro confessava, um tanto retraído.

Por algum motivo desconhecido, a estagiária sentia suas narinas entorpecerem diante da fragrância inebriante e tão particular do Capitão, misturado com a colônia de lavanda... um aroma tão fresco e viciante, que lhe acalmava...

No salão, a voz de Chris Martin ecoava majestosamente pelas caixas de som nas laterais...

.

In my place, in my place,

Were lines that I couldn't change,

I was lost, oh yeah…

.

— Bem... você não perdeu muita coisa... A década de 2010 é a pior da história na minha opinião. As melhores músicas estão entre os anos 60 a 90. Depois veio essa virada do milênio e estragou tudo... O mundo devia ter acabado nos anos 2000, mas infelizmente ainda estamos aqui, testemunhando novas desgraças acontecendo, sem poder fazer nada. – Darcy replicava, seriamente, o que parecia uma piada sarcástica.

Steve soltou uma risada abafada. Nunca tinha conhecido alguém que odiava tanto o século atual.

A garota observou atenciosamente o sorriso ameno e radiante do Capitão... era tão puro, melódico e angelical... era como se estrelas cintilassem ao redor do rosto iluminado, num espectro de cores que mesclava azul e dourado...

— Você acha que deveríamos ter deixado o mundo ser invadido por Loki e o exército Chitauri? – A voz dele interrompeu seus desvairos sobre o quanto aquele sorriso maravilhoso e estonteante causava efeitos esplêndidos em qualquer espectador.

— O quê...? Ah, não... quando eu mencionei sobre o fim do mundo, quis dizer de acabar do nada, como numa profecia bíblica... e não um exército de alienígenas nos governando...

— Então acho que entendi errado... – O loiro articulava, educadamente.

— Não, eu que sou péssima em explicar. – Ela olhava para os lados, ainda com muito receio que Bruce Banner aparecesse.

Steve percebia que aquela garota estava bem alheia a dança, numa reação espontânea.

Era um pouco estranho, já que todas as mulheres que lhe cercavam, sempre pareciam interessadas demais, atiradas demais e flertavam das piores formas possíveis.

Mas aquela misteriosa garota com máscara de cavalo não era assim... e o Capitão achou aquele aspecto bem interessante.

Sam, que observava tudo de longe, percebeu que Helena estava petrificada do outro lado, olhando para amiga com os olhos arregalados.

Ele se aproximou sorrateiramente da estagiária e sussurrou em seu ouvido...

.

— Acho que a sua amiga ganhou a aposta... Helena...

.

A estagiária virou o rosto abruptamente...

Sam recuou dois passos pra trás, quando percebeu que a mesma estava com muito ódio, e seus olhos queimavam colericamente.

— Hey, calma... eu estava brincand-

— EU TE ODEIO, SAM WILSON! SÉRIO, SE VOCÊ SE APROXIMAR DE NOVO, EU JURO QUE VOU-

— Se acalme, gata... eu não vou me aproximar de novo... você me dá medo... – O Falcão replicava, receoso, com um sorriso travesso, se afastando no mesmo instante.

Quando ele e Helena se conheceram, a estagiária mostrou que simplesmente os santos de ambos não tinham se batido.

Desde então, os encontros entre os dois eram regados a foras, piadas ácidas e pisadas duras, mas tudo por parte de Helena.

— É bom que não cruze o meu caminho de novo... Falcão...

— Você que manda, senhorita. – Ele concordou, apenas porque não queria ser assassinado ali mesmo.

A garota saiu do local, dando um forte esbarrão em seu peito.

Sam assobiou...

— Imagine essa mulher de TPM...? – Cochichou pra si mesmo enquanto voltava a focar na dança de Steve com... o cavalo...

A música continuava tocando, no refrão...

.

Yeah, how long must you wait for it?

Yeah, how long must you pay for it?

Yeah, how long must you wait for it?

.

Os dois estavam quase terminando aquela dança...

Quem diria que em vez de Peggy Carter, Steve terminaria dançando com um cavalo...?

— Bem, logo a música vai acabar, você vai embora e eu não vou saber o seu nome... – Aquilo não era uma pergunta, mas uma afirmação em forma de insinuação, pois deseja ao menos saber quem era aquela garota misteriosa.

Darcy não diria seu nome. Teria que fugir dali a todo custo e não podia deixar rastros, mesmo sabendo que poderia cruzar com ele no futuro, já que o mesmo estava hospedado com Thor, Jane e Erik.

— Meu nome...? É... Katherine... – Ela respondia, mentindo sobre seu primeiro nome, embora 'Katherine' fosse seu segundo nome...

No entanto, a garota estava totalmente desconcentrada da dança, olhando o tempo todo para os lados, mesmo com a máscara.

— É um belo nome. – Steve elogiava... e a estagiária se aprazia com o delicioso timbre do loiro reverberando magicamente em seus ouvidos...

— Obrigada... – Ela sorriu por dentro da máscara, embora estivesse incomodada de estar ali, correndo o risco de ser descoberta.

— Então, Katherine... o que você faz da vida...?

— É mais fácil dizer o que a vida faz comigo... – Darcy continuava receosa, mostrando muito nervosismo em ser descoberta.

— Bem... confesso que estou imaginando o que há por trás dessa máscara... - Steve tentou estender o diálogo, já que a garota não tinha o objetivo de fazer como a maioria das mulheres ao seu redor faziam.

Finalmente podia ter uma conversa normal com uma garota que não pretendia se atirar nele...

— O que há por trás da máscara? Ah, eu não sou bonita, se é o que está achando. Pelo contrário. Sou vesga, tenho um nariz gigante e uma verruga no meio. – Darcy replicou seriamente e mais uma vez Steve riu, só que dessa vez mais alto. Não esperava que a estudante fosse tão rápida em ridicularizar a si mesma, só pra se livrar dele.

— Se for julgá-la por sua voz, eu diria que a descrição de seu rosto é outra.

— Acredite, não é. A máscara de cavalo é a coisa mais agradável que você verá a meu respeito. – Ela retorquiu, convicta, e o Capitão apenas se divertia com as respostas espontâneas da garota.

Ele discordava quando a mesma dizia que a máscara era a coisa mais agradável que teria dela. Analisando-a por inteiro, ela tinha um corpo bonito, já que seu vestido deixava isso bem claro...

E embora não quisesse atentar sua visão para baixo, era impossível não espiar, ainda que sutilmente, o decote ousado dela...

Aquela garota não parecia ter muita noção das coisas ao redor, e o Capitão concluía que talvez fosse porque a mesma estivesse embriagada.

Porém, alguns metros dali, Natasha observava tudo à distância, preocupada...

Tony parou do lado dela, e a ex-agente logo o interrogou.

— Por que você deixou aquela garota dançando com Steve? – Sua voz soou mais séria e rígida do que o normal, mostrando certa tensão.

— Por quê? Tá com ciúmes? – Ele riu.

— Não... o Steve só é... tímido... – Não podia dizer o real motivo... não que o loiro de fato não fosse tímido.

Ela sabia que Darcy Lewis abrigava o Soldado Invernal em sua casa, então, de maneira alguma, Steve podia descobrir o paradeiro de seu melhor amigo.

— Eu fiz isso porque sei que essa garota é a estagiária da Doutora Foster, ou seja, uma garota pirada e totalmente sem noção que está com aquela máscara de cavalo para que o Banner não descubra que ela está aqui, ou seja, ela é encrenca na certa, e achei que seria divertido se a fizesse dançar com o Capicolé e os dois se atrapalhassem, pra gente rir um pouco essa noite e descontrair.

— Tony... pare de fazer piadas.

— Qual é, agente Romanoff...? está muito séria hoje. Devia beber uns drinks pra relaxar. – O bilionário sugeria, tentando se distrair para não se recordar de sua briga com a presidente das Indústrias Stark.

— Acho que deveria ligar pra Pepper...? O que acha? – A Viúva Negra mencionava a loira, só para aborrecê-lo.

— Vá em frente. Ela nunca viria aqui. – E então, ele saiu, com um copo de whisky na mão.

Steve e Darcy continuavam dançando, deixando uma pessoa no canto do salão bem irritada...

Nathan Lawrence...

O estagiário estava com muita raiva. Como ela conseguiu dançar com o Homem de Ferro e com o Capitão América na mesma noite?

Dylan percebia certa ‘obsessão’ de seu colega de trabalho na estudante.

— Acho melhor você desencanar dela. A Darcy te odeia.

— O quê...? Do que você está falando...? Desencanar? Você está louco...? – Ele jamais admitiria que tinha uma queda feia pela garota, para seus colegas de trabalho.

— É bem obvio que você curte ela... de um jeito especial... – O estagiário sorriu, sugestivo.

— Impressão sua.

— Todo mundo já sabe, Nathan. Desista. – Dylan confessou, deixando o rapaz perplexo.

Como assim todo mundo já sabia?

No meio da pista de dança, junto com vários outros casais que achavam um tanto estranho aquela dança, o Capitão e a estagiária permaneceram juntos e conversando ao mesmo tempo.

— Você realmente vai continuar com essa máscara a noite toda...? – O loiro a questionava mais uma vez sobre a máscara.

— Sim. Ninguém é obrigado a ver a minha cara feia. – Darcy redarguia, convicta.

— Essa máscara apenas está deixando todos ao redor bem curiosos sobre você, senhorita.

Quando Darcy ouviu a palavra ‘senhorita’, automaticamente suas lembranças se voltaram para Bucky Barnes.

Céus... mesmo quando pensava em esquecê-lo, era impossível... e tudo ficava ainda mais difícil com o Capitão América ali, lhe fitando, com aquele par de olhos azuis, que lembravam muito os do sargento.

— Bem, se quiser saber como sou, é só digitar “trouxa” no google e verá a minha foto. – Darcy não sabia mais o que dizer. Saiu da apresentação com os técnicos da PYM Tech com o único objetivo de encher a cara, e agora estava ali, presa numa dança com o Capitão América, arrumada por Tony Stark.

Steve continuava observando-a, um tanto impressionado. A espontaneidade dela lhe lembrava alguém...

Esse alguém...?

.

Seu melhor amigo, Bucky Barnes...

.

Se recordava de Bucky sempre fazer as melhores piadas, nas horas mais propícias, lhe animando, mesmo quando estava para baixo.

— Katherine... você está me lembrando uma pessoa...

— Quem...? – Replicou, curiosa.

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— James Buchanan Barnes...

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A garota arregalou os olhos por trás da máscara, paralisando logo em seguida...

Ela sentiu suas pernas bambas quando Steve mencionou o nome do soldado.

O que aquilo significava?

Será que Steve havia desconfiado de algo ou era apenas seu coração atordoado porque não sabia o que fazer quando chegasse em seu apartamento?

O loiro estranhou a reação dela.

— Está tudo bem? – Replicou, preocupado.

— Sim, mas... eu preciso ir, me desculpe... – E então, Darcy o abandonou no meio da pista, sem dar explicações, correndo para fora do local.

A garota correu o mais rápido que conseguiu, mas acabou dando um esbarrão forte e tropeçando em...

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Bruce Banner...

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Que a essa altura, estava encarando assustado uma garota com máscara de cavalo, lhe fitando amedrontada.

— Moça, você tá bem...? – Ele tentou ajudá-la a se levantar, mas Darcy apenas saiu rapidamente de perto do cientista, tamanho pânico, caso o mesmo descobrisse quem ela era.

— Me perdoe, senhor...! – Ela engrossou a voz, se desculpou e correu ainda mais rápido do que antes.

Mas nisso, ela deixou um lenço caído no chão, ao qual Banner pegou imediatamente.

Quando o doutor pensou em correr atrás dela para devolver, Steve, que observava tudo de longe, pegou o adereço da mão dele.

— Pode deixar que eu devolvo pra ela. – E então, o Capitão correu atrás da estagiária.

Não sabia porque estava fazendo aquilo, mas havia algo de estranho naquela garota que lhe chamou atenção.

O loiro correu até o final do corredor e percebeu que a mesma estava ali, pegando algo dentro de um guarda-volumes.

O corredor estava escuro... iluminado apenas pelas luzes da cidade que entravam pelas janelas laterais. Ninguém transitava por ali naquele momento...

Por instinto, e não sabendo como agir, ele apenas se escondeu atrás de uma máquina de bebidas.

O Capitão a espionava, intrigado pelas ações e reações da mesma. Queria devolver o lenço que a mesma deixou cair quando esbarrou em Banner, mas estava um tanto receoso de se aproximar dela mais uma vez...

O motivo...? Nem mesmo ele sabia...

Já Darcy, achando que estava sozinha, finalmente retirou a máscara de cavalo.

Ela ajeitou o cabelo com as pontas dos dedos...

Seu penteado ainda estava intacto...

A estudante deixou a máscara dentro do guarda-volumes e retirou dali uma nécessaire, com seus cartões e documentos.

Havia duas máquinas de bebidas ali. Uma em que Steve se escondia, e outra bem próxima dela.

Foi quando a estudante resolveu pegar algo...

Darcy colocava uma nota de trinta dólares no compartimento, e pegava uma garrafa de vodka, a única que havia naquela máquina...

Já que ali era um andar para eventos, era normal que tivesse máquinas que vendiam bebidas alcóolicas, caso acabassem as do bar.

A garota suspirou fundo... estava tão cansada de ter tanta confusão naquele desastre que ela chamava de vida...

Ela inclinou uma perna, desprendendo a alça de sua sandália do pé direito... fazendo a mesma coisa com o outro pé logo em seguida.

Darcy passou a andar lentamente pelo corredor, carregando a nécessaire e os saltos numa mão, enquanto a outra mão se ocupava de segurar a garrafa de vodka.

Steve permaneceu em silêncio observando-a... não tinha ideia do que a mesma faria, apenas que...

Ela mentiu descaradamente sobre ser vesga e ter um grande nariz com uma verruga.

Sua visão focou no rosto dela, que mesmo com pouca iluminação, era notório ser o extremo oposto do que a mesma lhe disse enquanto dançavam.

Com os pés descalços, percorrendo o chão gelado do corredor, ela colocou a nécessaire debaixo do braço, segurou as alças finas dos sapatos na mesma mão que carregava a garrafa, e usou a outra mão livre para puxar seu telefone de dentro do bolso do vestido.

A estudante discou um número e esperou chamar...

A pessoa por trás da linha, atendia a chamada...

— Alô?

— Derek... – A voz dela fluiu suave pelo corredor...

Steve se perguntou quem era Derek...

Seria o namorado dela...?

— Por que está me ligando a essa hora...? – O rapaz achava estranho uma chamada naquele horário, mas se tratando de Darcy Lewis, era possível esperar tudo.

— Você só vai embora depois de amanhã, não é? Será que pode vir me buscar e me deixar em casa? Eu estou bêbada e não posso dirigir.

— De novo, Darcy!? Sua apresentação é semana que vem! Você está se viciando em bebida de novo!?

— Eu não estou me viciando de novo... só estou... cansada... – Replicava, desanimada, confusa, aflita...

— Você sempre está cansada! Onde você vai parar assim?

— Ah, qual é! A minha vida não é nada fácil!!! Estou sofrendo os maiores dilemas nos últimos dias, perdida, esgotada mentalmente, em dúvida se devo me mudar pra Los Angeles ou não, profundamente traumatizada por causa do Robert, desesperada de medo por que vou ter que encarar a banca mais cruel da universidade na semana que vem, e você resolve me dar bronca!!?

Steve não entendia sobre quem e o que a garota falava, mas continuou ali, parado, esperando que a mesma terminasse a ligação para entregar seu lenço.

Se é que conseguiria...

— Não é só você que tem uma banca de juízes pra encarar na semana que vem! Estou na mesma situação! – Derek gritava do outro lado da linha. O rapaz também apresentaria seu TCC na semana que vem.

— E daí!? Venha me buscar logo!

— Peça com educação.

— Por favor, Derek, venha me buscar... – Ela baixou o tom, pedindo o favor educadamente, mas o rapaz a conhecia o suficiente pra saber que aquilo era puro fingimento.

— Eu vou, mas essa é a última vez! Sempre que venho pra Nova York, você enche a cara e sou obrigado a ser seu motorista!

— Ok, ok... me desculpe por isso...

— Você só se mete em encrenca e me puxa pra dentro...!

— Já parou pra pensar que os humilhados já foram exaltados e eu estava ocupada jogando GTA!? – Darcy retorquia, bebendo um gole da garrafa.

— Sua mula, não está escrito isso na bíblia! O correto é: Os que se humilham serão exaltados, ou seja, isso nunca vai acontecer, já que você é orgulhosa demais pra se humilhar!

— Nem é preciso que eu me humilhe! A vida já faz isso por mim!!! Você conhece alguém que tenha mais azar nesse mundo do que eu!? – Ela dizia, bebendo mais um gole da garrafa.

— Para de falar besteira. Agora se aquieta aí. Vou tirar o carro dos meus tios da garagem. Me espera que logo tô chegando.

— Ok, my best!

— Pare de ser falsa. Sei que a loira aguada é a sua best!

— Você também é!

— Ridícula! – E então, ele desligou.

Darcy colocou o telefone de volta no bolso do vestido e passou a caminhar lentamente na direção da janela, do lado oposto onde Steve estava.

Enquanto andava, a garota cambaleou...

Estava completamente embriagada...

O Capitão não teve coragem de se aproximar, até porque, a garota estava bêbada... e logo percebeu que aquela conversa que tiveram enquanto dançavam, não era de uma pessoa sóbria, mas de alguém embriagado.

Steve sentia certa inveja das pessoas que conseguiam ficar bêbadas... ele não sabia o que era isso desde que se tornou um super soldado na década de 40.

Darcy estava muito agoniada com o fato de chegar em casa e não saber o que lhe esperava...

Sua mente transbordava dúvidas... seu coração se contorcia com a indecisão de voltar para seu apartamento ou fugir para o de Kimberly e esquecer que havia dito para James que voltaria...

Tudo o que conseguia pensar, era em cantarolar uma canção que amava e lhe vinha à mente naquele exato momento...

Segurando a garrafa de vodka, a garota do nada começou a cantar uma música dos anos 90, que o loiro jamais conheceria...

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The Cranberries – When your gone...

.

— Hold on to loooove… that is what… I do Now that I've found you…

— And from abooove, everything's stinking… they're not around you…

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A garota parava de cantar, dando outro gole na vodka...

E então, repentinamente, voltava cantarolar... no seu ritmo... do seu modo...

— And iiiiin the night, I could be helpless… I could be lonely… sleeping without you…

— And iiiiiin the day, everything's complex… there's nothing simple… when I'm not around you…

No final da estrofe, ela soluçou… talvez por causa do álcool... ou talvez porque estava muito assustada para voltar para casa, porém, a estudante voltou a cantar mais uma vez e dessa vez o refrão...

— But I miss you when you're goooooone… that is what I doooooooo, ba-baby…

— And it's going to carry ooooooon… that is what I kneeeeew, ba-ba-baby…

A letra que Darcy cantava, soava mais como uma confissão do que o seu pobre coração combalido sentia, do que uma canção de uma banda que amava de paixão, que veio em sua mente...

Ela sentia falta do soldado e queria estar com ele... mas tudo era tão difícil e complexo...

Ainda de longe, Steve reparava em Darcy...

A voz dela era bonita... e também muito afinada...

O Capitão se manteve ali, parado, decidindo que não invadiria o espaço da garota, que mesmo embriagada, não parecia estar bem...

Ele sabia o nome dela, então não seria difícil acha-la qualquer outro dia...

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Steve tinha certeza que os dois se encontrariam de novo...

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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um tantinho melancólico, já que sabemos que o Tony e a Pepper viviam brigando ao longo dos filmes, porque ele se arriscava demais e ela não queria isso pra vida dele e nem pra dela. E no caso do Steve, que ainda tinha o seu coração na década de 40, por causa da Peggy... so sad :(

Outra coisa: Não fiquem imaginando que vai rolar triângulo amoroso com o Steve, PORQUE NÃO VAI! Eu estou apenas provocando todas vocês, pra ver se o nosso maravilhoso Capitão América consegue arrancar alguns suspiros e eu possa convencê-las de ler a minha futura fanfic com ele, kkkkk eu preciso usar minhas táticas de marketing pra atrair todas vocês pra o que está por vir daqui a algumas semanas o/

**Alerta de Spoiler**
Finalmente, a nossa estagiária volta para o apartamento e lá estará o nosso sargento, a esperando. O que vai rolar? Bem... uma dança, declarações insinuantes e... talvez um “”beijo”” que não será interrompido... mas... não criem expectativas, senhoras e senhores, porque vocês sabem que o ritmo aqui é de uma lesma correndo em câmera lenta ahahahahahaha xD



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